In your dreams escrita por JM


Capítulo 20
XX - Storm


Notas iniciais do capítulo

Oii oii pessoas!
Aqui está um novo capitulo para vocês, mas antes de chegarmos a ele, tenho um agradecimento muito especial para fazer.
Sabem, as vezes eu fico em duvida de como a historia está chegando a vocês leitores, se voces estão gostando, se estou correspondendo as expectativas. Felizmente, tenho duas pessoas que acompanham a historia desde o inicio, a quem agradeço muito por sempre me apoiarem e me incentivarem a continuar, que são a Edilene Queen e a Cath Locksley Mills (não tenho nem o que falar de você né miga?! Brigaada por tudo!), mas hoje quero fazer um agradecimento por um presente que eu recebi ontem, vindo da ThammyMills.
O que tenho a dizer para voê é um singelo porém sincero muito obrigada. obrigada pela maravilhosa recomendação que você fez para esta humilde história! obrigaada por ter dado uma chance a ela, e por estar gostando das minhas palavras. Você me fez chorar com tudo que escreveu, e espero sinceramente que continue por aqui, e que a história continue a te encantar!

Booa leitura a todos!



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— Robin?? Robin, você está bem? Amor, me responde, nos precisamos sair daqui, agora. Robin! – a voz de Regina chegava aos ouvidos de Robin mas parecia vir de um lugar muito distante, muito longe.

Sentia-se como alguém que mergulha em aguas profundas, em uma espécie de torpor. Olhava a sua frente, mas seu cérebro não parecia ser capaz de decifrar as imagens que estava vendo. Sua mente era uma confusão, um turbilhão de emoções conflitantes que ele não conseguia organizar.

Os últimos momentos voltaram a sua mente em câmera lenta, feito um rolo de filme que está sendo rebobinado. Primeiro a discussão com Marian, depois ele e Regina começando a se afastar de sua ex-mulher, em seguida Marian surgindo a frente deles de novo e partindo para cima de Regina....e então, ele agiu por puro instinto de proteção. Quisera proteger Regina da agressão de Marian...não tivera a intenção de ferir ninguém, não queria tê-la machucado...

Não demorou para que as luzes e as sirenes do resgate o atingissem. Deveriam ter se passado poucos minutos desde que tudo acontecera, mas neste meio tempo, Marian continuara estirada no chão, sem esboçar nenhum tipo de reação. Será que ela estava mesmo morta? Será que ele era um assassino?

Regina continuava a falar com ele, seu tom de voz parecendo cada vez mais preocupado. Por mais que quisesse responder a ela, dizer que estava tudo bem, que ele estava bem, Robin simplesmente não conseguia fazer com que as palavras saíssem de sua boca, e continuava ali parado, apenas observando a cena que se desenrolava a sua frente.

Em um certo momento, o torpor pareceu deixar seu corpo, e o loiro finalmente esboçou uma reação. Deixou-se cair na calçada, parecendo incapaz de sustentar o peso de seu próprio corpo. A realidade do que havia acontecido o atingindo com força total.

Ele havia matado Marian. Fora o responsável pela morte de alguém. Mesmo que não tivesse tido a intenção e machuca-la, fora por conta de sua ação que Marian se desequilibrara, caíra na rua e fora atropelada. Era tudo culpa dele. Mais uma vez, ele conseguira estragar tudo.

O que iria acontecer agora? Na certa haveriam testemunhas do que aconteceu, testemunhas que iriam contar te-lo visto empurrando Marian para a rua. Com toda a certeza ele seria preso e condenado pela morte de sua ex-mulher...e então, o que iria acontecer? Passaria anos trancafiado em uma cela de prisão e deixaria Regina sozinha....Regina...

A imagem da morena surgiu na mente de Robin, que sentiu a angustia crescer em seu corpo. Se ele fosse preso, sua história com ela seria interrompida de novo, Regina iria ficar sozinha, e tudo por que ele não conseguia fazer nada direito, tudo por que a vida sempre tinha que lhe pregar uma peça cruel para estragar o seu momento de felicidade.

— O que foi que eu fiz? O que eu fiz meu deus... – murmurou baixinho, sentindo um nó de medo e tristeza se formar em seu estomago. Com aquelas palavras, Robin finalmente conseguiu fazer com que as lágrimas que inundavam seus olhos rolassem por suas faces, quentes e salgadas.

Sentado no chão, o loiro viu Regina se ajoelhar ao seu lado, evolvendo seus ombros com um dos braços. Ela ainda falava com ele, utilizando um tom de voz doce, tentando de todas as formas fazer com que ele se acalmasse.

— Ssshhh meu amor...calma por favor, fica calmo. Vai ficar tudo bem, eu prometo. Você não tem culpa de nada, o que aconteceu um acidente, você não tinha como prever que Marian ia se desequilibrar e acabar sendo atropelada. Ssshhh....fica calmo. – enquanto falava, a morena o abraçou mais forte, buscando transmitir conforto e segurança, e ele se deixou abraçar, encostando a cabeça no ombro dela e deixando que as lágrimas de medo rolassem por seu rosto.

— Eu a matei Regina. Eu matei Marian. Por minha culpa, ela está...ela está...está morta. – falou Robin, suas palavras saindo atropeladas por conta dos soluços. Ele ainda não conseguia acreditar que aquilo estivesse mesmo acontecendo. O que começara como um dia alegre e cheio de boas possibilidades estava rapidamente se transformando em um dia de tormenta e incertezas.

—------

Se Robin estava desesperado e com medo do que estava por vir, este desespero se igualava a aflição e a preocupação que Regina estava sentindo. Ela sabia perfeitamente bem que tudo não passara de um odioso e terrível acidente, que o loiro não tivera culpa alguma pelo que havia acontecido, mas também sabia da ficha de Robin na policia, que com certeza contaria contra ele.

Primeiro ela pensara em fugir com ele dali, pensou em simplesmente sair andando como se eles não tivessem nada a ver com a história, mas Robin parecia incapaz de se mover. Ele estava em choque, paralisado, acreditando que era uma pessoa ruim e que tinha matado Marian.

Por mais que Regina se esforçasse lhe dizendo que ele não tinha culpa nenhuma, que ia ficar tudo bem, o loiro parecia estar imerso em um torpor, e suas palavras não conseguiam atingi-lo como deveriam.

Quando o loiro finalmente saiu de seu estado apático, as coisas só pioraram ao invés de melhorar. Agora ele estava largado no chão da calçada, chorando convulsivamente e murmurando que havia matado Marian.

A dor estampada no rosto de Robin só fez com que a angustia aumentasse no coração da morena. Tudo que ela mais queria era que ele melhorasse, que não sofresse. Queria consola-lo, cuidar dele assim como ele tantas vezes fizera com ela.

Respirando fundo para tentar controlar a dor e as lágrimas que lhe sobrevieram, Regina se ajoelhou ao lado de Robin e o abraçou, na esperança de que seu abraço e suas palavras de alguma forma tirassem o loiro daquele estado de aflição e desespero no qual ele se encontrava.

— Robin, me escuta! – falou a morena, soltando-se do abraço e ficando de frente para o loiro. Ela não tinha muito tempo, então precisava ser enérgica. Precisava fazer com que Robin a escutasse, que entendesse que ele não tivera culpa nenhuma. E precisava fazer isso antes que a policia notasse a presença deles ali e os interrogasse.

Ao notar que sua fala enérgica tinha conseguido chamar a atenção dele, a morena voltou a falar, desta vez em um tom mais calmo, passando as mãos pelo rosto do loiro, em uma tentativa de acalma-lo. – Me escute meu amor. O que aconteceu foi um acidente entendeu? Você não tem culpa de nada, está me ouvindo? Agora, eu preciso que você faça uma coisa por mim está bem? Preciso que se levante e se recomponha, quando os policiais chegarem para nos perguntar o que aconteceu, vou dizer que fui eu quem empurrou Marian e....

Regina não teve tempo de completar a frase. Ao ouvir o que ela estava planejando, Robin pareceu sair de seu estado de letargia e exclamou, desesperado com a ideia da morena: - Não Regina! Você não pode fazer isso! Você pode acabar sendo presa!

Recusas veementes de nada adiantariam naquele momento. Regina já havia tomado sua decisão. Ela iria proteger Robin. Diria que fora ela quem empurrara Marian, alegaria legitima defesa. Falaria que ela e Marian haviam discutido e que a mulher partira para cima dela, e que para se defender ela a empurrara, fazendo com que a mulher acabasse por se desequilibrar e cair na rua, o que por sua fez acabou acarretando o atropelamento.

Ao tomar aquela decisão, a morena sabia que poderia acabar sendo presa, que poderia ser responsabilizada pela morte de Marian. Ainda assim, aquela era uma alternativa melhor do que Robin assumir que tinha empurrado Marian. Ele já tinha passagem na policia por conta da acusação de agressão, o que acabaria por pesar em um possível julgamento. Não, ela tinha que protege-lo, tinha que garantir que ele continuaria livre.

— Minha decisão já está tomada Robin. Não tente me dissuadir, isso não vai funcionar. Você já não pode mais se meter em confusão, já tem ficha na policia, e eu não. Amor, me escuta: estou fazendo isso por nós dois está bem? Prometo que vou dar um jeito de tirar a gente dessa enrascada. Apenas confie em mim, por favor.

— Morena, eu...não posso deixar você fazer isso...- falou Robin, finalmente se levantando da calçada.

— Pode sim, e você vai. – respondeu Regina, também se levantando da calçada e abraçando o loiro. – Confie em mim, eu prometo que tudo vai ficar bem. – falou, bem baixinho, sentindo o corpo do loiro tremendo em seus braços, sacudido pelos soluços.

—--------

Quando se desvencilharam, viram uma maca passar perto deles, provavelmente carregando o corpo desfalecido de Marian. Ao se deparar com aquela cena, Robin sentiu seu estomago embrulhar. Então era isso, tinha acabado. A vida de Marian se encerrara, e de certa forma, ele fora o responsável por isso.

Em busca de apoio naquele momento em que sentia que o mundo estava desmoronando sobre sua cabeça, o loiro procurou pela mão de Regina, e a encontrou esperando por ele.

A morena apertou sua mão e sua voz invadiu a mente dele, tão calma quanto o momento permitia: - Eu estou aqui meu amor, você não está sozinho, nunca mais vai estar. Eu prometo.

Robin estava prestes a dizer alguma coisa, agradecer pelo apoio de Regina, dizer muito obrigado por ela estar ali com ele, por não deixar que ele desabasse, mas não teve chance de formular seus agradecimentos. Antes que fizesse isso, os dois ouviram passos de alguém se aproximando rapidamente, e deram de cara com um policial fardado, que os encarava como se tentasse entender qual peça daquele intrincado quebra-cabeça eles representavam.

— Com licença, vocês estão bem? Estão feridos? Por acaso viram o que aconteceu a vitima? – perguntou, em um tom calmo e controlado de quem está sentindo um novo ambiente.

Aquela atitude do policial era um bom sinal. Significava que a policia ainda não os tinha tomado como suspeitos do que acontecera, que ainda estavam apenas averiguando as circunstancias do que havia ocorrido, o que dava uma leve vantagem ao casal.

De fato, a rua estava cheia de passantes na hora em que Marian fora atropelada, e portanto, haviam muitas testemunhas para serem interrogadas pelo ocorrido. Mas, era pouco provável que muitas destas pessoas estivessem realmente prestando atenção no que acontecia a sua volta. A maioria estava imersa em seus próprios mundos, em seus próprios problemas, para dizer com precisão o que realmente havia acontecido.

Ainda assim, mesmo que eles tivessem uma leve vantagem em poder construir a versão que dariam aos policiais sobre as circunstancias da morte de Marian, Robin não se sentia nem u pouco melhor, ou mais seguro. A ideia de que Regina estava disposta a se colocar a sua frente, disposta a assumir  culpa, era no mínimo apavorante.

Ele não podia permitir que sua morena cometesse tamanha loucura. Ele entendia perfeitamente o porquê de ela estar agindo assim, sabia que ela só estava tentando protege-lo, mas esse fato não mudava em nada a realidade das coisas. Não havia a menor possibilidade de que ele permitisse que aquela ideia maluca fosse para frente.

Mesmo que o fato de já ter a ficha manchada pela acusação de agressão, simplesmente não iria permitir que Regina assumisse ter empurrado Marian. Ele podia aguentar qualquer coisa, até a cadeia, se soubesse que o amor da sua vida estava bem e fora de perigo, e não ia deixar que ela se colocasse em risco daquela maneira.

Antes que o loiro pudesse dizer qualquer coisa, Regina se adiantou um passo a frente, ainda segurando a mão dele, e se dirigiu ao policial. Sua expressão serena e tranquilizadora de poucos segundos antes havia se transformado. Haviam lágrimas em seus olhos e ela estampava uma expressão aterrorizada no rosto. Quem a visse, diria sem pestanejar u ela era uma pessoa fragilizada e assustada, provavelmente sofrendo um trauma recente. Quando falou, sua voz soou tremula e baixa, como se cada silaba pronunciada demandasse um imenso esforço;

— Ela...ela...ela...simplesmente...- e então parou, como se não conseguisse falar, como se aquele simples ato de permitir que as palavras flutuassem por sua voz fosse demasiado cansativo e doloroso.

Enquanto sua garganta silenciava, seus pensamentos voavam velozes até a mente de Robin, tentando fazer com que o loiro cooperasse com seu plano maluco: - Meu amor, me escute. Preciso que você finja que eu estou em estado de choque. Preciso eu diga aos policiais que eu e Marian discutimos e que eu a empurrei sem querer....por favor, você precisa colaborar. – pediu, torcendo para que suas palavras surtissem algum efeito e ele a ajudasse.

O loiro, por sua vez, estava irredutível. Não permitiria que aquilo acontecesse, iria parar aquela encenação e contar o que realmente tinha acontecido, contar que havia empurrado Marian, que por sua culpa ela estava morta.

Ele estava prestes a começar a falar, quando a voz de Regina voltou a invadir sua mente, desta vez com um tom de súplica e urgência contra o qual ele não teve forças para lutar ou ignorar. – Robin, me ouça. Sei que você acha que o que estou fazendo é maluquice, sei que você quer me impedir, mas tente ver as coisas como eu estou vendo: ao contrario de você, eu não tenho ficha na policia, e posso alegar que agi em legitima defesa. Há muitas testemunhas que viram minha discussão com Marian, e isso irá embasar minha história....

A morena não conseguiu completar sua fala, sendo interrompida pelo loiro, que agora usava o mesmo tom de urgência em suas palavras, desesperado para dissuadi-la daquela história de assumir a culpa: - Não Regina, não posso deixar que você assuma essa culpa. Simplesmente não posso pensar em ver você em uma penitenciaria, presa por algo que eu fiz. Por que você não consegue entender que vou fazer de tudo para te proteger, para cuidar de você?

— É justamente por esse motivo que eu quero assumir a culpa. Por isso quero dizer que fui eu. Acredite, não estou tomando essa atitude pensando apenas em você, mas em mim também. Se por acaso você assumir a culpa e pegar uma pena agravada por conta da acusação de agressão, como você acha que eu vou ficar? Tente entender, eu simplesmente não consigo mais imaginar um mundo no qual você não esteja comigo. Por favor, faça o que eu estou te pedindo, se não por você, ao menos por mim.

Diante da declaração da morena, Robin sentiu todas as suas defesas e negativas se desmanchando diante de seus olhos, seu coração martelando forte, em um misto de felicidade e preocupação. Naquele momento, percebeu que não havia o que fazer, o que argumentar. Regina estava mesmo decidida, e talvez, só talvez, aquele plano maluco realmente desse certo.

Eu não vou conseguir fazer você mudar de ideia, não é?— perguntou, sua voz soando na mente da morena em um tom de pura resignação.

Não, não vai.— respondeu Regina, sentindo que ele estava finalmente cedendo aos seus argumentos.

Muito bem então. Vamos tentar fazer as coisas do seu jeito. Só espero que dê certo...- falou o loiro, a duvida e a preocupação evidentes em sua voz.

Eu tenho certeza que vai. Mas vou precisar da sua ajuda, vamos trabalhar juntos para sair dessa situação, e depois, bom, o depois é um infinito maravilhoso de possibilidades...só preciso eu você confie em mim.— disse a morena, com uma voz que não conseguia esconder a animação que ela sentia por Robin ter finalmente concordado com ela.

Com as palavras de Regina ainda ecoando em sua mente, Robin se virou para encarar o policial, que continuava parado no mesmo lugar, a espera de uma resposta. Sua mente trabalhava rápido, pensando nas palavras exatas que deveria dizer para convence-lo da história que ele e Regina haviam decidido contar.

— Desculpe a Regina senhor. Ela está em estado de choque, nós dois estamos muito abalados com o que aconteceu...foi, foi muito rápido, eu nem tive tempo de reagir. – falou, fazendo o possível para que sua voz soasse desolada e perdida, tentando passar a maior credibilidade possível sobre o que estava dizendo.

— E o que foi exatamente que aconteceu? – questionou o policial, ainda em um tom neutro que não deixava transparecer o que estava realmente pensando sobre as duas pessoas que estavam a sua frente.

— Marian...a vitima que foi atropelada, é minha ex-mulher. Eu e Regina voltamos para Nova York a poucos dias, estamos tirando uns dias para passear. Viemos até um Starbucks para comprar um café, e Marian acabou encontrando a Regina, eu estava me esperando do lado de fora da cafeteria. Elas discutiram, e quando eu sai da loja estavam quase batendo uma na outra. Separei as duas e levei Regina para a outra direção, tentando afasta-la daquela confusão, eu sabia o quanto Marian estava descontrolada e fiquei com medo de que ela fizesse alguma besteira. Mas ela nos seguiu e voltou a discutir, e então ela veio pra cima da Regina, estava louca de raiva, e então....

Robin parou seu relato no meio. Simplesmente não conseguia se forçar a continuar a falar, sua mente havia retornado para alguns minutos antes, rebobinando como um DVD antigo. E então ele viu a cena toda de novo. Marian se aproximando de Regina, os olhos delirados pela raiva e pelo rancor. Ele se viu novamente colocando o braço a frente do corpo da morena, em uma tentativa de protege-la de sua ex-mulher. E de novo, o momento no qual sua mão encostou no corpo de Marian, tentando para-la. O impulso e forte demais, e ela volta para trás, tropeçando na calçada e caindo direto na rua. O carro vermelho não consegue frear a tempo e....

— O que aconteceu depois, senhor? – perguntou o policial, pela primeira vez demonstrando real interesse no relato que ouvia.

As palavras de seu ouvinte fizeram com que Robin despertasse de seu devaneio e voltasse a se concentrar no que estava fazendo. Tinha que tomar cuidado, se continuasse distraído daquela forma, poderia acabar pondo tudo a perder.

— Regina quis se defender da ameaça iminente que Marian representava. Ela ergueu os braços a frente do corpo, para tentar repelir uma aproximação de Marian e acabou a empurrando. Não foi nada forte, mas ela acabou se desequilibrando e caiu na rua. Não houve tempo para a reação de ninguém. Marian não conseguiu se levantar e o carro não conseguiu frear a tempo, e então....

— Foi um acidente! Eu não queria machuca-la, juro que não queria....- Regina se pronunciou, em um tom desesperado e desconsolado.

Em parte representando o papel que lhe havia sido designado, em parte porque não aguentava ver a morena sofrendo, ainda que parte do sofrimento fosse fingido, Robin passou um dos braços pela cintura dela, abraçando-a com força. –Sssshhh meu amor, não se preocupe, vai ficar tudo bem. Se acalme...você não tem culpa nenhuma do que aconteceu, foi um acidente.- falou, alto suficiente para que o policial ouvisse.  

—---------

Regina havia pensado que finalmente ela e Robin iriam ficar livres, recomeçar suas vidas, mas aparentemente o destino os estava testando mais uma vez. Menos de uma semana depois de tudo que eles haviam passado, depois das horas angustiantes na clinica e na delegacia, lá estavam eles de novo, em outra delegacia, tentando convencer as pessoas de que estavam dizendo a verdade.

A morena sentia seu coração martelar, parecendo soar tão alto quanto um bongo em meio ao silencio reinante da sala de espera na qual se encontrava, junto com Robin e o motorista que atropelara Marian, de nome John.

O delegado já havia entrevistado a quase todos, faltava apenas ela, o que era realmente estranho, considerando o fato de que teoricamente ela era a peça chave para que a policia resolvesse o que havia acontecido a Marian. A demora sem explicação só fazendo com que a ansiedade dela aumentasse.

Tudo que ela queria era que aquele tormento terminasse de uma vez. Queria que seu plano funcionasse, que sua história se encaixasse com as informações dos outros dois, que sua alegação de legitima defesa fosse aceita e eles fossem enfim liberados daquele lugar.

Pensou em como aquela história toda era irônica e cruel. Quando acordara aquela manhã, ainda emersa em sua bolha de felicidade, jamais imaginara que algo assim pudesse acontecer. Tudo que ela esperava era ter tido um dia tranquilo e leve ao lado da pessoa que mais amava no mundo, mas ao invés disso estava ali, aguardando horas a fio para prestar depoimento.

Sua mente viajou até a surpresa que Robin dissera ter preparado para ela. Será que ela continuava lá na colina, apenas aguardando sua chegada? O que será que o loiro havia preparado? Não pela primeira vez naquele dia, a morena desejou imensamente que pudesse ver o que quer que fosse que o loiro tivesse feito para ela. Desejou intensamente que seu plano realmente desse certo, e que enfim eles pudessem recomeçar.

Ainda perdida em seus pensamentos, Regina girou o olhar na direção de Robin, tentando descobrir o que estava oculto por trás de seus oceanos azuis. Desde que havia prestado seu depoimento que ele estava assim, apático e silencioso, perdido em seu próprio mundo, e ela sentia que por mais que se esforçasse não conseguia alcança-lo.

Decidida a descobrir o que estava mantendo seu amor tão afastado dela, a morena tocou de leve no roso dele, chamando sua atenção e fazendo com que ele a olhasse. – Você está bem?— perguntou em seus pensamentos, esperando que ele se abrisse com ela, que contasse o que estava sentindo.

Robin ergueu uma das mãos e pegou na mão de Regina, levando-a aos lábios e depositando ali um beijo cálido, recheado da mais pura gratidão. – Eu...estou bem...acho que sim. É só que, é muita coisa acontecendo ao mesmo tempo....estou preocupado com o que pode acontecer a você, sabe muito bem que eu não queria concordar com esse plano maluco...por mim eu teria simplesmente dito a verdade, que fui eu o responsável pela queda de Marian...

Não! Você não pode! Por favor Robin, você prometeu me ajudar a livrar você...- cortou a morena, repentinamente desesperada com a possibilidade de que o loiro tivesse alterado a versão do depoimento.

— Calma morena, eu sei disso. E eu fiz exatamente o que você pediu, mas isso não significa que eu goste dessa situação. Eu estou com medo Regina, estou com muito medo. — confessou Robin, finalmente colocando em palavras o que estava sentindo. — e não é só isso, estou me sentindo péssimo. Parece que tudo da sempre errado sabe? Que sempre tem que ter alguma coisa nos ameaçado sabe? E tem a Marian...nosso casamento foi um inferno, mas houve um tempo em que eu gostava dela sabe? Não queria que ela tivesse tido um fim assim....

Regina entendia exatamente como Robin estava se sentindo, por que era praticamente o mesmo que ela própria sentia. Confusão, medo, tristeza. Por alguns felizes e encanadores dias ela realmente acreditara que tudo seria diferente, que eles seriam felizes...mas e se tudo mudasse agora? E se o que ela planejara desse errado e ela acabasse presa? Dizer que ela não estava com medo era mentira. É claro que estava, estava apavorada. Mas aquele não era o momento para se apavorar. Ela tinha que ser forte, tinha que acreditar em sua história, na possibilidade de ser feliz, para que quando chegasse o momento, pudesse fazer com que as outras pessoas acreditassem no que ela tinha a dizer.

Robin, amor, olha pra mim.— começou a falar, decida a sanar as duvidas e medos que haviam se instalado no coração do loiro. Robin era sua fortaleza, seu porto seguro, e ela precisava que ele continuasse com ela, presente e forte, precisava que ele a apoiasse para ter forças para continuar. – Eu sei como você está se sentindo. Sei que está com medo, e triste pelo que aconteceu a Marian, mas preciso que você seja forte está bem? Se ficarmos juntos, eu tenho certeza que iremos conseguir vencer mais essa tempestade. O prometo a você que tudo vai ficar bem.

Antes que Robin pudesse responder, a porta da sala de espera se abriu e um oficial entrou, fixando seu olhar em Regina enquanto falava: - Senhora Mills? O delegado irá ouvi-la agora. Me acompanhe, por favor.


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Notas finais do capítulo

E então??
O que será que vai acontecer agora?
Esperando ansiosamente por reviews com opiniões e expectativas de vcs!!
Beijoos