In your dreams escrita por JM


Capítulo 18
XVIII - New


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas!
Aqui está um novo capitulo para vocês. Esse aqui ta bem fofinho, quis dar um descanso ao nosso querido casal depois de tudo que eles passaram, então espero que vocês gostem!
Obrigaaada a querida da Cath Locksley Mills pelo comentario no cap anterior. Miga, é por causa do seu apoio que tem capitulo hoje, então espero que tenha ficado bom, hahaha

A todos os leitores, espero que estejam gostando da historia! estamos chegando na reta final, então realmente espero que tenha conseguido atingir o coração de vocês com essa história e que vocês tenham se envolvido e se apaixonado por ela tanto quanto eu!
Boaa leitura a todos!



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— Você tem certeza de que essa é uma boa ideia? – Robin voltou a perguntar, pelo que pareceu ser a terceira ou quarta vez em poucos minutos. Ele e Regina haviam deixado a delegacia havia poucos minutos, e a morena havia manifestado a vontade de voltar a casa que dividira com Daniel, dizendo que queria buscar uma coisa muito importante que ficara por lá.

Por um lado, o loiro entendia que deviam haver coisas dela que lhe eram importantes e que ela gostaria de retomar, mas por outro, aquela situação o incomodava. Desde que voltara da conversa com Daniel, Regina estava estranha. Calada, com o pensamento longe...e ele tinha duvidas de que voltar a antiga casa poderia lhe fazer bem.

— Não se preocupe meu amor. – falou a morena, tentando tranquiliza-lo. – Eu estou bem, de verdade. Tudo que preciso é buscar duas coisas que ficaram naquela casa, e que são extremamente importantes pra mim. Depois, podíamos ir visitar o lago, quero me despedir daquele lugar que por tantas vezes me serviu de refugio. Ai sim, poderemos ir embora sem olhar para trás.

A verdade era que Robin ainda estava reticente com relação a retornar a casa que Regina vivera, mas por mais que achasse que aquela não era uma boa ideia, iria apoiar a morena. Se ela achava que precisava voltar lá, então tudo bem, era exatamente isso que iriam fazer.

— Muito bem milady, seu desejo é uma ordem. Só preciso que me mostre o caminho. – respondeu o loiro, dando-se como voto vencido e lançando um grande sorriso para sua preciosa morena.

Ainda era dificil de acredita que aquilo estava realmente acontecendo. Tanto para Robin quanto para Regina, parecia que estavam vivendo um sonho. Um sonho muito bom e extremamente real, mas do qual logo iriam acordar.

Estavam os dois extasiados com a presença um do outro, de certa forma ainda descrentes de que realmente iriam conseguir ficar juntos, depois de tudo que haviam passado. Dentro do carro, a caminho da casa na qual a morena vivera algum tempo de solidão, os dois se pegavam sorrindo um pro outro feito bobos, os corações quase explodindo de tanta felicidade que estavam sentindo.

Alguns minutos depois, estacionaram o carro em frente a imponente casa que a morena jamais conseguira chamar de lar, e o loiro virou-se para ela, dizendo as seguintes palavras: - Vai lá amor. Vou estar esperando por você aqui.

— O que? – questionou Regina, parecendo ligeiramente surpresa com as palavras que ouvia. Ela esperava que Robin fosse com ela, que a ajudasse a passar por aquilo, que estivesse lá, segurando sua mão, enquanto ela enfrentava mais alguns de seus monstros internos, e foi exatamente isso que disse a ele: - Achei que você fosse me acompanhar...por favor Robin...vem comigo?

Se dando conta de que a morena realmente esperava sua companhia naquele momento, o loiro se surpreendeu, afinal, acreditava que Regina iria querer fazer aquilo sozinha, como uma despedida de sua antiga casa, de sua antiga vida.

Diante do pedido dela para que ele a acompanhasse, Robin sentiu seu coração se aquecer e seu sorriso aumentar. Regina queria sua companhia, queria que ele estivesse lá com ela para apoia-la e ampara-la, e esta constatação o alegrou imensamente. De agora em diante a vida seria diferente para os dois. Agora, estavam ali não somente por si mesmos, mas por outro alguém.

— Achei que você fosse preferir entrar lá sozinha. Mas não se preocupe meu amor, eu vou com você. – respondeu, em um tom de voz alegre e carinhoso.

Com aquelas palavras de Robin, os dois saíram do carro e se dirigiram a porta da frente da casa. Do lado esquerdo da porta, havia um vasinho com algumas flores amarelas, que Regina levantou com cuidado, puxando de debaixo dele uma chave.

— Sempre deixava uma chave sobressalente aqui. Fico surpresa que Daniel não  tenha retirado. – explicou à morena, que em seguida se virou e abriu a porta.

Tudo estava exatamente como ela havia deixado a alguns dias atrás quando Daniel a apagara. Parecia que o médico não havia posto os pés ali desde a briga deles, o que de certa forma não a surpreendia. Seu ex-marido era um aficionado por trabalho, e com ela na clinica sob sua vigilância, realmente não haveria para ele nenhuma necessidade de voltar para casa.

Por um momento, Robin permaneceu parado na porta, sem saber se entrava ou não. olhava tudo com espanto, seus olhos treinados de arquiteto observando a beleza e a sutileza daquela construção magnifica.

Olhando para a opulência e a riqueza que aquela casa apresentava, uma dúvida, um medo que até aquele momento não havia mostrado suas faces, se fez presente na mente do loiro. Regina estava acostumada ao luxo e a riqueza. Como seria para ela agora, que ficaria sem aquela casa imensa e cheia de conforto? Eles não haviam decidido nem para onde iriam a partir de agora. Tanto ele quanto ela não tinham emprego...como será que a queda brusca no padrão de vida dela iria afetar o relacionamento deles? Robin amava Regina, amava muito, mas jamais poderia dar a ela uma moradia como aquela.

Enquanto estes temores e inseguranças insuflavam-se pela cabeça do loiro, Regina voltou a falar, despertando-o de seus devaneios: - Nunca consegui chamar esta casa de lar sabia? Para mim ela sempre pareceu mais uma prisão. Bela e sofisticada sim, mas uma prisão, da qual graças a deus e a você eu consegui me libertar.

— Então você não gostava de morar aqui? – questionou o loiro, sem conter sua curiosidade.

— Não. Tenho mais recordações ruins do que boas nesse lugar. Nunca liguei para luxo Robin, e acredite em mim, estou imensamente feliz por trocar todo esse luxo e conforto por uma vida de verdade. – respondeu à morena, que em seguida voltou até onde o loiro estava e o puxou pela mão, voltando a falar enquanto andavam em direção as escadas: - Vamos. Vamos pegar o que viemos buscar e dar o fora daqui. Não aguento mais este lugar, me sinto sufocada aqui.

Pouco depois, os dois adentraram o único lugar no qual Regina sentia ser realmente seu dentro daquela construção enorme: a sala de leitura. Tal como o restante da casa, a sala estava exatamente do jeito que ela havia deixado, o livro que Robin lhe enviara ainda jazia jogado no chão.

Ao vê-lo, a morena soltou a mão de Robin e caminhou até o livro, pegando-o do chão. – Eu estava com ele na minha ultima briga com Daniel. Eu tinha dito a ele que iria embora, que iria deixa-lo, e nós começamos a discutir...e bom, o resto da história você já sabe. – falou a morena, não conseguindo evitar que seus olhos se enchessem de lágrimas com a lembrança daqueles momentos horríveis.

Ao ver o estado no qual Regina se encontrava, ainda fragilizada com tudo que havia acontecido, Robin não pensou duas vezes antes de cobrir a distancia que os separava e abraça-la. Seu braços a envolveram e ele sentiu que ela tremia.

— Sshhh....calma meu amor. Calma, por favor, tente se acalmar. – falou baixinho, perto do ouvido dela, utilizando o tom de voz mais calmo e doce que conseguiu, fazendo o máximo para tranquiliza-la. – Está tudo bem agora. Nada de ruim vai acontecer com a gente, eu prometo. Agora nós estamos juntos, e eu não vou permitir que ninguém nos afaste de novo. Sshhhh....se acalme meu anjo...você não está mais sozinha viu? Eu to aqui pra você.

Aos poucos Robin sentiu que Regina se acalmava, a tremedeira e os soluços deixando seu corpo enquanto ele continuava a abraça-la, afagando seus cabelos. De certa forma, já fazia algum tempo que ele estava esperando por uma explosão como aquela. Sabia que a morena estava guardando muita coisa dentro de si e que uma hoa ou outra ela ia ter que colocar para fora. Bom, a hora havia chegado.

Quando conseguiu se acalmar o suficiente para conseguir falar, a morena levantou a cabeça e olhou fundo nos oceanos azuis que tanto amava. Sentia-se melhor agora, mais leve, como se o choro tivesse levado embora mais uma parte do imenso fardo que a tanto tempo ela carregava sob os ombros.

Como era bom ver que ela não estava mais sozinha, que Robin estava ali, a esperando de braços abertos para recebê-la, mesmo que ela ainda fosse uma pessoa cheia de questões e monstros internos.

Por um momento, sentiu-se ligeiramente envergonhada. Ela não costumava ser assim, chorona e emotiva. Não, a antiga Regina guardava tudo para si mesma, nunca permitia que os outros vissem que ela estava sofrendo...mas o tempo a havia transformado. Robin a havia mudado. Ela simplesmente não conseguia esconder nada dele, era um livro aberto, e inexplicavelmente, isso não a incomodava.

Sentia que podia falar qualquer coisa a ele, que podia mostrar todos os seus lados, sem medo de ser incompreendida, de ser julgada. Tinha certeza que o loiro faria de tudo para tentar compreende-la e ajuda-la, e essa certeza só fazia aumentar o amor que sentia por ele.

Emocionada com o carinho que estava recebendo, a morena voltou a falar, abrindo seu coração enquanto seu olhar se perdia no imenso azul que eram os olhos de Robin: - Obrigada meu amor. Obrigada por estar aqui, por me apoiar, por me entender...eu não queria que você me visse assim, quebrada e chorando, mas prometo que vai passar, que logo vou estar bem de novo. E só que os últimos dias foram um turbilhão de emoções...simplesmente muita coisa para assimilar.

— Não amor, não se desculpe por nada. Você não tem mais que guardar o que sente apenas para si mesma está bem? Estamos juntos agora, e eu quero que seja sempre assim, que falemos tudo um ao outro entende? Eu por você e você por mim. Sempre.

— Sempre. Eu amo você. – foi à resposta da morena, que se aproximou ainda mais do loiro e selou seus lábios em um beijo cheio de amor e agradecimento.

—---------

— Animada para conhecer Nova York? – perguntou Robin, virando-se para Regina, que tinha a cabeça apoiada em seu ombro e olhava pela janela, seu olhar perdido e o pensamento parecendo estar muito longe dali.

— Regina? – tentou novamente o loiro, percebendo que a morena aparentemente não tinha ouvido suas palavras anteriores. Daquela vez no entanto, ela pareceu finalmente despertar de seu devaneio, aparentando estar ligeiramente confusa, o que fez com que Robin risse da situação.

— Onde você estava, hein morena? – perguntou o loiro, ainda com a marca da risada em suas faces coradas.

— Desculpe amor...eu me distrai. Estava lembrando da nossa tarde no lago. Foi tão bom que queria poder ficar lá para sempre. – respondeu a morena, levantando a cabeça para encara-lo. – O que você estava dizendo mesmo?

— Foi uma tarde realmente sensacional não é? Mas para sempre é muito tempo amor e eu tenho certeza de que ainda temos muitos momentos bons para viver. – respondeu, dando um selinho na morena, que abriu um grande sorriso.

— É, você tem razão. Ainda temos um monte de coisas para viver. Cada momento um pequeno infinito particular. – respondeu Regina, sorrindo novamente. – Então, o que você estava dizendo? – emendou, não conseguindo segurar a curiosidade.

— Nada de importante...só perguntei se estava curiosa para conhecer Nova York. Lá tem lugares bem bonitos, tenho certeza que você vai gostar. – respondeu o loiro, que assim como ocorrera com a morena, agora estava com a mente recheada com recordações do que eles haviam vivido poucas horas antes.

Flashback on

— Você tem razão morena, esse lugar é realmente incrível! – exclamou Robin, enquanto seus olhos rodavam por toda a extensão do lago, extasiado com a beleza estonteante do lugar. – Aqui é realmente muito lindo! Só perde em beleza pra um certa morena que não sai da minha cabeça...- continuou, lançado um grande sorriso na direção de Regina, que estava um pouco mais atrás, perto do carro.

— Eu discordo. – brincou Regina, as gargalhadas, se aproximando-se de onde Robin estava. – Acho essa paisagem realmente muito linda, mas acontece que não consigo tirar os olhos de um certo alguém que carrega o oceano no olhar. – continuou a morena, o sorriso alegre e bobo também brincando em seus lábios.

Ela chegou onde Robin estava, se posicionando de forma a ficar de frente para ele. O loiro por sua vez, enlaçou a cintura dela, puxando-a para mais perto. Agora estavam quase colados um ao outro, os olhares perdidos fixos no do outro, as respirações misturadas e os corações acelerados.

— O que você faz comigo hein? – falou Regina, aproximando ainda mais seu rosto do de Robin, os olhos quase fechados e o sorriso enorme anda preso em seus lábios.

— O mesmo que você faz comigo milady. Me tira do chão, me tira o foco. É impressionante, minha mente simplesmente apaga quando to com você. Eu esqueço tudo, a única coisa na qual consigo me concentrar é em você. – se declarou o loiro, repentinamente sentindo a necessidade de que ela soubesse a extensão do que ele estava sentindo.

Regina eliminou a pouca distancia que ainda os separava, colando seus lábios aos de Robin. Aquele beijo dizia tudo. Tudo o que ela sentia, tudo que ela queria que ele soubesse, sem que houvesse a necessidade de palavras.

O beijo, que começou leve e apaixonado, foi aos poucos se aprofundando, ganhando força e intensidade a medida que crescia nos dois a necessidade e o desejo um pelo outro.

Quando a necessidade de ar finalmente se fez presente, os dois já estavam deitados sobre a grama verde que rodeava o lago, arfando sem folego, tentando desesperadamente encher os pulmões de ar.

Aos poucos, suas respirações foram se normalizado e Robin se levantou, oferecendo a mão para ajudar Regina a se erguer. – Acho que temos que nos lembrar que estamos em campo aberto. – brincou o loiro, as gargalhadas dos dois ecoando pelo silencio do lago.

— Acho que você tem razão. – respondeu à morena, ainda rindo. – Vamos, vou te mostrar o restante do lago. Essa provavelmente vai ser a ultima vez que eu venho aqui, e quero que você conheça tudo. – continuou, abrindo um grande sorriso.

Pelos próximos minutos, eles apenas caminharam pelo lago, abraçados um ao outro. Enquanto andavam, Regina contou a Robin histórias de quando ela ia até ali para fugir do mundo, para se esconder de tudo e de todos, para ser ela mesma.

— Esse era o meu refugio. O lugar em que eu não precisava fingir nada entende? – falou a morena, visivelmente emocionada por conta das lembranças que rodavam sua mente.

— E do que exatamente você se escondia meu amor? Porque fugia do mundo? – questionou Robin, ao mesmo tempo curioso e preocupado com a morena, que parecia ainda esconder muitos monstros e mágoas dentro de seu coração.

— Minha família não era das mais fáceis de se conviver sabe...para minha mãe eu tinha que ser a melhor em tudo que fazia. O segundo lugar nunca era aceitável. Ela dizia que “o segundo lugar é o primeiro e principal perdedor”, e a convivência com ela não era das melhores. Dona Cora era uma mulher difícil, que queria que tudo saísse do jeito dela. Quando ela percebeu que sua preciosa filha não era exatamente o que ela esperava, o que havia planejado....bom. digamos que ela não ficou muito feliz. Então eu vinha para cá e passava algumas horas no silencio do lago. Pelo menos aqui eu não era uma decepção ambulante. – respondeu Regina, finalmente permitindo que uma lágrima solitária rolasse por sua face.

— Sei bem como é sofrer pressão da família. Comigo foi assim também de uma certa forma, mas no meu caso era o meu pai que tinha essa mania controladora. No fim das contas, por um tempo eu fiz o que ele queria...até que percebi que os planos dele não eram o que me deixava feliz.

Percebendo que a morena continuava calada, provavelmente envolta em lembranças de seu passado, Robin parou de andar e virou-se de frente para ela, encarando os olhos castanhos que tanto o fascinavam.

— Não meu amor...não fique assim. Você é uma pessoa incrível Regina, nunca deixe que os fantasmas de seu passado lhe façam pensar o contrario disso. Olhe só o que você fez por mim morena! Você transformou a minha vida, virou ela de cabeça pra baixo, e foi a melhor coisa que me aconteceu! – falou, enquanto afagava as bochechas molhadas pelas lágrimas de Regina, que apesar do choro conseguiu abrir um sorriso. Robin tinha razão. O tempo de choros e sofrimentos tinha acabado. Estava na hora de ser feliz, e era exatamente o que ela iria fazer.

— Você tem razão. Chega de chorar por quem não merece. Mas preciso continuar a falar amor...preciso me libertar disso entende? Sei que era pra gente apenas aproveitar esse dia lindo, mas sinto que está na hora de você me conhecer por completo, com todas as minhas amarras e cicatrizes. Você me ouve? Promrto que vou tentar não chorar mais. – falou, soltando uma risada nervosa.

Agora que as palavras tinham finalmente deixado sua garganta, ela sentiu que era exatamente daquilo que ela precisava. Tinha a necessidade de falar sobre si, e tinha absoluta certeza que Robin estaria disposto a ouvi-la.

— Claro que sim morena. Estou aqui para ouvir tudo que você quiser me contar. Sempre. – com estas palavras, Robin pegou na mão de Regina e a conduziu até uma grande arvore que havia nas proximidades.

Sentaram-se no chão, abraçados um ao outro, e a morena começou a falar. Contou a Robin como a relação com sua mãe era difícil e como era próxima ao pai. Contou que se casara com Daniel por conta da pressão da mãe, que acreditava que um médico rico e bem sucedido era o melhor que sua filha poderia arranjar.

— Eu não acredito nisso! – interrompeu-a Robin, quando ela contou eu havia sido pressionada a se casar. – Como ela teve coragem de fazer isso? E porque você cedeu Regina? Poderia ter simplesmente dito que não iria se casar e ponto final...- falou, ligeiramente exasperado ao imaginar a situação pela qual ela tivera que passar...

— Sim, eu podia ter me recusado. Mas de certa forma, achei que este casamento era um recomeço para mim entende? Eu gostava de Daniel, e achei que se saísse de casa tudo seria mais fácil, eu poderia finalmente me livrar do julgo da minha mãe. Mas não foi exatamente isso que aconteceu...meu casamento apresentou problemas logo no inicio, e eu percebi que tinha cometido um erro. Estava planejando me separar de Daniel, mas ai....- repentinamente, Regina interrompeu sua fala, as imagens do acidente que sofrera com seu pai voltando a sua mente.

— O que aconteceu? O que te fez mudar de ideia? – questionou-a Robin, incentivando-a a continuar a falar.

Antes de responder, a morena respirou fundo, tentando organizar as lembranças embaralhadas em sua mente. Era muito difícil lembrar-se daquele dia. Era duro demais ouvir as palavras duras que sua mãe lhe dissera quando ela acordara no hospital depois do acidente...

— Eu e meu pai estávamos a caminho da casa de campo. Eu contei a ele que não estava feliz em meu casamento , e ele me incentivou a lutar por minha felicidade, me disse que se eu não estava feliz era melhor que me separasse. Depois o assunto mudou, e voltamos a discutir sobre musica, um ponto sempre controverso entre nós dois por sinal, e ele me disse para escolher o próximo disco. Eu me abaixei para pegar o estojo onde os CDs estavam, mas ele caiu da minha mão. Foi apenas um segundo, e quando eu dei por mim....eu...não tive tempo de desviar e....

Novamente, Regina não conseguiu continuar a falar. A perda do pai ainda era uma ferida aberta, um machucado que ela duvidava que um dia iria cicatrizar algum dia.

— Você está bem? Acho que chega de emoções fortes por hoje não é morena? Da pra ver que este assunto mexe muito com você, é nítido que você se culpa por esse acidente. Mas não tem que ser assim. A própria palavra diz, foi um acidente. Você não tinha como prever o que iria acontecer. Você não tem culpa meu amor, escute o que eu estou dizendo está bem? A vida tem dessas coisas...nos prega peças, peças que as vezes são extremamente cruéis, mas você não pode se culpar por isso, está me ouvindo? – falou o loiro, desesperado para fazer alguma coisa para que Regina se sentisse melhor.

— Vamos morena, vamos caminhar, você precisa distrair sua mente. Não faz nada bem para você ficar recordando essas coisas. Você não tem culpa de nada do que aconteceu, e não pode ficar sentada ai mergulhada na tristeza. A vida esta nos dando uma nova chance, e prometo que vou fazer o que estiver ao meu alcance para que você seja muito feliz. E vamos começar tirando essas caraminholas da sua cabeça. – Robin continuou a falar, se levantando da grama e levando Regina junto com ele. – Tive uma ideia! E se nós mergulhássemos? Uma despedida com muito estilo deste lugar que te fez tanto bem, não acha?

— O que?? Mergulhar? Robin...não sei se essa é uma boa ideia, nós nem temos roupa de banho aqui...- começou a protestar Regina, mas o olhar travesso do loiro fez com que seus argumentos morressem rapidamente.- Aaah, está bem. Por que será que não consigo dizer não para você hein? – continuou a morena, tirando os sapatos enquanto falava.

Robin fez o mesmo e eles se aproximaram do lago. Quando chegaram a margem, no entanto, a morena recuou para longe. – Acho que não vou não, vai você. Essa água deve estar um gelo.

— Nada disso, você concordou comigo, agora vai ter que mergulhar.- respondeu Robin, virando-se para encarar a morena, que sorria abertamente para ele, negando com a cabeça.

— Não...não vou não. – disse Regina, que no mesmo instante disparou a correr para longe do lago, tendo certeza de que Robin estava em seu encalço sem precisar virar a cabeça para verificar.

A perseguição durou alguns minutos. Regina era muito rápida e conhecia aquele lugar bem melhor do que Robin, o que era uma vantagem em tanto. Mas em um certo momento, a energia começou a diminuir e a morena diminuiu o ritmo por apenas um instante, o que foi suficiente para que o loiro conseguisse alcança-la, pegando-a em seus braços.

— Nada disso milady, você não vai escapar desse mergulho tão fácil. – falou, as gargalhadas, caminhando de volta ao lago.

— AH NÃAAO! Me solte! – brincou Regina, em um tom de falso desespero que só fez aumentar a risada de Robin.

— Pronta? – perguntou o loiro, quando eles estavam novamente a margem do lago.

— Não! – respondeu Regina, escondendo a cabeça no peito do loiro.

Ignorando a recusa dela, Robin cobriu correndo a pouca distancia que os separava da agua do lago, e pulou para dentro, fazendo um barulhão e esparramando agua pela margem.

Ao contrario do que Regina previra, a água não estava tão fria, mas o lago tinha uma profundidade razoável, a agua batendo nos ombros de Robin, que agora estava as gargalhadas, ainda segurando a morena no colo.

— Despedida com estilo! – falou, arrancando gargalhadas de Regina, que apertou mais os braços ao redor do pescoço dele.

— Você é maluco sabia? – disse a morena, ainda rindo.

— Sabia. E também sei que você adora isso em mim. Acertei?- respondeu Robin, que enquanto falava traçou uma linha delicada de beijos no pescoço dela, fazendo-a se sentir como se um enxame de borboletas fosse sair de seu estomago.

— Eu amo. – ela respondeu baixinho, soltando seus braços do pescoço dele e segurando seu rosto próximo ao dela. Por um instante seu olhares se encontraram, e tudo que eles viram foi o profundo amor que ali existia, antes de selarem seus lábios e se deixarem levar pelas águas do lago.

Flashback off

— Eu tenho certeza de que vou amar Nova York. Parece ser uma cidade tão cheia de vida...estou louca para conhecer aquele lugar que você me mostrou, o seu lugar favorito no mundo lembra? – falou Regina, a voz dela despertando Robin de seu devaneio.

— Ah sim, claro que me lembro. Vou te levar lá sim! Mas duvido que seja tão especial quanto o lago foi. – respondeu o loiro, um sorriso malicioso brincando em seus lábios.

— Eu não teria tanta certeza disso. – brincou a morena, em um tom misterioso, logo em seguida dando um selinho em Robin e voltando a deitar a cabeça em seu ombro.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
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Choraram?
Aguardando ansiosamente por reviews!!
Beijooos



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