We Don't Fight Fair escrita por Srta Slytherin


Capítulo 6
Capítulo 6, O início da nova vida.


Notas iniciais do capítulo

Bom, esse capítulo está um pouquinho comprido, tenham paciência O.K? Mais compridos que esse virão, um beijo para todos e até o capítulo 7!



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       - As coisas estão assustadoramente calmas hoje – comentei enquanto ficava de vigia com Adam em uma das torres de guarda.

        - Concordo, nenhum mordedor até agora, nenhum barulho na floresta, sabe, já estamos a um bom tempo aqui, fazem quase três meses que tudo isso aconteceu, acho que ninguém vem nos salvar, infelizmente.

            - Acha mesmo?

            - Aham, estou pensando em sair daqui.

            Me surpreendi na hora que ele disse aquilo, olhei para ele meio tonta e perguntei:

            - Por que? Não gosta daqui? É por causa do meu pai? Sei que ele tem arrumado encrenca mas ele passou a vida inteira com minha mãe, Max ainda está um pouco traumatizado também mas...

            Ele sorriu e me interrompeu com um gesto de mão:

            - Calma – me tranquilizou – Seu pai não tem nada a ver com isso, estou pensando em ir procurar meu irmão, sei que ele ainda está por ai sabe? Eu sinto isso, não posso deixa-lo, quando tudo começou e estava em casa mas ele, bom, ele tinha ido visitar hmmm, certas pessoas em outra cidade, talvez não tenha ido para Atlanta mas sei que posso acha-lo!

            - Entendo – falei – se fosse meu irmão também iria atrás dele, você tem razão.

            - Sabe, você poderia ir junto, pensei que, talvez, quem quiser sair comigo, poderia ir.

            Olhei para ele, eu realmente queria ir, mas não podia. Aqui tínhamos um abrigo, comida, proteção, segurança. E tinha Max, nunca o levaria comigo mas também não iria gostar de deixa-lo aqui.

            - Não posso, tem Max aqui e, sabe, não posso deixa-lo sozinho, depois de mamãe ele está meio, alterado, sabe, parou de sorrir tanto, não fala muito, fica mais quieto.

            - Relaxa, eu entendo, acho que vou sozinho mesmo, as vezes eu me pergunto, por que eu quero fazer isso? Sair da segurança? Me arriscar lá fora? Por Quê? Acho que eu sou um idiota mas, preciso achar Kevin. De verdade, eu PRECISO.

            - É, sei como se sente, sabe, acredito que seu irmão está vivo também.

            - Valeu.

            - Pelo que?

            - Acreditar.

            Sorri e me sentei em uma cadeira de praia que achamos lá. Adam faria falta, pelo menos para mim.

%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%

            Acordei com Max me cutucando, abri os olhos bem devagarinho.

            - Mare, Mare, Mare.

            - O que foi? – perguntei com sono.

            - Eu vi algo.

            - Viu o que?

            - Jessie, ela estava encarando os monstros, com dó, conversava com eles, acho que ela ficou maluca.

            Achei estranho, coloquei uma blusa sem ser a do pijama e fui até as cercas onde Jessie era suposta estar vigiando com Brendan.

            Ela estava lá, encarando os mortos na cerca.

            - Jes? – perguntei – O que está fazendo?

            Ela se virou assustada para mim e exclamou aliviada:

            - Ah, só, observando-os.

       - Max disse que te viu conversando com um deles. O que está acontecendo Jessie?

           Após me encarar nervosa e engolir em seco ela disse:

          - Não gosto de mata-los, eles são pessoa Mareena, eles, eles falam comigo, só querem que eu me torne um deles, me junte a minha mãe, querem tornar o mundo melhor, querem que eu vire uma pessoa melhor, são só diferentes.

            Toquei no ombro dela e respondi rispidamente:

           - Essas coisas comeram minha mãe, comeram sua mãe, comeram o pai de Brendan, provavelmente o irmão do Adam e a família do Leo, isso não é vivo, isso é uma bactéria, vírus, infecção, sei lá! Não são pessoas vivas! Eles estão MORTOS! São MONSTROS JESSIE!

            - EU SEI! EU TENTO PENSAR ASSIM! – lágrimas escorriam pelos seus olhos – Só que... isso é tão triste que eu penso que na verdade eles só são diferentes...

            -Você está certa Jes, eles são diferentes, eles estão mortos, nós não, vá dormir, fico com seu turno.

            Triste, ela assentiu com a cabeça e me entregou o rifle em sua mão. Brendan, que viu a cena do alto da torre de vigia, veio até mim e disse:

           - Sabe Mare, Jes era uma líder de torcida meio mimada, ela precisa sonhar um pouco, sabe disso.

            - Sei que isso vai matá-la, ela pensou em se transformar em uma dessas coisas Brend, ela não está bem.

            - Ela vai aprender, de alguma forma um dia ela vai se tocar do que está acontecendo aqui Mare, sei disso, só temo que seja pelo jeito difícil.

            - O que seria o jeito difícil?

            - Não sei, por isso eu o temo.

%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%

            Três dias se passaram da loucura com Jes, eu esperava que ela desencanasse dessa loucura antes que as coisas piorassem, pelo menos ela estava se preocupando com outras coisas que mais ninguém estava, cuidar do Max, lavar a roupa, aprender medicina com Tom, fazer as refeições básicas, bom, eu não tinha muito tempo para me preocupar com ela, estava mais ocupada com meu pai, ele tinha frequentes ataques de raiva, falava sozinho, agia como se minha mãe estivesse viva, era triste e ele teria que melhorar logo, precisávamos dele no grupo sem ser um fardo enorme.

            Conversávamos durante um jantar quando Leo falou:

            - Estive pensando sobre nosso estoque de comida, ele está bom mas precisamos de mais, começar a plantar coisas, preparar a terra, pensar no futuro, temos nove bocas para alimentar contando Luke e somente cinco para ajudar se falarmos nesses termos, eu acho que poderíamos fazer pequenas explorações pelas cidades e mercados vizinhos, postos de gasolina, pegar alimentos, se organizarmos tudo certo poderíamos começar ainda nessa semana, isso facilitaria o trabalho de achar gente, armas, água, munição, o que acham?

            Brendan e eu nos entreolhamos, Adam parecia estar pensando no assunto, meu pai estava de vigia, teríamos que falar com ele antes de decidir, o mesmo acontecia com Jes, por mais que ela estivesse avoada tínhamos que a perguntar, afinal éramos uma democracia.

            Por mais que nosso grupo fosse grande, Tom, Max, Luke e, por mais que doesse admitir, meu pai, não estavam em condições e arranjar suas próprias coisas, se algo acontecesse nós teríamos que cuidar de quatro boas que não contribuem. Achar mais pessoas também seria bom, por mais que tivéssemos que mudar nossa rotina de vida e costumes, seria bom ter mais pessoas, até mesmo para evitar brigas.

            - Precisamos de mais gente mesmo, ainda assim precisam ser de confiança, não podemos pegar qualquer um que vier pela frente, o problema é saber como confiar nelas e onde as deixar até que isso aconteça, alguma ideia? – Adam questionou depois de um tempo.

            - Talvez pudéssemos apenas ficar de olho, controlar a entrada e saída, controlar as armas, deixar essa pessoa talvez um pouco mais separada, o que acham? – Brendan pergunta.

            - É, talvez, isso seria de qualquer forma uma coisa melhor do que ninguém – Tom, que estava no canto da mesa e calado, observa.

            - Bom... então vamos planejar não é? – animei-os.

%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%

            O plano não era muito complicado, eu, Leo, Adam e Jes iriamos sair, ficaríamos no máximo algumas horas fora, procurando gente e qualquer coisa que fosse boa e utilizável, qualquer problema voltaríamos sem nenhuma exceção, meu pai estava um pouco melhor, havia aceitado que minha mãe morreu pelo menos, cuidava um pouco mais de Max, essas coisas, ele teria condição junto de Tom e Brendan de ficar de olho na base.

            Adam dirigia seu Jeep, eu ia no seu lado enquanto Jes e Leo conversavam lá atrás.

         - Final da semana eu vou embora – Adam falou – Procurar meu irmão.

            - Sério? Não queria que você fosse.

            - Preciso ir Mare, eu realmente preciso.

            - Ta, eu entendo, já conversou com mais alguém?

        - Não, não vou levar ninguém comigo nessa missão suicida, vou torcer pra encontrar boas pessoas e não parar de procurar meu irmão até ter certeza se ele está morto ou vivo.

            - Isso não é uma coisa muito inteligente a se fazer sabia?

           - É o meu estilo, não penso muito antes de fazer as coisas, faço por instinto e se tem uma coisa que eu sei Mare é que meu irmão está bem.

            - Fazem cinco meses Adam....

        - Nada disso me importa, vou acha-lo, achei que você fosse entender.

            - Eu entendo mas....

            - Você não acredita que ele esteja vivo não é?

            - Sinceramente?

            - Sabia... bom, eu SEI que ele está vivo.

            - Assim que o achar... você volta?

            - Volto, e se eu o achar, você me deve dez pratas.

            - Fechado.

            Chegamos a uma pequena cidadezinha no meio do nada, era bem pequena mesmo, decidimos olhar por ai melhor antes de decidir passar reto.

            - Duvido que encontremos algo – Leo falou.

            - Não seja pessimista Leo, sempre podemos encontrar algo, por mínimo que seja – Jes deu esperança.

            - Bom, e o que acham que poderemos fazer? – perguntei.

            - Ir em duplas talvez? – sugeriu Leo.

            - Pode ser – concordou Jes.

            Adam confirmou com a cabeça e ordenou:

            - Jes e Leo vão em um grupo, vou com Mare em outro, não podemos nos sapar muito ta bom? Aqui no mesmo local as 16, sem mais nem menos.

            - Vou com Jes na verdade. – falei rápido sem perder a oportunidade, queria ter um pequeno papinho com ela.

            Adam arqueou uma das sobrancelhas e falou:

            - Tem certeza Mare? Se algo acontecer com você seu pai me estripa vivo.

            - Por favor Adam, não me trate como um bebê – pedi – tenho certeza sim se Jes concordar – ela faz um positivo com o dedo – Bom, então vamos lá, todos estão com walkie-talkies carregados, os usem a qualquer sinal de problema ta?

            Todos assentiram, Adam me puxou para o canto e falou:

            - Você sabe que Jes não está muito boa da cabeça Mare, é sério, literalmente se algo acontecer com você seu pai me mata!

            - Vou ficar bem Adam, quero conversar sobre essa coisa com ela antes que seja tarde demais para qualquer coisa, se algo acontecer vai ser horrível, eu não quero ver mais ninguém morrendo como... – travei nessa hora

            - Ta, mas me prometa manter contato a cada 30 minutos ta?

            - Aham, vamos lá, temos coisas para fazer “capitão”.

            - Sabe que a capitã por aqui é você.

            Sorri e fomos, dividimos os suprimentos que tínhamos e cada um foi para um pequeno lado, nada muito separado, longe o bastante para não nos cruzarmos sem querer e perto o bastante para pedirmos reforços e rápido.

            O primeiro lugar em que fui com Jes era um pet shop que achamos, pegamos algumas coisas para Luke, se ele tivesse ração, remédios e brinquedinhos, não teríamos que nos preocupar em dar alimentos nossos para ele.

            - Olha ai – Jes falou assim que cruzamos uma rua.

            Olhei na direção em que ela apontava: Era uma casa grande, três andares, o jardim estava totalmente descuidado, parte de uma boa cerca caída e ensanguentada, a porta bem fechada, fiz um sinal para entrarmos.

            - Eu olho na cozinha e na lavanderia, você fica com a sala de estar e de jantar, depois subimos e vemos os quartos, pegue tudo o que acha ter importância. – ordenei, ela assentiu.

            Achei alguns cereais abertos, barrinhas nutritivas, um achocolatado em pó, algumas garrafinhas de água quentes mas fechadas, macarrão instantâneo e roupas na lavanderia, era o melhor que dava para fazer. Fui até Jes, ela tinha achado algumas baterias meio cheias, pilhas novas e uma embalagem velha de chiclete.

            Subimos as escadas, ouvi um barulho vindo de um dos quartos, fiz um sinal de silencio para Jes e abri somente uma fresta da porta.

            Uma mão me agarrou e começou a me puxar.

            - Jes o facão!

            Ela ficou parada me olhando, pasma.

            - JES!

            Não consegui segurar a porta. O morto foi para cima de mim.


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Notas finais do capítulo

Eai, gostaram?



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