A Mais Digna Das Heroínas escrita por Doyle


Capítulo 5
Revenger


Notas iniciais do capítulo


~ML~



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Marinette não sabia bem como chegara até ali, atrás de uma lata de lixo num beco. Só sabia que estava sozinha, e de repente alguém veio até ela. Conhecia o abraço de Chat Noir muito bem para confundi-lo com qualquer outro, e um canto de sua mente ficou feliz por ele estar ali. Mas sua dor era muito grande para que isso a confortasse. Eles ficaram ali por alguns minutos, imóveis, e nenhum dos dois ouviu o bater de asas tão conhecido de ambos. Nenhum dos dois viu a borboleta negra se aproximando. Mas ambos sentiram a mudança quando o akuma pousou no leque que Marinette trazia à mão. Marinette subitamente levantou-se, a voz de Hawk Moth reverberando em sua cabeça.

Revenger, eu sou Hawk Moth. Esse garoto vai pagar por tê-la feito chorar. Ele nunca mais vai ignorar o seu amor. Em troca de seus poderes, tudo o que peço é que me ajude a conseguir os miraculous de Ladybug e Chat Noir.

Marinette, horrorizada, percebeu que não tinha controle sobre seus movimentos. Sentiu uma fumaça preta e gelada correr por seu corpo, transformando tudo em sua passagem. Com um salto, Revenger deixou o beco e Chat Noir para trás, e aterrissou no parque mais movimentado da cidade. Seu leque triplicara de tamanho e agora era uma arma afiada. Marinette percebeu que, de todos os vilões que Hawk Moth criara até agora, Revenger era a pior. Ela não transformava as pessoas, nem as capturava ou assustava. Ela queria matá-las.  Marinette tentava reaver seus movimentos, e somente sua força de vontade freava a ira sanguinária da outra, abrindo caminho até a casa de Adrien.

Chat Noir não demorou muito para aparecer. Algo nele estava diferente, porém. Seus reflexos pareciam mais lentos e seus ataques estavam hesitantes. Esqueça que sou eu, Marinette queria gritar. Pare-me! Ladybug não virá!

A batalha dos dois estava cada vez mais perigosa. Chat Noir esquivou-se de um golpe com muita lentidão, e não conseguiu evitar o leque mortal, que abriu um corte profundo na altura de suas costelas. Marinette sentiu um peso em seu peito, mas isso não impediu Revenger de continuar a luta.

Chat Noir usou o Cataclismo. Nesse momento, Marinette sentiu um frangalho de esperança, e viu uma saída para toda aquela matança. Desesperada, viu que Chat queria usar seu poder numa árvore para manter Revenger presa até Ladybug chegar. Mas Ladybug não poderá vir, Não poderá! Reunindo todas as suas forças, Marinette invocou todas as lembranças boas que tinha. Lembrou-se de seus pais, seus amigos. Lembrou-se de Alya, sua melhor amiga. Lembrou-se de Tikki. Lembrou-se de Adrien. Lembrou-se de todas as noites em que Chat a visitara, e de como ela se sentia em seus braços.

Então, ela usou toda a força de vontade que conseguira reunir e assumiu o controle, mandando Hawk Moth e a Revenger para o fundo de sua mente. Sabia que só tinha alguns segundos antes que voltasse a ser Revenger novamente, portanto, tinha que agir rápido. Quando Chat Noir chegou perto o suficiente, ela agarrou seu pulso e, olhando direto nos olhos de seu melhor amigo, sussurrou um me desculpe e deixou cair uma lágrima. Chat Noir olhou para ela boquiaberto. Então, antes que pudesse mudar de ideia, ela puxou o braço dele. No instante seguinte, ouviu alguém gritando não! Com certa satisfação, ela sentiu o corpo voltando ao normal e desmoronando. Tudo ficou escuro e, de repente, ela não estava mais lá. Adeus, Chat.

                                                                                     ...
 

Chat Noir estava se saindo muito bem na luta, apesar de não conseguir machucar Marinette. Sabia que Revenger não era suaprincess, mas sua mente recusava-se a pensar nela de outra forma. Mesmo depois de ser ferido, conseguiu mantê-la ocupada.Ladybug, cadê você? Ele não conseguiria continuar por muito tempo, pois estava perdendo sangue. Ele olhou para a árvore atrás de Revenger e teve uma ideia para prendê-la. Invocou seu Cataclismo e correu até ela. De repente, os olhos de Revenger tremeluziram e voltaram a ser azuis. Marinette havia conseguido se libertar de Hawk Moth! Chat Noir ficou espantado, afinal, nunca antes alguém fizera tal coisa.

Marinette deu um passo para frente e segurou o pulso de Chat Noir com força. Olhou em seus olhos e, com um me desculpemurmurado, atravessou seu próprio corpo com o Cataclismo de Chat Noir. Então, ela caiu. Chat segurou o corpo de Marinette antes que ela caísse no chão. Sentindo o desespero invadir seu coração, ele sentiu o calor a deixando, a sua respiração rouca parando e seus batimentos falhando.

— Não! Marinette! Mari, olhe para mim! Você não pode fazer isso comigo... Não pode, está me ouvindo? - Chat sentiu as lágrimas correndo livremente pelo seu rosto enquanto segurava o corpo sem vida de Marinette. Sequer notou quando o leque se quebrou e libertou a borboleta branca que continha. - Por favor... Por favor... Eu te amo, Mari! Amo demais! Você não pode morrer, não faça isso comigo. Marinette...

Chat Noir soltou um grito desesperado, suas emoções girando em um turbilhão, seu coração dilacerado em seu peito.

Aquilo era surreal. Chat Noir sentiu os braços tremendo enquanto agarrava-se com força ao corpo delicado de Marinette. Seu coração parecia ter sido arrancado do peito. Tudo à sua volta tingiu-se de cinza; a vida não fazia mais sentido sem sua princess.Chat Noir chorou desconsoladamente, a dor excruciante tornando-se ainda pior por saber que fora ele quem a matara. Ele sentiu repugnância e ódio de si mesmo.

O rosto frio de Marinette estava molhado das lágrimas que seu gatinho derramava sobre ela. Nunca antes ele experimentara um medo tão devastador, uma tristeza tão profunda. Quando sua mãe morrera, sentiu-se desolado. Sozinho. Mas o tempo curou suas feridas, e Adrien deu continuidade à vida. Mas não havia tempo que curasse o vazio que ele sentia no peito. Não havia tempo que conseguisse abrandar a dor que ele sentia. Nesse momento ele soube que jamais se sentiria vivo outra vez. Ele não suportaria uma existência miserável sabendo que perdera Marinette para sempre.


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Notas finais do capítulo

Vamo que vamo!
~ML~



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