Chat Noir estava se sentindo um completo inútil. Marinette, sua melhor amiga, sua princess, a única garota que o compreendia por completo, a garota que ele aprendera a amar, estava sofrendo. Estava machucada por dentro. E ele não conseguira fazer nada para ajudar.

Quando ela deixou o salão, ele saiu correndo atrás dela sem hesitação. Quando ele saiu na rua, conseguiu vê-la dobrando a esquina. Partiu naquela direção com a maior rapidez que conseguiu. O que poderia ter acontecido? Ele passou por um beco e ouviu um soluço abafado que o fez parar imediatamente. Andando devagar para não assustá-la, se dirigiu até o local de onde vinha o choro.  Quando ele a viu, sentiu-se como se alguém tivesse lhe dado um soco no estômago.

Marinette chorava em silêncio, mas não conseguia impedir o corpo de tremer com a força dos soluços. Sentindo seu coração doer diante daquilo, Chat Noir sentou-se ao lado dela e a abraçou, e dessa vez ela não o repeliu.

Enquanto tentava confortá-la com sua presença, Chat Noir sentia o pequeno volume que sobressaía-se do bolso interno de seu casaco. Há vários meses ele se encontrava com Marinette à noite. Durante esse tempo, ela foi a pessoa mais próxima dele, mais até que Nino, e ele queria mantê-la por perto para protegê-la, o tempo todo. Mas, com Adrien, Marinette se comportava de maneira estranha, como se o garoto lhe causasse repulsa. Quando ele chegava a um lugar onde Marinette estivesse, ela parecia desconfortável. Se ele chegasse muito perto, podia ver que ela suava frio e engolia em seco. Isso realmente o magoava, mas ele sabia disfarçar muito bem suas mágoas. Por isso não fora como Adrien à festa dela.

Depois de tanto tempo convivendo com ela, ele teve de admitir a si mesmo que aquele sentimento que ardia entre eles era amor. Ainda amava Ladybug com todas as fibras de seu ser, mas não podia ignorar o que sentia por Marinette. Ladybug era inalcançável, e ele estava cansado de correr atrás de alguém que muitas vezes nem era real. Ele não sabia quem estava por trás daquela máscara. Mas Marinette estava ali, sempre estivera ali para ele. Não entendia como duas garotas podiam mexer com ele daquele jeito; seu coração lhe dizia que pertencia apenas a uma pessoa, que um amor como o que ele havia sentido não podia ser dividido, mas seu cérebro via duas garotas diferentes.

Mas agora ele teria que encontrar outro momento para se declarar à Marinette e entregar o anel que trazia no bolso. Por enquanto, ele teria de se manter firme e rezar a Deus para que ela parasse de chorar. Porque ele não aguentava vê-la chorar.