Após alguns minutos de caminhada silenciosa, chegaram a um restaurante pequeno, mas elegante e aconchegante. Na entrada, tulipas holandesas exalavam um perfume inigualável, embelezando a porta de madeira rústica que estava entreaberta. Quando eles entraram, o calor reconfortante envolveu Marinette, liberando uma onda de bem-estar que percorreu sua espinha, parando nos dedos dos pés. Ela então notou que o lugar estava vazio e silencioso e sentiu um arrepio. Onde estão as pessoas? Os atendentes? Cadê todo mundo?

De repente, tudo se iluminou e irrompeu uma gritaria. Seus amigos saltaram de todo canto, jogando confetes e serpentinas para o alto, pulando e rindo. Marinette não conseguia parar de gargalhar e chorar. Rapidamente, todos se juntaram ao seu redor, cada um tentando abraçar a aniversariante que tremia de emoção. Alya, sorrindo, chegou com um bolo enorme, de três andares, sendo ajudada por Tom e Nino. Seus pais lhe deram um grande abraço e beijaram seu rosto, agora molhado de lágrimas. Tudo estava tão confuso!

Agora, enquanto Marinette era guiada até o banheiro para se trocar, ela pôde perceber os detalhes. Para começar, todos estavam vestidos com trajes de época. A garota conseguiu distinguir um ou dois vestidos longos da coleção especial do ano passado de Gabriel Agreste. Depois, ela pôde se encantar com a decoração. Não havia dúvida de que sua melhor amiga fora a responsável por tudo em que ela batia os olhos; afinal, fora executado com maestria. Faixas de veludo vermelho foram penduradas por todas as paredes, e o mesmo tecido fora usado em pequenos detalhes, como a toalha de mesa. Fios dourados foram espalhados ao acaso, deixando o restaurante com um ar brilhante, e um papel especial, também dourado, era usado como guardanapo. Marinette notou, sorrindo, que os convidados hesitavam em usá-lo pelo fato de ser muito belo.

Quando Alya e Marinette chegaram ao banheiro, encontraram praticamente um salão de beleza completo. Rose e Juleika levaram-na para vestir-se. O vestido era lindo, um modelo vermelho longo e pregado, com rendas negras decorando o decote, as mangas e a barra do vestido. Depois de ter se vestido, Marinette foi detalhadamente maquiada, perfumada, trançada e admirada. Quando ficou pronta, as garotas soltaram um suspiro coletivo; ela estava simplesmente maravilhosa, como todas lhe asseguraram.

Essa afirmação foi confirmada quando ela apareceu no salão novamente, deixando todos mudos. A garota lançou um olhar ansioso por todos os convidados, procurando por Adrien. Ele tinha que estar ali. Absorta em sua busca, ela se sobressaltou quando alguém pigarreou às suas costas. Marinette virou-se e deu de cara com Chloé e sua melhor amiga, Sabrina. Chloé abriu um sorriso maldoso e cruzou os braços, sendo imediatamente seguida por Sabrina.

— Olha só, Sabrina, a aniversariante estava procurando por alguém... Seria o Adrien? - Marinette congelou. Chloé alargou o sorriso ainda mais - Ora, fofa, você acreditava mesmo que ninguém havia percebido? Você olha para ele de modo tão apaixonadinho... Chega a me deixar enjoada. Mas parece que sua patética migalha de esperança não adiantou... Ele me disse que nunca viria numa festa dessas para perder tempo com alguém como você. E sabe o que mais? Aquele chapéu horroroso que você fez o deixou com alergia por uma semana, e depois disso, ele vem tentando te evitar a todo custo. Vai me dizer que você não notou como ele te olha depois daquilo? Ele só te atura porque é educado, mas nem toda a boa educação do mundo o faria vir até aqui hoje.

Marinette cambaleou. Isso não podia estar acontecendo, não agora.

— Ora, não acredita em mim, querida? Bem, olhe aqui - Chloé virou-se de costas e afastou o longo cabelo descolorido do pescoço - a etiqueta do meu vestidinho. Está vendo? O próprio Gabriel Agreste assinou com a caneta preta personalizada dele. E isso quer dizer - ela sorriu triunfante - que eu estive na casa do Adrien, e falei com ele pessoalmente.

Tudo o que Marinette sempre temeu que acontecesse estava acontecendo. Ela afastou-se daquelas duas, abalada demais para notar Chat Noir vindo ao seu encontro.

— Princess? O que foi? - Chat tomou sua mão - Está gelada. Seu rosto está branco!

Marinette puxou sua mão com força, desvencilhando-se de deu melhor amigo. Ela percebeu que todos a encaravam preocupados. Cega pelas lágrimas, ela virou-se e correu porta afora, deixando todos estupefatos.