Protegida por um Anjo escrita por Moolinha


Capítulo 32
Trinta e Dois


Notas iniciais do capítulo

oi :3
curtam a page da fic (ou não hehe)
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Foi um pouco difícil enrolar meu pai.

Precisamos ainda esperar que as pessoas cantassem os “parabéns” para mim e após isso, precisei ouvir inúmeros parentes falando o quanto eu estava grande e bonita. Meu coração se apertava a cada minuto que se passava e eu não resolvia aquilo com Jack.

Mas depois de um tempo, falamos que o vinho, que papai tanto gosta, havia acabado e que iríamos ao supermercado comprar mais caixas. Meu pai estava tão entretido numa conversa com um dos meus tios que nem pareceu notar que tínhamos saído.

O elevador parou subitamente no décimo quinto andar enquanto estávamos dentro dele e quando eu disse a Jack que Harry me perseguia, bem. Eu não estava mentindo.

— Boa noite. — Harry disse, entrando no elevador e fazendo meu sangue gelar.

Jack me puxou para mais perto dele e fez um pequeno aceno com a cabeça.

— Calma. — Sussurrou pra mim.

Harry deu sua gargalhada cínica e apertou o botão do quinto andar. O quinto andar era um salão de jogos, e pelo que eu saiba, não deve ter ninguém lá.

Encolhi-me.

Sua mão estava dentro do paletó e quando ergui a cabeça para ver o que ele estava fazendo, reconheci a arma que ele apontou inúmeras vezes para mim.

—É seu aniversário, não é Belatriz? Maio é um belo mês, principalmente por causa de hoje. O que acham de jogarmos alguma coisa em comemoração a essa data tão especial?  — Propôs, saindo do elevador.

Jack fez um a careta e me puxou para perto de si.

— Vou resolver isso. Fique calma. — E aí me puxou para fora do elevador, seguindo Harry.

A sala estava escura que só o brilho fraco da lua nos iluminava.

Na nossa frente, Harry tirou a arma do paletó e a ergueu para cima, para que pudéssemos vê-la e se virou para mim, sorrindo.

— É, você tem razão. Esse cara é um tremendo babaca.

A partir daí, Jack não pensou em mais nada e partiu para cima de Harry. Nunca conheci o lado selvagem de Jack, mas ele se saiu muito bem quando jogou a arma para o outro canto do grande salão de jogos, ergueu o punho e deu alguns murros em Harry.

— Jack! — Gritei, sentindo meu coração a ponto de sair pela boca.

Ambos entraram num grande confronto.

Harry também reagiu e para meu desespero deu fortes socos em Jack, que fazia de tudo para me proteger e pelo que eu percebi, também fazia de tudo para pelo menos deixar Harry desacordado para que pudéssemos sair dali vivos.

Quando Jack estava perto da parede de vidro se defendendo dos punhais de Harry, foi surpreendido por um chute e caiu diretamente no chão, batendo a cabeça tão forte, que até mesmo eu, que estava no outro lado do salão encolhida como um rato, pude sentir a dor dele.

Jack. Meu Jack.

Entrei em desespero quando o vi ali no chão gemendo de dor e se remexendo todo, corri para o lado da parede de vidro e me agachei ao lado dele, passando a mão delicadamente por seu rosto.

— Jack? Jack? — Perguntei, vendo seus olhos fechados e percebendo o desespero da minha voz. — Jack?! Fala comigo, Jack.

Ele deu um gemido como forma de avisar que não estava inconsciente.

— Jack? Jack?

Lembrei que corríamos absoluto perigo.

Muito, muito perigo mesmo. O mais estranho disso é que Jimmy não deu as caras. Não o vi em nenhum lugar e quase tive certeza de que nossa história poderia ter definitivamente acabado, claro que no meu coração tenho o mesmo sentimento em relação a ele, mas me pergunto se ele possui o mesmo sentimento em relação a mim.

— Cuidado — sussurrou Jack, apontando o dedo indicador para onde Harry estava parado e rindo de nós dois.

Fazer mal para mim parecia ser a diversão de Harry. Ele ria como se tivesse visto algo engraçado, ou como se alguém tivesse contado uma piada ou feito cócegas nele. O que parcialmente me irrita.

— Harry... — Eu me levantei e me encostei-me à parede de vidro, esperando que ela não se quebrasse. Bem, o vidro tinha de ser resistente ao meu peso. — Você sabe exatamente o que está fazendo.

— Claro. — Ele lançou-me um olhar psicótico e piscou, deixando o sangue que descia do seu nariz e de sua boca a vista.

— Mas você não sempre diz que me ama? — Levantei uma das minhas sobrancelhas. — Porque se você me amar, como realmente diz, porque vai me matar? — Amenizei minha voz.

Ele gargalhou.

— Não amo mais. — Ele ficou sério.

Nos cinco segundos depois, senti que minha cabeça fosse virar de cabeça para baixo. Cinco tiros foram disparados e quando dei por mim, Jack estava na minha frente, me protegendo como sempre. A vidraça atrás de nós se quebrou em milhões de pedacinhos e sem equilíbrio, eu e Jack — que estávamos encostados no vidro — caímos de uma altura macabra e bem alta.

Sempre imaginei minha morte calma e serena numa cama de hospital quando eu tivesse uns cento e cinco anos. Mas eu estava altamente errada.

Era tudo tão estranho porque quando percebi que eu tinha segundos de vida, tudo se veio na minha cabeça como uma onda devastadora e gigante. Tudo que se passou na minha vida nos meus dezessete anos de vida. A noite em que fui a primeira a ver minha mãe morta, as noites quando meu pai e Ana choravam, quando me mudei para NY, quando vi Jimmy pela primeira vez, quando senti arrepios perto de Jimmy, sua voz, seu sorriso malicioso... Tudo veio para minha cabeça, deixando-me confusa. Aquele realmente poderia ser meu fim e eu estava certa disso.

Eu não queria que tudo isso acabasse dessa forma, Harry não podia vencer. Mas o que eu poderia fazer? Estava caindo do quinto andar e minha vida iria encontrar seu fim assim que chegasse ao chão.

Então seria assim, a morte de Belatriz Anne Keaton.

E aquele monstro finalmente iria conseguir de vez o que nunca conseguiu por causa de Jimmy. Ele primeiro tirou minha paz, depois minha esperança e agora ele iria tirar minha vida.


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