Protegida por um Anjo escrita por Moolinha


Capítulo 33
Trinta e Três


Notas iniciais do capítulo

Obrigada por todos os favoritamentos e comentários ♥

page da fic: https://www.facebook.com/protegidaporumanj0/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/713389/chapter/33

Antes de a minha cabeça bater no solo duro e tirar minha vida, senti mãos frias e firmes segurarem todo o peso do meu corpo e automaticamente virei meu rosto, e vi olhos verdes, um rosto pálido e fantasmagórico com perfeitas feições do cara no qual sou apaixonada.

— Jimmy... — Sussurrei.

Jimmy segurava meu corpo e numa fração de segundos depois eu senti que eu estava inteira e viva no chão duro. Ao meu lado, Jack também estava deitado e pelo que parecia, ele estava com leves arranhões e um leve buraco na perna esquerda.

— Jack... — Levantei minha cabeça e pra minha felicidade, não senti dor nenhuma, apenas tonteira. Engatinhei até Jack, que estava bem perto de mim e segurei seu rosto com as mãos. — Jack...

— Ele vai ficar bem, Belatriz. — Disse Jimmy, bem ao meu lado. — Só um tiro na perna. Nada mais.

— Só?

— Poderia ter sido pior. — Ele suspirou.

Acho que vou ficar grata a ele pelo resto da minha vida. Afinal, ele salvou minha vida, e não sei como salvou a de Jack também.

Os olhos de Jimmy transpareciam um vazio imenso.

Não o desprezo e nem a raiva, mas algo sem sentido. Sem os olhares maliciosos com “certa intenção” e cheios de expectativa, não pude reconhecê-lo. Porque ele estava diferente... Frio.

— Como vou tirá-lo daqui? Droga, ele levou um tiro.

O canto dos seus lábios se repuxou e ele deu uma leve risada.

— Ele vai ficar bem. Já disse. — Ele me olhou para que eu parasse de dar uma de maluca. — Como você se sente?

Parei para pensar e senti que minha cabeça estava rodando.

— Tonta. Muito tonta.

Ele ficou sério e me ajudou a me levantar do chão com um simples puxão na mão.

— Belatriz...

— O que é? — Perguntei, enquanto tirava os matos da grama do meu vestido.

— Você precisa sair daqui. Jack ficará bem, confie em mim. Mas é atrás de você que Harry está.

— Sei disso, Jim, mas pra onde eu vou?

Ele me analisou por um segundo.

Na verdade, ficamos nos olhando por alguns minutos e o desejo que existia entre nós voltou com tudo. Porque mesmo estando separada dele, eu ainda sentia o desejo de sua pele quente em contato com a minha, seus calorosos beijos, seus lábios explorando cada centímetro do meu corpo e mais do que tudo, eu sentia a falta de nossas noites preciosas e surpreendentemente prazerosas.

— Vou te levar para minha casa. — Ele pegou minha mão e me puxou para o lado do portão dos fundos do prédio, onde só funcionários podem entrar e sair. — Você vai ficar segura com Louise.

— Mas e Jack?

Ele revirou os olhos.

— Ele vai ficar bem. Não vai acontecer nada com ele.

— Mas e se ninguém o achar? O que vai acontecer?

— Olhe para mim. — Ele me interrompeu. Puxando-me para perto. —Já disse para confiar em mim, Belatriz. — Sua voz era delicada e calma. —Ele está em boas mãos assim como você.

— Certo. Vou me acalmar. — Respirei fundo.

Ele deu um risinho baixo e me puxou outra vez em direção ao ponto de táxi que era ali perto. Surpreendi-me ao ver tantos carros parados ali, então num minuto depois eu já estava dentro de um táxi, com um pouco de frio.

— E aí, o que eu faço amanhã? Falo pro meu pai que eu estava meio revoltada com minha vida e resolvi fugir de casa?

— Eu vou te ajudar.

Encolhi-me.

— Certo, amanhã estarei ferrada. Não posso voltar para casa?

Ele me lançou um olhar de advertência e mordeu o lábio inferior, fazendo meu coração dar fortes marteladas.

— Ele pode estar escondido debaixo da sua cama. Você quer mesmo cair de dezesseis andares ou prefere continuar aqui?

Pensei e claro escolhi ir para a casa de Louise.

— Certo. — Disse Jimmy, depois de eu dar minha resposta. — Vou te ajudar. Amanhã. — E após dizer isso, ele sumiu.

Toquei a campainha da casa de Louise e ela logo apareceu na porta, exibindo um enorme sorriso no rosto.

— Oh, amiga, me desculpe por não aparecer em seu aniversário, mas é que eu realmente não estou bem.

Observei o pijama dela e vi seu rosto extremamente cansado.

— Onde seus pais estão? — Perguntei.

Ela deu de ombros, acendendo a luz da varanda onde eu estava.

— Foram jantar fora.

— Posso te pedir uma coisa?

Ela arregalou os olhos.

— O quê?

— Posso passar a noite aqui? É que eu briguei com meu pai. — Menti.

A boca dela ficou em forma de “O” e logo me puxou para dentro de casa quando viu o frio que eu estava passando.

— Onde estão suas coisas? E Elena? Ela foi para sua casa também? — Ela se sentou no sofá de couro, colocando as pernas para cima.

— Elena foi, mas não passou muito tempo. Lá estava horrível, eu não estava com clima para comemoração e acabei saindo de casa com pressa. — Me aproximei da lareira para aquecer meu corpo. — Louise?

— O que foi?

— Posso te contar uma coisa?

— Claro. — Ela sorriu.

Sentei ao lado dela e nem pensei duas vezes.

— É sobre Harry... — Comecei.

E aí, não hesitei e nem pensei em parar de falar. Como Louise é minha melhor amiga, me senti na obrigação de contar tudo o que Harry fez comigo e porque eu realmente tive de mentir esse tempo todo pra ela. Perdi o medo e ganhei coragem, porque eu estava realmente disposta a mostrar isso e acabar logo com todo esse drama e caos que minha vida está.

Cada palavra que eu disse fez Louise ficar mais atenta, percebendo assim o perigo que sempre esteve ao nosso lado, na Academia.

— Mais alguém sabe?

— Jack. — Respondi.

Ela colocou uma mecha de cabelo para trás da orelha.

— Onde ele está? Ele que te trouxe aqui?

— Eu vim de táxi. Ele está no hospital.

As sobrancelhas dela se estreitaram.

— O que aconteceu com ele?

Acreditem ou não, mas eu também contei sobre tudo o que eu e Jack passamos nessa noite. Passei horas contando todos os detalhes o que aconteceu nos últimos oito meses na minha vida.

Por fim, já notando meu desgaste, Louise me levou até o quarto de hóspedes e claro, eu aceitei.

Combinamos de que no dia seguinte eu iria à delegacia prestar queixa e contaria toda essa história para meu pai.

Já era madrugada e mais uma vez meu pai deveria estar atordoado de tanta preocupação. Com meu sumiço e com Jack no hospital. Claro que eu não queria estar passando por essa situação, mas fazer o quê? Se eu voltasse ao meu apartamento Harry provavelmente me estrangularia.

— Boa noite. — Louise bocejou, entregando-me uma camisola de seda. — E... Parabéns!

— Juro que não queria causar esse problema a você, Lou. Mas eu não podia ir para a casa de Elena porque ela saiu lá de casa justamente para ir a algum encontro geek. — Sorri.

Ela me deu um tapa no ombro e riu.

— Você é como uma irmã para mim. Relaxa, eu te entendo. Vou te ajudar.

Tirei meu casaco e o joguei na grande cama de casal.

— Obrigada!

Ela saiu do quarto e me deixou a vontade para eu me trocar de roupa e tentar dormir.

Juro que fiquei calma e fechei os olhos, tentando dormir profundamente. Algo dentro de mim insistia em me incomodar e trazer preocupação, ansiedade e insônia para dentro de mim. Fitei o teto por um tempo indeterminado até jogar os cobertores para o chão e ficar perambulando pelo quarto, até perceber a figura fantasmagórica de Jimmy que estava na sacada, que me fez parar, pegar meu casaco e ir até ele.

— Está frio. Volte lá para dentro. — Ele disse, antes de eu dizer “Olá”.

Esfreguei minha mão no rosto.

— Não consigo dormir.

Ele se encostou ao apoio da sacada e suspirou.

— É, eu vi. Você estava se mexendo toda.

— Você estava aqui?

Ele sorriu pra mim. Um sorriso perfeito que surgiu nos seus lábios e posso dizer que aquele é meu sorriso preferido, onde pude ver seus dentes branquíssimos e seus caninos ligeiramente pontudos.

— Claro, eu queria me certificar.

— De que eu estou em segurança. — Eu o interrompi. — É, já entendi. — Ele riu de mim e aí, também ri.

— E aí, amanhã vocês vão à polícia?

— Vamos. — Me encolhi dentro do meu casaco.

— Está com medo?

— Muito. — Admiti, suspirando para esquecer meu desespero.

Ele sorriu um pouquinho mais.

— Ei? Eu vou estar com você amanhã.

Senti meu queixo bater e mesmo assim não evitei sorrir pra ele.

Uma de suas mãos se firmou atrás do meu pescoço e quando pensei que ele fosse me beijar, ele sussurrou “vem aqui” e me puxou para seus braços, apertando-me.

Havia algo diferente e reconfortante no seu abraço. Não sei por que, eu falo isso só porque estou apaixonada e fico analisando os abraços dele, mas ele dominava meu corpo de forma tão possessiva e imperativa que parecia que ele devia ter esquecido de toda aquela história de nós não termos futuro juntos, porque eu só o abracei com todas minhas forças e esqueci de todos os meus problemas, como se estivesse passando segundos no paraíso.

— Você está com frio. — Ele sussurrou no meu ouvido com sua voz grossa, encostando seus lábios no lóbulo da minha orelha. — Vamos entrar.

Seus lábios aveludados se encostaram-se ao meu pescoço e ele me deu um leve beijo, provocando aquele familiar batimento rápido no coração. Não sei exatamente o que fez Jimmy mudar de ideia, mas mesmo não sabendo, não desperdicei nem um milésimo daquele momento que estávamos tendo.

Quando joguei meu casaco na cadeira, ele me lançou um olhar de divertimento, cheio de malícia e excitação. No seu sorriso, pude perceber as segundas intenções e apenas pensei na vontade de saciar nosso desejo tanto físico como psicológico.

Amoleci todo meu corpo e permiti que ele fizesse o que bem entendesse, porque eu tinha bastante confiança nele, e nada passava de beijos e abraços. Uma de suas mãos acariciou as maçãs do meu rosto e ele lançou aquele meu sorriso preferido, provocando-me com seu charme diabólico. De um jeito determinado, ele prendeu-me rapidamente entre a parede e seus braços firmes, cravando suas unhas na minha coxa nua, levando-me ao extremo delírio. Nossos rostos ficaram tão próximos, que era possível sentir até mesmo a respiração dele, e seus lábios se encaixaram aos meus perfeitamente, fazendo nossas línguas brincarem e quase se formarem num só nó. Inteiramente, me senti completa. Porque o cara que me provoca arrepios e um gostoso frio na minha barriga estava bem ali, me beijando e me passando todo o conforto que eu necessitava.

— Senti saudades. — Murmurei em seu ouvido, enquanto sentia os lábios dele beijarem meu pescoço deliciosamente.

— Bells... — Ele me lançou um sorriso sincero.

Suas mãos firmes apertaram minhas costas, levando-me para a cama. Pequenas borboletas imaginárias se agitavam dentro do meu estômago, fazendo-me perceber que nunca me senti tão desejada, apaixonada e nunca desejei tanto um homem quanto desejo Jimmy.

Meu corpo estava em cima do dele e automaticamente, me virei e descansei minha cabeça no travesseiro, deixando-o no controle.

Seu casaco de couro foi para o chão e muito delicadamente ele conduziu suas mãos para as alças da minha camisola. Porém, na metade de seu percurso, ele balançou a cabeça negativamente, recuou um pouco e disse:

— Não posso fazer isso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Protegida por um Anjo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.