Start a Riot escrita por Queen Jeller


Capítulo 9
Letters




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/713358/chapter/9

Acordei abrindo os olhos lentamente. A luz do sol já adentrava em meu quarto, revelando que já era manhã. Me desenrolei do lençol para alcançar meu celular no móvel ao lado e olhar as horas. Eram 5:40. No celular, além das horas havia uma mensagem de Jane. Era um coração vermelho, enorme, que até se mexia. Uma simples mensagem para muitos, mas que para nós significava mais do que um simples coração. Sorri involuntariamente e respondi com dois corações.

Levantei-me da cama e me arrumei para ir para o trabalho. Antes de chegar lá, parei em um lugar para começar parte do mais, do mais que eu estava disposto a ser para não deixar Jane sair da minha vida. Arrumei tudo e parti para o escritório

Cheguei no escritório para encontrar tudo ainda vazio. Deixei as coisas como planejadas. Olhei rapidamente nas câmeras e Jane estava voltando da cela do Roman. Ela estava de cabelos molhados, como quem teria recentemente se arrumado. Fui ao seu encontro e com o lugar ainda vazio nos encontramos no corredor. A abracei lentamente e sorrimos um pro outro. Ela me olhou bem nos olhos e depois olhou para trás e vendo que não tinha ninguém ali ainda ela me beijou.

— Bom dia. — Ela disse me olhando com sorriso após o beijo.

Eu ri com seu ato.

— Não tem como o dia ser ruim quando ele começa assim. — Respondi e ela sorriu de volta pra mim. Como eu amava vê-la sorrir assim.

Peguei sua mão direita na minha esquerda e fomos andando lentamente de volta ao bullpen.

— Você dormiu bem? — Perguntei.

Ela acenou que sim com a cabeça.

— E você? — Ela perguntou parando para me olhar.

— Como nunca antes.

Ela sorriu timidamente pra mim e eu a puxei para mais um abraço, dessa vez beijando sua cabeça. Ela me olhou e demos mais um beijo.

— As pessoas vão começar a chegar em breve. — Ela observou.

Eu soltei um pouco do abraço, mas ainda a deixei em meus braços.

— Sim. Teremos que ir trabalhar e ver como todos estão.

— Eu espero que todo mundo fique bem logo. — Ela disse num minuto preocupada.

— Todos já estão bem, Jane. Todos vamos ficar bem.

— Eu espero que sim. — Ela disse sorrindo pra mim até que um barulho apareceu na porta.

Ela se desvencilhou dos meus braços e logo um agente junior passou por nós nos dando bom dia. Respondemos rapidamente. Após ele passar, ela me deu mais um beijo rápido e molhado.

— Eu creio que seja hora de irmos para as nossas obrigações. — Ela disse.

— Sim. — Eu respondi com mais um beijo até que novamente a porta se mexeu. Era Tasha.

Ela limpou a garganta e eu e Jane ficamos vermelhos, mas ela fingiu não ligar embora tenha sustentado um olhar malicioso para Jane.

— Bom dia. — A morena disse.

— Bom dia. — Respondemos em um único som.

— Patterson e Reade estão melhor? — Jane perguntou.

— Sim. — Tasha disse com uma ponta de felicidade. — Eles só vão precisar de uns dias para se recuperar.

Eu olhei pra Jane, que continuava com seu rosto rosado pelo olhar de Tasha.

— Então… — Ela disse envergonhada me olhando. — Estou indo. Bom dia. — Ela finalizou com um sorriso.

— Bom dia, Jane. — Eu disse respondendo com um sorriso até que Jane saiu e Tasha me olhou.

— Bom dia pra você também, Tasha. — Eu disse e ela riu, olhando pra mim e pra Jane e ambas foram para seus destinos.

***

Eu já estava em minha sala quando Tasha voltou para sua mesa. Logo depois foi a vez de Jane aparecer no elevador. Sua mesa era mais afastada, o que me dava a oportunidade de ver todas suas reações em meio ao escritório.

Ela pegou o bilhete e se sentou lentamente, olhando antes para Tasha e depois pra mim. Sustentei o olhar com um sorriso e ela retribuiu. Deus, como eu amava ver ela sorrindo assim. Ela abriu a caixa e Tasha aproximou-se. Logo depois a morena olhou para mim e voltou pra sua mesa rindo. Jane pegou seu celular e logo meu celular estava vibrando.

“Não foi como um sonho pra mim, foi melhor do que qualquer sonho e acordar e ter você aqui confirmando que tudo o que aconteceu ontem foi real só me dar mais forças para fazer com que nossa realidade seja ainda mais terna que qualquer sonho que você tenha pra nós.”

 

Sorri imensamente com sua resposta e a olhei novamente. Agora ela estava abrindo parte do café da manhã especial que eu havia deixado em sua mesa. Ela sorriu novamente pra mim.

“Se sua realidade for ainda melhor do que as coisas que eu passei noites e noites sonhando para nós e planejando para nós, então eu mal posso esperar para sermos as pessoas mais felizes do mundo.”

Ela mandou mais um coração e eu mandei outro. Até que o meu celular vibrou com outra mensagem. Era Tasha.

“Está muito bonito ver você e Jane flertarem tanto assim de longe. Quanta eletricidade.”

Ela mandou seguida de uma carinha sorrindo. Eu respondi com uma carinha sorrindo. Uma mensagem interrompeu nosso momento, era da Agente Ava do escritório da Patterson dizendo que havia tido uma atualização no banco de dados das tatuagens. Fui a sala da Patterson e se tratava de um número de um contêiner que havia acabado de chegar no porto. O time da Patterson conseguiu resgatar imagens de câmeras que haviam chegado e viram um grande membro da Dabbur Zann na filmagem. O carro no qual o sistema de câmeras havia identificado havia sido rastreado e logo eu e todo o time estava cercando-o. Para nossa grande surpresa, o diretor da CIA estava junto com ele.

Ao ver Keaton descendo do carro, Jane começou a ficar nervosa. Eu notei pelo modo como ela se comportou quando ele desceu, mas eu logo me aproximei dela para que ela soubesse que tudo iria ficar bem.

Keaton estava usando a fraqueza do filho do terrorista para obter vantagem sobre uma informação de ataque nos EUA. Ele tinha a informação do ataque em troca de uma cirurgia pro garoto. Por estar nos EUA, rapidamente eu tomei o caso da CIA e fomos ao FBI resolver isso. Ao chegarmos no FBI, Eu e Tasha acompanhamos Keaton e sua equipe, mas Jane sumiu. Quando sua ausência se prolongou, pedi a Tasha que fosse tentar obter informação sobre a cirurgia e pedi para outros agentes ficarem de olho em Keaton. Eu não confiava e nem gostava nem um pouco desse homem.

Corri rapidamente meus olhos pelas câmeras do FBI para encontrar Jane perto da cela do Roman. Ela parecia estar tremendo e eu fui correndo em sua direção.

— Hey. — Eu disse logo que cheguei perto dela.

Ela me olhou assustada e eu a abracei. Ela parecia tão tensa, tão na defensiva. Passei as mãos lentamente por suas costas, tentando acalmá-la e logo ela descansou em meus braços, suspirando fundo.

— Quando eu vi o Keaton aqui eu só pensei que… — Ela disse, mas não conseguiu continuar.

— Shiii. — Eu disse tentando acalmá-la. — Eu jamais deixarei que nada aconteça com Roman. Você é importante pra mim e ele é seu irmão, então ele também é importante pra mim, Jane.

Ela me olhou no fundo dos meus olhos e encontrou conforto. Ela me abraçou um pouco mais forte e eu beijei sua cabeça, amando sentir o cheiro do seu shampoo.

— Obrigada. — Ela disse até que sorrimos um pro outro.

— Agora vamos voltar, por favor. Quanto mais cedo a gente terminar isso, mais cedo esse homem vai embora. — Eu disse pra ela.

Estávamos voltamos pro andar da sala de conferências quando Jane parou pra me olhar.

— Você já o conhecia antes? — Ela perguntou rápido e eu a olhei com estranheza. — Keaton.

— Oh. — Eu disse agora ciente do que ela estava falando. — Tive o desprazer de conhecê-lo na Bulgária, mas nossa relação não é nada boa.

— Foi ele quem me torturou. Só ele.  — Ela disse.

— Eu sei. Ele me contou quando nos conhecemos antes de eu quase matá-lo. — Completei.

Ela me olhou de repente assustada.

— Eu sei que você não é assim, mas obrigada por me defender mesmo naquele tempo.

— Eu realmente não sou, mas você sempre foi algo que me tirou do sério. Agora ele vai pensar mil vezes antes de tocar novamente em você.

Ela sorriu ternamente para mim.

— Eu espero que sim, porque a única pessoa que eu quero tocando em mim agora é você. — Ela disse num sussurro e rimos um pro outro.

Chegamos na sala onde Keaton estava para descobrir que o filho do terrorista estava morto. Ele acabou se rebelando e não nos deu a informação, mas conseguimos descobrir que o alvo era a filha de Keaton que tinha um jogo de basquete ao rastrear seu celular. Com Jane e Tasha e parte da equipe da Patterson conseguimos conter o ataque.

Ela final de noite quando finalmente Keaton foi embora. Vi Jane relaxar ao ver ele indo embora. Nosso escritório estava parcialmente vazio enquanto eu assinava dados da prisão do membro da Dabbur Zann e me peguei olhando pra Jane novamente. Ao terminar, me levantei e fui a sua mesa. Ela estava lendo o bilhete que havia lhe deixado mais cedo. Me aproximei dela.

“Hoje eu tive um bom sonho, mas ele nem se compara a realidade que foi me tornar um só com você ontem. Espero e farei de tudo para que sua realidade também seja melhor que qualquer sonho que você teve. Você é parte de mim agora e eu farei de tudo para fazer dessa parte a mais feliz do mundo. Bom dia e bom café na manhã. Com amor, Kurt”

 

Sorri para ela que logo virou em minha direção. Nesse momento os dois agentes que haviam naquele andar estavam saindo. Eu toquei a mão de Jane ao sentar me ao lado dela fazendo carinho. A peguei com um belo sorriso e beijei suas mãos. Ela se acolheu em meu sentido e sorrimos. Eu adorava conversar com ela pelo olhar. Paramos de nos olhar apenas quando meu celular vibrou. Era Allie.

— Weller. — Atendi rapidamente preocupado.

— Você está em casa ou no FBI? — Ela perguntou.

— FBI.

— Você pode ficar aí? Preciso passar para falar com você.

— Ok. Ficarei aqui aguardando. — Respondi e desliguei.

Jane me olhou preocupada.

— É alguma coisa com o bebê? — Ela perguntou franzindo a testa.

— Creio que não. Ela não parecia nervosa, mas ela quer falar comigo e disse que vai vir aqui. — Terminei quando o elevador abriu e Allie apareceu.

— Você foi rápida. — Disse com estranheza, acompanhando-a até minha sala.

Jane ficou onde estava.

— Eu estava aqui, até por isso liguei mesmo. — Ela disse séria.

— Algo aconteceu? — Perguntei.

— Kurt… — Ela disse e engoli em seco, já sabia que aquele seu modo de falar era quando algo sério estava vindo. — Eu realmente quero que você participe da vida de nossa filha, mas…

— Mas?

— Eu estou indo pra Colorado com Conor. Recebi uma promoção, para trabalhar em escritório como você queria, e a transferência do Conor foi aceita hoje então…

— Você tem certeza que é isso que você quer? — Perguntei com muita tristeza

— Sim.

Ela pareceu tão convencida que eu apenas a cedi um sorriso triste.

— Eu espero que você seja feliz, Allie. E eu sei que disse que achava que parecia meu pai logo que você me contou de sua gravidez, mas hoje eu sei que vou fazer de tudo para não ser ele.

Ela me olhou também com tristeza.

— Eu sempre soube disso. Obrigada por me entender. — Ela finalizou e acenei com a cabeça. — Boa noite.

Ela saiu da sala, mas eu ainda fiquei por lá. Eu não teria mais meu bebê ali comigo, perto de mim e de minha proteção. Como isso me aterrorizava. Meus pensamentos foram interrompidos quando Jane bateu na porta e logo entrou.

— Você está bem? — Ela perguntou e acenei que não com a cabeça.

— Allie vai embora com nosso bebê para Colorado. — Eu disse quando finalmente consegui falar.

Jane chegou perto de mim, pegando em minhas mãos.

— Eu lamento por isso. — Ela disse e me levantei e fui em sua direção. Ela me abraçou e encontrei meu conforto ali, sentindo seu coração com o meu.

— Mesmo assim você ainda será um pai maravilhoso.

Ela me olhou nos olhos conseguindo me confortar ainda mais.

— Você aceita jantar comigo? — Ela perguntou depois de alguns minutos.

— Claro que sim.

Ela pegou na minha mão e fomos a um restaurante chinês que havia na rua. Eu ainda estava triste, mas nem sequer quando estávamos na rua ela soltou a minha mão e eu senti um conforto nisso. Eu não teria meu bebê ali, mas eu ainda tinha Jane e era o que me bastava para fazer a maior parte de mim feliz.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Start a Riot" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.