POV PATTERSON

Era cedo da manhã quando Jane chegou. Ela parecia mais agitada que o normal então eu esperei que boas coisas ela tivesse que me contar. Ela precisava seguir em frente ou se resolver logo com Kurt. Vi ela tirando o casaco e guardando em seu vestiário pela câmera e lhe mandei um sms.

“Bom dia, pode vir em minha sala?”

Mais curiosa do que nunca, a observei pela câmera quando ela pegou seu celular. Ela não demorou para digitar.

“Estou a caminho.”

Ela recolheu seu cartão e a chave de seu armário, juntamente com seu café e saiu. Desliguei as câmeras e abri suas tatuagens. Estava em minha mesa digitalizadora quando ela sentou ao meu lado.

— O que temos? — Ela logo perguntou olhando para a mesa quando eu me virei para ela, parando de mexer.

— Nada. — Eu disse rindo. — Bom dia. Eu só queria saber como você ta.

— Eu estou bem. Obrigada por se preocupar. — Ela disse dando de ombros.

Experimentamos alguns segundos de silêncio. Eu queria quebrar qualquer não confiança entre nós, sabendo que Jane estava se sentindo totalmente sozinha, não era isso que eu desejava para ela depois de tudo que eu sabia que ela tinha passado com a CIA. Era tudo o que Jane menos precisava.

— Então… — Eu disse tentando mudar de assunto. — Como foi seu encontro com Oliver? — Eu perguntei observando Jane engolindo rapidamente seu café e corando um pouco.

— Ah… — Ela disse de seu jeito distraído. — Eu não chamaria de encontro. — Ela finalizou me olhando e continuou. — Nós nos vimos, mas ele me encheu de perguntas e então… — Ela se perdeu em seus pensamentos.

— Então… — Eu disse tentando fazer ela continuar.

— Nós vamos ser amigos. Nos encontramos ontem e decidimos ser só amigos. Vai ser bom assim.

— Porque você ta fazendo desse cara só seu amigo, Jane?

— Eu não posso fazer isso, Patterson. Não é porque eu não quero, mas eu não posso. — Ela disse me olhando agora firmemente.

— Por que? — Perguntei firmemente.

— Eu não posso envolvê-lo nisso, Patt. Não seria honesto construir mais uma ligação com alguém através de mentiras. E mesmo que eu quisesse, — ela prosseguiu reafirmando forte — o que eu não quero, certas coisas nós não conseguimos mentir. Eu não conseguiria mentir, não saberia como encobrir algumas coisas.

— É seu nome? Você pode usar… — Eu quase continuei quando ela me interrompeu.

— É o nome do Kurt. — Ela interrompeu. —Veja, eu posso disfarçar qualquer tatuagem minha, mas e o nome do Kurt nas minhas costas? Como eu explicaria para o cara que eu tenho o nome do “meu irmão” nas minhas costas juntamente com FBI?

Eu tentei sorrir para ela, mas foi falho. Sobramos um pouco de silêncio até que eu toquei em seu braço.

— No futuro você pode apagá-las. Assim você também vai poder recomeçar sua vida.

— Eu espero que sim, mas há um lugar onde o nome dele também está escrito que não é qualquer procedimento que apaga. — Ela disse sinceramente olhando-a até escutar a porta se abrir.

— Talvez com um pouco de ZIP. — Ela sussurrou com um pouco de humor e rimos sem jeito pouco antes de vermos que era Kurt e Zapata se aproximando.

Nos viramos para começar nosso trabalho.

xxx

Ele estava atordoado a tarde toda no dia de hoje. Ele agradeceu mentalmente por Nas não ter aparecido, alegando problema de garganta e mandando um simples SMS avisando, mas ter ido a sala de Patterson para saber qualquer novidade sobre o caso não havia sido uma boa ideia. Ele poderia ter mandado um SMS, mas ele viu que Jane estava lá e resolveu ir.

Algumas horas atrás

Para sua infelicidade, naquele momento, Zapata estava no caminho. Eles estavam no começo do caminho quando escutaram as duas conversando. Zapata colocou a mão em seu peito para escutá-las falando. Não demorou muito até ele escutar o que ele não queria.

— É o nome do Kurt. — Ele escutou a voz de Jane dizendo. —Veja, eu posso disfarçar qualquer tatuagem minha, mas e o nome do Kurt nas minhas costas? Como eu explicaria para o cara que eu tenho o nome do “meu irmão” nas minhas costas juntamente com FBI?

— Cara? — Zapata perguntou a ele. — Que cara?

Ele se virou para ela.

— Oliver. O cara que abordou ela no museu. — Ele completou sério.

Ela bateu nele, pedindo para fazer silêncio.

— Eu espero que sim, mas há um lugar onde o nome dele também está escrito que não é qualquer procedimento que apaga. — Ele escutou sua voz séria falando.

Ele não pôde ouvir mais qualquer coisa. Seu cérebro travou e ele continuou seu caminho antes de tomar qualquer atitude. Ao abrir a porta, escutou a risada das duas, mas não sem antes escutar Zapata sussurrar para ele.

— Eu sabia que ela ainda era apaixonada por você.