Ele estava concentrado em repassar dados sobre seu trabalho dos últimos meses para Pellington até que sua inquietude fez ele tomar o celular. Ele abrir sua aba de mensagens com Jane.

“Nós podemos conversar?” — Ele começou enviando. Ela logo respondeu.

“Estou na sala de Patterson. Você está em sua sala?”

“Conversar, mas não agora. Esta noite.”

“Eu não estou ocupada agora. Podemos falar agora.”

“Preciso conversar com você esta noite. Longe desse escritório.”

“Vá a minha casa segura. Eu não irei a lugar nenhum a menos que Roman me ligue.”

“Ok. Obrigado.” — Ele mandou. Ela visualizou, mas não respondeu.

Alguns minutos depois seu telefone tocou. Era Nas.

— Podemos nos ver essa noite? — Ela perguntou sem rodeios.

— Essa noite? — Ele perguntou com um pouco de ironia. Ela nem era capaz de disfarçar.

— Sim. Você está ocupado agora?

— Agora não. Mas eu vou sair essa noite. Você deve saber, por isso me ligou. — Ele disse sinceramente, sem ser capaz de quaisquer rodeios.

— Não. — Ela disse trabalhando em uma desculpa. —Você não deve confiar nela. Estou querendo te proteger disso. — Ela disse.

— Disso ou de algo seu que eu possa saber que é tão importante a ponto de você está usando o Omaha para olhar minha linha de comunicação?

Ele escutou ela suspirando fundo.

— Depois conversamos sobre isso. — Ela disse e desligou.

Ele riu da maneira com qual ela agia. Ela realmente achava que tinha o controle de tudo. Ela apenas achava.

Ele agradeceu quando a noite caiu e depois de tomar um banho e trocar de roupa ele finalmente foi em direção a casa de Jane. Eles se encontraram em silêncio e foram pra rua. Ele a levou para uma praça extremamente vazia e com pouca iluminação e eles se sentaram em uma certa distância.

Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, ele ergueu o celular dele, tirando a bateria e antes que ela fizesse qualquer coisa, ele puxou suas mãos no casaco ela e ela o olhou incrédulo. Ele tirou a bateria do celular ela até que ela bufou.

— O que diabos está acontecendo? — Ela finalmente perguntou.

— Agora estamos a sós, Jane. — Ele disse mostrando o celular. — Quando seu celular está com bateria, mesmo desligado, ele funciona como escuta para NSA. Tome cuidado com isso.

Ela bufou mais uma vez, sem acreditar que logo ele estava ensinando tal coisa para ela.

— Eu não creio que logo você está dizendo isso pra mim. — Ela disse com um pouco de deboche. — Você está dormindo com uma pessoa que espiona a mim, a você e seus amigos e você vem me falar sobre segurança em espionagem!

— Eu sei que isso foi errado, Jane. — Ele disse finalmente olhando nos olhos dela, virando-se para ficar de frente a ela. — Mas eu estava desesperado!

— Você? — Ela continuou. — Sério? E como podemos descrever como eu estou, Kurt?

— Eu achei que eu não fosse capaz de te perdoar nunca. — Ele disse depois de uns segundos de silêncio entre eles. — Mas então Allie....

— Então você vai ter um filho com ela. — Jane continuou. — Você é confuso.

— Ela abriu meus olhos. — Ele continuou. — Que tudo isso está acontecendo porque eu sou burro, e confuso e estúpido. E eu queria que você soubesse isso. Tudo isso está acontecendo por causa do que eu sinto por você.

— Você ta brincando comigo? — Jane começou, quase se levantando quando ele a puxou.

— Não, Jane. — Ele disse suspirando fundo, quase chorando. — Eu fui atrás de Allie porque estava confuso porque você mentiu para mim e te levaram e eu não podia fazer nada pra impedir. Eu também não podia fazer nada com o fato de que eu sentia sua falta mesmo sabendo que você havia usado Taylor para mentir para mim então eu a usei.

— Então agora você ta colocando a culpa de seu filho também em mim? — Ela disse com olhos vermelhos em raiva.

— Não. Não é sua culpa, mas de minha estupidez. Mas quando você reapareceu eu fiquei confuso. Allie me disse que estava grávida, mas que tinha outro e me aconselhou te escutar, mas eu não quis. Eu tinha medo, Jane.

Ela o olhou e olhou ao redor tentando entender tudo que estava se passando. Não foi o suficiente.

— Então eu me abri com Nas e nós ficamos e eu achava que poderia te esquecer, ainda mais depois de saber que você estava tentando conhecer pessoas novas, mas logo depois eu vi que eu estava errado porque ela estava me usando. Mas eu vi você com Oliver e continuei no meu erro. Continuei no meu erro. — Ele falou agora com lágrimas nos olhos.

— Eu tentei perdoá-la, mas eu não consegui. — Ele disse olhando-a quando uma lágrima escorreu. — Porque o que ela fez não tem perdão.

— Você continua com ela, Kurt.  Suas palavras não vão me convencer. — Jane disse olhando-o, ele retribuiu com um olhar incrédulo, mas ainda com lágrimas. — Você soube o que ela fez e a perdoou mais rápido que a Mayfair e que a mim, quando tudo que eu fiz foi pra te proteger e Mayfair também enquanto você nem sabe ao certo porque Nas está fazendo isso. Se ela só não está tentando obter vantagem como a NSA faz com o FBI por anos.

— Eu te perdoo, Jane. — Ele disse apertando sua mão, mas ela se afastou e soltou. — E espero que você me perdoe por não ter sido sincero antes.

Jane se afastou um pouco mais.

— Eu não preciso de seu perdão. — Ela disse dando um passo para trás. — Eu não preciso de nada mais de você porque eu te dei tudo, te dei meu coração. — Ela disse, se colocando assustada após ter percebido o que falou.

Ele levantou a cabeça em direção a ela.

— Mas você só o machucou. Você realmente partiu meu coração. — Ela disse se virando contra ele. — Então nós não precisamos fazer isso. — Ela disse em tom baixo, mas o suficiente para ele escutar. Ela saiu e o deixou lá, não só com a escuridão da praça, mas de frente a frente com a escuridão que tava sua vida.