Cor do Pensamento escrita por Monique Góes


Capítulo 16
Capítulo 15 - Atlanta


Notas iniciais do capítulo

Olha quem está viva...
Ok gente, eu tentei. Mas eu tô com um bloqueio criativo completamente absurdo e esse capítulo nem terminou como eu queria por causa disso, mas de qualquer jeito, espero que gostem!



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Capítulo 15 - Atlanta

Near passou oito dias no hospital.

Descobrira algumas coisas: A primeira era que realmente haviam dado uma desculpa de ataque de crocodilo, e que Debbi estava se divertindo enquanto criava as provas para não soar estranho demais. A segunda era que a dor que sentia na mão esquerda – a que perdera – era até normal: Chamavam aquilo de “dor fantasma”. Terceiro, o médico estava surpreso com a velocidade com que ele estava se recuperando. Aparentemente ele ainda havia perdido sangue demais, além de chegar em estado de choque e juntamente ao trauma de perder um membro, esperavam que ele ficasse um tempo fraco em sua cama, e não já sentado como estava quando o médico entrara no quarto. Claro, fora obrigado a deitar, mas não estava no estado esperado.

Quarta coisa: Haydée havia lhe dado um nome quase completamente aleatório, com direito a documentos arranjados, novamente, por Debbi, então ele era “William Bellini” por enquanto. Por estarem ajeitando as coisas – e não lhe dando informações adicionais sob o pretexto que ele “precisava de repouso” – então a maior parte do tempo ele ficava... Com Sirius.

Não tinha problema nenhum com o lobisomem, o problema era que ele estava totalmente sem jeito depois que pegara Near e Eamon se beijando, o que deixava o clima do quarto constrangedor quando ele estava lá. Até que chegou o momento em que Near teve que ser sincero.

— Sirius, sério, já está dando. – Acabou dizendo no segundo dia enquanto via o negro passar nervosamente as páginas de uma revista.

— Hã? Quê?

O suspiro cansado escapou de Near. Ele não queria ter que falar sobre aquilo, não era algo que estava ainda muito confortável, mas as coisas estavam difíceis para ele.

— Você está esquisito desde quando você pegou a mim e a Eamon se beijando.

— Eu?! Claro que não! – ele exclamou dando uma risada sem graça, parecendo então perceber que estava sendo nada convincente. – É...

Near se inclinou para o lado e pegou um copo com canudo que estavam escondendo dos médicos. Ele estava bebendo sangue para adiantar um pouco mais a cicatrização para poder viajar o mais rápido quanto o possível. Na primeira vez que bebera sangue, no dia em que seu pai morrera, achara a ideia absurda, mas desde sua coroação, parecera que as coisas haviam mudado. Agora parecia ter até um gosto bom, e talvez pelo menor lado vampírico desperto, ele conseguia até notar mudanças no sabor, que aparentemente poderia ter algo a ver com o tipo sanguíneo.

— Não me leva a mal, eu não tenho nenhum preconceito com o fato de você preferir caras ou não, apesar dos nobres lá provavelmente tentarem jogar as filhas deles para cima de você. – ele respondeu sinceramente. – Só que... Aquele cara lá, o Eamon, você tem certeza...?

E lá vinha. Near já sabia que aquilo ia acontecer.

— Por que essa suspeita com ele?

— Antes que você pergunte, não, não é porque ele é um meio demônio. Zarya é ok, apesar de tudo o que os nobres falam dela, e eu já encontrei outros híbridos antes, é só... Ele tem um ar esquisito. – O loiro franziu o cenho para ele. – Não sei como explicar, você pode considerar isso loucura de lobisomem, mas...

Ele olhou envolta como se para ter certeza de que ninguém iria aparecer do nada.

— Sei lá... Ele não tem magia, certo? Mas ele tem aquela aura esquisita envolta dele... – Sirius parou um instante, pensativo. – Você nunca viu um bruxo que realizou muitos sacrifícios de sangue, certo?

— Eu duvido que tenha algum na corte, embora eu suspeite que a maioria realize.

— Isso todos os nobres fazem uma hora ou outra, mas você nunca viu um que fez... Demais. Muitos. Eles têm uma aura fria envolta deles, e mesmo que eu não seja um necromante nem nada do tipo, é quase como se as almas dos mortos fiquem envolta deles. Eu não vejo isso, mas desde aquele dia no teatro, só de olhar para Eamon, parece que ele tem o mesmo ar.

Near tinha até esquecido de beber o sangue, o canudo preso em sua boca. Sua mente pareceu voltar para a cicatriz que tocara nas costas dele, que o híbrido o impedira de ver.

— Você não vai contar isso pra ele, certo?

— Meus lábios estão selados.

— Ok, então... Toma cuidado, ok?

Logo em seguida Near ouviu um ronco saindo do estômago do lobisomem.

— Ok Sirius, mas eu acho melhor você ir comer.

— É... Eu também acho. Eu volto daqui a pouco.

Não fora nem uma tentativa de fugir da conversa, era porque ele ouvira histórias não muito legais sobre lobisomens com fome. Seja a quantidade em que eles eventualmente comeriam ou a reação que aquilo poderia causar.

Recostou-se na cama, voltando a beber o líquido. Tinha um gosto bom, meio doce, mesmo que soubesse que era sangue e que deveria ter gosto férreo. O coto latejou um pouco, mas ignorou. Dava para sentir de vez em quando os tecidos se fechando de forma não natural.

Sirius dissera que Eamon tinha um ar estranho e o comparara com bruxos que faziam sacrifícios. Por que a sua mente fora imediatamente para a cicatriz? Poderia ter sido um acidente, afinal, ele trabalhava de ladrão, assassino, espião, alguma dessas coisas. Uma queda infeliz, algum trabalho que dera errado...

Mas aí sua mente o lembrou do “eu passei menos tempo na rua do que a maioria dos meios demônios, mas nesse pouco tempo eu vivi o suficiente para não querer proximidade com muita gente”. O que ele havia passado? Zarya falara casualmente de rituais, prostituição...

— Conversa interessante que vocês tiveram.

Near pulou, quase cuspindo o sangue de sua boca quando Eamon apareceu repentinamente empoleirado em sua cama, literalmente se materializando do ar. Ele estava lá?! Mas hein?! Quase levou a mão esquerda para esfregar os olhos, mas então lembrou que não possuía mais uma mão esquerda.

— Pra quê esse susto todo?

— Eu não sabia que você estava aqui! – se defendeu enquanto tentava se recompor. Eamon não estava com um sorrisinho irônico como da última vez que o assustara, e aquilo deixara Near nervoso.

Oh merda, ele havia se incomodado com o que Sirius dissera? Ele então se lembrou que Eamon conseguia mais ou menos ler os seus pensamentos e começou a ficar nervoso.

— Eu estou vendo “culpa” escrita na sua testa. – Eamon acusou ainda naquele tom perigosamente neutro.

Near pigarreou.

— Haydée disse que Zarya foi embora ontem, eu pensava que você tinha ido com ela. – “não estrague tudo, não estrague tudo”.

— Nah, deixe-a sozinha com o marido dela.

— E... Como você pretende voltar?

— Há outras maneiras de se voltar para o Império, príncipe.

Ele sabia que Eamon o chamava de “príncipe” ironicamente, mas algo o incomodou naquele momento, talvez porque não houvera ironia alguma. A conversa anterior fora sem nenhuma maldade, Near não falara nada contra ele, mas dava para ver que havia algo de errado com o outro.

Pôs o copo sobre a mesa de novo, se inclinando para frente.

— Ei, você pode me chamar de “Near”. – disse, tocando o braço que estava próximo a sua perna. – E o que há de errado?

Eamon o olhou.

— Eu falei alguma coisa errada? Sirius lhe chateou?

Viu o maxilar dele se travando por um segundo, antes de relaxar, e percebeu também que suas orelhas grandes, não humanas, se moviam, caindo um pouco, talvez como um filhote triste. Claramente forçado, mas ainda assim. Ele parecia cansado, e este cansaço fazia parecer que ele envelhecera alguns anos.

— Não é nada. Não tem nada de errado.

Ele estava mentindo, e aquilo incomodava Near.

— Ei... – Se inclinou para frente e pegou o pulso de Eamon, mas não esperava o que acontecera em seguida. Ele saltou como se levasse um choque, puxando seu braço tão bruscamente que conseguiu sentir suas unhas sem querer arranhando a pele. Piscou e olhou para a frente, vendo o meio demônio segurando seu pulso com a própria mão, olhos arregalados, pupilas e narinas dilatadas, a respiração alta como um animal encurralado.

O que havia feito?

— Eamon? – Chamou e foi como ele estivesse saindo de um transe. O moreno piscou, e olhou para as próprias mãos, trêmulo, percebendo o que havia feito. Ainda conseguia escutar a sua respiração de longe. Havia lágrimas em seus olhos? O que estava acontecendo? -... Vem cá.

Mais gentilmente, e sem procurar pelo pulso como fizera anteriormente, puxou-o para si, tentando de maneira um tanto falha – pelo menos ao seu ver – abraça-lo com o braço esquerdo enquanto tocava sua nuca com os dedos. Ele pareceu travar por um segundo antes de finalmente enterrar seu rosto em seu ombro.

Ficou chocado ao ver que ele estava realmente tremendo. Para si não havia feito nada demais, mas era exatamente o contrário para o híbrido, e não sabia por quê. Havia causado a lembrança de uma experiência traumática com aquilo?

Percebeu uma cicatriz entre suas omoplatas que a gola de sua camisa não estava cobrindo muito bem, talvez por acidente. Parecia um símbolo marcado a ferro quente, como alguém marcaria um animal.

Near ficou sem palavras. Na verdade, não soube nem o que pensar. Acabou levando os dedos até os cabelos brancos, afundando-se neles enquanto Eamon se acalmava.

— Me desculpa. – acabou falando por fim, seus olhos ainda pregados lá. Ele havia ficado perigosamente quieto em seus braços, e algo lhe dizia que ele sabia que Near estava encarando a marca.

—... Está tudo bem. Eu só... – a voz dele falhou. Não tinha como ele estar fingindo nada daquilo. – Eu só preciso enterrar tudo de novo.

“Enterrar”. Sabia que não era o melhor momento para questionar algo, e assim o fez.

— Fique comigo. – foi o que conseguiu dizer no fim. Ao mesmo tempo em que dissera aquilo da boca para fora, sabia que não o havia. Talvez fosse cedo demais, mas ao ver aquela marca e aquela reação, sabia que sua consciência não o deixaria em paz.

Sentiu-o assentir contra seu ombro.

No oitavo dia recebeu alta com o médico impressionado com sua capacidade de cicatrização, embora nem passasse por sua cabeça como Near a possuía. Tecnicamente, ele deveria voltar para o Império o mais rápido o possível, mas depois do que acontecera, não estava pronto para aquilo. Nem um pouco. Precisava de mais tempo.

— Debbi? – chamou enquanto finalmente estavam arrumando suas coisas para irem embora. Não era muito, já que tecnicamente ele não deveria ter passado oito dias em Nova Orleans.

— Sim, Príncipe?

— Eu não pretendo voltar à Nidus imediatamente. Sinto que ainda preciso de um pouco mais de tempo para me recuperar... Um mês, talvez. – continuou. – Preciso que mande uma mensagem para o ministro Terentius.

Ela assentiu. Terentius já cuidava de assuntos do governo desde a época de seu pai, e foi quase como se não fosse Near que falasse aquelas palavras, embora ele nem tivesse ideia daquilo, nem percebera o olhar surpreso de Debbi ao perceber a semelhança com o antigo príncipe. Mas ela não comentou nada quanto ao assunto.

— Pretende ficar aqui em Nova Orleans?

— Não. Quero ir à Atlanta. – dessa vez percebeu o olhar de dúvida da secretária. – Minha mãe está enterrada lá. E também, por ser uma periferia bruxa, corremos menos riscos do que aqui.

Ela assentiu. Near sentiu o breve cheio de baunilha próximo de si e quase sorriu.

— Só um instante, eu... Preciso fazer uma coisa.

Talvez Debbi tenha pensado que ele precisasse ir ao banheiro ou algo do tipo, de qualquer maneira, assim que ela saiu, virou para o vazio ao seu lado.

— Quer vir conosco?

Dessa vez não se surpreendeu ao ver Eamon se materializar ao seu lado. Ele estava simplesmente encostado contra a cama com os braços cruzados.

— Oh, nossa... É um convite especial?

— Você está por aqui praticamente o tempo todo. E não é como se sua companhia incomodasse.

Ele arqueou uma sobrancelha.

— Ora, o que é isso? Está reconhecendo algum tipo de relacionamento ou algo do tipo?

— Eu estou reconhecendo que eu aprecio a sua presença. Isso lhe incomoda?

Eamon o encarou, e apesar de seus olhos não estarem nem um pouco próximos de estarem duros ou algo do tipo, eles pareciam indecifráveis. Então ele ergueu a mão e tocou seu cotovelo esquerdo, o que era um pouco acima do fim de seu braço, lançando um arrepio pelo membro.

—... Você disse um mês? Ok, acho que dá para suportar...

Acabou rindo um pouco antes da outra mão do moreno escorregar para a sua nuca e puxa-lo para baixo, selando os lábios. É... Os beijos também não eram ruins.

A viagem de Nova Orleans para Atlanta durara apenas uma hora. Não fora nenhuma surpresa para si saber que seu pai possuía propriedade por ali, então literalmente poderia escolher onde ficaria. Como seu horário biológico estava uma bagunça, não parou muito para pensar em nada, apenas acatou a sugestão de Debbi e ao chegarem no apartamento, caiu no sono como se caísse morto.

Quando acordou, já era de noite. Mesmo com o rosto meio enterrado no travesseiro, viu a silhueta sentada sobre a varanda, os pés balançando no vazio. Parou um instante, vendo o contraste escuro contra as luzes noturnas da cidade. De onde estava, parecia quase artístico, como uma fotografia, talvez...

— Eu nunca vim aqui.

Near mudou de posição, deitando sobre suas costas, encarando o teto sobre si. Tentava ao máximo não dormir sobre o braço amputado. Ele não estava latejando, aquilo era bom.

— Eu acordei aqui.

— Engraçadinho.

— Não, é sério, aquela história da maldição... Eu acordei aqui.

Não houve resposta, mas escutou-o saindo da varanda. Near ajeitou-se melhor na cama e não demorou muito para sentir o híbrido subindo nela também.

— Ok, você mencionou isso antes. Pode explicar melhor?

Um suspiro pesado escapou de Near.

— É ridículo. E embaraçoso.

— Agora fiquei ainda mais interessado.

Uma risada sem muito humor saiu de si.

— Lembra que eu disse que o meu nome mesmo é “Near Toy”? Digamos que eu virei o sentido literal do meu sobrenome.

—... Um brinquedo?

— Um boneco.

— Está brincando.

—... Não. Eu passei sessenta e quatro anos dentro de uma caixa como um boneco. Soa estúpido dizer isso em voz alta, mas é a realidade.

Sentia os olhos de Eamon sobre ele. Por causa da penumbra do quarto, não o via direito, mas de qualquer modo, sentia-se embaraçado. A história em si era ridícula.

— É, bom, isso soa estúpido, mas eu duvido que ficar naquela caixa foi legal.

— Não foi. – admitiu. – Eu cheguei a pensar que estava morto. Por que... Bom, eu não conseguia me mexer e estava tudo escuro.

A cama se moveu próximo a si, e virou a cabeça para vê-lo. Aquela era talvez a primeira vez que o via com sua total aparência de meio demônio desde quando o tirara da prisão. Todas as outras vezes, Eamon usara apenas as marcas pretas envolta dos olhos felinos e ocasionalmente as orelhas grandes e pontudas. Vendo-o agora, ele realmente parecia um gato.

—... É surpreendente que você seja remotamente funcional.

— Acho que sim. – empurrou-se para trás, suas costas tocando a cabeceira da cama. Mais por costume que acabara adquirindo, acabou por tocar o toco do seu braço. Olhando mais uma vez, Eamon estava deitado de bruços, tendo pego um dos travesseiros, os pés entrecruzados balançando distraidamente. Na realidade, talvez cansadamente fosse a palavra certa. – Você não está dormindo ultimamente, está?

Ele soltou uma risada seca.

— Está tão na cara? – respondeu para então finalmente enterrar o rosto na fronha, seus pés parando de se mover.

— Não. Mas eu sempre tive esse hã... Talento de ler as pessoas.

Escutou um grunhido abafado, então acabou passando a mão pelos fios brancos. Eles eram irrealisticamente macios, sua textura não parecia muito com cabelo, embora o lembrasse. Era... esquisito. Near então percebeu um som... Familiar que não prestara atenção até então.

—... Você ronrona?

— Não. – foi a resposta seca e abrupta.

— Você está ronronando agora.

O ruído parou imediatamente. Teve vontade de rir.

— Eu não ronrono.

Recebeu um travesseiro na cara quando finalmente riu. O híbrido resmungou alguma coisa antes de virar de costas para si, parecendo emburrado, o que o fez querer rir ainda mais, porém, ficou quieto. Os olhos de Near desceram mais uma vez e viram aquela marca em sua costa, mais uma vez, quase invisível sob a roupa.

 Teve vontade de tocar, mas não o fez.

— Eu sei o que você está olhando.

— Isso lhe incomoda?

— Não gosto que toquem.

Bom que não havia o feito.

—... Como...?

— Eu vivi um ano na rua antes da Zarya me encontrar. Essas merdas acontecem.

A mente de Near não parecia nem saber o que pensar direito.

—... É por isso também que você não gosta que peguem em seu pulso?

— É. – o tom de voz dele deixou bem claro que estavam entrando em um território perigoso, e que Near não deveria tentar entrar lá, assim como antes não devera tocar as cicatrizes nas costas do meio demônio. Assim, acabou respondendo:

— Tudo bem, não precisa me dizer nada que não queira e que não se sinta confortável. Só me avise antes, ok? – não houve resposta. – Hã... Eu acho que eu deva procurar alguma coisa para fazer...

— Acho que essa sua TV enorme pega Netflix.

Net o quê?

Eamon finalmente o olhou por cima do ombro, parecendo levar um tempo para se lembrar com quem estava falando.

— Certo, você é a pessoa que precisa de um banho de cultura pop. Acho que já dá pra começar daí.


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