Os Mutantes: Duplo Destino escrita por ShadowAlexandre
Beto parou seu carro em frente à mansão Mayer.
— Chegamos... Venham, o pessoal está esperando vocês.
Claude retirou o cinto.
— Pessoal?
— Sim. Um pessoal que quer ajudar vocês.
Claude e Renata desceram do carro. Beto se aproximou do portão e o abriu.
— Entrem...
Os dois atravessaram o jardim e entraram na mansão. Lá dentro, Maria, Marcelo, Tatiana e Vavá estavam esperando.
— Ah, são vocês... - Disse Claude.
— Beto... Então você encontrou a Renata... E o Claude. - Disse Maria.
Beto fechou a porta.
— Sim... Claude, nós não vamos te segurar aqui. Se quiser ir embora, fique à vontade.
— Eu acho que vou ficar... - Disse Claude.
Maria e Marcelo se aproximaram. Tatiana cruzou os braços.
— Claude... Eu sinto muito por termos te deixado na ilha. Nós encontramos a Renata, e ela estava baleada... Não tivemos tempo de...
Claude interrompeu.
— Não se preocupem. O importante é que salvaram a Renata. Obrigado.
Maria se surpreendeu com o que Claude disse. Foi a vez de Marcelo falar.
— Claude... Você se importa de contar a sua história para nós?
— Minha... História?
— Sim. Nós queremos saber tudo que você passou até aqui. - Disse Maria.
Claude cruzou os braços.
— A minha história começa cinco anos atrás... E é sobre o meu irmão e eu...
Cinco anos atrás, Guilherme chegou em casa.
— Claude, cheguei...
Claude veio da cozinha.
— Uau, você chegou tarde hoje, heim?
Guilherme bocejou.
— É... Mas está valendo a pena... Estamos estudando bastante sobre os mutantes lá na Progênese.
— Sério?
Guilherme se sentou no sofá.
— É... Temos acesso a informações sobre todos os mutantes. E rapidamente, podemos até mesmo desenvolver algum tipo de forma de trazê-los de volta ao estado humano normal. Claro, para aqueles que se sentirem incomodados.
— Esse mutantes... Quando foi que a humanidade se deixou desviar tanto?
— Não faço ideia. Mas aos poucos acho que vamos entendê-los melhor. A propósito, você está se dando bem sozinho? Eu trabalho quase o dia todo agora...
— Sim, o Rafael às vezes me visita. Ele é um bom amigo. Trabalha como policial, assim como eu.
Claude voltou para a cozinha.
— Quer alguma coisa?
— Não... Eu vou tomar um banho e dormir.
Guilherme foi até o banheiro e Claude continuou na cozinha.
Alguns dias se passaram. Guilherme chegava cada vez mais tarde. Um dia, Claude acordou com um barulho.
— ...Guilherme?
Guilherme veio correndo até o quarto de Claude, em estado de pânico.
— Claude... Claude... Eu fui... Atacado...
Claude se levantou espantado.
— Guilherme... O quê?!
— Foi um vampiro... Ele... Ele me atacou enquanto eu voltava pra casa.
Claude se desesperou.
— Guilherme, eu...
Guilherme empurrou Claude.
— Não chega perto de mim!! Eu posso ser perigoso... Eu preciso... Eu preciso me curar disso antes de atacar alguém!!
— Você tem algum medicamento?
— Não, ainda não conseguimos achar a cura... Mas tem... Aquela garota...
Claude pensou.
— Que garota?!
— Ela está junto com a Liga do Bem... Uma garota com o dom da cura. Ela pode curar os genes de vampiro! Eu tenho que falar com ela.
Guilherme correu até a porta.
— Claude... Se alguma coisa acontecer comigo... Por favor, não tente me encontrar!
— Guilherme, espera!!
Claude correu até Guilherme, mas já era tarde.
No dia seguinte, Claude estava desesperado por notícias de seu irmão. Até que a campainha tocou.
— Guilherme?!
Claude abriu a porta, mas deu de cara com Rafael.
— Claude, eu... Eu preciso te contar uma coisa.
— Rafael... O... O quê...?!
Rafael respirou fundo.
— O seu irmão encontrou a mutante da cura... Mas havia um outro mutante lá chamado Cris, e... Ele odeia vampiros.
O coração de Claude acelerou.
— Ele... Ele não deixou que seu irmão fosse curado... Claude... O Guilherme morreu.
Claude, por incrível que pareça, não esboçou reação alguma. Seu coração aos poucos voltou ao normal.
— Eu sinto muito, Claude, ele...
Foi então que lágrimas começaram a escorrer de seu rosto. Sem saber o que fazer, Guilherme o abraçou.
Alguns dias depois, Guilherme voltou até o apartamento de Claude. A noite começava a cair quando Claude abriu a porta.
— Ah... Entre, Rafael...
Rafael entrou. Claude estava estranhamente calmo.
— Então... Você está bem...?
— Estou...
Claude abriu a porta novamente e olhou para o corredor.
— Você viu o Guilherme?
Rafael levou um susto.
— Q... Quem?
— O Guilherme... Ele anda demorando muito por esses dias... Droga, acho que está trabalhando até tarde...
Foi então que Rafael se tocou: Claude não tinha aceitado a morte do irmão. Ele agia como se Guilherem estivesse trabalhando e não chegava em casa.
— Claude... O Guilherme...
No entanto, Rafael achou melhor não falar nada.
— ...Não, nada... Então... Fora isso tá tudo bem?
Claude riu.
— Claro que está!
Rafael riu por fora, mas por dentro ele não sabia o que fazer. Claude havia criado um "falso estado" para seu irmão.
Vários dias se passaram. Rafael se encontrou com Claude que estava na praça do lago, onde ele e seu irmão costumavam passar o tempo quando crianças.
— Ei, Claude... Já faz alguns dias que não te vejo...
— Hum...
Rafael se aproximou de Claude, que observava o lago.
— Tem... Alguma coisa te incomodando?
— É essa demora do Guilherme... Eu estou começando a ficar preocupado. Será que ele foi viajar e não me avisou?
Rafael sentiu que era hora de acabar com essa alucinação de Claude.
— Claude... O seu irmão morreu!
— ...Do que você está falando? Ele está trabalhando agora...
— Não, ele não está, Claude! Ele foi mordido por um vampiro! E quando foi buscar a cura, aquele mutante, o Cris, que odeia vampiros o matou! Já está na hora de você aceitar isso!!
Claude entrou em choque ao ouvir aquilo.
— Não... Guilherme...
Claude começou a chorar. Rafael se aproximou e colocou sua mão nas costas de Claude.
— Vai ficar tudo bem, Claude...
Os anos se passaram. Claude resolveu largar o emprego da polícia. Um dia, estava em sua sala quando o telefone tocou.
— Alô?
— Claude Fernandes? - Disse o homem do outro lado da linha.
— Sim...
O homem no telefone fez uma pausa.
— Meu nome é Mathias... Você é o Claude, aquele cujo irmão foi morto por um mutante, não é?
Claude se espantou.
— Como... Como você sabe disso?
— Não se preocupe, minhas fontes são confiáveis. Claude, eu tenho algo para te oferecer.
Claude se sentou no sofá.
— Oferecer?
— Sim... Escute, você se lembra da Depecom?
— Claro...
— Eu estou pensando em criar um novo grupo... Um grupo que caça mutantes perigosos, como aquele que matou seu irmão.
Claude estranhou.
— Continue...
— Nós descobrimos a existência de uma droga chama Mx. Ela torna humanos imunes aos ataques de qualquer mutante.
Claude levou um susto.
— Mas... Uma coisa dessas existe?
— Agora existe. Seremos um grupo imbatível. Poderemos caçar qualquer mutante que esteja incomodando a sociedade.
Claude pensou por alguns segundos.
— Pense bem... Você pode até se vingar... Dele... - Disse Mathias.
Claude se interessou.
— Acha que isso seria possível?
— Eu não sei... Vai depender de você. Está dentro ou não?
— Estou.
— Perfeito! Se conhecer mais alguém que pode nos ajudar, estarei disposto a aceitar.
A ligação se encerrou.
Claude se encontrou com Rafael na praça.
— ...Isso é sério? - Perguntou Rafael.
— Sim. Ele pretende usar os benefícios dessa nova droga para lutar contra mutantes do mal.
— E... Você está me convidando para ir com você?
Claude colocou o dedo indicador em sua testa.
— Você não precisa vir, mas... Sendo um policial, você faria mais um bem para a sociedade, não é?
Rafael pensou.
— ...Tudo bem. Se você for eu vou também. Posso me desdobrar entre serviços policiais e... Esse novo grupo.
— Certo.
Claude cobriu o rosto.
— E algum dia... Eu vou me vingar do mutante que matou o Guilherme... Eu quero justiça...
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