Os Mutantes: Duplo Destino escrita por ShadowAlexandre
Claude teve um sonho onde voltou para seus 16 anos de idade. Dessa vez ele estava na escola, no intervalo da aula junto com seu irmão.
— Hã... Guilherme, você vai mesmo pra faculdade? - Perguntou Claude.
— Sim... Já conversei com nosso pai, e ele concordou. Eu vou estudar em outra cidade.
Claude baixou a cabeça.
— Nós vamos nos ver de novo?
— Ei, não seja bobo! Eu vou só estudar lá, e não me mudar pra sempre!
— Mas medicina leva tempo, não?
— É, realmente... Mas eu sempre vou tirar um tempo pra vir pra cá, nem que seja durante as férias. - Respondeu Guilherme.
Claude sorriu.
— Você vai ser um médico dedicado... - Disse Claude.
— Haha, talvez um dia eu tenha que cuidar de você.
— Ei, não diga isso!
— Por que não? Você ainda quer ser policial, não quer?
— Bem... Sim. - Respondeu Claude, baixando a cabeça.
— Então? Policiais constantemente se machucam, não?
— Mas eu vou ser um excelente policial! Jamais vou deixar algum criminoso me pegar!
Guilherme cruzou os braços e sorriu.
— Exato, Claude... Seja forte e ninguém vai te derrubar!
Já na manhã seguinte, Renata estava dormindo, aparentemente cansada da noite anterior. Claude a acordou.
— Renata...
— ...Hum?
Renata abriu os olhos lentamente. A imagem do rosto de Claude surgiu em sua frente.
— ...Claude?
— Venha aqui, você vai querer ver isso.
Renata se levantou e seguiu Claude até a sala. A TV estava ligada, e um telejornal estava sendo exibido.
— E agora uma nova informação sobre o caso da mutante que está sendo procurada por atear fogo em seu próprio apartamento: Uma nova testemunha foi ouvida pela polícia. Trata-se de Carol Lepoldo, uma jovem de 20 anos que é amiga de Renata Sabine. Depois de um longo depoimento a favor da vítima, a polícia decidiu interromper as buscas pela mutante e aguardar por novas informações. Aparentemente, Renata seria incapaz de colocar seus pais em perigo, e muito menos matá-los de acordo com a testemunha.
Renata se surpreendeu.
— Isso... Isso quer dizer que realmente funcionou?
Claude cruzou os braços.
— Sim! Você já pode sair de casa sem ser caçada como uma fugitiva... Claro, algumas pessoas vão olhar mal pra você, mas não podem fazer nada.
Renata deu um leve sorriso e esfregou o rosto, ainda sonolenta. Naquele instante, o celular de Claude tocou. Assim que o retirou do bolso, viu que era a NEO-Depecom.
— É o Mathias...
Renata se espantou.
— O... Seu chefe?
— Sim, e eu já sei o que ele vai falar...
Claude atendeu.
— Alô?
— Claude! Você está vendo o noticiário? - Perguntou Mathias, irritado.
— Sim.
— Você não tinha me dito que aquela garota estava morta?!
— Talvez eu não chequei direito...
Um instante de silêncio se seguiu.
— Claude... Você disse que ela tinha sido soterrada no túnel!
— Eu não sei o que aconteceu, mas pelo visto ela continua viva. E eu não faço a menor ideia de onde possa estar.
Claude ouviu Mathias respirando fundo.
— Claude... A reunião de hoje está cancelada.
— Hã?
— Eu preciso checar umas coisas aqui... Já que você é amigo do Rafael, avisa ele por mim. Eu entro em contato com os outros.
Mathias desligou.
— Que estranho... Ele cancelou a reunião de hoje.
— Vai ver ficou desapontado com você... - Sugeriu Renata.
— Hum...
Claude foi até a estante e pegou uma seringa que estava atrás de uma porta de vidro.
— Mas eu tenho um problema... Minhas doses de MX estão acabando. Eu gastei mais do que deveria nos últimos dias.
— Se ainda tiver pelo menos uma disponível, você pode esperar até amanhã, não? - Perguntou Renata.
— Com toda a Liga do Bem podendo nos atacar a qualquer momento?
Renata pensou.
— Opa...
— Isso não é um grande problema... Eu posso ir buscar agora mesmo. - Disse Claude.
— O quê?!
Claude cruzou os braços.
— A NEO-Depecom é aberta para seus membros, já que só nós sabemos de sua existência. Eu tenho a chave da nova base, assim como todos os membros. Nós entramos lá, pegamos as doses e vamos embora.
— Tem certeza?
— Por que não? Você me espera aqui, eu vou até lá e volto em menos de meia hora. É perigoso você ir.
— Ãh... Tudo bem...
Claude se despediu de Renata e saiu do apartamento.
Alguns minutos depois, o carro de Claude parou em frente à casa abandonada.
— Certo... Entrar, pegar o MX e sair.
Após sair do carro, abriu o portão sem problemas. A porta da frente estava trancada, mas como membro do NEO-Depecom, ele tinha a chave.
— Ótimo... Mathias disse que estavam na gaveta do armário.
Claude se aproximou do armário e abriu uma das gavetas, mas haviam apenas papeis nela.
— Hum... Não estão aqui, e... Espera...
Um dos papeis chamou a atenção de Claude... Havia seu nome nele.
— O que é isso...?
NOME: Claude Fernandes
IDADE: 34
PRÓXIMAS MISSÕES:
— Grupo de vampiros no beco - Derrotar
— Renata Sabine: Matar (Primeiro teste)
— Draco e Telê: Espantar
— Rondas Noturnas (Derrotar algum mutante se necessário)
NOTA: Reduzir a violência das missões por alguns dias após a morte de Renata Sabine para evitar problemas antes dos próximos testes.
Claude lia a nota sem acreditar no que estava vendo.
— Testes... Estão me testando?! Mas...
Claude continuou vasculhando os papeis. Mas tudo que tinha eram missões para os outros membros da NEO-Depecom. E o mais estranho é que nenhum deles havia missões relacionadas a matar mutantes.
— Então... Só eu recebo missões que envolvem matar mutantes?! Mas... Não pode ser...
Claude abriu a segunda gaveta. Lá estavam as caixas com doses de MX.
— Perfeito!
Claude pegou uma das caixas e guardou em sua jaqueta. Mas aquele documento não saía de sua cabeça.
— O Mathias ia me passar mais missões que envolviam matar mutantes, mas... Que história é essa de testes?! O que ele quer comigo?!
Após se certificar de que os papeis pareciam intocados, Claude saiu da casa e a trancou. Em seguida, voltou correndo para seu carro.
Enquanto isso no aeroporto da cidade, César descia do avião ao lado de Irma.
— Irma, já falei que isso não é necessário! - Disse César.
Irma estava de óculos escuros e com parte do rosto coberto por sua blusa.
— Eu disse que só vou tirar meu disfarce na casa do Ari! Depois de todo aquele rolo do Violino Stradivarius, eu não quero mostrar minha cara tão cedo.
— Cedo?! Irma, isso já faz cinco anos! Five Years! - Lembrou César.
Irma continuou disfarçada.
— Tá bom... Se você prefere assim... Mas eu tenho certeza que o taxista não vai te deixar entrar no táxi desse jeito! - Disse César.
— Então vamos a pé! - Sugeriu Irma.
César suspirou.
— Pelo amor de Deus, o que eu fiz pra merecer isso...? What have I done...?
Vendo que não tinha outra escolha, César se rendeu e os dois seguiram a pé.
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