Os Mutantes: Duplo Destino escrita por ShadowAlexandre
Menos de 10 minutos depois, Draco e Telê pararam suas motos em frente ao que parecia ser um prédio abandonado.
— Chegamos! - Disse Draco.
Claude e Renata tiraram os capacetes e desceram da moto. Draco e Telê fizeram o mesmo em seguida.
— Ei, esse lugar... - Comentou Claude.
Draco olhou para o prédio.
— É nostálgico, não?
— Traz muitas lembranças... - Comentou Telê.
Os dois se aproximaram da porta de entrada e fizeram um gesto para que Claude e Renata os seguissem.
— Cuidado... Vai estar escuro... - Disse Draco.
Em frente ao grupo, surgiu uma escadaria em espiral. Com cuidado, todos subiram até chegarem à uma outra porta. Draco se virou para o grupo.
— E aqui está...
Draco abriu a porta.
— O Quartel da Liga Bandida! - Disse Telê.
Uma grande sala com alguns móveis velhos. Havia uma mesa, sofás, e alguma estantes. Uma grande janela dava uma boa visão da cidade.
— Então era aqui... - Disse Claude.
— O local onde vocês planejavam tudo? - Perguntou Renata.
— Exatamente! - Disse Draco.
— Até que não mudou muito... O local continua abandonado. - Comentou Telê.
Claude e Renata observaram bem o local.
— O que restou? - Perguntou Claude.
— Vejamos... - Disse Draco.
Draco foi até uma das estantes e pegou um caderno. Em seguida, tirou o pó de cima.
— Aqui tem algumas anotações que nós fizemos durante toda a nossa jornada. É seu.
Claude pegou o caderno.
— Tem certeza?
— Claro... Digo, é inútil pra nós agora... - Disse Draco.
Claude abriu o caderno e vasculhou as informações.
— Tem informações sobre muitos mutantes aqui... E sobre as ações da Liga do Bem... Eu já tenho isso no meu computador, mas... Alguns trechos aqui são bem mais precisos.
— Talvez pelo fato de que nós presenciamos tudo. - Disse Telê.
Renata pensou.
— Claro... Afinal informações sempre são mais completas quando passadas por alguém que estava presente durante os eventos.
— Ei... - Disse Claude, espantado.
Claude abriu em uma página que chamou sua atenção.
— Aqui tem umas informações sobre... Ele...
Renata se interessou e se aproximou de Claude para ler.
— O Cris passou um bom tempo na Ilha dos Mutantes... Não tinha um tipo de laboratório ou base secreta nesse lugar? - Perguntou Claude.
Draco pensou.
— Sim... Alguns mutantes extremamente perigosos ficaram por lá.
— Como está essa ilha hoje em dia, Draco? - Perguntou Renata.
— Eu não sei... Pra falar a verdade, depois da grande guerra nós nunca mais pisamos lá.
Claude continuava lendo.
— Aqui diz que durante muito tempo vocês aprisionaram os filhos do Guiga. Tem uma descrição dos poderes deles.
— Sim! Principalmente o menino-gênio e a menina da cura. - Disse Telê.
— Nós a usávamos quando nos feríamos. - Disse Draco.
— Vocês não eram exatamente gentis, não? - Comentou Renata.
Telê coçou a cabeça.
— Aqui tem mais... Uau, a Liga Bandida foi muito grande! - Disse Claude.
— Sim, muitos membros passaram por aqui, mas... - Disse Draco.
— Digamos que aos poucos a coisa foi cada vez piorando. - Completou Telê.
— Eu entendo... Vocês foram caçados, não? - Perguntou Claude.
Draco respirou fundo.
— O Depecom vivia correndo atrás da gente. Algumas vezes não conseguíamos lutar e tínhamos que correr e nos esconder.
— Sei como se sentiam... - Disse Renata.
Renata baixou a cabeça. Claude estava totalmente dominado pelo caderno.
— Quem escreveu isso tudo? - Perguntou Claude.
— A maioria fui eu mesmo e o Telê. - Respondeu Draco.
Claude se espantou.
— Então era meio que um diário de vocês?
— Praticamente. - Respondeu Telê.
Claude fechou o caderno e o guardou na sua jaqueta.
— Obrigado...
— Sem problemas. - Disse Draco.
— Claude... Você deixou seu carro na estrada... - Lembrou Renata.
— Eu estou com as chaves. Aliás, nós já estamos indo.
Draco coçou a cabeça.
— Certo... Então, vamos voltar?
— Sim... Esse caderno vai ser útil. - Disse Claude.
— Vamos lá então! - Disse Telê.
O grupo desceu as escadas novamente e voltou para a rua. Após subirem novamente nas motos, Draco e Telê partiram em alta velocidade de volta para a estrada onde se encontraram.
Assim que chegaram, Claude e Renata desceram das motos, tiraram o capacete e devolveram para Telê.
— Então é isso... - Disse Draco.
— Se cuidem. - Disse Telê.
— Vocês também... Lembrem que eu estou de olho em qualquer problema que vocês podem causar. - Lembrou Claude.
— Tudo bem, fique tranquilo... - Disse Draco.
Draco estendeu sua mão para Claude, que o cumprimentou de volta. Telê fez o mesmo com Renata, trocando um aperto de mãos com ela. Em seguida, os dois ligaram suas motos e se distanciaram.
— Que bom que resolvemos tudo na paz... - Disse Renata.
Claude retirou o caderno de sua jaqueta e o observou.
— O diário com todas as informações da Liga Bandida... Isso tem muita informação valiosa...
Claude guardou o caderno de volta em sua jaqueta.
— Eles presenciaram tudo de perto... Eu preciso analisar isso cuidadosamente. É inacreditável como às vezes a ajuda pode vir de onde menos se espera... Vamos voltar pra casa, Renata.
— Sim...
Antes de voltar para o carro, o celular de Claude tocou.
— ...É a Carol! - Disse Claude.
Renata se espantou. Naquele instante, uma fraca chuva começou a cair. Os dois correram para dentro do carro para se protegerem, enquanto Claude atendeu a ligação.
— Alô?! - Disse Claude.
— Claude! Eu preciso falar com você! Onde você está? - Perguntou Carol.
— Estou voltando pra casa com a Renata.
— Ok, posso te encontrar lá?
— Claro!
— Perfeito! Até mais, então.
A ligação se encerrou.
— E então?! - Perguntou Renata.
— Ela quer falar comigo pessoalmente. Vamos logo!
Rapidamente, Claude e Renata chegaram em casa.
— Ela não chegou ainda... - Comentou Claude.
— Então... Vamos esperar...
Claude e Renata estavam apreensivos esperando por Carol. Relâmpagos, trovões e uma chuva que aos poucos ganhava mais força acompanhavam os dois pela janela. Até que a campainha tocou.
— Só pode ser ela! - Disse Claude.
— Meu Deus... Espero que sejam boas notícias... - Disse Renata, apreensiva.
Claude abriu a porta. Carol estava com uma capa de chuva amarela e um guarda-chuva em mãos.
— Claude... Renata! - Disse Carol.
Renata se levantou do sofá e correu até Carol, lhe dando um abraço.
— Carol!! Como eu estou feliz em te ver...
— Não se preocupe, Renata... Eu trago boas notícias!
Claude se animou ao ouvir aquilo, e cruzou os braços.
— Boas notícias? Estamos precisando mesmo! - Disse ele.
Após o abraço, Renata focou em ouvir o que Carol dizia.
— Eu passei... Meu Deus, acho que umas três horas na delegacia falando sobre você, Renata... Eu falei tudo, absolutamente tudo sobre a nossa amizade. Sobre a forma como você falava comigo... O amor que você tinha por seus pais...
Renata respirou fundo.
— E então...?
Carol passou a mão no rosto.
— Eu consegui!
Renata cobriu a boca de tanta alegria. Claude, ainda de braços cruzados esboçou um leve sorriso.
— Sério?! Carol, eu... Eu nem sei como...
— Calma... Tem umas condições. - Disse Carol.
Renata esfregou o rosto. Ela estava quase chorando.
— Veja bem... A polícia não tem nenhuma pista sobre o culpado. Você continua como suspeita até que se prove o contrário. No entanto, os policiais não podem mais te perseguir. Em outras palavras, você está livre para andar pela cidade, mas ainda não é dada como inocente. - Disse Carol.
— Isso já é uma grande conquista... - Comentou Claude.
Renata novamente abraçou Carol.
— Obrigada... Obrigada, Carol!!
— Ei, acalme-se... Eu fiz apenas o que estava no meu alcance...
Após o longo abraço, Claude se aproximou de Carol.
— Ei... Obrigado. Isso também foi importante para mim.
Carol acenou positivamente.
— Sem problemas, Claude... Bem, eu já vou pra casa...
— Eu te dou uma carona. Está chovendo.
— Não precisa, eu...
— Não, é o mínimo que eu posso fazer. - Disse Claude.
Carol riu.
— Tudo bem então... Até mais, Renata.
— Tchau, Carol... Eu nunca vou me esquecer disso...
Claude guiou Carol até a saída, e como prometido, lhe deu uma carona de volta para sua casa.
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