Os Mutantes: Duplo Destino escrita por ShadowAlexandre
Renata acordou. Estava no quarto que pertencia ao irmão de Claude.
— Estranho... Esse ambiente me dá uma sensação de estar em casa...
Renata se levantou. Em seguida, abriu a porta do quarto e procurou por Claude.
— Claude...?
— Aqui, na cozinha! - Gritou ele.
Renata foi até a cozinha. Claude havia preparado uma mesa com o café da manhã.
— Uau, você preparou tudo sozinho?
— Bem... Eu moro sozinho. Sente-se.
Renata puxou uma cadeira e se sentou. Claude se sentou de frente para ela.
— Claude... Tem uma coisa que eu não entendo... A sua missão era me matar, certo?
— Sim.
— Mas você não me matou... Isso não vai te prejudicar?
Claude pensou.
— Nós dois perdemos pessoas muito importantes... Claro, o seu caso é muito mais recente que o meu, mas ambos temos uma cicatriz em nossa alma que não para de doer. Eu não posso te matar.
— Mas você colocou em risco seu nome como membro da Neo-Depecom, não?
— Ainda não sei.
Claude olhou fixamente para Renata.
— Renata... Quando você terminou de contar sua história e veio comigo pro meu apartamento... Como você confiou em mim tão depressa?
— Ãh? - Perguntou Renata, confusa.
— Eu não sou nenhum herói... E ainda tentei te matar. Por que você se rendeu?
— Bem, eu... Não tinha mais nada a perder. Quando você me encontrou, eu tinha desistido da minha vida.
Claude não respondeu, apenas ficou pensativo.
— Mas eu fico feliz de estar aqui... De todas as pessoas que eu conheci, você foi o único que me ofereceu ajuda para descobrir o que aconteceu na minha casa.
— Eu achei que era o mais sensato a se fazer...
Os dois tomaram o café normalmente.
Algum tempo depois, Renata e Claude estavam na sala.
— Então... O que faremos agora? - Perguntou Renata.
Claude cruzou os braços.
— A minha missão é encontrar e eliminar o Cris... A sua é descobrir o que aconteceu na sua casa e livrar o seu nome... Definitivamente a sua é mais importante, então vamos começar por ela.
Renata se espantou ao ouvir aquilo.
— Você... Você está dando prioridade para a minha missão?
— Se vamos trabalhar juntos tentando encontrar o Cris, é importante que você não esteja sendo caçada pela polícia, não é?
No fundo, era como se Claude estivesse focando em ajudar Renata apenas para que a sua missão ficasse mais fácil depois. Mesmo assim, Renata não se conteve e sorriu.
— Tudo bem! - Disse ela, animada.
Naquele instante, alguém bateu na porta.
— Essa não... Eu acho que peguei trauma de batidas na porta. - Disse Renata.
Claude se aproximou da porta.
— Quem é?!
— Sou eu, Rafael.
Claude fez um gesto para que Renata se acalmasse. Em seguida, abriu a porta. Rafael entrou.
— Claude, eu...
Rafael viu Renata.
— Mas o quê...? - Perguntou ele, confuso.
— Acalme-se, Rafael! Eu explico tudo. - Disse Claude.
— É bom me explicar mesmo, porque eu não faço ideia do que está acontecendo aqui.
Claude, Renata e Rafael estavam sentados no sofá. Claude explicou tudo em detalhes para Rafael, desde quando encontrou Renata, até toda a história da garota. Rafael estava de cabeça baixa, com a mão em seu queixo.
— Entendi... Então quer dizer que a NEO-Depecom estava prestes a matar uma mutante inocente?
— Eu temo que sim. - Disse Claude.
Rafael olhou para Renata.
— Você passou por muita coisa, garota... Ainda bem que o Claude teve o bom senso de te ajudar.
Claude cruzou os braços.
— Sim, eu fico feliz dele ter me encontrado. - Disse Renata.
— E eu farei o que for preciso pra te ajudar também. Pode ficar tranquila que eu não vou contar nada na NEO-Depecom.
Renata sorriu para Rafael.
— Afinal, o que você queria, Rafael? - Perguntou Claude.
— Ah, sim... As reuniões voltam amanhã.
— Mesmo endereço?
— Não! O Mathias achou um outro local para nos reunirmos. Aqui o endereço.
Rafael tirou um papel de seu bolso e entregou para Claude.
— Hum... Então quer dizer que ele ainda está preocupado com a possibilidade de sermos descobertos?
— Certamente...
Renata interrompeu.
— Espera um pouco... O que a NEO-Depecom faz afinal?
— O nosso objetivo é capturar mutantes que representam risco para a sociedade. Nós lutamos contra eles até que possam ser imobilizados. Depois o Mathias os leva para a delegacia em segurança. - Respondeu Rafael.
Renata pensou.
— Mas por que vocês precisam agir em segredo?
— Por causa do MX. - Respondeu Claude.
Rafael se espantou.
— Você contou pra ela do MX?
— Eu não tive escolha. Nós lutamos, e ela percebeu que eu estava imune.
Rafael coçou a cabeça.
— Bem, já que esse é o caso... Sim, é isso. O laboratório que descobriu essa droga conhecida como MX fornece os materiais para nós, mas ninguém além dos membros da NEO-Depecom, e agora você, sabe da existência da mesma.
— Por isso eu nunca ouvi falar dessa NEO-Depecom. - Disse Renata.
— Nós agimos no escuro da noite. Assim ninguém suspeita de nada. - Disse Claude.
Rafael cruzou os braços.
— Um grupo que luta contra mutantes e usa uma droga que pode torná-los imunes aos seus poderes não seria bem visto pela população.
— Não mesmo... Especialmente depois que a Liga do Bem fez o mundo enxergar os mutantes com outros olhos... - Comentou Renata.
Rafael olhou em seu relógio de pulso.
— Eu preciso ir... Claude, Renata, o segredo de vocês está seguro comigo.
— Obrigado, Rafael... - Disse Claude.
Rafael se despediu dos dois com um aperto de mão em cada um. Em seguida, Claude o guiou até a porta.
Renata esfregou o rosto.
— Ufa... Ainda bem que ele ficou do nosso lado...
— O Rafael é um bom amigo... Eu devia ser mais grato com ele.
Claude olhou no relógio de parede da sala.
— Então, Renata... Você quer ir fazer compras?
— Hã?
— Não pode usar essa roupa todos os dias, não acha?
— Ah, sim, mas... Não precisa se preocupar assim comigo.
— Isso é o básico... Vamos, eu conheço uma boa loja.
Claude e Renata saíram do prédio e foram até o carro. Durante todo o trajeto, Claude ficou atento para carros da polícia, mas eles pareciam estar menos ativos naquela manhã.
Na loja, Claude esperava Renata que chegou com uma sacola.
— Pronto, Claude.
Claude pegou a sacola e olhou.
— ...Só isso?
— Eu não sou exigente pra essas coisas... Contanto que tenha uma ou duas opções de cada peça, eu já fico satisfeita.
— Você podia ter escolhido outras, mas se prefere assim... Eu vou passar no caixa.
Claude foi até o caixa da loja. Renata se aproximou da porta e observou a rua. Naquele instante, algo chamou sua atenção.
— Essa não! - Disse Renata.
Claude havia terminado de pagar a conta, quando se aproximou de Renata.
— O que houve? É a polícia? - Perguntou Claude.
— Não...
Uma jovem mulher estava atravessando a rua e vindo na direção dos dois.
— Ah, sim... É ela...
A mulher parou em frente aos dois. Era Ágata, que até o dia anterior estava com Renata na Mansão Mayer.
— Renata? O que está fazendo aqui?! E esse homem é...
— "Esse homem" tem nome... Eu me chamo Claude.
Ágata estava confusa.
— Nós ficamos desesperados depois que o Tarso voltou sozinho... Por que você não voltou pra mansão?!
— Eu não preciso de vocês... - Disse Renata.
Ágata ficou ainda mais confusa.
— Eu estou com a Renata agora... E se nos der licença, estamos voltando pra casa. - Disse Claude.
— Espere! Você era o homem que esteve na mansão ontem à noite, e atacou o Metamorfo, o Aquiles e o Daniel!
— Acredite em mim, eu não teria atacado se eles não tivessem feito isso primeiro...
— Eu não entendo, por que você está com ele, Renata?! Ele queria te matar!
Renata respirou fundo.
— Porque ele me entende! - Respondeu Renata.
— Mas como assim? Nós da Liga do Bem queríamos te proteger. - Disse Ágata.
— Vocês queriam me proteger, me manter segura... Mas o Claude, o homem que queria me matar, foi o único que se ofereceu pra me ajudar com meu problema.
A resposta de Renata deixou Ágata em silêncio.
— Agora que ela respondeu sua pergunta... Com licença! - Disse Claude.
Claude passou direto por Ágata. Renata o seguiu e ambos entraram de volta no carro.
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