Os Mutantes: Duplo Destino escrita por ShadowAlexandre


Capítulo 18
O Crime - Parte 2




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Renata acordou. Estava no quarto que pertencia ao irmão de Claude.

— Estranho... Esse ambiente me dá uma sensação de estar em casa...

Renata se levantou. Em seguida, abriu a porta do quarto e procurou por Claude.

— Claude...?

— Aqui, na cozinha! - Gritou ele.

Renata foi até a cozinha. Claude havia preparado uma mesa com o café da manhã.

— Uau, você preparou tudo sozinho?

— Bem... Eu moro sozinho. Sente-se.

Renata puxou uma cadeira e se sentou. Claude se sentou de frente para ela.

— Claude... Tem uma coisa que eu não entendo... A sua missão era me matar, certo?

— Sim.

— Mas você não me matou... Isso não vai te prejudicar?

Claude pensou.

— Nós dois perdemos pessoas muito importantes... Claro, o seu caso é muito mais recente que o meu, mas ambos temos uma cicatriz em nossa alma que não para de doer. Eu não posso te matar.

— Mas você colocou em risco seu nome como membro da Neo-Depecom, não?

— Ainda não sei.

Claude olhou fixamente para Renata.

— Renata... Quando você terminou de contar sua história e veio comigo pro meu apartamento... Como você confiou em mim tão depressa?

— Ãh? - Perguntou Renata, confusa.

— Eu não sou nenhum herói... E ainda tentei te matar. Por que você se rendeu?

— Bem, eu... Não tinha mais nada a perder. Quando você me encontrou, eu tinha desistido da minha vida.

Claude não respondeu, apenas ficou pensativo.

— Mas eu fico feliz de estar aqui... De todas as pessoas que eu conheci, você foi o único que me ofereceu ajuda para descobrir o que aconteceu na minha casa.

— Eu achei que era o mais sensato a se fazer...

Os dois tomaram o café normalmente.

 

Algum tempo depois, Renata e Claude estavam na sala.

— Então... O que faremos agora? - Perguntou Renata.

Claude cruzou os braços.

— A minha missão é encontrar e eliminar o Cris... A sua é descobrir o que aconteceu na sua casa e livrar o seu nome... Definitivamente a sua é mais importante, então vamos começar por ela.

Renata se espantou ao ouvir aquilo.

— Você... Você está dando prioridade para a minha missão?

— Se vamos trabalhar juntos tentando encontrar o Cris, é importante que você não esteja sendo caçada pela polícia, não é?

No fundo, era como se Claude estivesse focando em ajudar Renata apenas para que a sua missão ficasse mais fácil depois. Mesmo assim, Renata não se conteve e sorriu.

— Tudo bem! - Disse ela, animada.

Naquele instante, alguém bateu na porta.

— Essa não... Eu acho que peguei trauma de batidas na porta. - Disse Renata.

Claude se aproximou da porta.

— Quem é?!

— Sou eu, Rafael.

Claude fez um gesto para que Renata se acalmasse. Em seguida, abriu a porta. Rafael entrou.

— Claude, eu...

Rafael viu Renata.

— Mas o quê...? - Perguntou ele, confuso.

— Acalme-se, Rafael! Eu explico tudo. - Disse Claude.

— É bom me explicar mesmo, porque eu não faço ideia do que está acontecendo aqui.

 

Claude, Renata e Rafael estavam sentados no sofá. Claude explicou tudo em detalhes para Rafael, desde quando encontrou Renata, até toda a história da garota. Rafael estava de cabeça baixa, com a mão em seu queixo.

— Entendi... Então quer dizer que a NEO-Depecom estava prestes a matar uma mutante inocente?

— Eu temo que sim. - Disse Claude.

Rafael olhou para Renata.

— Você passou por muita coisa, garota... Ainda bem que o Claude teve o bom senso de te ajudar.

Claude cruzou os braços.

— Sim, eu fico feliz dele ter me encontrado. - Disse Renata.

— E eu farei o que for preciso pra te ajudar também. Pode ficar tranquila que eu não vou contar nada na NEO-Depecom.

Renata sorriu para Rafael.

— Afinal, o que você queria, Rafael? - Perguntou Claude.

— Ah, sim... As reuniões voltam amanhã.

— Mesmo endereço?

— Não! O Mathias achou um outro local para nos reunirmos. Aqui o endereço.

Rafael tirou um papel de seu bolso e entregou para Claude.

— Hum... Então quer dizer que ele ainda está preocupado com a possibilidade de sermos descobertos?

— Certamente...

Renata interrompeu.

— Espera um pouco... O que a NEO-Depecom faz afinal?

— O nosso objetivo é capturar mutantes que representam risco para a sociedade. Nós lutamos contra eles até que possam ser imobilizados. Depois o Mathias os leva para a delegacia em segurança. - Respondeu Rafael.

Renata pensou.

— Mas por que vocês precisam agir em segredo?

— Por causa do MX. - Respondeu Claude.

Rafael se espantou.

— Você contou pra ela do MX?

— Eu não tive escolha. Nós lutamos, e ela percebeu que eu estava imune.

Rafael coçou a cabeça.

— Bem, já que esse é o caso... Sim, é isso. O laboratório que descobriu essa droga conhecida como MX fornece os materiais para nós, mas ninguém além dos membros da NEO-Depecom, e agora você, sabe da existência da mesma.

— Por isso eu nunca ouvi falar dessa NEO-Depecom. - Disse Renata.

— Nós agimos no escuro da noite. Assim ninguém suspeita de nada. - Disse Claude.

Rafael cruzou os braços.

— Um grupo que luta contra mutantes e usa uma droga que pode torná-los imunes aos seus poderes não seria bem visto pela população.

— Não mesmo... Especialmente depois que a Liga do Bem fez o mundo enxergar os mutantes com outros olhos... - Comentou Renata.

Rafael olhou em seu relógio de pulso.

— Eu preciso ir... Claude, Renata, o segredo de vocês está seguro comigo.

— Obrigado, Rafael... - Disse Claude.

Rafael se despediu dos dois com um aperto de mão em cada um. Em seguida, Claude o guiou até a porta.

 

Renata esfregou o rosto.

— Ufa... Ainda bem que ele ficou do nosso lado...

— O Rafael é um bom amigo... Eu devia ser mais grato com ele.

Claude olhou no relógio de parede da sala.

— Então, Renata... Você quer ir fazer compras?

— Hã?

— Não pode usar essa roupa todos os dias, não acha?

— Ah, sim, mas... Não precisa se preocupar assim comigo.

— Isso é o básico... Vamos, eu conheço uma boa loja.

Claude e Renata saíram do prédio e foram até o carro. Durante todo o trajeto, Claude ficou atento para carros da polícia, mas eles pareciam estar menos ativos naquela manhã.

 

Na loja, Claude esperava Renata que chegou com uma sacola.

— Pronto, Claude.

Claude pegou a sacola e olhou.

— ...Só isso?

— Eu não sou exigente pra essas coisas... Contanto que tenha uma ou duas opções de cada peça, eu já fico satisfeita.

— Você podia ter escolhido outras, mas se prefere assim... Eu vou passar no caixa.

Claude foi até o caixa da loja. Renata se aproximou da porta e observou a rua. Naquele instante, algo chamou sua atenção.

— Essa não! - Disse Renata.

Claude havia terminado de pagar a conta, quando se aproximou de Renata.

— O que houve? É a polícia? - Perguntou Claude.

— Não...

Uma jovem mulher estava atravessando a rua e vindo na direção dos dois.

— Ah, sim... É ela...

A mulher parou em frente aos dois. Era Ágata, que até o dia anterior estava com Renata na Mansão Mayer.

— Renata? O que está fazendo aqui?! E esse homem é...

— "Esse homem" tem nome... Eu me chamo Claude.

Ágata estava confusa.

— Nós ficamos desesperados depois que o Tarso voltou sozinho... Por que você não voltou pra mansão?!

— Eu não preciso de vocês... - Disse Renata.

Ágata ficou ainda mais confusa.

— Eu estou com a Renata agora... E se nos der licença, estamos voltando pra casa. - Disse Claude.

— Espere! Você era o homem que esteve na mansão ontem à noite, e atacou o Metamorfo, o Aquiles e o Daniel!

— Acredite em mim, eu não teria atacado se eles não tivessem feito isso primeiro...

— Eu não entendo, por que você está com ele, Renata?! Ele queria te matar!

Renata respirou fundo.

— Porque ele me entende! - Respondeu Renata.

— Mas como assim? Nós da Liga do Bem queríamos te proteger. - Disse Ágata.

— Vocês queriam me proteger, me manter segura... Mas o Claude, o homem que queria me matar, foi o único que se ofereceu pra me ajudar com meu problema.

A resposta de Renata deixou Ágata em silêncio.

— Agora que ela respondeu sua pergunta... Com licença! - Disse Claude.

Claude passou direto por Ágata. Renata o seguiu e ambos entraram de volta no carro.


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