Your Love Is A Drug escrita por Julie Kress


Capítulo 6
Sozinhos entre quatro paredes: Sou tão ruim assim?


Notas iniciais do capítulo

Hey, desculpem a demora, pessoal!!

Finalizei esse capítulo ontem e só agora consegui postar.

Espero que gostem!

Adorei escrevê-lo. Haha

Boa leitura!!!



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P.O.V Da Sam

Olhei para a mesa posta, a mãe dele havia feito questão de fazer o jantar sozinha. Sentei o mais longe dela e o Freddie fez o mesmo, sentando em minha frente. E ela, como eu já deveria saber, era o tipo de mãe solteira super-protetora, que vai à igreja todos os domingos e antes de fazer as refeições agradece a Deus e faz uma pequena oração silenciosa e depois faz questão de servir as pessoas que estão à mesa.

Aquela mulher era o oposto da minha mãe, e Pam era tudo, menos recatada e religiosa.

Se minha mãe me visse dando as mãos e agradecendo pelo pão nosso de cada dia, provavelmente daria uma risada debochada ou algo do tipo.

Minha família por parte materna é Judaica, a família do meu pai é Cristã e minha mãe decidiu que não iria seguir nenhuma das religiões, não que ela seja cética, mas ela não acredita que irá ser salva sendo de qualquer religião, e ela também acredita que talvez não será mandada para o inferno, se é que ele de fato existe. Palavras de Pamella Puckett, não minhas.

Bobagens, meras bobagens. Só existe um Deus, e é nele que acredito. Para quê serve tantas religiões?

— Qual é a sua religião, querida? - Ela perguntou, gentil, me servindo.

— Hum, não tenho uma religião... Para mim, ter fé em Deus já basta, nada mais importa. - Respondi sendo franca.

— Você sabia disso, Freddie? - Ela o olhou, querendo explicações e ele apenas deu de ombros, não dando a mínima.

Pelo visto ela queria e estava torcendo para que eu fosse Cristã, mas foda-se... Eu não era namorada dele mesmo.

— Acho que vou relevar isso, pois é só um detalhe, portanto, exijo que meus netinhos sigam a nossa religião, não é Freddinho? Ter uma religião é importante. - Sorriu, olhando para o filho.

Assim que provei o suco de cor laranja-escuro, cuspi o conteúdo de extrema doçura na cara do Benson.  Tanto por culpa de suas palavras, e tanto pelo terrível sabor do suco. Que porra era aquela e por quê diabos eu teria filhos com aquele nerd safado?

Freddie limpou o rosto com o guardanapo, continuei tossindo meio engasgada e a mãe dele se prontificou em me socorrer, dando tapinhas em minhas costas.

Consegui me recompor, limpei a garganta, limpei a boca e tomei um gole d'água.

— O que é isso? - Perguntei pra ela, enojada, balançando o copo com suco.

— Suco de abóbora com mel. - Sorriu doce, e o Freddie fez careta.

Olhei para a minha tigela e para o pratinho com rodelas de pão caseiro. Peguei a colher e remexi o conteúdo amarelado dentro da tigela, havia pedacinhos de cenoura, batata e outras verduras em cubinhos. Aquilo era sopa, com o caldo fino e com o cheiro de repolho cozido.

A senhora Benson se serviu, provou a sopa e sorriu com satisfação. Freddie e eu trocamos olhares, ele forçou um sorriso e começou a tomar a sopa de verduras.

E hesitante, dei a primeira colherada. Estava faltando sal, só tinha gosto de cenoura e repolho. E repolho me provocava gases horríveis...

— Estou sem fome. - Me levantei, empurrando rodelas de pão goela abaixo e tomei um pouco de água. - Com licença! - Forcei um mínimo sorriso para a senhora Benson.

Passei por ela e tive uma imensa vontade de afundar o rosto dela na tigela, e quando passei por seu filhinho querido, dei dois tapinhas naquele cabeção.

[...]

E lá estava eu, às 22h:05min, escondida debaixo da mesa, devorando um balde grande de frango frito com molho, duas latinhas de Coca, um pudim de chocolate em pote e duas fatias de Cheesecake de sobremesa. Eu havia ligado para o L&L Grill's, fiz um pedido e paguei com o dinheiro que peguei "emprestado" do Topetudo.

A luz da cozinha estava apagada, eu estava usando uma pequena lanterna vermelha, movida à pilhas. Raspei o molho do potinho descartável, usando os dedos e peguei mais uma asinha de frango, arranquei um pedaço e gemi, me deliciando com aquela asinha saborosa e crocante.

Ouvi barulhos de passos, desliguei a lanterna apressada e a luz da cozinha foi acesa. Fiquei imóvel, prendendo a respiração, torcendo para não ser descoberta e flagrada ali embaixo, comendo escondida.

Vi a sombra se movendo, a toalha da mesa era escura e não dava para ver muito através dela. Fechei os olhos, encolhida e imóvel...

— Te peguei! - A toalha foi levantada e a criatura invadiu meu esconderijo não tão secreto. - Comendo escondida, loirinha? Que feio, hein? - Sorriu, debochado.

— Ei, largue essa latinha agora e saia, apague a luz e caia fora daqui! - Lhe lancei o meu melhor olhar voraz.

— Escassear é pecado, sabia? - Abriu a latinha e tomou um grande gole. - Uh, frango frito, não gosto muito, mas tô com muita fome. Então, serve... - Pegou uma coxa.

— Ei, para de ser abusado. - Protestei. - Larga o meu refrigerante e a minha coxa agora. - Ordenei, me controlando para não avançar no pescoço dele.

— Qual é? Não seja tão malvada, divide aí, colega. - Sorriu, cínico, tomou mais um gole, fechou os olhos e deu um arroto praticamente na minha cara.

— Eca! - Fiz careta e virei o rosto, enojada. - Nojento! - Sibilei.

— Foi mal, foi culpa daquela sopa, você fez bem em não ter tomado. - Garantiu.

— Também não me dou bem com repolhos. - Admiti.

— Minha mãe já se instalou no seu quarto... - Comentou.

— Eu vi, e pelo visto ela tem sono pesado e ronca pra caramba. - Prendi o riso.

— Sim. Devo concordar! - Pegou mais uma coxa torradinha.

— A gente podia zoar ela, o que você acha? Podemos rabiscar o rosto dela, passar gel com farinha no cabelo e raspar as sobrancelhas... - Sugeri animada.

— Fique. Longe. Da. Minha. Mãe! - Avisou pausadamente e me fuzilou com o olhar.

— Credo! Eu não ia machucar a sua velha, não. Pode ficar tranquilo, cara! - Garanti.

— Hum... Nada de zoeiras, entendeu? Ela é minha mãe e você deve respeitá-la e...

— Tá, tá, tá. Já saquei. - Tomei a latinha de Coca da mão dele e tomei o restante de uma vez só, tomei um impulso e arrotei na cara dele. - Agora estamos quites. - Pisquei, peguei o balde pela metade, o potinho descartável vazio, e saí dali deixando-o, com as duas latinhas vazias.

Minutos depois...

Desliguei a TV, calcei minhas pantufas surradas, e fui para a cozinha descartar o baldinho de plástico. Lavei as mãos, tomei um copo d'água e rumei para o quarto do Chatonildo.

— O que é isso? - Apontei para um cantinho forrado com um cobertor cinza, com um travesseiro em cima e outro cobertor dobrado em cima do mesmo.

Ele havia organizado um lugarzinho, ali no cantinho da parede para eu dormir? Ah, que bonitinho... Só. Que. Não!

Olhei para aquele garoto, que estava todo esparramado, confortável na cama.

— Acha mesmo que vou dormir ali? - Indaguei, incrédula.

— Prefere dormir no sofá duro, no tapete ou sentada na privada? - Sorriu, sarcástico.

— Tá tirando sarro com a minha cara? - Me aproximei, com as mãos coçando.

Será que ele queria apanhar?

— Não. Só estou te dando opções. Agora escolhe... - Disse com tranquilidade.

— Vou dormir nessa cama e você vai ficar ali quietinho, sem reclamar. - Apontei para o cantinho que ele havia arrumado.

— Vou, é? E quêm vai me obrigar? Essa cama é minha, só quero ver você me tirar daqui! - Me desafiou, sorrindo provocante.

— Foi você quêm pediu... - Arregacei as mangas do meu pijama-moletom, estralei os dedos e sorri maldosa.

Agarrei seus tornozelos e comecei a puxá-lo, ele soltou um gritinho, e deu um jeito de segurar a cabeceira. Comecei a fazer força, tentando tirá-lo de cima da cama...

— Me solta, sua diaba loira!

— Não! - Gruni, apertando seus tornozelos.

— Para com isso, sua louca! - Reclamou.

— De jeito nenhum! - Rosnei.

Belisquei seus dedos, fiz cócegas em seus pés e nada adiantou. Ele não soltava a porcaria da cabeceira de jeito nenhum, mas eu não iria desistir tão cedo.

— Vou morder o seu dedão! - Ameacei.

— Vai em frente, diaba loira!

Gruni de raiva, largando seus tornozelos, dei alguns passos pra trás e corri, pulando de cheio em cima dele. Por pouco, não batemos testa com testa e eu não bati meu rosto.

Cai esparramada, com a cara no travesseiro, e senti o impacto dos meus seios se chocando contra o seu peito. Gememos de dor.

— Socorro! Deus... - Gemeu fraco, abaixo de mim.

— Ai, meus seios! - Me lancei para o lado direito, choramingando.

— Ai, minhas "bolas"! - Choramingou, agarrando aquelas "coisas", se virou para o lado oposto e se encolheu.

— Pode ficar com essa porcaria, coisa loira esmagadora de "bolas". - Se levantou, irritado e foi para o cantinho.

— Quer uma bolsa de gelo? - Me sentei na cama, sentindo uma pontadinha de remorso.

— Não! - Respondeu, grosseiro.

— Então, dane-se, bebê chorão! Puffs! - Revirei os olhos e o fitei.

— Aí, mudei de ideia. Não vou deixar você ficar com a cama. - Se levantou, parecendo determinado.

— Nenhum dos dois vai ficar, então... - Me emputeci, sai da cama e puxei a colcha, as cobertas e as joguei no chão.

Derrubei os travesseiros, tirei o colchão da armação, e tombei ele para o lado esquerdo.

— Prontinho! - Sorri, satisfeita olhando para a armação da cama.

— Quê? - Me olhou, descrente.

Foi até o colchão caído no chão, arrastou para perto do cantinho de dormir improvisado e se jogou nele.

— Pode ficar com o tapete! - Riu, debochado.

— Idiota! - Me aproximei, irritada.

— Se eu sou idiota, você é louca, coisa loira irritante! - Ficou de pé e apontou para mim.

— Vira esse dedo para lá, oh babaca! - Bati na mão dele.

— Tá bom, Maria macho! Dormir ao seu lado é a última coisa que quero fazer. Se você fosse pelo menos ajeitadinha, eu faria caridade. - Sorriu, maldoso.

— Retire o que disse! - O agarrei pela gola de sua camiseta preta desbotada.

— N. Ã. O! - Soletrou.

— Aposto que pagou aquele ruivinho para ficar com você lá no parque. Afinal, quêm seria o maluco que sairia com você? - Riu, me analisando.

— Só vou repetir pela última vez, retire o que você disse. - Sibilei a última frase, e cerrei os punhos me preparando para socar a cara dele.

— N. U. N. C. A! - Soletrou.

— Então, agora vou fazer tu engolir os dentes. - Gruni e avancei nele.

Caímos em cima do colchão e ele conseguiu segurar meus pulsos, detendo meus punhos de atingirem seu rosto.

Seus olhos castanhos se fixaram nos meus, encarando-me firme. Sustentei seu olhar, que em seguida acabou descendo para a minha boca. Enguli um seco, sentindo meu coração disparar... Ele molhou os lábios, pousou minhas mãos em seu peito, levou uma das mãos até a minha nuca, puxando minha cabeça para baixo e selou nossos lábios.

Paralisei, ainda de olhos abertos, sentindos seus lábios pressionarem os meus, movendo-se devagar. Fechei os olhos, entreabri os meus e dei passagem para a sua língua invadir minha boca.

O beijou foi se intensificando e eu retribui com tanta fúria, querendo machucar seus lábios. Cravei minhas unhas na sua nuca, suguei sua língua e mordisquei seu lábio inferior. Ele gemeu contra minha boca, senti seu corpo estremecer e suas mãos agarraram minha cintura, apertando-a.

Puxei seus cabelos, prendendo os fios macios entre meus dedos, e sua língua começou a duelar com a minha.

O ar faltou para nós dois e eu me acomodei em cima dele, deixando minhas pernas separadas, uma em cada lado do seu corpo, prendendo o seu quadril. Puxei o ar tentando recuperar o fôlego, e ele ergueu o corpo, sentando-se comigo em seu colo, apoiando as mãos em minhas coxas.

Eu estava usando um moletom marrom grande o suficiente para cobrir meu shortinho branco de algodão. E ele estava apenas de camiseta e calça de moletom, embaixo de mim, tocando em minhas coxas, dando um sorrisinho bobo.

Virei o rosto, prevendo o próximo passo, dando acesso para o meu pescoço e joguei a cabeça levemente para trás ao sentir sua boca quente tocar a minha pele. Espalmei as mãos por suas costas, querendo dar uns "amassos" tanto quanto ele...

Apertei seus ombros, enquanto ele trilhava beijos por minha garganta, não houve chupões e logo ele cessou os beijinhos e tomou meus lábios, beijando-me com calma.

Suas mãos foram para os meus quadris, dando leves apertos e fazendo carícias. Subiam e desciam pelas laterais do meu corpo, adentraram pelo moletom e tocaram a minha pele, deslizando pela minha cintura e quadris.

Ele não ousou tocar nos meus seios desnudos, apenas espalmou as mãos por minhas costas, tocando-me com cautela.

Fui levantando sua camiseta lentamente, roçando os dedos contra a sua pele quente, e tentei ousar, rebolando em seu colo, enquanto mordiscava seu queixo.

— Ah, Sam... - Soltou um gemido sôfrego.

Desci os lábios para o seu pescoço e arranhei suas costas. Ele arfou e apertou minha cintura, curtindo minhas investidas, e eu não queria ficar só por cima, no "comando". Também queria que ele retribuísse, da mesma maneira.

Puxei sua mão direita e coloquei sobre meu seio direito, ele arregalou os olhos e abriu a boca, parecendo surpreso e um pouco assustado. Escorreguei sua mão, direcionando-a até lá em baixo, permitindo que ele me tocasse por cima da calcinha.

— Me desculpe, eu não posso... - Retirou a mão com rapidez e me tirou de seu colo, colocando-me sentada ao seu lado, no colchão.

Eu estaria mentindo se eu falasse que não fiquei um pingo sequer chateada com ele, e é claro que me senti rejeitada, será que sou tão ruim assim a ponto dele não querer me tocar e ir além dos beijos comigo? Não que eu tivesse disposta a ir pra cama com ele, mas eu gostaria de experimentar uns "amassos" mais intensos, sou como todas as garotas da minha idade que tem seus desejos e curiosidades.

Me levantei sem falar nada, ajeitando meu moletom que havia subido, o silêncio era quase constrangedor. Ouvi ele suspirar, não tive coragem de olhar pra cara dele. Mas eu precisava dizer algo.

— Olha, não quero que fique pensando que sou tão atirada assim, e-eu a-penas... Er... - Comecei a gaguejar estupidamente e ele me interrompeu.

— Relaxa, não esquenta a cabeça com isso. Foi apenas coisa do momento e é melhor a gente deixar pra lá... - Falou um pouco nervoso, será que era impressão minha ou as mãos dele estavam mesmo tremendo?

— Está bem... - Murmurei, ele se acomodou no colchão e deixou um espaço para mim.

— Sabe, não tem problema nenhum se você quiser deitar ao meu lado... - Disse se cobrindo com o cobertor mais escuro.

— Certo. - Concordei e deitei ao seu lado, pondo um travesseiro entre nós, me embrulhei da cabeça aos pés e me virei para o lado oposto, encolhendo-me.

E aquela foi a primeira noite em que dormimos juntos, dividindo o mesmo colchão, e nós dois sabíamos que teríamos que dormir juntos na noite seguinte.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam??? Gostaram???

Até rolou uns "amassos", curtiram???

Hum, a Sammy conseguiu deixar o Benson nervoso... Hahaha

Comentem, gente, é importante! Bjs