Loving Can Hurt escrita por Rafaela, SweetAngel


Capítulo 62
Teste de DNA


Notas iniciais do capítulo

BOA LEITURA! Espero que gostem!!



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P.O.V Annabeth

Dois meses se passaram e foram ótimos. Em dezembro, no natal, Percy e eu decidimos ficar com a família na casa de Sally, que preparou uma ceia divina para nós, já que ela queria comemorar o novo netinho e o filho que adotaria com Paul.

—Ho-ho-ho! —Percy e Paul desceram as escadas da casa vestidos de Papai Noel quando fomos trocar os presentes.

Tive uma crise de riso na hora, enquanto os outros batiam palmas, gritavam e também riam. Percy era o Papai Noel mais patético e lindo que eu já vi. A barba falsa estava atrapalhando sua respiração e ele sempre a puxava para baixo, completamente desajeitado. Depois de distribuírem os presentes e serem atacados pelas crianças, meu marido veio até mim e colocou a barba no pescoço, como se fosse um colar.

—Pra você —ele me estendeu uma caixinha e sentou-se ao meu lado no sofá. —Hazel me ajudou. 

Era um colar relicário dourado com formato de coração, da Tiffany & Co., com pequenos cristais de diamante embutidos em sua borda. Quando o abri, em um lado interno do coração havia uma foto preto e branca minha e de Percy, no nosso casamento para ser exata, em que nos olhávamos e sorriamos na praia. Na outra metade do coração, estava escrito:

'' 'Cause all of me

Loves all of you''

Sorri, afinal, era nossa música.

—Você sempre consegue me surpreender —o olhei. —É perfeito —me inclinei e o beijei.

Depois de entregar meu presente para Percy, Paul e Sally fizeram um pequeno discurso na sala. Os dois estavam realmente felizes em poder criar o bebê de Ellie, já que ela era a garota mais cabeça dura que eu conheço e não mudou de ideia hora nenhuma.

Ah, por falar em Ellie, seu ''namorado'' Angus está sendo procurado pela polícia desde que Percy o denunciou. O que me preocupava era a calma que a prima do meu marido tinha diante dessa situação. Eu tenho certeza que os dois ainda mantinham contato e isso me deixava aflita.

O Ano Novo também foi bom. Nossa turma fez uma festa na nova casa de Calipso e Leo, que ficava bem perto da oficina deles.

—Com a chegada do bebê, acho que seria melhor ficar perto do trabalho, sabe? Um lugar sem escadas e tudo mais, pra facilitar —ele comentava.

Bem, agora estamos em fevereiro. O que significa? Estou com três meses e já posso fazer o teste de DNA, que é amanhã por sinal.

Eu tentava dormir, mas não conseguia. Muitos pensamentos, medo das possibilidades... Minha cabeça parecia um motor de um trem que não parava de apitar. Eu estava inquieta, desconfortável e extremamente ansiosa.

Não demorou muito para Percy notar isso.

—Não consegue dormir, não é? —ele ligou o abajur da sua mesa de cabeceira.

—Desculpa —continuei virada para o outro lado. Eu estava com vontade de chorar e não queria que ele me visse assim.

—É sobre o teste, não é? —Percy se aproximou, acariciando meu braço. —Já falei para não se preocupar, serei o pai de qualquer jeito.

—Percy, eu amo esse bebê —falei, com a voz um pouco engasgada. —E amo a ideia de ele ser seu... Se for do Nathan eu tenho medo de...

—Ei —Percy encostou seu queixo em meu ombro. —Você vai ser uma mãe incrível, Annie. Não precisa ter medo de não amar o bebê.

—Mas e se eu não o amar plenamente, Percy? Olhar para ele e querer ver você, mas enxergar outro?

Ele ficou calado. Sei que meu marido quer me apoiar e me dar forças, mas também sei que ele está tão apreensivo quanto eu. Percy suspirou e pude sentir que sorria, ou pelo menos tentava.

—Vamos deixar para se preocupar na hora, ok? —ele beijou meu ombro. —Deixa isso de lado.

—Como?

—Vou te mostrar —ele sussurrou, mordendo o lóbulo da minha orelha.

(...)

Aflita? Nervosa? Ansiosa? Querendo vomitar de dez em dez minutos? Essa sou eu nesse exato momento.

Eu estava sentada em minha cadeira, tentando focar em um desenho que eu fazia no computador, mas a presença de Nathan do outro lado da sala me inquietava.

—Annie —Taiana entrou na minha sala, vindo até mim. —Preparei um chá de Camomila para você se acalmar... Ah que lerdeza! Me esqueci que você está de jejum!

—Jejum? —Nathan levantou a cabeça, prestando atenção.

Cerrei os olhos para Taiane.

—Ah céus, ele não sabia? —ela corou. —Eu... Por favor não me demite!

—Tá tudo bem —suspirei. —Pode ir e obrigada pela preocupação.

Taiane saiu o mais rápido possível e Nathan veio até mim.

—Então? —ele cruzou os braços. —É o que eu estou pensando?

—Vou fazer o teste de DNA hoje —me voltei para o computador.

—Por que não me contou? —ele perguntou, inconformado.

—Por que não precisa —o encarei. —Percy estará lá, já vai dar pra saber se ele é o pai.

—Tá, mas eu participando o resultado será mais certeiro. —Nathan argumentou. Franzi os lábios. Ele não está errado, mas eu não queria que ele fosse.

—Você nem está em jejum.

—Jantei cedo e não tomei café. Então eu estou —ele sorriu. Inferno. —Sério que vai me tentar fazer desistir? Se o bebê for meu eu tenho o direito de estar no momento em que...

—Tá, tá —o interrompi. Última coisa que eu quero para hoje é mais estresse. —Você vem.

(...)

Dirigi até a clínica e Nathan veio atrás com seu carro. Percy estava na parte de fora, escorado na parede do prédio com as mãos no bolso de sua calça. Sorri ao vê-lo e me lembrei da noite de ontem... Céus, ele me deixa louca.

—Oi amor —Percy me beijou quando me aproximei. Nós nos afastamos e ele olhou por trás de mim, com as sobrancelhas franzidas. —E Nathan?

—Vim presenciar o granfinalle —Nathan disse bem humorado e estendeu a mão. Percy olhou o gesto com tédio e o ignorou.

—Bem, vamos entrar? —forcei um sorriso e segurei a mão de Percy.

(...)

Nós três entramos no consultório do doutor Harris, que nos esperava sentado em sua poltrona. Ele era um homem elegante e esguio, de uns cinquenta anos. Tinha cabelos loiros que estavam cheios de fios brancos e seus olhos eram um tom de caramelo. Usava uma típica roupa branca com jaleco e ajeitava seus óculos, que teimavam a escorregar lentamente pelo nariz.

—Ah ótimo! —ele se levantou sorridente. —É sempre melhor quando temos todas as opções!

—Foi o que eu falei —Nathan respondeu e cumprimentou o doutor.

—Defina melhor —Percy murmurou.

Céus, estava tão nervosa que não conseguia para de bater o pé no chão quando me sentei.

—Bem, temos dois métodos. O invasivo e logicamente, o não invasivo —o médico começou a explicar. —O primeiro é um procedimento mais agressivo, onde pegamos um fluído presente na bolsa amniótica. O segundo, nós obtemos o DNA da criança através da coleta sanguínea da mãe. Então, qual preferem?

—O segundo —Percy e eu falamos juntos.

—Então, mãos à obra —Harris sorriu.

Colheram meu sangue, o de Percy e Nathan. Falaram que o resultado sairia depois de algumas horas, então ficamos esperando na recepção, e sério, o clima não era nada bom. Eu estava no meio dos dois e sentia uma tensão tão grande que comecei a suar frio.

Eu estava a flor da pele. Esperar o resultado estando entre dois homens que se detestam não era muito agradável. O tempo parecia passar em câmera lenta e isso não ajudava no meu nervosismo.

As horas se passavam e nada do resultado. Percy até desfez o nó de sua gravada e abriu alguns botões da camisa. Eu conseguia perceber o quão tenso ele estava, até mais do que eu. Nathan já estava mais tranquilo, lia uma revista com interesse, como se não estivesse esperando nada.

Peguei meu celular e fui no grupo das meninas.

Eu: Acho que vou infartar

Piper: Resultado ainda não saiu?

Eu: Não ~emoji chorando~

Thalia: Vai dar tudo certo

Calipso: #TeamPercy

Segurei para não rir, pelo menos estava mais distraída agora.

Eu: Tá passando tempo demais com o Leo, Caly

Então chegou uma mensagem do Percy. Levantei os olhos e vi que ele também mexia no celular.

Percy: Nervosa?

Eu: Muito

Eu: Cara, vc tá do meu lado kkkkkkkkk

Percy: Se eu puxar assunto pessoalmente o idiota aí vai intrometer

Eu: Faz sentido

Percy: Vamos almoçar? Já é 13h e nada

Eu: Vamos

Percy e eu nos levantamos e saímos da clínica. Nathan estava tão entretido na revista que nem nos notou.

Demorou mais cinco horas para nos chamarem. E pensei que já estava ansiosa o bastante, mas quando voltei para o consultório eu estava a ponto de ter uma crise. Tentei controlar minha respiração e me sentei na poltrona do meio, com Percy e Nathan de cada lado.

Doutor Harris estava analisando alguns papeis, que são os resultados, eu suponho.

Percy segurou minha mão e eu o olhei. Ele me lançou um sorriso com os lábios pressionados, como se dissesse ''vai ficar tudo bem''. Apertei sua mão e voltei a olhar o doutor.

—Bem, vejamos —ele pegou dois papeis e os lia. —Hum... —ele murmurou.

Não tá ajudando, doutor, não tá ajudando. Comecei a sentir meu coração batendo e eu estava trêmula. A mão de Percy começou a suar e ele estava tão inquieto quanto eu.

—Então —Harris pegou outro papel e o comparou com o do meio. —Senhor Nathan Davis...

Prendi minha respiração e meus olhos se encheram de lágrimas na mesma hora. Percy apertou minha mão, e eu o olhei. Ele tinha perdido a cor e parecia prestes a chorar, mas mesmo assim conseguiu sorrir para mim, de um jeito bem fraco. Por outro lado, Nathan estava radiante, esperando o doutor finalizar. Parecia que tinha ganhado na loteria.

Eu não quero aceitar isso, eu não tenho forças pra isso...

—Realmente, senhor Nathan Davis —Harris nos olhou. —Você não é o pai.

Arregalei os olhos, com o coração disparado e Percy se levantou bruscamente da poltrona.

—O-O quê? —meu marido perguntou com a voz falhando.

—Exatamente —doutor Harris voltou a olhar os papeis. —O sangue do bebê é compatível com o DNA de Percy Jackson.

Coloquei a mão no rosto, sorrindo. Senti um alivio me preencher, como se tivessem tirado mil toneladas de pedras das minhas costas. Levantei e me virei para Percy, que segurava os cabelos, completamente surpreso.

—Eu sou... —ele me olhou espantado, mas um sorriso começou a aparecer em seu rosto, como se a ficha estivesse caindo. —Eu sou o pai...

—Sim, você é —comecei a chorar e Percy me abraçou.

Não sei por quantos minutos ficamos assim, mas eu não tinha pressa para sair de perto dele. Meu bebê era de Percy! Céus, dentro de mim estava acontecendo um festival, com fogos, músicas e danças. Apertei meu rosto contra o seu peito e me deixei chorar. Estava feliz demais para segurar qualquer emoção.

—Parabéns aos dois —doutor Harris segurou nossos ombros.

—Eu vou te processar —me virei para ele sorrindo e limpando as lágrimas.

—Quem não gosta de um suspense, não é? —ele sorriu. —Desejo felicidades ao casal.

Nós apertamos sua mão e Harris nos entregou os resultados. Só então me lembrei que Nathan existia. Ele já não estava mais na sala, deve ter saído quando eu abracei Percy. Mas não me importava, só queria saber de mim, meu bebê e do meu marido.

(...)

Estava no sofá, bebendo um suco natural e Percy tinha deitado no meu colo, virado para a minha barriga. Com três meses já dava para ver que eu estava grávida, mas se eu usasse uma roupa mais larguinha dava para disfarçar.

Eu ria enquanto meu marido falava com o bebê e eu acariciava seus cabelos.

—Você é sortuda por ter um pai gato desse —ele sorriu e eu balancei a cabeça.

—Já está convencido que é menina? E o lance do Perseu Júnior?

—Vamos deixar esse para o próximo. Por enquanto eu acho que é a Safira que está aqui dentro —ele beijou minha barriga. —Te amo, pequena.

A sensação era boa demais quando ele fazia isso e eu não conseguia parar de sorrir. Então, para estragar o momento, seu celular tocou e Percy se preparou para levantar.

—Ah não, continua aqui —segurei sua mão, suplicando.

—É rapidinho —ele beijou minha bochecha e foi até a mesa. —Alô? Oi mãe... Calma, mulher, fala direito... Tá, tá, estamos indo.

—O que foi?

—É a Ellie, a bolsa estourou. —ele sorriu.

 


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