A casa de Shirayuki realmente era perto dali. Era uma casa bem grande e isolada. Ela abriu a porta e sinalizou para os ninjas entrarem.
— Sinta-se a vontade. Vou preparar algo quente para vocês tomarem e algo para comerem. – Ela disse.
— Que casa enorme. Você mora aqui sozinha tia? – Perguntou Naruto.
— Sim. Eu morava aqui com meu marido, mas ele faleceu. E nunca tivemos filhos. – A voz de Shirayuki surgiu vinda da cozinha.
— Por que você mora tão longe de qualquer vilarejo? – Perguntou Sakura enquanto explorava a sala.
— Meu marido e eu sempre gostamos de ficar mais afastados de vilas. Aqui tudo é calmo e silencioso. Nós apreciávamos a ideia do único barulho ser a correria de uma criança no futuro, mas simplesmente não era pra ser... E agora que ele se foi é ainda mais quieto aqui.
— Sinto muito.
— Tudo bem. Eu poderia ter me mudado depois disso, mas são tantas memórias aqui. Aqui me sinto mais perto dele.
— Entendo. Mas deve ser bem trabalhoso, ter que ir até outra vila para buscar suprimentos.
— É sim. O vilarejo mais próximo fica há algumas horas daqui, então sempre que vou lá compro bastante e armazeno aqui.
Sakura ainda explorava a sala, agora olhava para um pequeno altar, onde havia a foto do falecido marido de Shirayuki. A kunoichi de Konoha prestou seus respeitos e foi em direção aos seus companheiros em seguida, que estavam acomodados nos sofás e no tapete da sala.
— Será que é mesmo seguro aqui? – Dizia Tenten.
— Não sei. Ela não parece ser uma pessoa ruim e precisamos descansar. – Shikamaru falou. – Mas continuem alertas.
— Eu vou ver se ela precisa de ajuda para preparar as coisas. – Disse Hinata levantando-se e indo em direção a cozinha.
— Com licença, - a Hyuuga disse. – precisa de ajuda com algo?
— Na verdade sim. Ajude-me a levar as xícaras, eu levo o chá e os sanduíches.
— Ok.
As duas se dirigiram até a sala com tudo em mãos. Kiba estava meio hesitante em beber e comer algo que uma estranha preparou, mas não sentiu cheiro de veneno algum na comida. E aparentemente ele era o único com paranoias, porque todos os seus companheiros já estavam no segundo sanduíche, Naruto estava no quinto.
(...)
Hidan e Kakuzu haviam partido em missão de manhã, e pelo horário voltariam em breve. Por mais incrível que pareça, alguns dos outros akatsukis estavam ansiosos pela chegada da dupla, eles deveriam ir buscar a última chave. Os akatsukis estavam ansiosos porque finalmente encontrariam o maldito arsenal, todos já estavam cansados dos Templos Amaldiçoados.
— O que vocês acham que tem lá? – Perguntou Deidara.
— Alguma arma incrível, ou jutsus incríveis eu espero. – Disse Kei animada. – É o preço mínimo pelas cicatrizes que ganhei.
— Falando nisso, como foi a missão com o Ori? Vocês trabalham bem juntos?
— Sim. Foi muita boa. Cadê o Sasori? Brincando com as bonecas dele?
Deidara riu.
— Deixa só ele ouvir você dizendo isso.
— Medo. – Respondeu Kei com um sorriso.
— E o seu parceiro? Cadê o Ori?
— Ele e o Zetsu foram lanchar.
— Romântico. – Disse Deidara.
— Deixa só eles ouvirem você dizer isso... Enfim, não é nada assim. Os dois saíram para satisfazer os hábitos alimentares assustadores deles. Nem me pergunte sobre.
— Melhor que eles devorarem algum de nós.
— Sim. E ele é meu parceiro, que sorte. Mas acho fascinante, imagino o gosto que carne humana deve ter.
— Também imagino. Aí meu estômago embrulha e paro de pensar sobre.
— Sei lá. Talvez gosto de galinha.
Deidara fez uma cara de nojo e Kei riu. Foi quando Itachi e Kisame chegaram no local.
— E a febre? – Perguntou Kei, tomando um gole de seu chá.
— Já abaixou. Hidan e Kakuzu chegaram? – Disse Itachi, ele e Kisame colocaram as sacolas que traziam em cima da mesa.
— Não, ainda não. – Kei respondeu. – E aí, o que vocês trouxeram pra gente comer?
Kisame tirou os alimentos de dentro da sacola.
— Bem, tem ovos – ele começou. – bacon, algumas verduras e – tirou a última coisa da sacola que ele estava esvaziando. – Vocês gostam de galinha?
Kei e Deidara olharam um para o outro e responderam em uníssono com uma cara de nojo:
— Eugh! Não!
Itachi e Kisame olharam para os dois confusos.
— Bem, tanto faz. Quem quer fazer o jantar? – Kisame perguntou enquanto terminava de guardar as coisas.
— Eu voto no Itachi. – Kei virou-se para o Uchiha que a olhou confuso.
— Eu também. – Deidara disse. Itachi o olhando agora.
— Bem, então é com você Uchiha. – Kisame respondeu sorrindo.
(...)
Hidan e Kakuzu já estavam quase no esconderijo. Hidan olhava para a última chave em sua mão.
— Finalmente a última huh? Já estava cansado dessa merda. – Disse jogando a chave para o alto e pegando novamente.
— Cuidado com isso. Se você perder vai procurar sozinho.
— Relaxa, não vou perder!
— Bom. Já estamos quase no esconderijo. Se apressarmos o passo podemos chegar antes da chuva.
— Porra, só chove nessa merda de lugar!
Kakuzu lançou um olhar de raiva ao seu parceiro.
— Tanto faz. Só fique quieto até lá.
(...)
Os ninjas de Konoha já haviam terminado de comer. Shirayuki apontou-lhes onde iriam dormir. A casa era grande e tinha quartos espaçosos, então achar um local para descansarem na casa não foi difícil.
Alguns dos ninjas já estavam dormindo, outros quase, mas Sakura não conseguia pregar os olhos. Continuava pensando em Sasuke, em como ele olhou para Naruto. Será que ele realmente teria coragem de matá-lo? Será que ele o faria? Pensando nisso e em Konoha e seus amigos sendo controlados, seus pais, ela não consegui dormir de maneira alguma. Decidiu se levantar e tomar um copo de água sua garganta já estava seca.
Caminhando em direção a cozinha, ela viu Shirayuki no altar de seu marido. Ela parecia estar chorando. Sakura parou de caminhar, não sabia se deveria tentar falar com ela ou algo assim, parecia estranho ela tentar confortar alguém que mal conhecia.
— Sakura? Está tudo bem? – Shirayuki estava olhando para ela limpando as lágrimas das bochechas. Fora descoberta.
— Desculpe. – Disse a kunoichi de Konoha meio sem graça pela situação.
— Tudo bem. Não consegue dormir?
— Sim. Vim tomar água.
— Venha, eu faço um chá para nós.
— Desculpe, obrigada. – Disse a kunoichi indo em direção a cozinha com Shirayuki. Sakura sentou-se na cadeira da mesa e Shirayuki começou a preparar o chá.
— Falar sobre ele hoje fez eu me lembrar da dor de perdê-lo.
— Desculpe. Não queríamos fazer você sofrer.
— Tudo bem, eu quis falar. Não menciono ele a muito tempo. Foi bom falar sobre ele com alguém.
— Entendo.
— Você tem alguém que ama Sakura?
— O quê?! – Sakura ficou surpresa com a pergunta repentina. Shirayuki começou a rir, o mesmo sorriso doce.
— Desculpe, isso foi meio direto. Não precisa responder.
— Tudo bem, só fiquei surpresa.
Shirayuki entregou uma xícara de chá para Sakura e pegou sua própria, sentando-se de frente para a kunoichi de Konoha.
— Eu tenho alguém que gosto, - começou Sakura, - mas é complicado.
— Sim, sempre é. Quando eu conheci Hikaru não gostei dele de início sabe? Mas mesmo depois de sua morte, eu o amo mais que tudo. A pessoa que você gosta também a faz se sentir assim?
Sakura hesitou.
— Desculpe. – Começou Shirayuki. – Não precisa responder, estou tagarelando demais.
— Tudo bem. Só é... Complicado... – Sakura respondeu.
As duas tomaram chá e conversam bastante, até Sakura finalmente ficar com sono e ir se deitar.