DeH; O guerreiro sem motivos para viver escrita por P B Souza


Capítulo 1
Adeus para esta terra onze vezes maldita


Notas iniciais do capítulo

Olá! Bem-vindas(os) ao 1° capítulo, curtinho e rápido. Espero que gostem de Alek.
A jornada é curta, mas bela.
Boa leitura :)



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O guerreiro partiu ainda pela manhã, de sua cidade natal; Moogul. Alek havia nascido ali, crescido ali, e nunca deixado as terras que pertenciam à dinastia Millish desde quando a cidade surgira, algumas centenas de ciclos atrás.

Talvez o mais distante que tenha estado de sua casa, tenha sido na descida do Canal Moogul que leva ao Golfo e, subsequentemente, ao mar. Mar da Tormenta no Oeste e o Mar de Prata no Leste do golfo. Porém, mesmo nessa ocasião, Alek não foi longe demais, sempre mantendo Moogul ao alcance de seus olhos. “Onze vezes maldito aquele que deixar de ver Moogul por uma hora que seja”, dizia um velho ditado repetido de pai para filho naqueles de baixa estirpe.

E mesmo assim, ali estava o guerreiro, prestes a montar o cavalo e partir até tão perto da cidade de Garfh quanto ousasse chegar. Tal aventura levaria dias, e no final ele seria onze vezes maldito. Temia mais o dizer popular que os perigos não ditos que habitavam aquela terra profana de magos e bruxos que Garfh era, pois em Moogul não havia magia, e a ideia de magos era simplesmente inconcebível, já que a Fé em Árion abominava o uso das energias da terra e do ar para fins mundanos.

Se fosse apenas sua escolha, ficaria ali aonde estava, mesmo já sem ter motivos para ficar. Mas era um guerreiro, e como tal tinha que obedecer às ordens de seu senhor. De seu dono. Pois antes de ser um guerreiro, Alek era um escravo, e como um escravo, não podia negar uma ordem, e havia recebido uma.

Partiu para ser onze vezes maldito, ou livre, mas no fundo Alek não desejava liberdade. O que faria com liberdade? Mesmo assim, em Moogul havia perdido tudo, então partiu.

Deixou sua casa com um dos cavalos de seu mestre, armadura, espada, arco e flechas, uma bolsa com viveres e uma sacola com ouro e uma carta. Além disso, tinha também uma missão.

— Ache, Alek, o diamante sangrento. Pois não existe alforria em Moogul, mas sei de sua dor, e lhe quero livre para recomeçar. Então ache o que lhe pedi, me faça feliz uma última vez. Então entregue a sacola de moedas, a carta e o diamante sangrento para um viajante que lhe traga confiança, e este cumprirá a entrega, pois a carta contém uma promessa àquele que trouxer o diamante. Enquanto tu, Alek, nunca retornará à Moogul. Essa é minha última ordem. Essa é sua chance de liberdade. Depois disto, faça de sua vida o que desejar, pois não haverá mais mestres!

Para seu mestre, Alek buscava um diamante e a própria liberdade, mas Alek era um guerreiro, e fugir seria vergonhoso, também era um escravo de Moogul, e ser livre era uma mentira.

Então partiu. Partiu com uma missão própria além da qual havia recebido. Sua missão era encontrar, em sua última missão, uma boa morte. Uma que o honrasse como guerreiro sem desertar e como escravo sem fugir de seu mestre.

Pois por anos almejou ser livre, mas então perdeu tudo que um dia amou, e agora liberdade não valia de nada, não desejava nada além de um fim para aquela dor, um fim digno.


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Notas finais do capítulo

Não deixem de comentar! Vou adorar responder vocês. E, não esqueçam de colocar nos acompanhamentos ali em cima! Amanhã tem capítulo novo :)
Até mais!



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