10ª Etapa – O Amor

"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram,
mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis,
coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis".

(Fernando Pessoa)

Abri os olhos lentamente enquanto alguns raios de sol passavam pelas pequenas aberturas deixadas nas cortinas mal fechadas do quarto. Pisquei algumas vezes e ao tentar me mover um pouco para o lado senti que um braço me abraçava e meus pés estavam entrelaçados por outros. Movi a cabeça o máximo que pude para o lado da pessoa e pelo canto do olho vi o rosto dele perto dos meus cabelos agora um pouco mais longos do que quando nos conhecemos, mas ainda rosados, sorri com a imagem serena no rosto dele. Meu amado esposo.

Foi então que de repente senti um leve peso cair entre nós dois, vi meu esposo abrir os olhos assustados e os fechar novamente com um pequeno sorriso nos lábios e olhando para nosso pequeno peso vi uma cabeleira negra no meio nos lençóis.

 - Mikoto? O que está fazendo? – perguntei com a voz suave mais com um leve tom de irritação – Você quase me machucou.

- Desculpe mamãe! – pediu ela sentando sorridente sobre minha barriga e depois deitando a cabeça sobre meu peito me abraçou

- Tudo bem. – eu disse sorrindo para ela – Por que acordou tão cedo?

- Hoje o papai vai me levar para fazer o meu trabalho de escola no serviço dele! Lembra mamãe? Tenho que ver o trabalho de algum de vocês! – disse ela com o rosto perto do meu

- Está ansiosa, né? – eu perguntei sorrindo e ela sorriu ainda mais – Que tal acordar seu pai? – eu perguntei sorrindo sabendo que ele nos ouvia

- Certo! – disse ela virando o rosto sorridente para onde o seu pai estava deitado fingindo dormir

 Ela colocou as mãos sobre meu peito para sair de cima de mim me fazendo soltar um gemido de dor pelo peso que ela colocou sobre, eu não sei por que mais meus seios andavam mais sensíveis, mesmo eu já tendo parado de amamentar Sayuri e não entendi da onde vinha tanta sensibilidade. Vi um olho de Sasuke se abrir rapidamente e ele me observou rapidamente para saber a razão do meu gemido de dor e voltou a fechá-lo ao ver Mikoto de pé na cama se virando para ele. Ela sentou entre mim e Sasuke que ainda estava deitado de lado e começou a chacoalhar o braço dele.

- Papai! – chamou ela e ele não se mexeu ela colocou a outra mãozinha junta com a outra sobre o mesmo braço e o chacoalhou mais forte – Papai acorda!

Irritada, ela se levantou de novo e passando a perna sobre o corpo de Sasuke se sentou sobre a cintura dele e com as mãozinhas pequenas ela tentou fazer cócegas no seu pai sobre os lençóis e vi um pequeno sorriso surgir no rosto de Sasuke.

- Mamãe? – chamou-me ela com os olhinhos brilhando pelas lágrimas que ameaçavam descer – Por que o papai não acorda? Ele morreu?

- Por que não tenta dar um beijinho nele? – perguntei vendo-a se inclinar em direção ao rosto do pai o beijando, mas Sasuke continuou imóvel

 - Ele ainda não acordou mamãe! – me disse ela com o olhar chorão

- Sasuke-kun! Pare com isso está assustando ela! – eu disse beliscando a bochecha dele, mas ele não se mexeu de novo – Bobo! – murmurei em voz baixa sorrindo, então ouvi um soluço alto vindo de Mikoto – O que foi querida?

  - Mamãe? Eu vi na TV que quando a pessoa não se mexe mais é porque morreu! – me disse ela enxugando a lágrima que escorria

- Sasuke! Você não está vendo que esta assustando ela? – eu perguntei irritada empurrando o ombro dele que tombou pro lado – Venha cá querida! – eu chamei Mikoto – Vou te dizer uma coisa.

 Ela se aproximou chorona de mim sentando nas minhas pernas e passei as mãos no rosto dela enxugando suas lágrimas e me aproximando do ouvido dela eu comecei.

- Vamos nós duas fazer cócegas no pé dele que ele acorda...

- BUU! – de repente meu corpo inteiro se arrepiou com o som da voz perto demais de mim e Mikoto soltou um grito abafado pulando em meu colo enquanto dois braços rodeavam a nós duas – Peguei vocês! – disse ele sorrindo beijando meu rosto enquanto sentia nossos corações acelerados pelo susto

- Não faça isso Sasuke! – eu ralhei assustada pela brincadeira

- Ahh! Papai não faz isso! – disse Mikoto com os olhos ainda brilhando pelas lágrimas

- Desculpe lindinha! – disse Sasuke sorrindo levemente puxando Mikoto de meu colo caindo deitado com ela na cama a fazendo rir enquanto assoprava sua barriga fazendo um barulho alto

De repente minha mente vagou há anos atrás onde Sasuke desmaiou diante de mim e senti que me arrepiei toda de novo, mas dessa vez de medo enquanto ouvia os risos ao meu lado, Sasuke tinha que parar com essas brincadeiras bobas. Qualquer dia se algo acontecer eu posso não acreditar nele por causa disso.

Foi então que o choro infantil me tirou de meus devaneios e me levantando rapidamente deixei os dois sozinhos brincando na grande cama de casal. Ao abrir a porta e sair do quarto fui para a esquerda abrindo a primeira porta que tinha a direita encontrando uma menininha de pé no seu berço enxugando as lágrimas com as costas das mãos chorando alto.

- O que aconteceu meu amor? – eu perguntei vendo-a erguer a cabeça para me olhar se aproximando dela – Venha!

 Ela sorriu levemente ao me ver e estendendo as mãozinhas para mim sobre as grades do berço e esperou chorona por mim.

- Nenê feiz xixi! – disse ela emburrando o rosto voltando a fazer cara de choro

- Ah, querida tudo bem! – eu disse a pegando no colo – Não tem problemas. Você se assustou né? – perguntei vendo-a enxugar as novas lágrimas que caiam – A mamãe vai tirar a sua frauda e te dar um banho e você vai ficar cheirosinha de novo. Está bem?

- T-tá! – disse ela me abraçando e eu acariciei seus cabelos castanhos avermelhados, uma mistura perfeita de preto e rosa-avermelhado de minha mãe, os olhos negros dela me fitaram e ela beijou meu rosto

 - Vamos? – perguntei começando a andar com ela no colo – Vou te dar um banho.

- Poh coloca chuchinha no cabelo da Sayu? – perguntou ela juntando os cabelos dela mesma com as duas mãozinhas desajeitadamente

 - Sim. Nós arrumamos seu cabelo depois do banho. – eu disse sorrindo para ela entrando no banheiro

- Ehh! – disse ela sorrindo

Eu a coloquei de pé no chão e a ajudei a tirar a blusa do pijama cor de rosa. Sayuri era muito esperta e adorava mexer em cabelos, mesmo tendo somente 2 anos e pouco de idade. Me virei para a banheira cor de rosa que antes tinha sido de Mikoto e agora era de Sayuri enquanto ela mesma tirava o shorts e a calcinha que usava por cima da frauda, que ela usava para dormir. Logo a ouvi puxar os adesivos que prendiam a frauda e ao desligar o chuveiro que tinha enchido a banheira me virei para ela vendo a frauda no chão e ela na ponta dos pés pelada perto da pia tentando pegar seu xampu de lá.

- Sayuri? – chamei com a voz um pouco elevada vendo-a se virar sorrindo tímida para mim – Vai para sua banheira mocinha.

 Ela sorriu e foi correndo para banheira me deixando com o coração na mão pelo perigo de se correr em um banheiro. Peguei a frauda e a dobrei colocando no lixo, peguei as roupas dela colocando no cesto de roupa suja e por último seu xampu.

 Ao ir para perto do box que tinha desenhos sem forma indefinida encontrei Sayuri toda molhada, sentada com o sabonete na mão enquanto esfregava com ele a sua barriga e a bucha cor de rosa boiava na água rala.

Eu suspirei vendo o cabelo dela pingando, eu sabia que ela queria lavá-lo, mas eu o tinha lavado ontem. Abaixei-me ao lado dela colocando um pouco de xampu na mão eu o levei em direção aos cabelos molhados dela e logo suas mãos molhadas disputavam lugar com as minhas em sua cabeça e o sabonete tinha sido largado em algum lugar dentro da banheira.

Quando terminei de dar banho em Sayuri que a cada dia aprendia mais a tomar seu próprio banho sozinha quando eu ia escolher sua roupa ela disse que ela queria escolher, deixei que ela escolhesse. Suspirei aliviada ao vê-la escolher um vestido rosa com laços brancos, mesmo que fosse bonito demais para usá-lo em casa era melhor do que o short, casaco de frio e botas de chuva que ela escolhera da outra vez, o único porém era o calor e o sol que fazia naquele dia.

 Ela colocou a calcinha branca enquanto eu pendurava a toalha e depois Sayuri tentou colocar o vestido ao contrário, então fui ajudá-la e graças a Deus ela me deixou ajudá-la, eu não queria ninguém chorando com as axilas assadas por causa das roupas, experiência desagradável que tive com Mikoto. Quando me virei para pegar um par de sapatos, ela saiu correndo para o corredor.

- SAYURI! Os sapatos minha filha! – eu disse me levantando do chão

- Peguei! – ouvi uma voz inconfundível dizer e logo depois uma risada infantil e alta – Não fuja da sua mãe Sayuri!

De repente uma cabeleira negra surgiu na porta, correndo em minha direção, ela agarrou minhas pernas sorrindo alegremente.

- Olha mamãe! – me disse ela se afastando um pouco de mim e segurando as laterais da saia rodada cor de rosa que ela usava e uma blusa branca com detalhes em rosa e roxo enquanto ela sorria – O papai disse que hoje eu não preciso colocar o uniforme da escola. Então hoje eu sou uma bailarina! – dizendo isso ela girou nas sapatilhas cor de rosa sorridente fazendo a saia levantar enquanto girava.

 - Sim! – eu disse sorrindo com os sapatos de Sayuri nas mãos – Você está linda querida!

- Obrigado mamãe! – me disse ela se inclinando em minha direção como se agradece uma multidão por assisti-la

Ao levantar a cabeça em direção a porta vi Sasuke com Sayuri jogada sobre seu ombro enquanto ele segurava com uma das mãos as pernas dela e com a outra dava leves tapinhas na bunda que estava ao lado de seu rosto enquanto ela ria nas costas dele segurando-se na camisa.

- Vamos colocar os sapatos, Sayuri-chan? – perguntou Sasuke para menina em seus braços

 - Não! – disse ela rindo quando o pai dela girou com ela em seu ombro enquanto ela estava de ponta cabeça agarrada a camisa dele a amarrotando toda

- Vamos sim! – disse Sasuke a puxando de cima de seu ombro e sentando ela em seu braço a virando de frente para mim – Todo mundo esta de sapatos então você também colocara os seus.

Dito isso segurei o pé dela enquanto ela tentava puxá-lo e coloquei as sapatinhas que pareciam as de Mikoto.

- Chuchinha! – disse Sayuri exigente mostrando o cabelo quase seco agora

  Sasuke a colocou no chão e ela foi direto ao pote de enfeites de cabelo tirando vários de lá. Então eu me aproximei pegando o pente e começando a pentear o cabelo de Sayuri a colocando sentada em frente a penteadeira de princesa do quarto dela.

- Mamãe? Arruma o meu também? – pediu Mikoto se aproximando de nós

- Claro meu bem! – eu respondi colocando-a sentada ao lado de Sayuri na cadeira

Pelo espelho vi Sasuke nos olhando, as mulheres de sua vida. Era assim que ele se referia a nós três. As duas princesas e a sua rainha, sorri para ele, vendo-o retribuir com um pequeno sorriso sexy, enquanto Sayuri tentava pegar o enfeite que Mikoto segurava em sua mão, dizendo que era dela.

 Ao terminar de arrumar o cabelo das duas, fazendo 2 marias-chiquinhas no cabelo de Sayuri e prendendo os longos fios de cabelos da parte de cima da cabeça de Mikoto, eu fui para o meu quarto e de Sasuke para me vestir também, enquanto o ouvia dizer a Sayuri que tinha que dividir as coisas, isso tudo porque ela ficou brava quando usei os enfeites de cabelo que estavam no seu pote em Mikoto.

Desci as escadas passando pela sala onde Mikoto arrumava sua mochila de escola enquanto mostrava sorridente um caderno para Sasuke e Sayuri mexia nos lápis de cor da irmã e me dirigi a cozinha. O café da manhã estava atrasado pelas fugas de Sayuri então me aprecei em esquentar o leite das crianças e o chá de Sasuke, enquanto cortava umas fatias de pão para fazer torradas senti dois braços me envolverem pela cintura e lábios úmidos beijarem meu pescoço delicadamente me fazendo suspirar.

- Sasuke-kun? – murmurei soltando a faca no balcão da cozinha levando uma das minhas mãos a cabeça de Sasuke e outra as suas mãos que me seguravam contra o balcão alto – Sasuke-kun... as crianças...

- Estão vendo TV! – me disse ele no pé de meu ouvido

- Mas... Sasuke-kun, agora não! – eu disse sentindo ele me virar para que eu ficasse de frente para ele – Você tem que ir trabalhar.

- Eu sei. – ele me disse dando um leve sorriso enquanto levava seus lábios aos meus, beijando-me delicadamente para depois se separar de mim apertando minha bunda e rindo da minha cara

O almoço foi calmo eu e Sayuri comemos sozinhas já que Sasuke tinha prometido levar Mikoto para comer no shopping. Eu estava arrumando a cozinha enquanto ouvia a TV ligada em algum desenho que Sayuri gostava quando senti uma tontura e me segurei no balcão para não cair.

- Sakura você está bem? – ouvi alguém me perguntar e ao me virar vi Hinata ao meu lado

- Como você entrou? – perguntei não me lembrando de ouvir a campainha

- Sayuri-chan abriu a porta para mim. – ela disse preocupada quando me contorci mais – Sakura o que foi?

- Uma tontura. – eu disse caminhando com dificuldade até uma cadeira me sentando – Já vai passar.

 - Você devia ir ao médico Sakura. – disse ela como sempre

- Eu estou bem Hina. – eu disse sorrindo para ela – Essas tonturas parecem as que tive na gravidez da... – me interrompi vendo Hinata me olhar curiosa

- Você esta grávida? – ela me perguntou

 - Eu... não sei. – eu disse encarando Hinata preocupada

- Você devia ir ao médico. – me disse Hinata – Pense se você estiver grávida Sasuke ficará muito feliz. Eu fico com Sayuri para você.

- Você está certa Hina. – eu disse respirando fundo – Não vai te incomodar ficar com Sayuri?

- Claro que não! Estou indo buscar Aiko-chan na creche daqui a pouco ela está doida para ver a Sayuri-chan.

- Obrigado Hinata. – eu disse me levantando rápido demais sentindo outra tontura

- Cuidado Sakura! – ela me disse – Vamos. Eu te deixo no hospital.

 Hinata me deixou no Hospital mesmo eu achando exagero, já que ele ficava a quatro quadras de casa. Depois de falar com a recepcionista ela me encaminhou para a emergência. Quando chegou minha vez o médico me examinou e não achou nada de errado quando ia me passar uns exames eu o interrompi.

- Sensei! Eu já senti isso há alguns anos. – eu disse olhando para as minhas mãos – E nessa época eu estava grávida.

- Você pensa que pode estar grávida de novo? – perguntou o médico

- É possível. – eu disse olhando para o médico que me analisava com os olhos

- Vou te encaminhar para a ala de obstetrícia. – ele disse anotando num papel o encaminhamento.

- Parabéns. – disse a médica se sentando a minha frente com alguns papeis nas mãos depois de vários exames – Você está grávida de 3 semanas.

 Eu sorri feliz pela noticia entusiasmada e ansiosa para contar ao Sasuke. Sai do hospital depois de uma conversa sobre minhas tonturas com a doutora e caminhei calmamente em direção de casa. Chegando lá liguei para Hinata que ficou feliz e disse que já estava vindo para cá com Sayuri e Aiko, mas que antes ia ligar para Naruto avisando onde estaria.

 Não demorou muito e ela estava lá em casa lhe contei tudo o que ela queria saber e não demorou muito para ouvir a porta da frente sendo aperta e dela passar uma Mikoto sorridente pulando em Hinata ao vê-la e logo atrás um Sasuke com uma cara não muito boa.

- Aconteceu alguma coisa? – perguntei me aproximando dele para pegar seu casaco

- Estou com dor de cabeça. – ele disse com a cara fechada – Vou me deitar um pouco.

- Quer algum remédio? – perguntei preocupada e ele negou com a cabeça subindo as escadas para nosso quarto

- Mamãe! Mamãe! O escritório do papai é incrível! – disse Mikoto vindo ate mim

- Que bom que gostou meu benzinho. – eu disse forçando um sorriso para Mikoto – Que tal ir brincar com a Sayuri e a Aiko-chan lá fora?

- Tá! – disse ela saindo correndo largando a mochila da escola no chão

Coloquei a mochila dela no sofá ao lado do casaco do Sasuke e caminhei para onde Hinata estava sentada e ela sorriu para mim.

- Estou com um mal pressentimento Hina. – eu disse para ela em voz baixa – Sasuke tem chegado todo dia do serviço com dor de cabeça ele deita e dorme sem dizer nada.

- Às vezes está estressado com algo no trabalho. – me disse Hinata

- Eu já perguntei isso Hina! – eu disse passando a mão em meus cabelos – Ele disse que está tudo bem. Eu disse que ele devia ir ao hospital, mas ele se nega e diz estar tudo bem, mas eu sinto Hina! Eu sinto que não....

Um barulho alto no andar de cima me interrompeu e levantei num pulo sentindo meu coração apertar. Corri para o andar de cima para ver o que tinha acontecido e ao entrar em meu quarto e de Sasuke não vi nada. Caminhei até o banheiro procurando se Sasuke estava lá, mas não estava me virei para Hinata que estava na porta do quarto.

- Eu tenho certeza que o som veio daqui. – eu disse olhando para cama vazia, mas lentamente meu olhar se desviou para o lado

Ali no chão caído de barriga para baixo estava Sasuke, eu senti meu sangue gelar e logo as lágrimas estavam no meu rosto

- SASUKE! – eu gritei indo até ele no chão – SASUKE! ACORDA! SASUKE!

Logo senti mãos segurarem meus ombros e deduzi que eram de Hinata ela me puxou e colocou o celular dela na minha mão.

- Ligue para a ambulância!

“Foi numa praça no centro da cidade, na segunda vez que o vi, que eu descobri que eu desesperadamente queria ser alguém melhor. Foi ali que decidi que a vida que eu vinha tendo não era certa. Eu senti.

Então naquele momento eu pensei... “Por que não mudar?” Foi o que eu fiz. Eu decidi mudar e mudei. Continuo mudando.

Em nenhum momento eu comecei isso por ele ter reaparecido na minha vida e por fazer parte dela. Eu decidi que era algo para mim que dependia só de mim e descobri que amar ele só me fez melhor ainda. Uma bênção de Deus! Amar ele foi o maior presente que eu poderia ter ganhado por me arrepender das coisas erradas que fiz e por querer ser cada vez uma pessoa melhor.

Mesmo que ele não tivesse reaparecido para mim naquele dia eu tenho certeza que encontraria uma forma de mudar para melhor, mas com ele foi tão fácil. Hoje eu posso dizer que fui abençoada por Deus e que Ele realmente me amou e ama mesmo quando fiz coisas ruins e mesmo quando ainda faço algo.

Eu posso dizer que o arrependimento e o perdão são as palavras chaves para você viver em paz. Não só com as outras pessoas mais consigo mesma.

Eu provei diversas coisas que o mundo me ofereceu. Hoje digo que a única pessoa que pode salvar a você é você mesmo. Porque eu me salvei! E porque eu experimentei o amor de Deus que nunca nos abandona. Ele não me abandonou! Muito pelo ao contrario me amou tanto que colocou no meu caminho a melhor pessoa que já conheci na minha vida. A mais querida e amável pessoa.

Hoje mesmo dentro desse caixão, ele ainda é meu esposo e pai dos meus filhos amados. E mesmo que ele não esteja aqui para dizer a mim e aos nossos filhos eu sei que ele sempre nos amou e agora lá no céu continua amando a essa família que ele ajudou a construir.

Ele que nos meus momentos de dúvida e fúria estava me olhando, estava me observando e acima de tudo me amando e nunca me julgando.

Nós te amamos... Sasuke-kun. Adeus.”

Entreguei o microfone para Naruto que estava ao meu lado e caminhei até o lado do caixão e me inclinando para perto do rosto dele coloquei minha mão sobre a dele.

                - Você vai ser papai de novo. – eu disse sentindo as minhas lágrimas molharem o rosto dele

“Goodbye my lover.

Goodbye my friend.

You have been the one.

You have been the one for me.”

“Adeus meu Amor.

Adeus minha amiga.

Você tem sido a única

Você tem sido a única para mim”

(Goodbye my lover – James Blunt)