Memórias de um garoto apaixonado escrita por Chão


Capítulo 11
A briga


Notas iniciais do capítulo

Você pode se tornar uma bomba e destruir tudo ao seu redor.



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— Querido Amigo!

Hoje foi a primeira briga.
Em um segundo o mundo estava silencioso, em outro ele estava de cabeça para baixo e ele me olhava com ódio. Seus lábios produziam palavras que me faziam encolher dentro de mim mesmo e meus olhos encherem de lágrimas. Seu indicador tocava minha pele com tanta força que deve ter deixado marcas em minha pele. Ele se calou, dando-me a chance de explicar qualquer fosse o motivo pela qual ele gritava. Mas eu não sabia o que dizer. As palavras estavam presas dentro da minha garganta e pareciam me sufocar. Seus olhos tinham aquele brilho suplicante por respostas, das quais ele parecia saber que não teria. E em uma fração de segundos ele se virou e foi embora, batendo a porta com força demais ao passar. O cheiro do seu perfume preenchendo o ar. E eu fiquei ali, encarando o vazio enquanto as lágrimas começavam a rolar por meu rosto. Talvez eu devesse ter ido atrás dele, segurado sua mão e pedido desculpas, mas meu corpo não reagia. Meus pés estavam presos ao chão.
Lembro de sentar na cama e ficar com os dedos entrelaçados. Meus olhos fitavam o chão e eu apenas chorava, as palavras girando rapidamente dentro da minha cabeça tentando encontrar o motivo, a razão para aquilo. E então um estalo me fez caminhar até meu guarda-roupa e abrir as gavetas. Enfiei a mão dentro da gaveta de cuecas e puxei as caixas de remédios que eu vinha tomando escondido e entre elas estava um pequeno embrulho. Um pequeno quadrado envolvido com papel azul claro. É, ele realmente me conhecia bem o suficiente. E agora eu havia estragado tudo. Ele viu os remédios, deve ter ficado fulo por eu ter escondido isso dele, mas esperou para ver se eu falava alguma coisa. Mas eu não fiz isso. E então ele não aguentou. Ele nunca foi bom em guardar as coisas para si mesmo. E a raiva foi a melhor maneira que ele encontrou para tocar no assunto.
Como sempre eu estou estragando as coisas.
O vazio está me engolindo e eu estou olhando para todos aqueles remédios em cima da mesa.
Não. Eles não podem me ajudar agora.
Eles não podem me fazer melhorar. Toda a sensação de bem estar que eles trazem é falsa. É isso o que ele gritava.
“Você não pode se matar aos poucos. Você sabe que essas coisas estão lhe destruindo e você ainda insiste nelas. Porra, o que acontece se você tiver outro apagão e não tiver ninguém aqui pra correr com você pra UPA? Você acha que é justo consigo mesmo, ou que é justo comigo? Droga! Eu sempre deixei claro que você poderia me contar qualquer coisa, e você me esconde essas coisas?”
Seus olhos escuros estavam tão cheio de dor, de raiva e magoa.
Deixei o embrulho no mesmo lugar. Não tenho coragem de abri-lo. Porque eu sinto que não sou digno disso. Não enquanto ele não falar comigo.
Eu deveria ligar para ele. Mandar uma mensagem. Ir até sua casa, mas não parece certo. Não agora. Talvez a noite. É, a noite ele deve estar mais calmo.
Está decidido. Iriei a noite.
Irei pensar em algo para levar como um pedido de desculpas. Melhor, irei escrever algo. Minhas palavras soaram melhores escritas do que faladas.
Agora eu preciso ir. Preciso escrever, não em você. Mas preciso.


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Notas finais do capítulo

Olá Gus. Aparentemente você leu essa história e eu não soube reagir a isso. Então, perdão.
Caro leitores. Eu estava com todos os capítulos digitados, mas rolou uma parada e eu os perdi. :(
Mas irei voltar a postar com mais frequência.
Deixem aí o que vocês estão achando dessa história.
Beijos do Chão



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