O Casamento do Meu Melhor Amigo escrita por Paula SC
Notas iniciais do capítulo
Olá, estou de volta com o primeiro capítulo. Quero primeiramente agradecer à CarvalhoDrexaS pelo comentário e agradecer duplamente a Michele que além de deixar um lindo comentário favoritou a historia ♥
Como podem ver eu sou bipolar, no prologo a musica era vc me conhece agr é não me conhece, bota casaco tira casaco.
Sem mais delongas, o capítulo.
You Don't Know Me - Jann Arden
No you don't know the one
Who dreams of you at night
Who longs to kiss your lips, longs to hold you tight
Oh i am just a friend, that's all i've ever been
Cause you don't know me
I never knew the art of makin' love
Though my heart aches with love for you
Afraid and shy, i let my chance go by
The chance that you might love me too
Praguejei em todas as línguas possíveis ao ver a imensa fila no banheiro feminino. Eu sabia que elas não iriam realmente usá—lo, apenas queriam se arrumar. Eu me encontrava em uma situação da qual eu realmente precisava usar o banheiro, não só pela minha bexiga estando a um fio de estourar, mas também pois derramaram em mim uma estranha bebida que me deu uma terrível reação alérgica.
Resumindo. Minha pele estava em brasa e eu precisava urinar e as vadias não me deixavam passar na frente mesmo estando cientes da minha complicada situação. Não tive escolha, fui para o banheiro masculino que não tinha fila, pois os homem só entravam lá para mijar e pronto, se quisessem se arrumar iam até o grande espelho na boate.
Assim que adentrei o lugar vi cerca de cinco homens, dois lavando as mãos e três no mictório, eles me olharam espantados e eu corei abaixando a cabeça pedindo desculpas e entrei em uma das cabines. Assim que esvaziei minha bexiga no vaso, que mesmo estando limpo não encostei um pedacinho de pele, retirei minha regata preta e encarei meu tórax assustada
—Mas que porra. - foi inevitável, a frase saiu extremamente alta.
Haviam varias manchas vermelhas espalhadas e ardiam como o inferno.
—Está tudo bem?- ouvi uma voz masculina dócil.
—Ótima - murmurei sem saber o que fazer em relação a alergia, se eu colocasse a blusa ensopada iria com certeza piorar – Filho da puta, vou achar o desgraçado e enche-lo de processo. - eu não tinha ideia de que eu havia falado aquilo em voz alta.
—O que ele fez.- A voz veio de um ângulo diferente, olhei para cima onde ficava a divisão da cabine ao lado e me deparei com um rapaz loiro com os cabelos um pouco grande, olhos claros e muito bonito.
—Você é louco? - questionei com uma voz esguichada ao me assustar com sua presença. Eu estava apenas de calça jeans e sutiã.
—Não sou que entrou no banheiro errado- rebateu com um sorriso cafajeste.
—Saia dai- esbravejei tentando tampar meus seios (pequenos, mas meus) com a minha camisa.
Ele me ignorou completamente e encarou descaradamente para a área que eu tentava cobrir a todo custo.
—Isso ai tá feio. - apontou, desaparecendo em seguida.
—Nossa, eu não tinha percebido. -Ironizei bufando. Já não bastava a raiva que eu sentia por causa da situação que me encontrava ainda tinha que aguentar idiotas.
—Todo mundo, fora!- ordenou a voz que eu reconhecia ser do rapaz. Ouvi vários múrmuros e passos. Ignorei aquilo e voltei a olhar a gravidade da minha alergia. - Pode sair agora. - me assustei ao vê—lo novamente me encarando por cima da cabine.
—Como?
—A porta está trancada, não tem mais ninguém aqui. Pode sair e limpar essas feridas em paz. - Não conseguia acreditar naquilo, pessoas não faziam isso por nada, sempre tinham segundas intenções.
—Não vou transar com você. Você é bonito, tem a voz sexy... —não sei exatamente o porquê daquilo ter saído, provavelmente era a falta do filtro.
—Não quero transar com você. - provavelmente fiz careta ao entender um segundo sentindo e ele aprontou-se a se corrigir. - Eu só quero te ajudar.
—Por que você não saiu também? — eu era uma pessoa difícil nessa época, grossa e mal-humorada. Era isso que dava ter dezesseis anos e começar a frequentar um mundo totalmente diferente do que deveria
—Bem... achei que poderia ajudar.- ele pareceu confuso, tentando achar uma resposta melhor.
Mesmo com a minha razão gritando, não sai dai, eu acabei seguindo meu instinto que dizia ao contrário. Sai bem receosa, apertando o pano preto contra meu corpo. O loiro apareceu ao meu lado, ele era alto e tinha um belo porte muscular, usava uma calça jeans escura, camisa branca e uma blusa longa e fina xadrez. Por ter 16 anos aquilo realmente me surpreendeu, até por que os garotos de dezesseis ou eram magrelos, ou gordos, o mais perto que chegavam dos músculos eram os tanquinhos secos. Andei até a pia sem olhá—lo.
—Não precisa ter vergonha. - comentou escorando no mármore ao meu lado. Ele tirou um paninho do bolso e me entregou, peguei desconfiada. - Está limpo, pode molhar e usar para limpar os machucados. - fiz o que ele falou, e logo de veio um alívio instantâneo quando o pano húmido entrou em contato com a minha pele.
—Obrigada- disse sem jeito colocando uma mecha do meu cabelo (preto, foi realmente uma época complicada)
—Você é bem nova, não?
—Sim, tenho dezesseis.
—O que uma garota de dezesseis anos está fazendo em uma boate de universitários? - eu já tinha me acostumado com perguntas como essas, era meu carma por ter entrado tão nova na faculdade.
—Eu estudo na universidade. Garota prodígio, mais mais da escola, me mandaram logo para a faculdade quando cansaram de eu ficar corrigindo os professores. Não é minha culpa se eles nem ao menos se esforçavam de saber das coisas, sério, o que eu custava estudarem um pouco. Claro que eu ainda seria mais inteligente e... —Ele ergueu as sobrancelhas e eu percebi que estava tagarelando, corei imediatamente, pelo espelho pude ver que não pareceu tanto graças a grande quantidade de maquiagem.
—Nossa. Legal. - ele sorriu para mim. Tinha algo nele que me fazia ficar bem, me fazia ficar com vontade de sentar e contar sobre minha vida. Não apenas tagarelar —Qual a sua área?
—T.I - respondi pressionando o pano em vários lugares da minha pele. - E você?— eu não conversava com estranhos, na verdade eu mal conversava, a lista de pessoas com quem eu conversava era curta, continha minha mãe, meu namorado e meu padrasto.
—Administração. - E sem perceber ingressamos em uma conversa, da qual ele me contou sobre o curso que fazia não ser o que realmente queria, só fazia por seu pai e eu contei sobre como era difícil ser a novata do campus.
Me dei por mim quando bateram na porta nos tirando de nossa bolha, me fazendo perceber que eu ainda estava só de sutiã e conversando no banheiro masculino com um estranho.
—Bem, acho melhor irmos. - propôs. Olhei para minha blusa e não tinha condições de coloca-la, ele pareceu perceber. -Podemos resolver isso. Um instante. - ele retirou a blusa xadreze e a entregou para mim.
—Não posso aceitar- recusei timidamente. - Você já fez muito por mim.
—Bem, você escolhe. Ou você aceita a blusa ou sai pela boate de sutiã.
Aceitei a blusa e o agradeci diversas vezes. Ele me acompanhou até a porta da boate, onde eu me despedi com mais um obrigada e peguei um taxi. Seis meses se passaram, seis meses do qual eu me recusei a sair para balada e do qual eu não o encontrei de novo, até eu me mudar para o apartamento de uma de suas melhores amigas, que acabou se tornando uma das minhas melhores amigas.
Até hoje não entendi bem o porque dele ter me ajudado, ter conversado comigo. Graças á aparência gótica, estilo despojado e maquiagem preta carregada, eu não parecia exatamente sociável.
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Olhei para o portão de saída do aeroporto já agoniada. O voo tinha atrasado uma hora! Só faltava ele ter caído, o que seria provável já que o universo gosta de conspirar contra mim quando o assunto é me declarar para Oliver Queen. Isso mesmo, eu finalmente tinha tomado coragem, eu iria contar assim que eu o avistasse passando pelo portão.
—Está nervosa?- indagou o moreno pálido ao meu lado.
Thomas Merlyn, meu amigo e confidente. Desde que Oliver foi viajar três semanas atrás e Sara decidiu fazer um estágio na França, eu e ele acabamos fortalecendo a amizade. Tommy sempre soube da minha paixão por Oliver, de acordo com o moreno, estava estampado na minha cara com neon e glitter. Com isso me ajudou bastante e graças a ele estou aqui, decidida.
—Não. - menti descaradamente roendo as unhas, o péssimo hábito que eu praticava quando me encontrava totalmente nervosa.
—Não tem o que temer. - garantiu me fazendo parar com o gesto compulsivo.
—Não tem o que temer? - repeti com desgosto. - Até por que, é a coisa mais simples do mundo chegar para o seu melhor amigo e dizer que é apaixonada por ele a seis malditos anos! - percebi que tinha falado alto demais atraindo olhares curiosos, retirei meus óculos enterrando meu rosto em minhas mãos.
—Poderia ser pior. Você poderia dizer para sua amiga de infância que à ama desde os 12 anos e no dia seguinte ela ir embora para outro continente. - sugeriu calmo me fitando, me senti horrível naquele momento. Sara era de quem ele se referia, minha amiga e ex colega de apartamento.
—Desculpa, eu não quis... - tentei me desculpar, mas ele me parou com um gesto de tanto faz com as mãos. - É que... é muita coisa em jogo. Você sabe como é. - ele afirmou com um suspiro. - Sem contar que em um mês eu vou me mudar.
No dia que Oliver saiu para a viajem de negócios na Irlanda recebi uma proposta irrecusável de trabalho nas Empresas Wayne, trabalhar ao lado do meu ídolo da tecnologia, Lucius Fox, como diretora da área de TI. Eu só estava esperando ele chegar para contar a novidade. Sei que não ficaria feliz, ver sua melhor amiga começar a trabalhar na empresa adversaria e ter que mudar para Gotham City não seria fácil.
Eu iria contar o que sentia e se desse certo eu estaria disposta a recusar o emprego, além do mais eu já era diretora do departamento de TI da Queen Consolidated. Mas, se não, se ele me afastasse e dissesse para ficarmos na amizade eu iria embora, ficar com ele sem estar com ele, não era mais suportável. Claro que eu não falaria isso, não o colocaria na parede, eu iria me declarar se desse certo ele jamais saberia da proposta e se não... eu contaria a ele poucos dias antes de eu me mudar de vez.
Podia até parecer egoísta, mas por causa dele perdi seis anos do que poderia ser um relacionamento duradouro, por causa dele nunca amei e fui amada como deveria, por causa dele eu era virgem e incapaz de me relacionar com outras pessoas sem estragar tudo.
—Eu sei que deve estar um inferno agora sua cabeça, mas saiba que mesmo se você for embora, não vou te deixar em paz filhote. Vou te atormentar até no tumulo. - eu me permiti rir e ao mesmo tempo revirar os olhos com o apelido ridículo, Tommy conseguia transformar qualquer momento tenso em algo leve e descontraído.
Então, a voz feminina ecoou pelos altos falantes avisando a chegada do voo que eu esperava ansiosa. Me levantei sendo acompanhada por Tommy. Não sei quanto tempo passou, o que aconteceu direito a minha volta, só sei que no meio das pessoas que saiam de lá eu o avistei. Seus cabelos loiros curtos, uma barba rala, alto e porte atlético, lindo como sempre em seu estilo casual. Corri até seu encontro me jogando em seus braços.
Três semanas, esse foi o maior tempo que ficamos sem nos ver desde que nos tornamos amigos. Ouvi sua risada ao retribuir meu abraço me levantando do chão e me girando. Inalei seu cheiro profundamente enquanto afundava meu rosto na curvatura do seu pescoço. Deus, como eu tinha sentido saudades dele. Conversar pelo telefone não chegava perto do conforto que era tê-lo tão perto.
—Senti sua falta- confessei quando ele me colocou novamente no chão ainda me abraçando.
—Eu também. - ouvir aquilo fez meu coração palpitar, não que fosse novidade, a presença dele fazia meu corpo reagir de diversas formas.
—Eu preciso te contar uma coisa, urgente. - falei antes de perder a coragem quando nos separamos.
—Olá, Felicity. - Meu corpo todo gelou. Parei de encarar os olhos azuis intensos e me virei em direção a voz já conhecida, e lá eu a vi, parada com seus cabelos castanhos longos, uma roupa casual e os olhos brilhando. Laurel Lance.
—Laurel... Oi- me forcei a abrir um sorriso e abracei a morena. Olhei para Tommy em busca de resposta e ele se encontrava tão confuso quanto eu.
Como havia contado, o relacionamento deles era conturbado, porém após a pior briga do casal, Oliver me garantiu que eles tinham acabado de vez, esses foi um dos motivos para eu ter achado coragem para me declara. Mas, ela estava ali, junto com ele.
—Antes de você me contar a sua novidade, deixe-me contar a minha primeiro. - Proferiu empolgado puxando Laurel pela cintura.
—Vocês voltaram? - questionou Tommy. Estava sentindo uma terrível dor no coração, como se tivessem ateado fogo.
—Mais que isso. - disse ela trocando olhares e sorrisos com Oliver fazendo meu estomago se revirar.
E como se eu já soubesse do que se tratava desci meus olhos até a mão direita da advogada e encontrei um anel em seu anelar, um anel de diamante em corte princesa. E foi quando eu esqueci como se respirava.
—Eu e Laurel vamos nos casar. - anunciou sorrindo erguendo as mãos.
Senti Tommy pegar meu braço docemente e analisar minha feição, não precisavam dizer, sabia muito bem que me encontrava pálida. Sentia como se o mundo estivesse desabando... ele iria se casar. Meu Oliver iria se casar. Eu sabia que eventualmente isso aconteceria mas... não, eu não estava preparada.
—Você está bem, Fel? -perguntou o moreno sabendo muito bem a resposta.
—Ótima. - menti novamente engolindo seco. - É que... nossa.. Eu... só estou surpresa.- ajeitei o óculos no rosto, já podia sentir minha garganta se fechar e as lágrimas encherem meus olhos. - Isso... soa como uma loucura. - Deixei escapar mordendo o lábio em seguida, porém eles não ligaram para o comentário apenas riram.
Olhei seriamente para o rosto de Oliver tentando achar o mínimo indício de aquilo não passava de uma grande e de mal gosto brincadeira. Seus olhos cintilavam assim como os de Laurel e aquilo fez tudo se tornar pior.
—Loucura na verdade não é nos casarmos. - Laurel deu um olhar de cumplice para Oliver, pareciam duas crianças que dividiam um segredo.
—Loucura é nos casarmos em um mês. - completou Oliver fazendo eu e Thomas engasgarmos com a saliva.
—Isso é absolutamente loucura. - Repreendeu o moreno após se recuperar.
—Eu achei também, mas... -Laurel foi cortada de sua explicação.
—Sei que é muito pouco tempo, mas com a doença do meu pai... Nos conhecemos a vida toda, um mês, um ano, não tem diferença, o destino obviamente aponta que ficaremos juntos- eu não estava mal, estava péssima, queria me trancar no meu quarto e nunca mais sair.
Robert Queen tinha câncer pulmonar; apesar dos tratamentos intensivos, sempre deixaram claro para a família esperar o pior além do mais ele já não era tão jovem. Eu sabia que o maior sonho de Robert era ver seu filho primogênito se casar e assumir os negócios da famílias. Mas um mês? Aquilo era loucura.
Ah Deus, eu não sabia que loucura, seria o pedido a seguir.
Três meses atrás Oliver e Laurel brigaram e feio, enquanto eu confortava Oliver, ela foi para Vegas, bebeu de mais e se casou com um estranho; eles não sabiam isso até recentemente quando o homem ligou para ela. Agora que eles queriam se casar então ela tinha que ir para Inglaterra se divorciar.
Com o casamento marcado para daqui um mês ele precisava de mim para ajudar com o casamento. Deus sabe como eu neguei mas, não tinha saída. Sua mãe estava focada apenas em seu marido doente, sua irmã lotada com a abertura da nova boate, Sara em outro continente e Tommy... bem ele é a melhor escolha se quiser destruir um casamento, não planejar um.
Eu podia fazer isso não é? Nada de mais, iria ajudar com coisas básicas, comida, lista de convidados, flores, enfeites, bolo. Oliver era meu melhor amigo eu precisava fazer isso. Vê-los ali pedindo para mim, implorando. Não tinha saída.
—Você não tem que fazer isso - sussurrou Tommy para mim no carro enquanto esperávamos os dois colocar as malas no porta-malas.
—Sim, eu tenho. – respondi secamente descontando minha raiva no pobre volante. - Ele é meu melhor amigo. Vai ser bom isso, quem sabe eu não supero de uma vez, vai ser também uma forma de passar algum tempo com ele.
—Você vai embora.- não foi uma pergunta. Claro que eu iria embora. Oliver iria se casar, não tinha mais nada que me prendia aqui. Eu iria perde-lo, sei como são casamentos, eu não quero ser uma terceira.
—Não tenho mais nada aqui.
—Quando você vai contar a ele? O casamento vai ser na primeira semana de junho, pelo que você me contou eles te querem lá antes que julho comece. - Eu agradeci por aquilo, a última coisa no mundo que eu queria ver era o homem que eu amo se casando com outra.
—Em breve- respondi encerrando o assunto já que o casal entrou no banco de trás.
O caminho foi tranquilo, o casal ria abertamente e contavam coisas da viajem, como foi que se encontraram na Irlanda e como decidiram que aquilo só podia ser algum tipo de sinal, me segurava para não rolar os olhos com toda a ladainha. Oliver estava cego, mudado, não era o mesmo homem que eu conhecia, me arriscava dizer que ele tinha se apaixonado por Laurel nessa viajem, pois nunca o vi daquela forma.
Uma parte de mim ficou feliz por vê-lo daquela forma, exaltando energia, paixão... mas a outra... a outra se corroía aos poucos vendo que ele estava extremamente feliz e eu não era a responsável por esse sentimento.
Passei na minha cabeça milhares de vezes qual o motivo para eu me submeter a tal humilhação pessoal, ajudar em um casamento do qual nem ao menos eu iria. Não achei, mas sempre que eu olhava pelo retrovisor enquanto dirigia pelas movimentadas ruas de Star City e via ele... Talvez não seria tão ruim.
Primeiro deixei Laurel em seu apartamento, depois Tommy que discretamente me confortou dizendo que qualquer coisa ele estaria presente. E então eu fiquei sozinha no carro com Oliver, ele já assumindo o lugar ocupado por Tommy ao meu lado na frente.
—Você está quieta, filhote – comentou enquanto esperávamos o sinal. O maldito apelidinho que me perseguia. A essa altura do campeonato já tinha desistido de faze-los pararem com o apelido
—Tem algumas coisas acontecendo, desculpe. - nunca na minha vida eu tinha mentido para ele. Eu sempre fui sincera, tudo bem que na questão da paixão eu abafava o caso, mas sempre deixei claro que eu o amava acima de tudo.
—Isso nunca foi motivo para você ficar quieta. - deu um soco fraco em meu ombro. Sorri falsamente, um erro já que ele conhecia esse sorriso. -Não se atreva a sorrir assim para mim. - acusou apontando para meu rosto.
—Eu... eu estou sorrindo normalmente. - forcei-me parecer verdadeira, falhei miseravelmente.
—Fe.li.ci.ty- entoou da forma única dele que fazia minhas pernas bambearem. - O que está acontecendo?- ele falava sério me encarando. Fiz de tudo para fugir do seu olhar, tentando me concentrar no maldito sinal que não mudava.
—Nada.
—Você está mentindo para mim. - acusou.
—Não - fiz um barulho estranho, como um sopro com a boca. - Eu não estou.
—Eu te conheço perfeitamente - tão perfeitamente que não consegue ver que sou apaixonada por você.
—São... problemas pessoais.- essa foi a pior desculpa que eu poderia ter arrumado.
—Problemas pessoas? - repetiu indignado. - Sou seu melhor amigo, não temos esse de problemas pessoais, não escondemos nada um do outro.
—Até por que foi eu que voltei de uma viajem de negócios noivo. - deixei escapar me amaldiçoando em seguida.
—É por isso. - concluiu. - Você não aprova.
—Não é isso... - suspirei, virei o rosto e o encarei verdadeiramente pela primeira vez desde que entramos no carro. - É que... - Não conseguir formular as palavras.
—Você tinha algo para me contar quando eu cheguei, é esse o motivo que te incomoda? - esse era o momento, eu poderia contar tudo a ele talvez eu destruísse nossa amizade, o noivado dele... era um risco.
—Oliver... eu queria te dizer que, faz um tempo na verdade- me ajeite no banco desconfortavelmente. - Eu es... - Uma buzina fina e irritante me atrapalhou, virei para frente e vi o sinaleiro aberto. E foi com isso que eu conclui. Eu não deveria contar.
Bati o pé no acelerador indo rumo a mansão Queen. Eu não iria contar, não iria arruinar a vida dele, perder sua amizade, acabar com um noivado, eu iria fazer o que deveria, ser sua amiga, apoiá-lo.
—Eu es...? - insistiu ainda me fitando.
—Eu estava com muita saudades. - completei. - Achei sim a decisão precipitada, mas estou aqui para o que for.
—Certo – ele se forçou a acreditar, rendido que eu não queria falar muito. - Mas, me conta sobre como foi essas três semanas aqui.
Eu contei, tudo. Tagarelei como sempre fiz e tentei agir normalmente como sempre fiz. Fingir que nada me afetava enquanto por dentro estava completamente destruída. Eu o deixei em sua casa e logo em seguida fui para minha, me joguei em minha cama, afundei-me em meus travesseiros e deixei toda aquela dor que eu sentia sair.
E pela primeira vez eu percebi, talvez ele não me conhecesse tão bem, se me conhecesse veria minha dor, e perceberia o quanto eu o amava.
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Espero que tenham gostados, deixei seus cometários, quanto mais comentário mais rápido eu volto. Bjooos Bom fim de semana
PS. Desculpe se algum erro passou.