I Wish You Were Here. escrita por vanprongs


Capítulo 9
Potter e Back nem sempre são Melhores Amigos


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo do meu casal favorito do mundo!
Espero que vocês possam me perdoar por ter demorado tanto e gostem desse capítulo, que terá uma segunda parte até sexta-feira.
Tenham uma boa leitura, amores. Amo vocês!



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O tecido grosso do meu casaco protegia meu corpo do frio que fazia em Hogsmead aquele dia, Angelina andava ao meu lado e tagarelava sobre a última aula de Runas Antigas quando resolvemos ir para um lugar mais afastado. 

Algumas pessoas já falavam sobre a fuga do meu pai, e pior: sabiam quem eu realmente era. Eu sabia que era questão de tempo até que Harry descobrisse sobre o motivo de Sirius Black estar em Azkaban e por conta disso evitei o máximo estar sob a presença dele e de Rony. 

Vi o homem que havia conversado vez ou outra pelo castelo, ele era o novo professor de Defesa Contra a Arte das Trevas e as poucas vezes que nos víamos pelo corredor sorríamos um para o outro, e outras vezes ele parava para conversar comigo. Remus tinha sido um bom refúgio quando eu queria esquecer sobre a presença de meu pai tão perto do castelo, e eu havia percebido que de algum jeito o bruxo também queria esquecer aquilo. Mesmo que eu nunca tivesse perguntado o motivo, eu imaginava que por ele conhecer mamãe, ele também havia conhecido Sirius. 

Fred e George haviam combinado de nos encontrar perto do lago após pegarem algumas bebidas quentes, Johnson parou abruptamente ao meu lado e segurou meu braço quando seu olhar parou mais a frente e logo eu o segui, puxei o ar de forma pesada e fechei os olhos, sabendo o que aquilo significava. 

A testa de Potter estava franzida e pela posição de seu corpo ele havia acabado de gritar com Hermione, lágrimas de raiva saíam de seus olhos claros. No instante seguinte eles focaram nos meus e então ele começou a andar apressadamente em minha direção, com Granger e Weasley preocupados caminhando ao seu lado, tentando segurá-lo.

— Você... Você sabia o que ele tinha feito. - a voz do magricela saiu triste e ele franziu a testa. - ELE ASSASSINOU MEUS PAIS. - o moreno gritou, fechei os olhos e mordi o interior da bochecha. - VOCÊ GOSTOU DE SE FAZER DE MINHA AMIGA, BLACK? DE NÃO ME CONTAR A VERDADE SOBRE O ASSASSINO QUE SEU PAI É? VOCÊ ACHOU QUE EU NUNCA IA DESCOBRIR A FAMÍLIA PEÇONHENTA QUE VOCÊ TEM? REALMENTE ACHEI QUE EU PODIA CONFIAR EM VOCÊ LYNX, MAS VOCÊ SE APROVEITOU QUE...

— Harry. - a voz de Hermione o interrompeu no momento seguinte e eu franzi meu cenho.

Não era novidade para mim que a garota não gostava tanto assim da minha presença, eu sabia que era por causa de Ron, mas nunca tinha tocado no assunto, e por conta disso eu achava surpreendente o fato de que ela estava me protegendo das palavras afiadas dele.

— Eu não acho que ela tenha relação com o que o pai dela fez. - foi a vez do ruivo mais novo falar.

— Oh, me desculpem. - Harry começou a falar em um tom debochado. - Eu não sabia que vocês estavam do lado da filha do assassino dos meus pais.

— Tecnicamente meu pai não matou seus pais. - murmurei e fechei os olhos, maldita boca grande. 

— Eu sei que Sirius Black entregou o segredo dos meus pais, Lynx. Você não precisa defender ele. - o garoto da cicatriz resmungou estressado.

Esfreguei meus olhos com as mãos cobertas pela luva preta que usava e abri meus olhos, mantendo o contato visual com o Potter órfão e mordi o lábio. 

— Não estou defendendo Sirius Orion Black, por Merlin, Potter. - mexi as mãos irritadas e percebi a aproximação de Fred e George. - A última coisa no mundo que eu faria seria defendê-lo. - ri em descaso. - Mas eu não tenho ligação nenhuma com o que ele fez aos seus pais, me culpei muito por isso no começo. - suspirei exausta. - Mas eu não... Minha mãe está morta por proteger os seus pais, e pessoas como a sua mãe... E como Hermione. - resmunguei apontando para a garota. - Toda a minha família está. Os McKinnon ao menos. - olhei para meus pés e enfiei as mãos nos bolsos do blusão que me protegia da neve. - Eu não sei a razão pela qual meu pai fez o que fez e eu nunca defenderia um assassino, nunca defenderia alguém que lhe tirou sua família.

— Você é filha de um assassino. - Harry falou.

— Você não pode me condenar pelos pecados do meu pai. - murmurei em um pedido.

— Pois veja eu o fazendo. 

E então o ombro do menino se chocou com o meu e ele caminhou para longe, sendo seguido de seus amigos. Eu continuava olhando para o chão coberto de neve quando os braços de Fred passaram por meu corpo, puxando-me contra seu corpo e passei meus braços pelo pescoço do meu melhor amigo, me deixando desabar. 

 

  ☾☾☾ 

 

Aquele foi o primeiro Natal, após minha entrada em Hogwarts, que eu não passava com os Weasley. Decidi ficar com minha família quando ouvi Harry falando para Hermione que pensava em passar a data na Toca e como a boa covarde que sou, não queria vê-lo. Descobri no trem que ele sequer saiu do castelo, e obviamente Fred e George quiseram discutir comigo sobre o assunto. O que nos levou a uma briga durante todo o trajeto do trem até o castelo depois do final do ano, porque eles sabiam que eu não enfrentaria Harry, não quando eu sabia que eu não era os pecados do meu pai, não quando ele decidiu me culpar pelo que havia acontecido há doze anos.

Eu era um bebê, mal conseguia entender as cosias que meus pais me falavam.

Revirei os olhos ao observar a mesa da Grifinória e ver os gêmeos me encarando com as sobrancelhas arqueadas, ambos não concordavam com a minha decisão de não sentar mais com eles durante o almoço e Ginny havia simplesmente decidido se sentar na mesa da minha casa, por não concordar com a atitude de Potter toda vez que me via. Um suspiro saiu de meus lábios quando os Weasley saíram da mesa e andaram até a minha direção, deram um pequeno sorriso sentando-se ao lado da irmã mais nova e os encarei séria.

— Vocês não deveriam estar aqui. - resmunguei após mastigar um pouco de frango. - Não tem um lado certo, e só estão piorando tudo.

— Existe um lado certo. - a ruiva em minha frente disse séria. - E não é o de Harry.

— Ele está agindo como um idiota. - George concordou.

— E você sabe que nós somos uma democracia. - Fred comentou com um sorriso leve nos lábios.

— Bem... - comecei a falar com um sorriso sarcástico nos lábios. - Eu não lembro de sermos uma democracia quando vocês entregaram sabem o que para ele.

— O garoto precisava sair do castelo ou iria explodir. - um dos gêmeos murmurou e eu revirei os olhos.

— E foi assim que ele descobriu tudo. - disse e arqueei uma sobrancelha ao ver a expressão culpada no rosto deles. - Eu não culpo vocês, de qualquer jeito. - suspirei, brincando com a comida. - Mas eu realmente preciso que vocês me ajudem para que ele não sinta mais raiva de mim do que já sente, porque vocês vão ter que escolher uma Black ou um Potter...

— Uma Black. - a única respondeu rapidamente e soltou uma risada sem graça. - Você é minha melhor amiga, Lynx, e por mais que...

— Eu tenha crescido com o amor de uma família, ainda perdi tanto quando Harry. - concordei e dei uma risada sem graça. - Só não quero que Potter sinta mais raiva de mim do que o normal.

— Isso não vai ser possível. - ouvi a voz de Cedric ao meu lado. - O garoto tá olhando pra cá como se fosse matar com você com o olhar.

— Bem... Se lasers saíssem do olhar dele eu aposto que os três Weasley aqui estariam tão mortos quanto eu. - dei os ombros segurando a risada ao perceber o olhar do menino que sobreviveu para mim e meus amigos, foi quando o percebi se levantando e andando em nossa direção. - Merda. 

— O que? - Fred perguntou virando seu rosto até encarar o corpo magricela de Harry andar até nós. - Merda. - concordou e passou a mão nos cabelos frustrado, o ruivo se colocou de pé e levantou sua mão até o ombro do moreno que havia chego e tinha uma expressão nada amigável no rosto. - Harry, eu acho melhor você voltar para a mesa da Grifinória. - murmurou sério e eu sabia que havia uma pequena ruga no meio de sua testa. - É melhor você fazer isso do que começar uma cena aqui e agora. 

— E você não vai gostar do lado que nós estaremos. - George concordou já em pé, ao lado do irmão.

— Eu  não estou fazendo cena nenhuma. - Potter disse entredentes e me encarou com a sobrancelha arqueada, ele tentava controlar a respiração, bem, eu estaria realmente morta se aquele garoto tivesse algum super poder. - Black, podemos conversar? 

— Acho que você pode conversar com ela de onde está, Harry. - Ginevra comunicou com seu corpo virado para ele.

— Em particular. - o garoto murmurou sem tirar seus olhos de mim.

— Você vai tentar matar ela? - meu melhor amigo perguntou ao me ver levantar. - Espera ai a gente não concordou com isso.

— Sinto muito, George, mas a decisão é minha. - comuniquei e arrumei minha postura, após passar as mãos pelas minhas vestes, desamassando-as, e então comecei a andar em direção a porta, eu podia sentir os olhos de alguns alunos em mim e virei meu corpo encarando o moreno ainda parado no mesmo lugar. - Mudou de ideia, Potter? - perguntei mais alto.

Nesse exato momento Hermione entrou correndo no Salão Principal e pegou o braço de Harry, puxando-o para fora. Seu rosto estava vermelho e ela murmurava algo como 'Hagrid precisa da gente', eu dei de ombros e continuei andando para a saída. 

— Acho que nossa conversa fica para depois. - murmurei quando ele passou por mim e mordi o interior da bochecha. 

Mas nós não conversamos e depois de tudo, eu me senti traída. Eu queria que o trio de ouro fosse para o inferno depois do que eu descobri no trem, eu sabia que eu estava errada quando não contei o que sabia... Sobre o meu pai ser um assassino, mas Harry, Ron e Hermione esconderam algo muito pior de mim.

Sirius Black havia sido incriminado. 

E agora era um fugitivo, porque não era interesse de mais ninguém tentar provar sua inocência. Pelo menos foi o que consegui ouvir enquanto fiquei parada em frente a cabine deles, antes de Ronald abrir a porta e me encarar sem reação, os outros dois fizeram a mesma coisa. Era óbvio por suas expressões que eles não me contariam nada, era mais óbvio ainda que aquilo era verdade. 

 

    ☾☾☾ 

 

Meus pés balançavam para frente e para trás enquanto eu pensava em tudo o que havia acontecido, não consegui falar com ninguém sobre aquilo, e por conta disso eu tinha enviado uma carta para Remus Lupin, aquele que havia perdido tanto quanto eu há anos atrás.

Remus havia me ensinado mais do que um feitiço ou outro na escola durante seu tempo de professor, ele havia me ensinado que eu não era os pecados do meu pai. E talvez agora ele esteja tão confuso quanto eu, já que ele admitiu ter descoberto também. Mas eu não consegui ficar com raiva dele, porque era tão difícil para ele quanto para mim, e tinham outras coisas acontecendo com ele, coisas mais preocupantes e doloridas do que eu e meu não relacionamento com meu pai. 

— Chocolate? - ouvi sua voz ao meu lado e encarei o pequeno retângulo direcionado a mim, neguei com a cabeça e segurei nas cordas do balanço. - Eu só vou conseguir te ajudar se você me falar o que está pensando, Lynx. - o mais velho apontou e suspirei, ele estava certo.

— Queria que Harry tivesse me contato quando ele descobriu. - murmurei e fechei os olhos, cansada de guardar aquilo. - Queria gritar com ele e o acusar de esconder as coisas de mim como eu escondi, queria conseguir chamá-lo de hipócrita por ter me feito passar por tudo aquela merda e então esconder que meu pai não é quem eu pensava... Meu pai não é um assassino, Remus, meu pai não é o que toda a sociedade bruxa pensa e ele me deixou... Ele me deixou pensar isso, ele deixou com que eu nutrisse mais ódio pelo meu pai do que eu sempre pensei ser possível. - despejei de forma pesada e senti meus olhos se encherem, mas eu não queria chorar, não com aquilo, não mais. - Potter pregou que eu havia me aproveitado dele, que eu havia brincado com sua confiança... Se fosse o contrário, se fosse James no lugar de Sirius... Eu teria falado para ele no momento em que descobri... Ou tempos depois já que, bem, era lua cheia e vocês estavam... - me calei, percebendo que havia falado demais e que Lupin havia trincado o maxilar. - Desculpe. - murmurei abaixando a cabeça.

— Você não está errada, Lynx. - comentou comigo dando um pequeno sorriso. - Mas você fica aqui enquanto poderia estar  com seus amigos, aproveitando o resto das suas férias, não me parece algo tão prudente assim.

— Ou é isso ou eu irei voar no pescoço daquele garoto. - falei sem pensar e ouvi sua risada leve. - O que?

— Você pareceu sua mãe falando agora. - comunicou e deu os ombros, antes de se levantar do balanço em que estava e dar um leve sorriso para mim. - Hoje é lua cheia... Eu preciso ir. - murmurou cansado e abaixou a cabeça. - Não se exclua dos seus amigos por causa disso, Lynx. - avisou antes de sumir do meu campo de visão.

Soltei um suspiro alto antes de levantar de meu próprio balanço e comer um último pedaço de chocolate enquanto caminhava para casa dos Tonks, mamãe Andromeda estava quieta após eu lhe contar o que havia descoberto, eu consegui ver um pequeno raio de felicidade passar por seus olhos quando ela soube que Sirius não era culpado, mas ela havia respeitado minha decisão de não conversar mais sobre esse assunto, virei a esquina que me levaria para minha casa e estagnei no chão.

Porque foi naquele exato minuto, doze anos depois, que eu o vi. 

Sirius Black tinha suas mãos enfiadas na calça preta que ele vestia, os cabelos longos, negros e desarrumados, uma expressão cansada e ao mesmo tempo um certo brilho no olhar. Um sorriso pequeno surgir em seus lábios quando ele me encarou, embasbacada, senti meus olhos se encerem de água novamente.

E no segundo seguinte, ele desapareceu

 


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