Ele escrita por Calpúrnia


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá, olá! Eu achei que ficaria um bom tempo afastada, mas estava revirando alguns textos e me deparei com essa história. A verdade é que era uma história original com personagens inspirados em pessoas reais, mas para ser sincera, essas duas pessoas tinham muito de SasuSaku e ficou assim. Bom, não sei como explicar, mas relendo, eu decidi dar isso para vocês. Eu sempre quis fazer algo SasuSaku e sem nem perceber já havia feito há muito tempo! Loucura, não é mesmo?!
Espero que gostem. A história será bem curta mesmo. Do fundo do meu coração, espero que vocês gostem.
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/711854/chapter/1

Sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015 – O garoto malvado.

Escrito por G. de Oliveira

Com passos tão lentos e pesados, ele deixava bem claro que a partida não estava em seus planos e ele não pretendia recorrer a decisões tão dolorosas. A chuva caía tranquilamente, mas lhe queimava a pele tão profundamente que ele tinha vontade de gritar, berrar para que todos entendessem o desespero de sua mente atordoada. Virar as costas foi algo que ele sempre repreendeu a si mesmo para nunca fazer com ninguém, e, no entanto, lá estava ele, fazendo algo que odiava.

Sakura estava logo atrás de si, sendo o motivo pelo qual ele não conseguia sair correndo. Algo dentro dele queria que ela corresse, gritasse, dissesse qualquer coisa para que ele pudesse sair da sua sanidade e ficasse fora do seu controle. Qualquer coisa que ela fizesse já era o bastante, mas ele a tinha esfaqueado profundamente, incapacitando-a de se mover, falar e viver.

Ele odiava jurar, mais ainda fazer promessas, mas dentro de si, prometeu a si mesmo que não permitiria que ela saísse machucada daquela guerra tão árdua que ela lutou tão brava e lindamente. Quebrou a própria promessa e ele desejou que pudesse pagar por isso sozinho, desejou que a facada tivesse sido em suas costas e não na dela.

Correr seria covardia demais? Porque ele estava puxando forças de qualquer parte de si para que pudesse correr, mas seus pés continuavam presos àquela terra molhada e sobrecarregada do silêncio mortal. As correntes eram invisíveis a qualquer um, até mesmo a ele, porém ele as sentia forte e intensamente em seus pulsos, puxando-o de volta para o lugar do qual nunca deveria nem ao menos pensar em partir.

Sua mente sabia muito bem que o tempo não podia voltar, e uma vez ditas, as palavras jamais voltariam para seu peito para ficarem guardadas e escondidas como se nunca tivessem existido. Não, já era bem tarde para que tentasse destruí-las em seu coração difícil e rígido. Mas ele poderia tentar remendar tudo ao seu arrependimento, não podia? Fizeram isso tantas vezes antes, remendando com qualquer sentimento vagabundo de força e esperança, e sempre dava certo. Poderiam fazer isso novamente, certo? Bom, era isso que sua mente pedia, implorava para que ele fizesse. Mas seria ele capaz? Não, ele não era. Não poderia remendar aquela ferida com qualquer sentimento vagabundo de força e esperança.

Suas costas ardiam com o olhar que ele sabia que Sakura lhe dirigia: tristeza, decepção, derrota, dor. Tudo que ele sentia e jamais expressaria em palavras, mas que estava escrito em seus olhos tão clara e explicitamente que qualquer um poderia decifrar, incluindo Sakura, e diante dela, sua força tinha que estar exposta e segura, sem vestígios de arrependimento. Conhecia a si mesmo bem o suficiente para saber que ela poderia fazê-lo fraquejar diante de suas decisões mais confiantes.

Do céu, a chuva caía tão leve e carinhosa que ele sentia-se preparado para sua morte mais tranquila e dolorosa, mais ainda do que já estava sendo. Foi assim que ele ouviu os pequenos lamentos daqueles anjos tão malvados, cretinos que insistiam em torna-lo tão cruel, mas ele sabia que a dor não era só sua; aqueles seres celestiais também podiam sentir assim como ele, e talvez até mais. Eles lamentavam todos aqueles pedaços do seu coração espalhados fazendo uma bagunça triste e horrenda no lugar que era para ser encantado.

Era uma guerra, afinal. Como poderia ser belo o que apenas destruía? Sakura acreditava que a guerra valeria a pena, e ele acreditou também, mas feridas estavam abrindo-se facilmente dentro de si, ardiam como o inferno e passavam um dia todo corroendo como se tivessem se passado mil anos. Batalhas travadas e vencidas encorajavam-nos a seguir em frente em direção à próxima, porém, elas se mostraram tão tristes e dolorosas, que perderam o valor.

Ele não queria mais. A guerra, para ele, já era considerada perdida, algo que ele não tinha mais forças para viver. Com todos os pedaços do seu coração jogados ao chão, ele entendeu como amá-la era perigoso, difícil de deixar que ele vivesse.

Não tinha muito que recolher daquela guerra pelo amor. Com todas as armas jogadas de lado e todas as granadas já detonadas, ele tentou recolher o que pudesse do que sobrou de seu coração para que ela não tivesse de sofrer duplamente como sempre fazia. Sakura não merecia aquela dor, e menos ainda aquela guerra terminando tão ridicularmente, mas a ganhou porque ele foi covarde demais.

Ele partiu ainda esperando pela facada em suas costas, precisava se esquecer daquele amor que morria tão lentamente quanto à chuva.

Δ


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom, é isso. Eu sei, foi pesado, até mesmo para mim mesma, mas eu gosto bastante desse texto que eu consegui escrever (bons tempos!). Espero não demorar muito para postar o próximo. Não sei o que será dessa história, mas gostaria muito que os leitores participassem também. Gosto de saber o que vocês sentem quando leem esses textos loucos que eu escrevo. Espero que tenham gostado.
Até mais! ♥ ♥ ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Ele" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.