O Anel Claddagh escrita por ferporcel


Capítulo 11
Capítulo 11: Confirmação




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Capítulo 11: Confirmação

 

Severo ficou um tanto surpreso quando a resposta de Granger à sua última carta chegou com a correspondência da manhã. Ele temia essa carta, especialmente se não carregasse o anel. Era uma resposta muito rápida, o que podia somente significar que Granger era realmente esperta demais para ser enganada e sabia que o anel era dele.

 

Com aquilo em mente, o mais discretamente possível, ele apalpou o envelope por qualquer coisa que pudesse passar pelo anel, mas encontrou apenas papel liso.

 

Droga!

 

Ciente da Diretora o observando achando que ele não notaria, Severo disciplinou sua expressão para o usual semblante vazio e decidiu deixar esta carta para mais tarde. Se ela descobriu tudo, ele não podia garantir que não jogaria seu café da manhã nos alunos, ou esta era sua desculpa.

 

Apertou o envelope com uma mão e levantou o café até a boca com a outra, tentando agir normalmente. Voltou a xícara à mesa e usou a mão livre para pegar o garfo e comer um bocado de ovos mexidos. Fez isso duas vezes, depois trocou o garfo pela xícara novamente.

 

Tudo muito normal. Tudo muito controlado. Tudo muito ele.

 

Exceto pelo papel áspero na sua outra mão e o inesperado peso em seu coração.

 

Dispensou qualquer pretensão de que seu estômago estava aceitando bem a refeição e empurrou o prato. Carta estúpida.

 

— Revoltando-se contra a culinária dos elfos domésticos de novo?

 

Severo gemeu baixinho.

 

— O que você vai comer se começar a evitar tudo que eles fazem, eu me pergunto? A comida da Rosmerta? — Minerva insistiu.

 

— Não estou afim, Minerva. — Ele suspirou.

 

— O que tem nessas cartas, Severo? — A voz dela não tinha o tom brincalhão de antes.

 

Severo continuou a olhar feio para alunos aleatórios, recusando-se a responder.

 

— Não estou tentando ser enxerida, mas eu tenho que perguntar. Você não tem sido o mesmo ultimamente, e eu estou começando a ficar preocupada.

 

Ele olhou para ela de canto de olho. — Não tem nada com que se preocupar, Mamãe.

 

Ela riu num som curto. — Então tire esse bico da cara e coma sua comida, querido.

 

Ele suspirou novamente e soube que aquilo não fizera nada para tranqüilizar a Minerva.

 

— Quem está lhe atormentando tanto assim, Severo? O que está lhe atormentando? Eu não gosto de ver você voltando a ser como era antes, quem você era durante a guerra...

 

Ele se levantou com aquilo. — Então não olhe, Minerva — ele lhe disse antes de sair a passos largos do Salão Principal. No caminho, descontou cinco pontos de um grifinório qualquer sem dar o motivo.

 

Já em seu escritório, ele rasgou o envelope com raiva. Prendeu a respiração e leu.

 

Caro Professor Snape,

 

O senhor acha mesmo que eu sou tonta? O senhor realmente acreditou que eu ficaria satisfeita com aquelas meias verdades? Bem, pense novamente!

 

Ela sabe.

 

Quem é esse dono misterioso? Eu vi o senhor e Voldemort lá, mas muitos outros poderiam ter visitado o local depois que eu saí.

 

Ela não admite, mas ela sabe.

 

Que maldição está afetando o anel? Eu não acredito na sua estória fantástica de que é algo que só o senhor viu num livro obscuro. Se conhece a maldição, explique-a para mim; tenho certeza que tenho conhecimento suficiente para acompanhar sua explicação, Professor. Além disso, aproveite a oportunidade para entrar em detalhes sobre como tornará o anel seguro. Eu quero a explicação longa e completa.

 

E pela peça de tentar me enganar, o senhor terá que responder à minha pergunta bônus. Como sobreviveu à Nagini?

 

TODA a verdade desta vez, por favor.

 

Hermione Granger

 

Severo lera o resto da carta como um borrão de palavras, sem realmente prestar atenção em nada do que estava escrito ali. Os primeiros dois parágrafos foram suficientes.

 

Ela sabe.

 

Os medos de Severo foram confirmados. Ele esfregou os olhos num gesto nervoso enquanto andava até sua mesa. Ele largou a carta ali e desmoronou na cadeira.

 

Ele soubera que chegaria a isso eventualmente. Era irritante como este desenvolvimento previsto podia fazê-lo sentir-se tão desamparado, torturando-o. Ele bufou de sua própria sorte. A vida trabalhava em ciclos para ele, e agora era tempo de tortura, ao que parece.

 

Granger sabia que o anel era dele e mesmo assim queria que ele admitisse. Ela queria que ele exprimisse sua vergonha e humilhação com todas as letras. Sua cabeça começava a latejar.

 

Ele olhou fixamente para a carta descansando em cima das redações dos alunos do quarto ano. Pegou-a na mão e releu.

 

Não havia motivo para adiar aquilo. Ele preparou uma resposta rápida, sem resistir à tentação de tentar dissuadi-la da verdade novamente e sem sequer se preocupar se suas palavras leriam de forma patética. Ele a enviou antes da aula e sentiu-se humilhado com os mais reclusos cantos de seu coração expostos. Se ele tinha que sangrar, deveria ao menos ter o conforto do anel Claddagh com ele.

 


 

No próximo capítulo... O anel e seu dono ganham um novo significado para Hermione.


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