Yuri! Euphonium escrita por Mirai


Capítulo 3
Capítulo 2




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O dia seguinte começou normalmente para Reina. Ela saiu bem cedo de casa e embarcou no trem para ir ao colégio. Durante todo o percurso, assim como na noite anterior, não conseguia deixar de pensar no beijo que Kumiko havia lhe roubado. Quando pensava nisso, sentia-se corar um pouco, mas não se exaltava. Durante toda a parte da manhã em que treinou sozinha na sala de música, tocou o trompete sem desafinar, mantendo seu alto nível de rendimento. Contudo, não pôde deixar de perceber que Kumiko não apareceu cedo, o que era entendível.

Kumiko havia decidido que não iria cedo para treinar naquele dia, com medo de encarar Reina. Iria apenas para as classes normais da manhã. Afinal, havia agido impulsivamente e a beijado. Apesar de ter gostado, pois era algo que queria fazer, não sabia de que forma encarar a trompetista.

Mais tarde, Reina andava no corredor, em direção à sala, quando viu Kumiko vindo na direção oposta. Mas evitou de olhá-la diretamente. A garota de cabelos castanhos corou no mesmo instante em que viu a amiga, abaixando o rosto rapidamente. Mas sabia que não adiantaria deixar as coisas como estavam. Juntou toda a coragem do mundo e correu até ela.

— R-Reina, sobre ontem, eu...­ – antes que pudesse terminar de falar, era interrompida pela amiga.

— Eu estou atrasada. Com licença... – continuou seguindo em frente, ainda sem encarar diretamente Kumiko.

Aquilo foi o suficiente para deixar a eufonista em pânico. Ela ficou um tempo parada no corredor, boquiaberta, tentando entender o que havia acontecido. Mas, na mente dela, só havia uma explicação. “Kumiko, sua idiota... Agora ela me odeia”. Ela sentiu um aperto no coração e quase chorou, mas resistiu. Foi para sua classe, que não era a mesma de Reina, e passou a aula inteira pensando na reação da outra. “Talvez ela tivesse algum compromisso urgente... É, é isso! Acho que devo tentar falar com ela novamente”.

E foi o que fez. No horário de almoço, avisou Sapphire e Hazuki que não iria comer com elas, pois precisava tratar de assuntos importantes. As duas, obviamente, sabiam que era algo relacionado a Reina, mas entenderam. Após Kumiko sair, Sapphire fitou a porta por algum tempo, parecendo pensativa, mas logo voltou a comer. A eufonista já imaginava onde Reina estava, pois a conhecia bem. Foi até o telhado e a encontrou ali, tocando seu instrumento. Kumiko se aproximou correndo.

— Reina, não fuja! Quero explicar aquilo de ontem, por favor... – falou, um pouco ofegante. Reina cessou o soprar no trompete e a olhou de forma inexpressiva.

­­­­­­­­– Tenho que almoçar, me desculpe – respondeu, enquanto caminhava até a saída do telhado.

Os olhos de Kumiko encheram-se de lágrimas. Ela caiu de joelhos no chão, sem acreditar. Quis segurar Reina pelos braços ou ir atrás dela, mas não tinha mais forças para isso. “Se ela não quiser mais falar comigo... é um pedaço de mim que está indo embora”.

Mesmo que estivesse se sentindo indisposta para qualquer coisa, decidiu que iria ao ensaio da banda. No fundo, Kumiko ainda tinha esperança de que Reina falasse com ela. Durante a atividade do clube, ela se esforçou ao máximo para não olhar para a garota de cabelos negros e para não se desconcentrar de seu eufônio. Precisou ter a atenção chamada algumas vezes pelo sensei, mas não foi tão mal quanto esperava que fosse. Por outro lado, Reina tocava o trompete com a habitual perfeição. Ainda estava mexida por tudo o que ocorreu, mas não se deixava desconcentrar.

Na hora da volta para casa, Kumiko correu até a saída do colégio. Queria voltar sozinha hoje. Reina não a procurou para conversar, sequer a olhou. Aquilo deprimia a eufonista, que precisou segurar as lágrimas ao longo do dia praticamente inteiro. Ela só queria falar com Reina, senti-la, ouvir a voz dela. Mesmo que ela estivesse brava, queria que ela a respondesse.

Quando já estava prestes a entrar na estação, sentiu uma puxada em seu braço. Assustou-se e se virou rapidamente para trás. Para sua surpresa, era Reina.

— R-Reina, o que... – era interrompida pela amiga.

— Apenas venha comigo – falou calmamente, segurando na mão dela e andando.

Reina a levou para um lugar afastado, assim como havia feito no dia anterior. Kumiko não entendia nada, mas sentia um alívio por agora estar com Reina, mesmo sem saber o porquê.

Quando já estavam longe, Reina andou com Kumiko até perto de uma árvore e a jogou contra o tronco, sem soltar a mão dela. Ficou a fitando nos olhos e aproximou o rosto. Kumiko, incrédula, não sabia no que pensar. Estava entregue à Reina naquele momento.

— Não era isso o que você queria comigo? Pois eu andei pensando nisso desde ontem e...– pausou, corando um pouco – é o que eu quero também, Kumiko.

Na mente da eufonista, um milhão de pensamentos se embaralharam. Mas ela não teve mais tempo para pensar ou responder. Apenas sentiu a outra mão de Reina em sua cintura, a puxando contra o seu corpo. Sem hesitar, ela uniu os lábios com os da amiga, a dando um intenso beijo. Kumiko não entendia o que estava acontecendo, mas queria continuar. Queria beijá-la ainda mais intensamente, com força, com rapidez. A eufonista colocou uma de suas mãos por entre os cabelos negros e longos da amiga, segurando-os, dando mais firmeza ao beijo, descendo a outra mão, acariciando suas costas, até chegar na bunda de Reina, dando um leve aperto, fazendo com que ela soltasse um gemido baixinho. Kumiko arrepiou-se ao ouvir o som excitante que saiu da boca da trompetista, entre seus beijos intensos. Suas línguas enroscavam-se uma à outra de forma delicada e, ao mesmo tempo, cheias de desejo.

As duas pressionavam seus corpos um contra o outro. Reina colocou uma de suas mãos nos seios da eufonista, ainda por cima do uniforme, apertando e os massageando, enquanto Kumiko apertava sua bunda, levantando um pouco sua saia. Elas estavam ofegantes, mas não queriam parar. Reina pausou por um momento, olhando nos olhos de Kumiko, abrindo alguns botões de seu uniforme, expondo seu sutiã branco. A trompetista deu uma leve mordida em seus lábios, voltando-a a beijá-la com desejo, enquanto suas mãos invadiam os seios de Kumiko, acariciando-os.

Ambas estavam cheias de desejo, mas não queriam passar desse ponto, não ali, num tronco de uma árvore. Foram se acalmando aos poucos, e quando perceberam, já havia escurecido. As duas sorriram, com suas testas tocando-se, dando alguns breves selinhos. Ambas começaram a se arrumar, pois haviam ficado completamente bagunçadas e semi-despidas. Kumiko foi a primeira a falar algo, ainda enquanto se arrumavam.

— Isso… foi incrível! Reina… – segurou uma das mãos da amiga – Eu te amo! – falou, sorrindo. –  Era isso que eu queria ontem, eu queria me declarar, mas acabei te dando um beijo e fugindo, você me deixou sem saber o que fazer. Eu agi por impulso, e, hoje... achei que você não queria mais falar comigo. Eu fiquei arrasada. Por que me tratou daquela maneira? Por que não disse logo que era isso que queria? – Puxava-a para mais um selinho rápido.

— Eu passei o dia pensando sobre o que aconteceu ontem, queria encontrar a minha resposta sobre tudo isso. Por isso, precisei de bastante tempo. Desculpe se a preocupei. Eu também te amo, Kumiko – Reina abraçou Kumiko pela cintura e a beijou na bochecha.

— Agora já não tem problema. Depois disso que aconteceu... – abraçou a amiga – Não importa. Eu estou feliz por ter feito o que fiz ontem, se o resultado foi esse – disse Kumiko, dando doces beijos no pescoço de Reina, que a apertava

Reina ficava um pouco em silêncio, arrepiado-se com os beijos de Kumiko. Logo, as duas se olharam e se beijaram mais uma vez de forma envolvente. As mãos de uma já começavam a apalpar o corpo da outra, mas logo pararam. Sabiam que estava ficando tarde e precisavam voltar para. Se deram as mãos e começaram a andar de volta à estação de trem.

— Agora, poderei fazer isso contigo sempre que quiser – disse Reina, sorrindo discretamente.

Kumiko não conseguia parar de sorrir. Não ao saber que poderiam se amar, se beijar, se tocar, quando quisessem. Ansiava por isso todos os dias depois da aula. Mas não queria apenas ficar com a trompetista, queria algo mais sério.

— Reina  – parou, puxando-a um pouco mais para perto de si  – quer namorar comigo?

Seu rosto corava, mas não tiraria o olhar dos grandes olhos arroxeados de Reina. Queria encará-la, para que a garota pudesse ver que queria algo sério. Reina, surpresa com a ousadia dela, ficou a encarando de forma séria. Esse olhar, apesar de encantador, sempre assustava um pouco Kumiko. Era difícil saber o que se passava na cabeça da trompetista. Mas logo ela trocou a feição séria por um sorriso.

— Namorar? Achei que já estávamos – riu um pouco, aproveitando-se que não havia ninguém por perto e roubando um beijo dos lábios de Kumiko,

A eufonista sentiu-se extremamente aliviada, rindo com ela. Elas voltaram a caminhar, ainda de mãos dadas. Agora, confirmadamente como um casal.


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