Yuri! Euphonium escrita por Mirai


Capítulo 13
Capítulo 12




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Naquela manhã seguinte, Sapphire e Hazuki estavam perto da casa de Reina, mas a uma distância de onde não pudessem ser vistas. Ao verem a trompetista sair de casa, avisaram a Kumiko, via mensagem no celular. O plano delas era fazer com que as duas se encontrassem no mesmo trem.

Bastante nervosa, Kumiko agradeceu à mensagem e se dirigiu à estação. Pensou em desistir de tudo aquilo, com medo, mas conseguiu seguir em frente. Felizmente, Kumiko sabia em qual vagão Reina deveria estar. E, como esperado, lá estava ela. Linda, como sempre, fazendo com que seu coração acelerasse ainda mais. A eufonista foi se aproximando lentamente, sem que a amada percebesse.

— O-ohayou, Reina… – não podia evitar o nervosismo, não conseguindo olhar para a garota de cabelos negros.

— Ohayou – respondeu secamente, sem olhar para Kumiko.

Kumiko suspirou. ‘’É… eu sabia que seria assim. Acho que ela não vai conseguir me perdoar, afinal de contas’’, pensou a garota. Na estação seguinte, muitas pessoas entraram no trem, fazendo com que as duas ficassem encostadas uma à outra. Reina tentou se afastar, mas estava impossibilitada pelo tanto de pessoas que havia a seu redor. Kumiko corou levemente. Não queria causar desconforto para Reina.

— Desculpa… – falou baixinho, querendo que ela não escutasse.

Reina ouviu, mas preferiu não dizer nada. Algumas pessoas foram descendo nas estações seguintes e as duas se afastaram.

O dia no colégio foi um pouco tenso para todas. Durante o ensaio, Reina precisou se esforçar bastante para não perder a concentração. Após o término das atividades do clube, Sapphire e Hazuki foram até ela.

— Então, Reina-chan, você fará o que combinamos, não é? Falará com Kumiko… – perguntou Sapphire.

— Eu disse que iria ouvi-la… não sei se tenho algo a dizer.

— Tudo bem… Enfim, ela está no parque te esperando, ok?

Reina assentiu, se despediu das meninas e foi para a saída da escola. Parou ali, por alguns minutos, pensando no que realmente deveria fazer. Mas havia decidido que daria uma chance de ouvir Kumiko, então caminhou calmamente até o parque. Chegando lá, avistou a eufonista, sentada em um banco. Sentou-se ao lado dela, um pouco afastada.

— Então?

— Reina… você consegue me olhar nos olhos? – Kumiko estava decidida a falar diretamente a olhando, virando-se para Reina.

Reina não disse nada. Apenas respirou fundo e se virou em direção a Kumiko, a encarando nos olhos, como pedido.

— Reina, me desculpe pelo que aconteceu. Eu me culpo todos os dias por aquilo. Mesmo que ele tenha me manipulado, aquilo não deveria, nunca, ter ocorrido… Não sei se soube, mas no dia seguinte eu tive uma briga séria com ele. Nunca mais quero vê-lo na minha frente – dizia, olhando nos olhos da amada, sem ao menos desviar um pouco o olhar – bom… se você pelo menos conseguiu falar comigo pela manhã e agora veio aqui para me ouvir… acho que pode ser um bom sinal… Você consegue me perdoar?

— Kumiko, não se engane. Eu apenas estou falando contigo por consideração a Hazuki e Sapphire, que me pediram. E não me importa se você fala ou deixa de falar com… com aquele ogro – sentiu um embrulho no estômago, mas continuou – o que me importa é o que você fez comigo. Aquela cena se repetiu na minha mente durante muito tempo. E, quando eu achei que havia superado, isso está voltando a me atormentar. Como você acha que eu me senti? Não acha isso injusto?

— Reina, você não estaria aqui falando comigo se você não quisesse. Você sabe que te conheço... Você não viria até aqui falar comigo apenas porque a Hazuki e a Sapphire te pediram. Você negaria um milhão de vezes se não quisesse. Mas você queria me ouvir, acredito que nesse tempo todo, você queria me ouvir. E, sim, eu acho injusto. Mas também acho injusto você não ter me ouvido em nenhuma das vezes que tentei... E se isso ainda te atormenta, é porque tem sentimentos por mim. Sei que você se sentiu muito mal, triste, furiosa… e com toda razão. Mas você poderia ter me dado a chance de explicar… E agora finalmente estamos aqui, tendo essa conversa. Você ainda me ama, não é? E é por isso que veio aqui hoje –  sentia o coração acelerando, mas tentava se controlar.

— Sim, eu já quis te ouvir em relação a isso. E, sim, eu ainda tenho sentimentos por você. Mas nada disso adianta se eu não conseguir te perdoar. E, sinceramente, eu ainda não sei se consigo. Mas, tudo bem. Agora vou te dar a chance de se explicar corretamente e te ouvirei...

Após Reina dar essa chance a ela, Kumiko começou a explicar sobre tudo o que havia acontecido. Sobre como Shuuichi manipulava as palavras e sobre como ele conseguia usar a favor dele quando Reina dizia que não poderia sair com ela, porque tinha compromisso. E que, se em algum momento, ela tivesse dito que não poderia sair porque nesta semana sua prima estava em casa, nada disso teria acontecido e Kumiko teria compreendido. Como Shuuichi era amigo de infância da eufonista, explicou que ela não tinha motivos para desconfiar do que ele estava dizendo. Jamais imaginou que ele pudesse fazer algo assim. E sobre o que ocorreu no dia do festival, ele aproveitou um momento de fraqueza dela e aconteceu. E, novamente, pediu o perdão da amada, chorando.

Reina prestou atenção a toda a explicação de Kumiko. Tentou ser razoável e se colocou no lugar dela enquanto a ouvia. Ao fim de tudo, fitou o chão, pensativa. Algumas lágrimas começaram a escorrer dos olhos dela. Aquilo era difícil e doloroso para ambas.

— Eu preciso pensar nisso tudo… Podemos conversar novamente amanhã, aqui, nessa mesma hora?

— Tudo bem… podemos, sim… – Kumiko tentava enxugar as lágrimas – mas Reina… – segurou uma das mãos dela, sentindo o calor e maciez que tanto amava – pense muito bem sobre isso…

— Certo… – Reina soltou as mãos de Kumiko, levantou-se e foi embora. Apesar de ainda não terem se entendido completamente, elas sentiram um enorme alívio por finalmente terem conversado após um longo tempo.

Durante a noite, ambas ficaram pensando na conversa que tiveram. Kumiko estava muito inquieta e sentiu que deveria ter dito mais. Mandou uma mensagem para Reina, dizendo a única coisa que ela deveria ter dito e que não pôde. ‘’Eu te amo, Reina’’. Enviou e acabou dormindo, pelo cansaço de não ter dormido na noite anterior.

Reina visualizou a mensagem, mas não a respondeu. Ficou pensando na conversa durante a noite toda, até pegar no sono.

No dia seguinte, Kumiko acordou mais cedo que o normal, tamanha ansiedade que sentia. Foi para a escola, encontrando Hazuki e Sapphire logo cedo na sala. Ambas foram questionando Kumiko sobre o que havia acontecido. Kumiko só balançou a cabeça, dizendo que ainda não tinha uma resposta, mas que disse tudo que tinha que falar. Ficaram conversando por algum tempo e quando o sensei entrou, sentaram-se. O dia passou normalmente, com Kumiko e Reina não prestando muita atenção nas aulas, pois era impossível.

Ao fim da tarde, Reina foi ao local onde havia conversado no dia anterior com Kumiko, como combinaram. Sentou-se ao lado da eufonista, que estava visivelmente apreensiva, e ficou a fitando, Kumiko olhou de volta para Reina, aflita por uma resposta.

— Então, Reina…?

— Eu pensei muito sobre isso tudo e… não sei. É difícil, eu tenho medo. Meu coração está disposto a te perdoar, mas minha razão ainda está em dúvidas… Não quero que ninguém se machuque novamente.

— Reina, acho que se ficarmos do jeito que estamos… iremos nos machucar ainda mais. Siga seu coração… Ou você quer que a gente continue assim? Eu… não irei te magoar. Não mais. Aceite meu pedido de desculpas – queria segurar na mão da trompetista, mas se segurou.

— Eu não quero isso… Nunca me senti tão frágil. Kumiko, se quer mesmo que eu te perdoe, preciso que você esteja realmente séria em relação a nós duas. Jamais… Jamais quero que algo assim aconteça novamente.

— Isso nunca mais vai acontecer! – rapidamente, segurou as duas mãos de Reina, não conseguiu se controlar – eu prometo, Reina. Vamos ser muito mais claras uma com a outra, para que nenhum desentendido aconteça. Eu quero você de volta, quero nossa relação de volta. Nada disso irá acontecer!

Reina segurou firmemente nas mãos de Kumiko. Ainda sentia-se insegura, demoraria a voltar a confiar nela totalmente, mas estava disposta a tentar.

 

— Vou tentar confiar em você novamente, Kumiko… No fundo, eu nunca deixei de te amar. Por isso, quero dar outra chance a nós duas.

— Obrigada… – Kumiko começava a chorar, não contendo a emoção – aos poucos a confiança retornará, irei fazer de tudo para que isso aconteça. Não irei desperdiçar essa nova chance de ser feliz com quem eu amo.

— Porém… você será punida severamente pelo que fez comigo, Ku-mi-ko. Onee-san vai precisar te castigar – sussurrou no ouvido de Kumiko.

— Pode me punir, pode fazer o que quiser comigo – sorriu maliciosamente – Onee-san~

— Vamos para a minha casa. Lá você será castigada.

— Vamos! – levantou-se, puxando sua amada – vem, não demore…

E seguiram para a casa de Reina.


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