Yuri! Euphonium escrita por Mirai


Capítulo 12
Capítulo 11




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Na manhã seguinte, Sapphire e Hazuki foram cedo para a escola, na expectativa de que Kumiko já teria chegado. Quando chegaram, foram para a sala, e Kumiko, como esperado, já estava lá. Hazuki acelerou o passo para falar com a eufonista.

— Kumiko, ohayou! – sentou-se sobre a mesa da amiga – pensou sobre o que dissemos ontem?

Sapphire se aproximou das duas, mas um pouco acuada. Tentou ficar parcialmente escondida atrás de Hazuki.

— Falei para vocês desistirem disso… não vai ser bom para ninguém – dizia, em um tom um pouco cansado.

— Não saberemos se a gente não tentar. Você tem tanto medo assim? Você não tem coragem o suficiente para encará-la? – Hazuki questionou, um pouco brava.

Kumiko ficou em silêncio por alguns minutos, com a cabeça levemente abaixada. Não conseguia olhar, neste momento, para os olhos de Hazuki.

— Sim, eu tenho medo – olhou para Sapphire, depois para Hazuki – não quero mais sentir tanta dor, eu não quero ser rejeitada por ela, eu não tenho coragem o suficiente para olhá-la nos olhos depois do que fiz… e depois do que vi – a última parte disse tão baixo que quase não foi possível ouvir – era isso que você queria ouvir, não é?

Sapphire ouviu a tudo quieta enquanto pôde, mas não aguentou se segurar quando ouviu Kumiko falar aquilo. Saiu de trás de Hazuki encarou Kumiko de forma intensa, como jamais havia feito.

— Kumiko-chan, Midori não amava Reina-chan, e ela não me amava. Mas se continuássemos namorando, eventualmente nos amaríamos. E eu estava sendo feliz com ela como jamais achei que poderia ser com alguém. E Midori escolheu abandonar isso tudo sabe por quê? Por nós quatro. Eu sei o quanto vocês duas se amam, e sei que vocês precisam uma da outra. Reina-chan já me contou tudo o que houve entre vocês, tudo o que viu. E, sabe, Midori dá razão a ela em não confiar mais em você. Porém, se você a ama mesmo, tem a obrigação de reconquistar a confiança dela, Kumiko-chan! Então, não diga mais essas bobagens de “medo de ser rejeitada” ou “medo de sentir dor”, porque todas estamos sentindo dor no momento. Então, decida agora se vai tomar uma atitude ou abandonar tudo!

— Eu… obviamente a amo. Mas eu já tentei conversar com ela! Tentei, insisti, mas… você sabe o que houve. O que você acha que vai mudar? Sim, eu posso tentar reconquistar a confiança dela, só que isso só adiantaria se ela falasse comigo! Vocês acham mesmo que ela falará comigo, por mais que eu tente? Por mais que eu me esforce? Ninguém me ouviu quando eu quis falar… Ninguém! Apenas… se afastaram. E agora querem tudo de volta ao normal como se as coisas não tivessem acontecido? Como… como isso seria possível? Se nem vocês querem me perdoar, acham que a Reina será capaz? Mas é claro que eu quero a Reina de volta. Ela que não me quer por perto. Se vocês querem me ajudar, ajudar tudo a voltar ao normal… Ajudar a reatar meu namoro com Reina… Eu gostaria muito – dizia, chorando – Eu a amo… quero voltar com ela, voltar para o clube de música, voltar para nossa amizade. Eu nunca quis perder nada disso. Eu… amo vocês – Kumiko tentava esconder o rosto, enquanto chorava baixinho.

Alguns alunos chegavam na sala e presenciavam a conversa das três. Uma dessas estudantes, sabendo que Reina também estava envolvida no assunto, correu à sala da trompetista e a chamou. Reina tentou recusar o convite, mas cedeu à insistência. Ela chegou na classe onde as três estavam no momento em que Sapphire havia começado a falar. Ouviu a tudo, atentamente, do lado de fora, sem chamar qualquer atenção. Quando Kumiko terminou de falar, Reina continuou inexpressiva. Deu meia-volta e foi embora dali, pensativa.

Alguns alunos ficaram olhando para as três discutindo, que não se importaram muito. Não demorou para que a aula iniciasse e todos parassem de cochichar. Kumiko não conseguiu se concentrar na aula, assim como Hazuki e Sapphire também não. O tempo foi passando, até que o intervalo de almoço foi anunciado pelo sinal. Hazuki e Sapphire foram falar com Kumiko novamente.

— Kumiko, iremos tentar conversar com a Reina agora. Mas… – Hazuki fez uma breve pausa – ainda não acho que é o momento de você ir com a gente.

— Midori acha que devemos ser bem cuidadosas.

Kumiko assentiu com a cabeça, observando as duas saírem da sala. Sapphire andava ao lado de Hazuki, indo à sala de Reina. Assim que chegaram, encontraram-na almoçando elegantemente em sua carteira, sozinha. Elas se aproximaram da trompetista

— Reina-chan… – Sapphire sentou-se ao lado dela. Preferiu chamá-la primeiro, pois havia aprendido a lidar com ela devido ao romance que tiveram.

— Sapphire, Hazuki. Boa tarde – disse, como sempre – já almoçaram? – já imaginava o que queriam ali.

— Ainda não, mas… isso não importa agora! Reina-chan, Midori precisa conversar contigo...

— Se for sobre a Kumiko… – falou, abaixando o tom de voz – eu não quero.

— Mas, Reina-chan, você sabe que precisamos falar disso. Não adianta adiar.

— E o que querem dizer?

— Podemos ir para outro lugar? Aqui não é o melhor para termos essa conversa… – Hazuki disse para as outras duas.

Reina levantou-se, e então foram para o telhado da escola, onde não havia ninguém. Novamente, Sapphire iniciou as conversas com a ex-namorada. Sabia que, em primeiro lugar, elas precisavam voltar a se falar para começar a se entender.

— Reina-chan, sabemos que você está magoada com ela… Todas nós estamos magoadas com algo relacionado a tudo isso. Mas é apenas conversando que vamos nos entender! Então, Midori acha que você deveria conversar com Kumiko-chan. Pelo menos tentar…

— Não tenho mais nada para conversar com ela… Eu não consigo nem olhar para ela – era possível perceber a tristeza em sua voz.

— É isso o que você quer de verdade? Pensa e me responda sinceramente.

— Reina, você nunca tentou conversar com ela depois do que aconteceu, não é? – Hazuki tentava, no mínimo, fazê-la pensar sobre isso – não acha que deveriam? Mesmo que… vocês não voltem? Não acha que  Kumiko quer te pedir desculpa? Você sabe quanto ela tentou falar com você. Quantas ligações, quantas mensagens. Até na sua casa ela foi… Ela… ainda não desistiu de você. Ela ainda te ama. Por que não tenta apenas conversar com ela? Não é para que vocês reatem, vocês podem nem reatar algum dia. Mas em consideração aos sentimentos de vocês… deveriam conversar, então pense sobre isso.

Reina ficou um tempo quieta, pensativa. No fundo, ela desejava falar com Kumiko novamente. A maneira como tudo terminou a incomodava profundamente. Após chegar a uma decisão, respirou fundo e anunciou.

— Acho que… posso ouvir o que ela tem a dizer, mas só isso!

— Isso já é o suficiente – Hazuki sorriu um pouco – que tal amanhã, depois da aula?

Reina concordou, assentindo com a cabeça. Após terem chegado a um acordo, as três saíram do telhado e passaram o resto do dia normalmente. Hazuki e Sapphire estavam felizes, pois parecia que as coisas poderiam voltar ao normal.

Quando voltava para sua classe, Reina deu de cara com Shuuichi. Como decidiu que faria desde que o viu com Kumiko, o ignorou. Porém, dessa vez, foi um pouco diferente, pois sentiu um aperto no coração ao vê-lo e ao lembrar daquela cena, o que não acontecia faz tempo. Mas ela sabia bem o motivo disso. No fundo, ainda tinha sentimentos por Kumiko…

À noite, quando já estava em casa, Reina continuou a pensar na conversa que teve de tarde com as duas amigas. “Será que sou mesmo capaz de perdoar Kumiko? Mas ela fez tudo aquilo o que fez. Não, eu não posso perdoá-la”, pensou, sentindo-se em dúvida.

Kumiko, também nessa noite, sentia-se nervosa e ansiosa. Não sabia como encarar a amada, não sabia se conseguiria olhar para ela depois do que a trompetista havia visto. ‘’Será que ela vai mesmo conversar comigo…? Ela ainda me ama?’’. Kumiko acabou não dormindo nessa noite.


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