Holbrook escrita por Jen


Capítulo 15
Capítulo 15 - Missão realizada com sucesso


Notas iniciais do capítulo

Oi genteeee
Tudo bem? Espero que sim!
Beijos e beijos na bochecha e vamos a nossa leitura Huehshuhes



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Enquanto pulávamos o meu coração falhou inúmeras vezes, pulei todo o tempo de olhos fechados, pois se eu olhasse o grande abismo a baixo dos meus pés eu cairia. Derek apertou minha mão todo o trajeto que pareceu durar horas até que finalmente o meus pés tocaram o chão. Eu fiquei por uns bons dez segundos de olhos fechados e minha respiração estava completamente descontrolada. Pude sentir lágrimas no meu rosto e Derek ainda apertava minha mão com sua respiração tão louca quanto a minha. Não por não saber fazê-lo, mas por mim, era minha culpa o seu pseudo estado de medo. Nossos pés não pararam tão distantes do abismo, na verdade, estavam bem próximos, dois passos para trás e nós não estaríamos ali.

— Tudo bem.

Ele sussurrou tentando consertar a própria respiração, soltou minha mão aos poucos e deitou no chão olhando para o céu com sua mão direita apoiada na barriga. Eu apenas me sentei ao seu lado e abracei meus joelhos colocando minha cabeça entre minhas pernas. Depois de alguns minutos assim eu me levantei e fui até a ponta do penhasco, consideravelmente distante do outro. Eu não sei o que havia lá em baixo, apenas que não era algo visível de onde estávamos.

— Você fez um bom trabalho.

Derek falou em um tom baixo e com os olhos fechados. Eu me virei para ele e o encarei em silêncio. Confesso que quando o conheci, pela minha agradável recepção, nunca imaginei ouvir um único elogio seu.

— Obrigada.

Ele apenas sorriu ainda com os olhos fechados.

— Temos que ir, Lex.

Ele deu uma pausa.

— Eu não sei, talvez o cara seja tão louco quanto nós - Ele riu enquanto brincava - E não é porque pulamos que temos uma parede entre os penhascos.

Ele falou e em seguida colocou as mãos no rosto e se levantou apoiando as mãos no chão.

— Está bem.

Eu respondi olhando mais uma vez para onde estávamos, eu não via ninguém, apenas um pedaço de chão extenso e árvores. Respirei fundo e andei até Holbrook, que estava em pé apenas me esperando. Nós andamos por bastante tempo até que entramos em uma outra floresta, onde nenhum dos dois sabia qual era e onde era. No meio do caminho, já perdidos no meio de tantas folhas, eu bati em meu braço que estava cheio de pernilongos e resmunguei.

— Que saco esses bichos! Eles vão ficar me picando o tempo todo?

Derek não me olhou, ele olhava para cima das árvores e continuou caminhando.

— Essa não é a sua maior preocupação, Lexie.

Ele olhou para mim a apontou para minha roupa gesticulando.

— Essa blusa é muito fina.

Olhou novamente para frente.

— Não vai esquentar você em uma noite na floresta. Além do mais, ainda nem sabemos quais bichos vamos encontrar.

Ele riu abafado.

— E nem como vamos sair daqui.

Eu fiquei em silêncio alguns segundos.

— Você conseguiu piorar o que já tava ruim.

Continuei o seguindo e ele simplesmente riu. Andamos mais um pouco e nada. Apenas árvores.

— Como vamos sair daqui?

— A CIA vai nos buscar! Brooke, vai me ligar e eu não vou atender, vai fazer o mesmo com a Chloe e quando perceber que sumimos vai vir atrás de nós, diretamente atrás de nós, pois o seu pai sabe onde estamos.

— E quanto tempo demora?

— Amanhã, ou depois de amanhã. Depende

Ele falou tão naturalmente e eu entrei em um leve pânico.

— O que?

Eu parei de andar e sussurrei o encarando. Ele se virou para trás.

— Fica calma.

— E enquanto isso eu morro de frio.

Olhei para o chão cheio de folhas.

— Nunca mais vou nadar em florestas.

— E eu nunca mais vou aceitar ir em florestas com você.

— Obrigada, Derek! Eu também me diverti.

Fui irônica e ele gargalhou. Essa capacidade do Derek, de conseguir se divertir em uma situação complicada, me encantava nele. Eu gostava, me estimulava a ser como ele.

Ele parou, olhou ao seu redor e em seguida suspirou.

— Eu não sei a saída desse lugar. Estamos andando a mais de horas e nada.

Ele se virou pra mim e falou com desapontamento.

— Vamos ter que esperar alguém.

— Que ótimo! Se algum urso aparecer saiba que gostei de conhecê-lo.

— Todo mundo gosta de me conhecer.

Ele brincou e eu ri.

— Talvez porque você é convencido.

Retribui a brincadeira e me sentei no pé do tronco de uma árvore. Eu olhei para Derek e ele estava sério, havia ficado assim de repente.

— O que houve?

— Chloe. Eu achei que ela não tivesse aparecido porque estava passando mal, mas agora que esse cara atacou a gente, eu tava pensando aqui e to preocupado se ele não foi atacar ela primeiro e depois nós dois. Sabe? Lutar com dois é complicado.

— Ela deve tá bem. Ela é boa no que faz, apesar do que aconteceu. Não se preocupa.

Tentei deixá-lo calmo e ele me olhou ainda sério.

— Tomara. Ou eu vou ter mais um motivo pra caçar esse cara.

Ele mexeu os ombros como se fosse para relaxar, respirou fundo e em seguida se sentou ao meu lado.

Nós ficamos ali conversando e o dia foi escurecendo, por fim já estava de noite e eu não tinha noção da hora. Derek queria tirar a própria blusa e me dar, mas eu me recusei a vesti-la, ele ficaria sem blusa nenhuma e morreria ali, não podia deixar que se sacrificasse por mim mais do que já fez. Mas confesso que eu estava morrendo de frio. Entre uma conversa ou outra eu tremi, dando calafrios, ele me olhou e se aproximou de mim me abraçando. No começo eu fiquei desconfortável, sem jeito nenhum, mas Derek é tão receptivo que fez com que eu me sentisse bem.

Fiquei um pouco mais quente e já não estava tão insuportável como antes. Nós ficamos ali juntos por mais alguns minutos e então dormimos. Já estávamos um pouco deitados sobre o tronco da árvore e completamente abraçados evitando parte do frio.


***

Eu abri os meus olhos acordando, mas sem conseguir abri-los totalmente devido ao grande vento. Coloquei minha mão sobre a testa como se estivesse fazendo continência e Derek estava do mesmo jeito. Um helicóptero estava bem próximo de nós, só um pouco a cima das árvores. Derek sorriu e Chloe gritou lá de cima.

— Alguém ai precisa de ajuda?

Ela riu e uma escada caiu da porta do heliopático e dois homens desceram. Colocaram roupas de segurança em mim, depois em Derek e então um subiu atrás de mim para me proteger. Holbrook subiu sozinho com o outro homem. Quando entramos todos, Chloe estava com os braços cruzados nos encarando.

— O que aconteceu?

— Ele atacou de novo. E eu fico feliz que esteja bem, pensei que ele podia ter atacado você primeiro.

Ele falou com tanta verdade na voz que eu senti uma pitada de ciumes. Chloe sorriu toda babando pra cima dele e se aproximou do Derek.

— Eu to legal! Quem ficou preocupada aqui foi eu. Você nunca deu um susto desses na gente.

Ele sorriu debochado e alguns segundos depois apertou a barriga dela em uma brincadeira de amigos.

— O que é? Ficou com medinho de me perder?

Ela gargalhou ironicamente e cruzou os braços novamente.

— Claro! Pra que viver sem você, não é?

Ele riu e eu pigarreei pedindo uma blusa. Chloe se virou para o banco, pegou a própria blusa e me entregou. Eu agradeci e ela se sentou, depois Derek se sentou ao meu lado mas eu ainda estava em pé, terminei de botar a blusa e me sentei. Viajamos até o prédio da CIA e Derek me deixou em uma sala com Chloe, indo conversar com sua chefe.


***


DEREK.

Entrei na sala de Brooke e ela estava concentrada em papeis que estavam em suas mãos. Quando entrei e bati na porta ela levantou o olhar  e me encarou. Pela primeira vez em quatro anos eu vi Brooke completamente séria.

— Sente-se, Derek.

Ela apontou para a cadeira, eu me aproximei, sentei em sua frente e ela me encarou em silêncio por alguns segundos.

— Está apaixonado por ela.

Ela suspirou e colocou os papeis sobre a mesa.

— E isso está te atrapalhando. Você esteve ali cara a cara com o sequestrador e o deixou fugir? O que aconteceu, Derek?

— Ele estava próximo demais dela quando eu a vi e a arma estava longe. Sei lá, eu só achei certo pegar ela e sair dali.

— O problema é que o Derek que eu conheço daria um jeito de cuidar da Lexie e prender o sequestrador acabando logo com isso.

— Não tem nada me atrapalhando.

Eu falei ríspido e ela se levantou vindo até mim, se agachou ao lado da minha cadeira e abaixou o tom de voz.

— E se ele tivesse pego a Lexie? Colocado ela na frente do corpo dele e você precisasse atirar? - Ela gesticulou com as mãos - Ok, eu sei, você não mata ninguém, é só uma suposição. - Voltou a colocar as mãos em minha cadeira e completou sua frase - Você atiraria ou teria medo de acertá-la?

Eu fiquei em silêncio e por não saber a resposta eu também abaixei o meu tom de voz.

— Eu não sei.

— Exatamente. O Derek que eu contratei e que é um profissional saberia me responder.

Ela se levantou me encarando, permaneceu de pé ao meu lado e enquanto eu a olhava nos olhos ela falou novamente.

— Se acontecer algo do tipo de novo, Derek, eu vou ter que te tirar do caso e não vai ter conversa.

Ela caminhou novamente até sua mesa e falou ainda de costas.

— Pode sair.

Ela sentou em sua mesa de novo e começou a mais uma vez mexer nos papeis, eu sai da sala e a Chloe estava do lado de fora me esperando. Quando ela me viu sorriu e veio em minha direção.

— Ei! Levou bronca?

Ela franziu o cenho e me encarou.

— É. Ela acha que eu posso falhar cuidando da Lexie, porque ela disse que eu to apaixonado.

— E você tá?

— Eu não sei. Eu tive medo de perdê-la naquele penhasco, mas eu ainda não sei.

— Vai encontrar a resposta.

Ela sorriu se aproximando mais, encaixou seu braço no meu e fomos andando até Lexie.

— E você? Porque não apareceu ontem?

— Cara, eu passei muito mal. A dor tava insuportável e eu não tinha nem condições de levantar da cama e ligar pra alguém. O médico disse que às vezes ia doer por um tempo, mas eu não pensei que fosse tanto.

Ela estava olhando pra frente e disse com a mão na barriga, em seguida me olhou novamente.

— E eu sei que você daria conta, como deu. Não desmaiou como uma pessoa que não sabe lutar.

Ela revirou os olhos e eu sorri.

— Você sabe lutar.

— É! Mas ele me pegou de surpresa e eu perdi o controle.

— Você foi treinada pra não perder o controle. O que aconteceu?

— Eu não sei. Acho que só falhei dessa vez.

Ela fez um biquinho de desapontamento e parou na minha frente, largando o meu braço, pois havíamos chegado na sala onde Lexie estava. Chloe abriu a porta e entramos.

Lexie estava com as mãos apoiadas no sofá e balançava os pés olhando em volta.

— Oi.

Ela me ouviu e me olhou por reflexo dando um sorriso.

— Oi. Como foi?

— Levei bronca. Mas vem, vou te levar pra casa.

Ela se levantou e veio até mim dizendo um "Que pena" como se lamentasse, nós saímos da sala deixando Chloe lá. Fomos até a casa de Lexie e quando parei em frente sua porta, ela hesitou em sair do carro.

— Obrigada.

— Por?

— Por me ajudar... E por ter me incentivado a pular.

— Tá maluca? Eu podia ter matado você.

Eu sorri e ela riu baixinho.

— Você não o faria.

Ela disse brincando, piscou sorrindo e em seguida inclinou o próprio corpo para o meu lado.

— Obrigada.

Lexie me deu um beijo no rosto e saiu do carro. Eu a olhei até que entrasse e então dei partida no veículo indo pra minha casa. Brooke estava errada. Eu estava mesmo confuso quanto aos meus sentimentos pela Lexie, mas se tinha uma coisa que eu não faria era colocá-la em risco. Acho que justamente pelo o que eu sentia por ela eu impediria que aquele homem a machucasse, que ele a tira-se de mim.


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