Holbrook escrita por Jen


Capítulo 14
Capítulo 14 - Faça-o com perfeição


Notas iniciais do capítulo

Olá, genteee!
Onde estão os meus leitores fantasminhas? Quero vê-los nos comentários ok?
Beijos na bochecha e espero que gostem :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/711645/chapter/14

Depois de bater a porta do banheiro não pude escutar mais nada que estivesse do outro lado. Eu segurei minha blusa com os braços cruzados e a tirei, joguei ela no chão e fiz o mesmo com o resto de minha roupa. Entrei dentro da banheira e liguei o chuveiro que estava sobre ela. Permiti que a água escorresse pelo meu corpo e quando terminei o banho, me troquei colocando um dos diversos pijamas que se encontravam em uma gaveta na pia do banheiro. Abri a porta e quando sai olhei diretamente para Derek que estava bem a minha frente. Ele parecia estar dormindo e ter acabado de acordar com o meu barulho. Se ajeitou no mini sofá e me olhou com a maior cara de sono possível, eu desviei o olhar e fui direto para minha cama. Deitei na mesma puxando o edredom até minha cintura.

— Eu vou dormir, vê se não ronca.

Falei apenas para implicar e ele riu abafado. Me joguei na cama e em seguida me cobri por completo.

— Segundo o meu dossiê quem ronca aqui é você.

Ao ouvir aquela calúnia me levantei imediatamente destampando o rosto.

— Quem disse que eu ronco nos depoimentos?

Ele me olhou com um sorriso debochado e eu soube que aquilo era brincadeira.

— Palhaço!

Joguei uns dos meus travesseiros nele e me cobri por completo novamente. Ele gargalhou, respirou fundo dando um tempo da risada e em seguida suspirou um "ai ai"

— Obrigado! Tava mesmo precisando de um travesseiro.

Ele disse em tom de brincadeira e eu apenas ri sem emitir qualquer som de baixo do edredom. Por fim, nós dormimos.


***

Eu acordei no escuro que estava em baixo do edredom e quando destampei o meu rosto a claridade fez com que meus olhos doessem. Olhei para Derek e ele ainda estava em um sono profundo. Me descobri sem fazer barulhos, em seguida fiquei de joelhos na cama e engatinhei até o pé da mesma. Quando estava na ponta coloquei os pés para fora da cama e me sentei na beirada apoiando minhas mãos por cima do lençol macio e amarrotado.

Observei Derek dormir por pelo menos dez minutos e me levantei indo até ele, o cutuquei com cuidado até que ele abriu os olhos e se despertou me olhando em seguida. 

— Temos que tomar o café da manhã.

— Eu não vou tomar café aqui, com sua família.. Não.

— E pretende tomar aonde?

— Em qualquer lugar pelo caminho.

— Não vamos sair hoje.

Ele finalmente se sentou na poltrona e me encarrou.

— E desde quando você não quer sair?

— Hoje vou ficar em casa ué. Vem!

— Se não tem outro jeito eu já desço.

Ele coçou os olhos e eu passei pela porta a fechando. Desci as escadas e quando cheguei na sala onde tomaríamos o café da manhã, meus pais já estavam lá, juntos aos empregados que estavam ao seu redor. Derek demorou um pouco para descer e quando chegou foi muito bem recebido. Ele se sentou um pouco receoso mas logo bateu altos papos com o meu pai e até com a mamãe também. Conversamos a maior parte do tempo, até o momento que eu tive a ideia de irmos nadar em um floresta, não tão próxima a minha casa, mas também não tão longe. Ele tinha razão, eu acabaria saindo.

Holbrook aceitou logo de cara e nos preparamos para ir. Pegamos a estrada de chão e em menos de trinta minutos estaríamos lá.

***

Nós chegamos e eu tirei a blusa ficando apenas de short e a parte de cima do biquini. Deixei que a blusa se acomodasse no chão e corri para pular no rio, assim o fiz. Derek se sentou em cima de um tronco e quando já não aguentava mais o sol ele pulou junto comigo. Nós nadamos separadamente até que eu me aproximei dele e joguei água em seu corpo brincando, ele me olhou e eu nadei de costas rindo com um ar de brincadeira. Holbrook retribuiu e veio até mim, ele brincou de me afundar na água e quando voltei a superfície o empurrei o afundando também. Quando conseguiu sair de minhas mãos, ele segurou minha cintura e me levantou na água me fazendo dar um grito, mas quando ele me soltou, dessa vez, afundei por conta própria. Depois de alguns segundos em baixo da água eu voltei a superfície e o desafiei.

— Quem chegar primeiro do outro lado do rio deve uma pizza ao outro.

Ele assentiu e saímos da água. Fizemos posição de partida e ele contou.

— 1... 2... 3

O seu três foi um grito e nós dois corremos até cair no rio, nadamos sem nem olhar pros lados e quando eu cheguei na beira do rio encostei a mão na margem e gritei um "Yeeeees", levantei meu braço comemorando e ele me olhou. Bufou dizendo que eu era muito boa e brincou que eu havia roubado. Eu não roubei, mas ele tinha razão, eu havia feito natação por oito anos e realmente era muito boa nisso. Eu ria junto a ele e ficamos assim por alguns segundos até que ele veio até mim. Ficamos ali na beira do rio conversando sobre a vida e sobre o porque eu não queria pessoas atrás de mim, até que resolvemos sair, acendermos fogo e ficar lá por mais um tempo.

Quando eu estava gravando meu nome na árvore e Derek preparando a fogueira, ele me chamou em um tom apreensivo e ao mesmo tempo baixo.

— Lexie?

Ele havia parado de mexer na fogueira e estava olhando para os lados, eu fiquei receosa e o retribui no mesmo tom.

— O que foi?

Eu falei me aproximando dele e ele respondeu sem me olhar.

— Tem alguém com a gente. Corre!

Eu não sabia se ele tinha a certeza de ser alguém perigoso, mas ele havia achado que era o melhor correr dali, então nós dois corremos, corremos tanto que eu já nem sabia mais onde estávamos. Passávamos pelas árvores tão rápido que era impossível visualiza-las direito. Eu passava as mãos por elas e minha respiração já estava ofegante. Às vezes eu olhava para trás procurando por Derek e ele apenas gesticulava com a mão para que eu prossegui-se, até que chegamos a um local provavelmente muito distante de onde estávamos antes. Não parecia ter ninguém além de nós dois, mas infelizmente um cara saiu rindo dentre umas das árvores, nós corríamos tanto que talvez não pudêssemos ouvir os passos do rapaz.

Derek se posicionou em minha frente como se quisesse me proteger e a essas horas o meu coração quase soltava pela boca. O homem em nossa frente tirou uma arma de suas roupas e a apontou para nós, ele gesticulou para que Derek se afastasse de mim e ele o fez. Com certeza ele achava o certo a se fazer, estava acostumado com esse tipo de pessoa. Ele deu quatro passos para o lado e o rapaz veio andando em minha direção, quando ele estava próximo o suficiente Derek lhe deu um tapa no braço jogando sua arma longe, então ele aproveitou para agarrá-lo pelo seu braço esquerdo e em seguida por de baixo dos dois braços. Eles lutaram e ambos caíram no chão. Derek deu um soco com tanta força no rosto do sequestrador que deu para ver sua máscara marchar com um um possível liquido vermelho, ele retribuiu e foi a vez do nariz de Derek escorrer sangue.

Holbrook estava por cima dele e o homem encolheu as pernas e encostou os pés no abdômen do Derek o empurrando com tanta força quanto os socos.

Ele havia sido jogado para longe mas logo voltou a lutar com o rapaz. Ele segurou o abdômen do homem e o empurrou com toda força em uma árvore que fez o sequestrador mostrar desequilíbrio. Quando ele já estava tonto os bastante, Derek levantou sua perna direita e chutou o seu rosto fazendo o sangue voar de sua boca, manchando boa parte de sua máscara, o rapaz tentou empurrá-lo com mais força e Derek sem me olhar gritou.

— Lexie, corre! Agora!

Eu pensei em obedecê-lo, mas não podia deixá-lo ali, o homem estava armado e eu não cometeria o mesmo que fiz com a Chloe, especialmente com o Holbrook.

Mais alguns socos, e dessa vez quem havia chutado a boca do outro era o sequestrador. Derek sangrava e estava no chão, ele estava com as mãos apoiadas no solo como se fizesse flexão, e era possível ver sua respiração ofegante. Ele não se deu por vencido. Holbrook levantou e chutou a lateral do corpo do homem que estava em sua frente, em seguida deu uma voadora no ar acertando em cheio o rapaz que caiu.

Quando Derek olhou para o lado e percebeu que eu ainda estava lá ele pareceu não acreditar, olhou para o homem e simplesmente correu em minha direção, segurou minha mão e corremos, mais do que antes, corremos até um penhasco sem saída com um grande abismo entre ele e um outro penhasco. Paramos de correr e Derek ainda segurava minha mão, ele estava com a respiração tão descompassada quanto a minha e quando ele havia percebido o local sem saída, ele levou sua mão livre a cabeça e repetia para si mesmo.

— Não, não, não.

Ele olhou para os lados abaixando a mão e me olhou.

— Vamos ter que pular.

— O que?

Eu gritei em pânico, olhando para ele.

— Eu não consigo, Derek! Eu não sei fazer isso, não posso...

Eu soltei as palavras uma atrás da outra sem interrupção, até que ele interrompeu o turbilhão de palavras.

— Você consegue.

Ele falou olhando em meus olhos e segurando meus braços, ele disse calmo e a sinceridade no seu olhar era visível, ele realmente acreditava que eu era capaz.

— Eu não consigo.

Eu falei sussurrando enquanto olhava nos olhos dele. Eu não estava acostumada com aquele tipo de situação, como eu pularia? Eu nunca pulei de um penhasco daquele, ele era arriscado demais, grande demais para uma novata como eu.

— Lexie, estamos em um lugar sem saída e aquele homem pode estar vindo atrás de nós dois. Quando ele chegar não adianta que pulemos, ele pode atirar em você enquanto fazemos isso, você me entende? Você precisa pular, eu vou junto com você.

Eu olhei para o penhasco por alguns segundos, respirei fundo, olhei para Derek e aceitei.

— Está bem!

Eu falei em um tom baixo, quase a beira do sussurro. Derek segurou em minha mão e olhou para frente, ele a apertava bem forte, e depois de alguns segundos em silêncio, eu ouvi a sua voz.

— Lexie.

Ele me chamou e deu uma pausa.

— Eu vou estar segurando sua mão. Se você cair vai me puxar junto, então vê se pula direito.

Derek me disse aquilo porque ele sabia que eu não iria machucá-lo. Eu não queria me ferir e não o faria, especialmente, a ele. Ele disse para me estimular a conseguir, para que eu o fizesse com perfeição, salvando a minha própria vida.

Eu respirei fundo e fechei os olhos os pressionando, e então começamos a correr. A cada passo que dávamos o meu coração pulsava como se quisesse sair do meu peito. Corremos incansavelmente,

Três

Dois

Um

E pulamos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!