Os Karas - Cigarros e Moscow Mule. escrita por Alex


Capítulo 10
5. Dois filhos e Meio.


Notas iniciais do capítulo

A referencia ao nome desse capitulo é obvia. Existem dias que consigo pensar em um nome sem problemas. Dias que penso em um nome genial, mas dias que a inspiração não vem. Hahaha.
Bem, boa leitura, este capitulo está cheio de acontecimentos importantes. =)



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A amizade desenvolve a felicidade e reduz o sofrimento, duplicando a nossa alegria e dividindo a nossa dor.

Joseph Addison

 

 

 

Calú e Miguel almoçaram em um restaurante caro aos arredores da Oscar freire. Após uma amigável discussão sobre princípios, Calú aceitou que Miguel dividisse a conta.

 

—Você se tornou um elitista. - Disse Miguel com bom humor -

—Me tornei alguém com um gosto refinado. Mas confesso que ainda aprecio aqueles sanduíches que sua mãe preparava. Trocaria toda a comida dos camarins que já comi por alguns deles.

 

Calú foi parado por um  paparazzi despreparado. O mesmo, quase teve um ataque de euforia na presença do ator dos Karas. Sem câmera Lhe perguntava quem era a pessoa ao lado de Calú.

O jovem astro mentiu alegando ser um primo que crescera com ele. Miguel… ou melhor, dizendo...  Antônio, confirmou a história. Após oito longos minutos, o repórter seguiu o seu caminho.

 

—Meus pais vão surtar quando lerem os jornais amanhã. — Disse Miguel rindo –

—Os meus também.— Calú parecia estar de bom humor – Meu primo Antônio é casado e tem mais ou menos uns cinquenta anos.

—Fico te devendo esse almoço. - Miguel disse coçando a nuca - Conversarei com a minha mãe. Antes de voltar para Hollywood, passe na casa dela e almoçamos.

Calú sorriu.  De volta ao carro, Calú esperou alguns minutos antes de sentir-se à vontade para retornar o diálogo.

 

—Posso te perguntar uma coisa?

—Já perguntou, mas eu deixo fazer mais uma.

 

Calú sorriu. Perguntou por fim:

 

—Quem a Magri escolheu?

 

Miguel o encarou e depois riu de forma espontânea. Calú retribuiu com um meio sorriso.

 

—Ah, eu não sei… Acho que ela nunca pensou nisso… - Ele disse, visivelmente mais desconfortável - Eu acho que ela escolheu o Crânio, mas acredito que não deu certo…

 

Miguel sabia que, em um determinado momento da vida dele como Kara, ele precisou se esquecer de seus sentimentos para com Magrí. Provavelmente, foi no longo verão, em que Calú viajou para os Estados Unidos visitar Peggy. Crânio e Magrí embarcavam em algo sério.

 

—É seguro dizer hoje em dia que todos nós a amamos, não é? - Calú disse olhando para frente. Uma das mãos no volante e o braço para fora da janela.

 

Miguel já não ria. Em tempos atrás, a paixão de três dos quatro Karas pela mesma garota quase resultará no fim do grupo. Pararam no sina vermelho. Calú o encarou.

 

—Não me entenda mal.— Disse Calú passando a mão direita pela barba — Eu amo a Peggy. Ela me fez enxergar que o que sentia por Magri naquela época, era apenas algo de momento. Pensamos em acabar com tudo por ela, tempos atrás. Hoje, eu a vejo como uma irmã.

 

Miguel sorriu, visivelmente mais a vontade. O sinal tornou a ficar verde.

 

—Sim, acredito que com todos foi isso. - Ele o respondeu -

—Errado.

 

Miguel o observou.

 

—Com você é diferente.

—Bobagem…

 

Calú deu um riso carregado de ironia.

 

—Não, bobagem é um grupo secreto com códigos que se esconde no quartinho das vassouras. – Calú disse fazendo Miguel rir — Crânio com toda a certeza foi o que mais amou Magri, mas você é com certeza quem ela mais amou em toda a sua vida. É uma trama trágica do destino.

 

Miguel observa Calú com surpresa.

 

—Vai me dizer que nunca reparei?—Ele bate com os polegares no volante, uma vez mais que o carro volta a parar no semáforo. –... Apesar de ela ter me beijado na adolescência. Ela sabia como provocar.

—Já chega, ha ha. - Miguel disse levando a mão a testa -

 

Calú riu da situação.

 

—Viu, até o ciúme existe. – O Kara ao volante sorri – Posso ser padrinho do casamento?

—Cale a boca— Miguel respondeu rindo –

 

Naquele momento a viatura de Nicolas parou próximo deles. A Silhueta magra e de boina se aproximou dos dois. Com uma orientação, eles seguiram Nicolas e estacionaram um atrás do outro.

 

—Boa tar…— Miguel parou quando viu saindo do carro a silhueta baixinha de um rosto querido –

—Chumbinho, o que está fazendo aqui? - Calú perguntou dando a volta no carro e observando o pequenino amigo -

—Foi mal, minha culpa!— Nicolas levanta a mão – Sabe aquela hora que eu liguei para vocês mudando o ponto de encontro?

—Sim.

—Eu errei a chamada e acabei ligando para Chumbinho ao invés de Miguel. - Nicolas observou o jovem - O Garoto tem lábia. Conseguiu me convencer.

 

Calú de braços cruzados observou o triunfante adolescente a sua frente. Miguel deu de ombros enquanto Calú com os olhos o observava com interesse.

 

—O que?— Chumbinho observou Calú – Voltamos aos anos da droga da obediência? Eu sou um Kara também, estão lembrados?

 

Calú sorriu.

 

—Bem, Miguel, quer começar?

 

—Sim, sentem-se, senhores. - Miguel começou assim que os três sentaram-se no banco - Calú chegou à conclusão noite passada de que o desaparecimento de laudos médicos não é algo inédito em nossas vidas. Há quase cinco anos,Todos nós vivemos isso quando o Colégio Elite estava à mercê da droga da obediência. Sob as ordens de seu líder, médicos conseguiam ser implantados nos hospitais de São Paulo e controlar o número de vitimas que apareciam no caso. A suspeita da Droga passava despercebida inclusive.

 

Nicolas escutava a tudo com extrema atenção. Chumbinho, que trouxera uma vez mais o seu bloco de notas, fez pequenas anotações.

 

—Calú então acredita que, de alguma forma o líder de um dos crimes mais importantes da carreira de Andrade possa ter algo relacionado a esse caso.

 

—Mas o Dr. Q.I se encontra dentro da penitenciária de segurança máxima desde aquela época. — Diz Nicolas – Não vejo meios para ele conseguir se envolver em tudo isso...

—Ele é articuloso, Nicolas.— Disse Miguel – Se lembra de um caso popular que o Andrade também desvendou? Aquele da Droga do Amor? ele quase conseguiu escapar tomando a aparência de outro preso naquela vez. Eu duvido que ele não consiga ser o mandante de um crime de dentro da penitenciária de segurança máxima.

 

Calú assentiu concordando.

 

—Por falar nisso, eu tenho uma suspeita— Chumbinho chamou a atenção dos outros – O Dr. Q.I, em minha opinião, é o mais inteligente bandido que capturamos juntos do Andrade. Eu acredito que ele facilmente se envolveria e planejaria uma retaliação ou vingança pessoal contra ele e contra nós, então ele conseguiria recolher informações preciosas a respeito de Andrade para conseguir nos pegar.

—Incluindo as informações de Andrade? - Perguntou Nicolas -

—Incluindo as informações de Andrade. - Chumbinho respondeu - Se teve algo que o  Andrade nos ensinou, é que no mundo do crime, a chuva cai tanto nos ricos quanto nos pobres. Não existe uma informação que seja totalmente omitida.— Chumbinho fez Miguel e Calú sorrirem com aquela demonstração incrível  -

—Certo, é o famoso: “Não tem alarme bom quando o bom ladrão quer”. – Disse Nicolas – O que faremos a partir disso?

—Acho que não adianta contarmos para polícia. –Calú disse – Ele não diria nada para eles. Seria como esperar uma boa ação do diabo. Q.I é um enigma em forma de homem.

—Então…?

 

Miguel sorriu timidamente.

 

—Felizmente... Existem cinco pessoas para quem ele abrirá o jogo. E você está diante de três quintos delas.

 

Nicolas não pode evitar um sorriso. Estava se tornando interessante.

 

—A propósito, onde estão os outros?

—Vão investigar por conta própria. –Calú disse suspirando –

—…Mas... Por que?

—... Uma longa história... - Calú disse levando a mão ao rosto, como se estivesse sendo incomodado pela luz do sol, mesmo o chapéu de cowboy estando em sua cabeça -

 

—Olha, possivelmente, eles irão te chamar para ajudar eles também. Não se sinta pressionado. E se quiser compartilhar nossas teorias, tudo bem por nós. Só não diga que estamos envolvidos. - Miguel disse -

—Sim, não vamos nos envolver no caso. - Calú respondeu -

—Não! – Disse Chumbinho – Nosso time não pode compartilhar informações.

—Chumbinho! - Miguel o respondeu - Não tem isso de time -

—Certo o que querem fazer? - Nicolas cruzou os dois braços -

—Queremos conversar cara-a-cara com o Dr. Q.I – Miguel disse por fim –

 

A principal diferença entre trabalhar com Nicolas e Andrade se viu naquele momento. A primeira vez  em que os Karas pediram para irem para a penitenciária de segurança máxima, o gordo detetive quase teve um infarto. Nicolas por reconhecer que aqueles ao seu redor eram capazes de coisas absurdas, logo concordou. Foi estranha aquela sensação.

 

—Preciso de alguns dias. - Disse Nicolas -

—Sem problemas. Todos temos nossas vidas, não é? - Calú disse -

— Quem de vocês irá falar?

—Calú! - Miguel apontou -

—Eu não. - Calú foi firme e direto -

 

Os olhos se voltaram para o rapaz.

 

—Eu sou famoso, acho que se esqueceram. Muita bandeira. E não pretendo me envolver mais nesse caso do que com isso que fizemos hoje, Então, eu passo.

—Eu vou então.— Disse Chumbinho se pondo de pé –

—Você não é maior de idade. Vai levantar muitas suspeitas. - Nicolas disse rapidamente -

 

Todos os olhos naquele momento se viraram para o líder dos Karas.

 

—Tá… Já entendi.— Miguel suspirou – Eu faço essa.

—Eu imaginei que faria, por isso te disse minhas ideias. – Calú confessou com um sorriso sarcástico –

—Muito bem, dentro de alguns dias então. Irei ligar para o Miguel quando for acontecer.  Até lá, acho que todos vocês podem voltar para as suas vidas como pessoas comuns. Claro, Calú, seus horizontes são diferentes. - Nicolas apoiou a mão no ombro do ator ao seu lado -

 

Calú suspirou para o alto como se pedisse socorro.

 

—Não me lembre disso...  Tenho que explicar o motivo de eu não ter ido para a entrevista hoje... Vou bancar o rock-star.

—Mas você é ator. - Disse Chumbinho - Não é porque você cantou algumas coisas no tom certo naqueles musicais que vão te dar um Grammy.

—Posso sonhar, não posso? - Calú bagunçou os cabelos de Chumbinho -



Cada um tomou seu rumo após o encontro com na Oscar Freire.

Miguel e Chumbinho voltaram de Táxi. Calú, Se foi no carro alugado.

Apesar de tudo, estavam satisfeitos com o dia que tiveram. Era bom estar com eles de novo.

Nicolas sem mesmo perceber,  começava a entender o porque de Andrade ter amado aqueles garotos. Eles eram pessoas integras. Era divertido conversar com eles.



 


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Notas finais do capítulo

Me pergunto se alguém já clicou nos links que deixo para as minhas historias hahaha.
Obrigado por ler. Até a próxima.



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