Os Karas - Cigarros e Moscow Mule. escrita por Alex


Capítulo 11
6. Maria.


Notas iniciais do capítulo

Introdução de uma nova personagem. Senti que estava jogando o Crânio muito pro escanteio então... É isso. Rs
Ainda to recioso se faço uma descrição de cena explicita... quem sabe?
Boa leitura.

P.S - Obrigado a Sofia, segunda pessoa a favoritar a fic! =D



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"O sexo é um acidente: o que dele recebemos é momentâneo e casual; visamos a algo mais secreto e misterioso do qual o sexo é apenas um sinal, um símbolo".

Cesare Pavese

 

 

Crânio finalmente voltará para o laboratório depois de uma semana, apesar de em seus pensamentos, a ligação do dia anterior ainda habitava eu subconsciente.

Peggy e Magri haviam ligado para ele. Insistiram que ele ficasse ao lado delas dessa vez e não do lado de Miguel e Calú.

 

“Pretendo investigar sozinho, não me leve a mal” Crânio disse.

“Só peço que me mantenha informada em todo caso, por favor,”. Peggy respondeu.

“... Certo”. Resolveu aceitar.

 

Já havia passado dois dias desde o encontro de Calú, Miguel e Chumbinho com Nicolas. A Divisão de fato havia acontecido. Magrí e Peggy não investigaram, mas queria saber de tudo o que acontecia. Miguel, Calú e Chumbinho estavam envolvidos em algo enquanto Crânio se perguntou quem iria ajudar. Acabou ficando chateado por Miguel e Calú terem descartado sua presença no grupo tão facilmente. Decidiu ajudar as meninas em todo caso atualizando elas sobre tudo que descobrirá sozinho. Não tinha nada contra Peggy. No começo, não gostou da ideia dela entrar para o Karas, mas aquilo era passado. Os Karas não existiam mais.

A pior parte era quem ainda estava lá. Magri. Ah, o que aquela cinco letras eram capazes de fazer na mente de Crânio… Já passara da hora de desistir dela.

 

—Hey, pelo visto, alguém voltou dos mortos né?— Maria disse sorrindo para Crânio –

 

Crânio sorriu forçadamente para ela. Desde que e afastou, Maria era a responsável por fazer o projeto andar. Maria era uma das assistentes do parceiro de pesquisa de Crânio, apesar dos dois reconhecerem que ela era muito mais capaz do que vários ali, e que assistente era um posto não digno para ela. Dona do recorde dos calouros, sua nota no exame de admissão foi um 94/100.

Ela possuía uma gigantesca admiração por Crânio, não que isso fosse demasiado inédito no laboratório. Crânio fora o primeiro a tirar 99/100. As expectativas para ele na universidade eram altas e em menos de dois anos ele já havia superado todas elas.

Porém, Crânio reconhecia algo em Maria que a maioria não notava. Sabia muito bem que os olhos dela o seguiam sempre que ia e vinha para a universidade. Eram olhares que o lembrava dos que ele fazia para Magri.

 

—Bom dia, Maria. — Ele a respondeu quando ela passou –

 

Crânio se esforçou ao máximo para não pensar no Caso Andrade enquanto trabalhava no seu experimento. Ra ali que a sua atenção deveria estar. Faria a apresentação dele no final do ano, faltavam ainda cinco meses, mas todo cuidado desde ja era pouco. Enquanto escrevia algo na folha ao lado, notou mais uma vez o olhar de Maria. Crânio a observou. Sua pele e seus lábios… Maria era linda, não havia como negar isso. Se não fosse totalmente apaixonado por Magri, talvez…

…Crânio percebeu que perdera a concentração e riu de si mesmo.

 

—. Desde sempre, as mulheres tiram o nosso foco. — Ele pensou com um sorriso –.

 

Com o fim das aulas, Crânio caminhou e pensou no que faria. Volta para a asa e trabalhar em seu emprego secreto de detetive particular? Não... Crânio era apaixonado por filmes Noir. Mas aquilo era demasiado solitário. O sol estava se pondo na capital de São Paulo, pintando o céu de laranja e amarelo.

Pensou em chamar Magri para tomar um sorvete e relembrar os velhos tempos… Assim que seguiu sua breve caminhada constatou a garota em uma capa de revista esportiva. Aquilo pareceu calar fundo a sua vontade de chamar pela amiga. Ela era distante.

 

—Crânio? –

 

O Rapaz se virou e pode ver a silhueta de Maria. Agora, sem jaleco. Continuava linda como de costume.

 

—Oi, eu estava meio distraído hoje no laboratório, eu sei… — Coçou a nuca.

—Tá tudo bem? Você sumiu por uma semana…

—Claro tudo normal.

 

Ele suspirou. Encarou novamente a foto de Magri na revista.

 

—Nada mudou…

—Escuta… está ocupado agora?

 

Crânio a encarou. Seu rosto estava levemente corado. Ele de súbito, sentiu uma pressão no estômago, mas logo a controlou. Estava acostumado agora que era um jovem adulto. Maria pelo visto, estava tomando a iniciativa.

 

—Sabe, não sei se você gosta de bares… Acho que não, mas tem um que toca uma banda de um vizinho meu… Gosta de rock?

 

Crânio parou e refletiu. Lembra-se de que Rock sempre fora mais a praia de Calú e Chumbinho. Crânio sempre preferiu algo mais voltado para o folk. Acreditava ter letras melhores, mas… não havia nada contra rock, então, em todo caso…

 

—… Claro. —Mentiu. Ou não. Estava em dúvida –

—Bem… isso é um sim? – Ela riu tímida ainda o observando –

—… É… com certeza. Vamos?

 

Crânio olhou brevemente para a foto de Magri na revista. Deu as costas para a imagem daquela que ele amou um dia e foi junto de Maria. Sentiu-se estranho. Não pode negar. Estava perante algo totalmente novo.

 

°|°

 

Crânio olhava o cardápio de bebidas em dúvida. Dúvida, era algo relativamente novo na vida do antigo gênio dos Karas. Era inteligente. Sabia sobre ciência, Filosofia, Política, Matemática, letras… Mas um cardápio de bebidas importadas era algo bizarramente distante de sua realidade.

—Algum problema? – Maria riu observando a expressão no rosto dele – Eu sei, eu errei o dia da banda. Tem que vir aqui de quinta-feira. É uma festa.

—Esse cardápio está em russo— Brincou Crânio –

—Falando nisso, Tem uma nova bebida por aqui que é a queridinha da casa. É a bebida com o nome do restaurante.

 

Crânio procurou por ela. Clássico dos anos 1950, o coquetel ajudou a popularizar o consumo de vodca nos Estados Unidos e no Canadá. Possui um teor alcoólico varia de 35% a 60%, costuma causar estalos de felicidade em seus bebedores. A receita leva vodca, “ginger beer” e limão. O Nome era a parte mais interessante. Moscow Mule. O Nome do restaurante onde foram. Extremamente elegante nos quatro andares ao qual ele se exibia, conforme a subida, mais e mais ele se tornava requintado. Crânio e Maria estavam no primeiro. Era o andar do encontro casual. O Segundo e o terceiro eram dedicados a eventos formais.

 

—Moscow Mule? A mula de Moscou? – Crânio riu – Não, muito obrigado, eu vou de água mesmo.

 

O Jantar seguiu com histórias de colégio e alguns flertes da parte de Maria. Crânio não sabia exatamente como deveria responder as investidas então, deixou que ela tentasse. Não se mostrou um rapaz fácil, afinal, ele não era. Crânio foi sincero com ela e não criava falsas expectativas. Ele, aos poucos que as horas na companhia dela foram passando, notou o quão a garota parecia interessante. Independente, tomava a iniciativa. Falava mais do que o projeto do laboratório.  Não se tornava menos interessante. Ela sabia muito bem como demonstrar sua inteligência sem ser chata.

Crânio naquele momento começou a sentir uma forte atração por Maria. Acariciou as mãos da mulher que sorriu como se Crânio fosse um desafiante.

Crânio fez um sinal pedindo a conta para o garçom. Seria a hora de esquecer Magri de uma vez por todas.

Em quatro anos, Crânio fora para a cama com pelo menos três garotas. Sentia-se confortável, em pensar que já havia tido a companhia de mais mulheres diferentes do que Calú. Claro, o “amigo” era fiel a Peggy apesar de tudo. No dia em que possivelmente terminassem - O que Crânio não desejava, mesmo estando extremamente irritado com o antigo companheiro de grupo - Calú abriria uma vantagem invejável contra os amigos.

Crânio pagou táxi e pediu para deixar Maria em sua casa. O Táxi parou na frente da casa da senhorita enquanto os dois riam de uma piada. A colega insistiu para que ele subisse para o apartamento dela. Bingo.

 

—Vamos assistir a um filme? – Ela disse tirando o casaco –

—Claro… e você precisa de um copo d’água. — Crânio disse olhando ao redor da casa de Maria.

—Eu? Eu não estou bêbada. Só meus reflexos estão mais lentos. –Ela disse seguindo de um riso que entregava um estado muito levemente ébrio -

A Casa de Maria era o que qualquer rapaz solteiro iria imaginar. Totalmente organizada e perfumada. Crânio se surpreendeu com a coleção de livros de Maria. Diversos ele não conhecia.

O Filme escolhido não fazia tanta importância. Os dois estavam à mercê do monstro da expectativa. Bastava que um deles tomasse a iniciativa. Crânio encarava a tela da televisão sem interesse, se perguntando diversas coisas.

Maria então começou a tocar Crânio, agarrar sua mão… o provocando, esperando. Ela mordia os lábios. Ansiosa. Isso seria uma boa definição.

Crânio, sem pensar mais naquilo que o poderia impedir, avança delicadamente sobre Maria. Passou com os lábios perto de seu pescoço a fazendo arrepiar e direcionou o seu rosto para perto do dela, Beijando-a.

Um beijo cheio de desejos reprimidos. Maria deixava ser preenchida pelo gosto do Kara que escolhera para ser seu por uma noite. Crânio sentia o gosto inédito de Maria invadir os seus sentidos. Era mágico.

Uma piada sem graça feita no filme os fez se separarem para rir. Crânio notou um pouco da maquiagem dela no seu rosto.

 

—Espera aqui, tá? – Maria morde o lábio inferior de Crânio e vai em direção ao banheiro –

 

Maria desapareceu da vista de Crânio e súbito, pareceu apreensivo. Abriu a carteira e constatou aquilo que retirou as suas preocupações. Tinha camisinhas sobrando. Suspirou aliviado.

Mudou o canal da televisão e para o seu azar, viu uma reportagem sobre crianças que praticavam esportes na escola.

O sonho de uma delas era ser como a capitã do time de vôlei feminino. Magri, para o mundo. A Televisão exaltou a garota o que fez o sangue de crânio ferver. Começara a sentir raiva de ver Magri?

Maria então adentrou a sala. Usava apenas um lingerie em tons roxos. Estava extremamente sensual.

Crânio nunca pareceu com tanta certeza. Retirou os sapatos e a puxou para si, beijando seu pescoço.

Ela aos poucos tirava a roupa do gênio dos Karas, começando pela camiseta.

 

—… Vamos para o meu quarto… - Ela disse em uma voz que lembrava um ronronar de uma gata -

—Não precisa me mostrar o local, eu sinto que virei para cá mais vezes…

 

Crânio mentiu novamente.




Continua...


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Notas finais do capítulo

Vou mostrar nos próximos capitulos o que alguns dos Karas estão fazendo na mesma noite que o Crânio. Não tenho pressa pra concluir essa trama.

Então, obrigado por lerem. =)



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