Girls Talk Boys escrita por Glads


Capítulo 42
Interview




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Naomi

 

— Sabia que é estranho você acordar e se deparar com alguém velando seu sono? – Michael falou preguiçosamente enquanto coçava os olhos.

Não contive uma pequena gargalhada.

Eu havia acordado há alguns minutos e no momento em que vi Michael ao meu lado dormindo, sabendo que agora nós somos namorados e nada pode nos impedir, me senti a mulher mais sortuda, apaixonada e amada desse planeta, a ponto de observa-lo dormir tão serenamente.

— É que simplesmente não dá para acreditar que depois de tudo o que passamos, finalmente estamos juntos, finalmente acontecemos. –  falei sentindo uma alegria fora do comum em mim.

— Eu sei, estou sentindo a mesma coisa. – Mike murmurou – Mas realmente não precisa ficar me vigiando enquanto durmo. – ele balançou a cabeça negativamente.

— Não resisti, você é mais lindo ainda dormindo. Olha. – entreguei meu celular para que ele visse uma das fotos que eu havia tirado enquanto ele dormia.

— Tá me assustando, mulher. – Michael arregalou os olhos e riu observando as fotos.

— Se Michael Clifford não é a oitava maravilha do mundo, é a primeira. – comentei a frase que eu sempre via as fãs twittando.

— Você sabe como me deixar tímido, caramba. – Mike deu um sorriso amável e me entregou o celular.

— Eu também sei fazer muitas outras coisas... – falei com um sorriso malicioso.

— Você uma hora está sendo toda romântica e de repente vira a safadeza em pessoa. – ele riu.

— Eu? – fingi que estava indignada.

— Você mesma, Naomi Hood. – Michael disse e em seguida me puxou, fazendo com que eu ficasse por cima dele.

— Isso é golpe baixo, Michael Gordon Clifford! – minha voz saiu em um sussurro, ao sentir as mãos dele levantando minha camisola e seus lábios mordendo meu pescoço.

Pude sentir sua boca formar um sorriso, mas mesmo assim ele continuou.

Fechei meus olhos, aproveitando ao máximo aquilo.

Então meu celular, que estava jogado em algum canto do quarto, começa a tocar, me fazendo dar um pulo.

— Ah, não! – Michael e eu murmuramos juntos.

— Não atende. Depois você retorna. – ele pediu, assim que me afastei.

— Eu realmente não posso. De repente é a Lay precisando de ajuda com os bebês. – falei em pé procurando o celular.

Era Calum.

— Prima? – foi a primeira coisa que ele falou.

— Oi, Cal. Tá tudo bem, aí? – perguntei receosa, ele quase não me ligava.

Imediatamente olhei para Michael.

Ele observava tudo curioso.

— Sim. Eu preciso que você me faça um favor enorme. – ele falava aparentemente calmo.

— O que seria? – perguntei, voltando a sentar na cama.

— Eu preciso qu...

— Cara, depois vocês se falam. Nós estávamos começando algo muito bom... – Michael gritou se levantando e parando ao meu lado, a fim de que o amigo o escutasse.

— Cala a boca, Clifford! – Calum e eu soltamos ao mesmo tempo.

Mike sussurou um:

— Desculpa.

— Você precisa? – voltei a falar com meu primo de onde ele havia sido interrompido.

— Eu preciso que você me entreviste. – Cal respondeu.

— O quê? Como assim? Por que eu? – o bombardeei com perguntas.

— Porque você já sabe do que se trata e não me julgaria enquanto eu estivesse falando, sem contar que estaria me apoiando nesse processo.

Layse.

Ele contaria sobre a Layse!

— Ai meu Deus! – foi a única coisa que saiu da minha boca.

Michael me olhou assustado, mas eu gesticulei com a mão, dizendo que estava tudo bem.

Calum deu um sorrisinho baixo.

— Então está preparado para expor a verdade ao mundo, Hood? – falei.

— Sim. E você está preparada para dar um up na sua carreira? – ele perguntou, e pude imagina-lo arqueando as sobrancelhas.

— Falando assim, parece que estou em decadência. – murmurei.

— Desculpa, mas convenhamos que isso vai te ajudar muito. Fora a fama que você vai ganhar. – Calum respondeu.

Respirei fundo e tentei não pensar no novo rumo que as nossas vidas tomariam.

— Tudo bem, Cal. Em que lugar e que horas nos encontramos?

— Aqui na casa dos meus pais, às 14:00. Ah, a propósito a Lay ainda não sabe de nada, eu gostaria que ela ficasse sem saber, por enquanto. – Calum falou mais baixo.

— Eu espero que ela não passe mal com isso! – adverti – Mas ok, eu não falarei nada. Ela vai estar em casa quando eu for te entrevistar?

— Não. A Lyd vem buscar ela e os meus filhos para passarem a tarde na casa do Ash.

Mordi os lábios.

— Até às 14:00. – disse.

— Até. – ele respondeu e deu fim na ligação.

***

Calum e eu estávamos sentados no sofá dos meus tios.

Um do lado do outro.

Eu havia posicionado uma câmera em nossa frente, filmando tudo.

— Preparado? – perguntei programando a câmera para começar a filmar em 1 minuto.

— Sim. – ele respondeu estufando o peito.

Não pude deixar de rir com aquela atitude.

Tomei fôlego e me concentrei assim que pude ouvir o barulho da máquina que nos filmava.

— Boa tarde. Eu sou Naomi Hood, e hoje entrevistarei o baixista da 5SOS, Calum Hood. – sorri um pouco nervosa para a câmera – Calum, por que você está aqui? – comecei.

Meu primo franziu o cenho.

Eu fiz uma expressão para que ele levasse a sério aquilo.

— Porque eu preciso contar a verdade para o mundo.

— Que verdade?

— O Calum Hood que vive em festas, rodeados de mulheres e solteiro, não existe, é uma mera personagem. O verdadeiro ama e é casado com Layse Hood.

— O que te fez esconde-la do mundo? – rabisquei algumas coisas no papel.

— O medo. – meu primo olhou para o chão – Medo do quão cruel as pessoas imaturas poderiam ser com a mulher que eu amo desde que eu tinha 15 anos. Medo dela não aguentar tanto ódio e desistir de mim. A Lay é...

De repente ele parou de falar.

Levantei meu rosto e sorri tentando transmitir tranquilidade para ele.

Cal respirou fundo e continuou.

— A Lay é  forte, não há dúvidas, mas eu sei que ela também é sensível, isso me faz querer protegê-la. Não posso suportar a ideia de vê-la sendo odiada, por isso demorei muito para contar a verdade. – Calum fechou os olhos – Eu também não podia mais esconder que nós nos amamos tanto que...

— Que? – incentivei.

— Que há dois meses atrás, fomos presenteados com trigêmeos. – Assim que falou dos filhos, Calum suavizou a voz.

— E o que você espera agora que tudo está sendo revelado? – olhei para a câmera e em seguida encarei meu primo.

— Respeito. – Calum falou firme – Eu sei que minhas fãs não esperavam por isso, e que muitas vão se decepcionar, talvez por um momento até me odeiem, mas eu realmente espero que elas possam compreender meus motivos e possam respeitar isso a minha família.

— Pode ser embaraçoso no início, mas tenho certeza que as suas fãs amáveis irão entender. – apertei a mão dele – Todos nós somos humanos, o sangue que corre nas nossas veias é feito de erros, acertos, medos...

— Por um instante achei que você fosse cantar Jet Black Heart. – meu primo riu abertamente.

— Eu juro que não percebi. – dei um sorriso – Mas então, há mais algo que você queira contar? – disse, voltando para o assunto da entrevista.

Calum pareceu pensar e eu lhe lancei um olhar significativo.

— Ah. Que você é minha prima? – ele deu de ombros.

— Não! – arregalei os olhos – Por exemplo, como você e a Lay se conheceram, foi por algum amigo?

Eu queria que ele dissesse sobre Ashton e Layse serem irmãos por parte de pai, afinal, se ele estava contando toda a verdade, seria bom que revelasse tudo.

Vi um sorriso surgir em seu rosto e pensei que ele tivesse entendido.

— Você e Layse vieram do Brasil para estudarem o ensino médio no mesmo colégio que o meu, ou seja, se conheci a Lay é porque vocês eram amigas. – Calum cruzou os braços.

Oficialmente Calum Hood é a pessoa mais lenta do universo!

Ele só iria confundir ainda mais a cabeça das fãs.

— Não, Calum! – neguei com a cabeça – A Layse é parente de algum dos seus amigos?

Uma luz pareceu acender na cabeça dele.

— Layse é irmã por parte de pai do Ashton, meu melhor amigo e baterista da 5SOS, caso fique alguma dúvida na cabeça de vocês. – ele se encostou um pouco mais no sofá – Mas é uma história complicada até mesmo para nós, que acompanhamos tudo isso desde o início. – Cal balançou a cabeça negativamente.

— Realmente é uma história louca. – concordei, relembrando de quando descobrimos sobre Lay ser irmã de Ash.

Percebi Calum se inclinar em direção a mesinha de centro e pegar um papel.

Era uma foto.

Uma foto de quando éramos adolescentes. A foto em que tiramos no dia do primeiro show deles, naquele bar.

Na ordem estavam Ashton, Layse, Luke, Calum, Michael e eu.

Meu coração se aqueceu ao lembrar daquele dia.

— Uma das minhas fotos preferidas da nossa adolescência, e a que me faz lembrar de que em nenhum momento você e Layse deixaram de acreditar em nós. – Cal me entregou a foto – Depois conhecemos a Lydia, e então vocês foram as garotas que sempre estiveram ao nosso lado, as nossas primeiras fãs. – Meu primo riu e mostrou outra foto.

Essa era a foto em que tiramos no dia em que fizemos aquela promessa a eles.

Eu cheguei a ficar emocionada, mas tinha que ser profissional.

— Alguma mensagem para encerrar? – sugeri.

— Layse, eu te amo muito, meu amor. Agora nós não vamos ter que esconder nosso amor do mundo. Filhos, papai ama vocês, vocês são as melhores coisas que já aconteceram na minha vida.  – Calum riu para a câmera –  Minhas queridas fãs, me perdoem por ter escondido tudo isso de vocês e por ter traído o nosso amor. Só quero que me entendam e perdoem.

***

Assim que terminamos a entrevista, Michael veio para a casa dos meus tios e me ajudou a editar o vídeo.

Não demorei a postar nas minhas redes sociais, mais rápido ainda foi Calum, que compartilhou o vídeo rapidamente. Acho que meu primo estava com medo de desistir.

— Meu Deus quanto comentário ridículo! – falei sozinha, me sentindo mal, assim que li o que algumas pessoas escreviam no twitter do meu primo.

— Com o tempo acostuma. – a voz de Michael preencheu o quarto de hóspedes – E sempre haverão pessoas maravilhosas, fãs amáveis, para te apoiar também.

— Como será que a Lay vai ficar quando ver essa loucura toda? – perguntei, assim que Mike deitou ao meu lado, depois de voltar do banheiro.

— Eu não sei. – ele respondeu, fazendo carinho no meu cabelo – Acho que ela não vai nem se importar.

Minha curiosidade fez com que eu fosse procurar pelo instagram da minha melhor amiga.

— Acharam o ig da Lay. – disse horrorizada quando vi o tanto de seguidores que ela tinha, e principalmente os comentários maldosos em suas fotos.

Por um momento senti um aperto no coração.

Presenciar minha amiga sendo odiada e julgada por pessoas que nem sequer a conheciam, era algo assustador e que me deixava furiosa.

Até mesmo os bebês estavam recebendo hate.

— Ela não merece isso, muito menos os trigêmeos, são apenas crianças, Michael! – falei indignada.

Mike me apertou ainda mais em seus braços.

— Vai ficar tudo bem, Nam. – ele garantiu.

***

Depois de tomar banho com Michael, saímos do meu quarto e fomos para sala, encontrando meu primo e minha amiga.

Mal conseguimos conversar porque Summer passou mal e teve que ser levada para o hospital.

Mike e eu ficamos cuidando de Caleb e Cayse, enquanto meu primo e minha melhor amiga estavam no hospital com a pequena Sum.

— Eu nunca mais fico de babá! – Michael se jogou ao meu lado no sofá.

Havíamos deixado  os gêmeos – que depois de muito choro dormiram – no quarto deles.

— Agora imagina como a Layse e o Calum não ficam com essa correria toda. – apoiei minha cabeça nos ombros dele.

— E apesar disso eles vivem com aquele sorrisão para os filhos.

— E não se arrependem nem um pouco. – acrescentei.

Levantei meu rosto para encarar Michael e ele estava pensativo.

— Eu estava pensando em como essa coisa de ser pai deve mudar a gente. – ele explicou como se lesse meus pensamentos – Você precisa ver como o Calum mudou.

— Eu já percebi, a Layse também mudou, ela parece mais feroz e ao mesmo tempo temerosa com a própria vida. – disse, brincando com o seu cabelo – É uma coisa louca.

— Já pensou quando a Georgia estiver correndo na nossa casa? – Michael riu.

— Ou quando formos na primeira apresentação escolar da Nina? – sorri pensando nisso.

— Eu já amo a nossa família inexistente. – Mike me abraçou.

— Ei! Não é inexistente, está nos nossos corações e pensamentos... – cutuquei seu braço.

Michael deu de ombros.

— De qualquer forma já amo. – ele me encarou com os olhos brilhando.

— Eu também. – afirmei.

Michael entrelaçou suas mãos nas minhas.

Me aninhei em seus braços.

Eu não vejo a hora para construirmos a nossa família.

[...]


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