Girls Talk Boys escrita por Glads


Capítulo 41
Night




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Layse

 

Demorou mais de quinze dias, mas finalmente saímos do hospital.

Summer, por incrível que pareça, é a mais saudável das crianças. Infelizmente, ela terá que viver com uma cicatriz no peito, porém, se cuidarmos direito, essa marca pode ficar quase invisível.

Nem cheguei a julgar Calum, Naomi ou meus sogros ao descobrir que eles me esconderam a cirurgia de risco da minha filha, porque eu teria feito a mesma coisa.

Cayse já sorri e se demonstra bem esperta, principalmente quando vê o "tio Ashton".

E o Caleb, nome que decidi para o meu filho, claramente é o brincalhão e o mais lento deles.

Apesar de serem muito parecidas, Summer tem cabelos  claros e olhos iguais ao do pai, já Cayse tem cabelos e olhos tão escuros quanto o pai, mas apesar de terem muitas características paternas, elas ainda tem uma coisa ou outra minha, como nariz, forma dos lábios e das mãos. Porém, nenhuma delas supera Caleb que é a cópia exata do Calum, ele simplesmente não tem nada meu, parece que foi gestado só pelo pai.

Hoje, nossos bebês fazem dois meses.

Não tem como descrever a loucura que foi e ainda está sendo, muito menos o tamanho do amor que tenho por eles.

Até minha visão do mundo mudou e por causa disso entendo completamente os motivos da mamãe ter escondido Gregory da minha vida.

Naomi continua me acompanhando 24 horas por dia, ainda mais agora que ela foi demitida de novo.

As vezes tento entender qual o motivo para ela não conseguir se manter em um emprego fixo. Perguntei se o motivo era o tal Eric e ela negou dizendo que simplesmente não consegue achar a matéria certa.

Os pais do meu marido inventaram uma viagem, para não ouvirem choro durante a noite e não posso culpá-los. Tampouco, me sinto sem graça, já que eles praticamente me deram a casa deles.

Os meninos continuam os shows e Calum eu nem chegamos a...

— Eu não aguento mais. - Naomi murmurou se jogando no sofá ao meu lado.

— Não aguenta o quê? - questionei sonolenta.

Durante a noite, quando um bebê dorme, o outro chora, eu dou de mamar, o acalmo e assim sucessivamente.

— O Mike.

Revirei os olhos enjoada dessa frescura toda.

— O que foi dessa vez? - perguntei sem esconder a voz de tédio.

Caleb dorme tranquilamente no meus braços usando um pijama azul, enquanto Summer descansa no carrinho e Cayse nos braços da Nam, ambas com pijamas verdes idênticos.

— Mesmo depois dele não me aceitar como amante...

— O quê? - a interrompi.

— Só me deixe falar. - ela deu de ombros com uma naturalidade assustadora - O Mike não terminou com a Crystal... Ele me falou que a deixaria, mas estamos quase em novembro e até agora tudo o que eu vejo são fotos e mais fotos deles felizes! Mesmo depois que recaímos e dormimos juntos no dia que os bebês nasceram.

— Depois do que aconteceu no Brasil, eu tinha certeza que eles terminariam. - comentei vendo meu filho abrir os olhinhos e sorri para mim.

— Eu também! - tenho a certeza que se minha filha não estivesse nos braços dela, a mesma bateria na sua própria cabeça.

— Você sabe que hoje o Calum volta. Certo? - a encarei.

Summer começou a chorar e me espantei ao vê-la acordada.

— Sim, eu sei. - ela puxou um carrinho de bebê com o pé e eu cuidadosamente coloquei Caleb nele.

— E talvez o Michael apareça junto com ele. - falei botando Summer nos meus braços.

— Duvido. - ela murmurou - Ele vai para a caverna com a Crystal.

— Afinal, qual a caverna oficial dele? - perguntei abaixando minha blusa e Summer rápida encaixou sua boca no meu seio e sugou como se sua vida dependesse disso.

Naomi riu seca.

— Minha cama. - respondeu.

— O QUÊ? - falei alto e fiz Cayse acordar e começar a chorar de fome.

Suspirei me martirizando por prejudicar o sono dela.

Naomi se levantou, levantou minha blusa e colocou minha filha no meu outro seio.

— Não foi a primeira vez que dormimos juntos.

— Eu sei disso. - afirmei vendo minhas filhas se alimentarem enquanto Caleb apenas nos observava tranquilo - Mas vocês dormiram várias vezes? Achei que foram só algumas noites.

— Como sabia? - ela me olhou indignada voltando a se sentar.

— Caramba, mulher, eu te conheço. - falei - Você é minha melhor amiga desde sempre, sem contar que San Francisco era claramente pra você, e todos vimos que tinha um climão entre vocês dois no meu casamento.

Ela riu.

— Agora responda minha pergunta.

— Dormimos mais que algumas vezes. - ela mordeu os lábios envergonhada - Uma dessas vezes, fizemos amor por alguns dias seguidos e ele disse que minha cama era a caverna oficial dele.

— Fizeram amor? - ri maliciosa - Alguns dias seguidos?

Nam gargalhou nervosa.

Summer empurrou meu seio e Naomi a pegou e colocou no braço para arrotar.

Graça a Deus, minha filha não costuma demorar tanto quanto o irmão, e logo arrotou.

— Mas isso já passou... A caverna dele deve ser com a Crystal. - ela suspirou triste colocando Summer no carrinho de bebê.

Não podia negar.

Todas as vezes que falava com meu amigo, ele dizia está feliz. E talvez não seja por causa da Crystal, mas com certeza a envolve.

— Sabe o que eu estava pensando? - resolvi mudar de assunto.

Uma lágrima quase escapou do olho da minha amiga, mas ela forçou um sorriso e perguntou:

— O quê?

— Se Calum não tivesse tido aquela folga, ele não teria estado no hospital quando os gêmeos nasceram. - comentei.

— Sim. - Nam concordou - E se eles demorassem mais dois dias para nascerem, os meninos já estariam de volta na turnê.

— Se demorassem mais ainda, eles estariam no Brasil! - falei.

— Meu Deus, meu Deus! - Calum abriu a porta, sem bater - Parem com os "se".

Arregalei os olhos e me levantei no instante em que Cayse tirou os lábios do meu peito.

— Calum e sua mania de ouvir atrás da porta. - Nam murmurou.

Cal puxava uma mala e fechava a porta acabando com as esperanças da minha amiga vê Michael.

— E de entrar sem bater. - falei sorrindo.

Então meu marido pregou seus olhos em mim.

Engoli em seco vendo o desejo tomar conta do seu olhar.

Ele balançou a cabeça de um lado para o outro e eu puxei minha blusa.

"Desculpe", formei mexendo a boca.

Cal sorriu sem graça e me beijou casto.

— Oi, princesa. - ele olhou para Cayse que apenas se aconchegou melhor contra meu corpo.

Logo sua atenção voltou para nossos outros dois bebês que sorriam para ele.

Não tenho dúvida de que eles conhecem o pai.

— Meus amores, vocês deixaram a mamãe dormir? - ele perguntou se ajoelhando.

Sua calça jeans abaixou e pude vê a barra da sua cueca.

Fechei os olhos frustrada.

Ele rapidamente beijou os pés das crianças e se voltou para Naomi, se levantando e a abraçando fortemente.

Desde que eles nasceram temos estado mais cautelosos e intensos em tudo, tanto que até Naomi e Mali, meu marido tem abraçado.

— Meu Deus, Hood, não me mate. - Naomi reclamou batendo na costa do primo.

— Fique quieta Hood. - ele disse para a prima - Ou deveria dizer, Clifford?

Ele a soltou e eu fiz careta diante da sua atitude desagradável.

— Ahn, Cal? - o chamei tentando avisar pelo olhar que ele devia parar, infelizmente, ele não entendeu.

— O quê?

Quando ia inventar qualquer frase, a porta atrás de mim se abre de supetão e o maravilhoso e belo Mike Clifford entra pela mesma, mal me olhando e indo direto para a Naomi.

Fico completamente surpresa quando ele praticamente gruda os lábios nos da minha amiga e a beija fervorosamente.

Vejo Calum sorri como se soubesse de tudo.

Meu marido se aproxima, pega Cayse dos meus braços e sussurra para mim:

— Ele veio comigo, mas amarelou na entrada e eu disse para ele só entrar se tiver certeza que dessa vez eles vão ficar juntos.

Sorri.

— Para sempre. - ele completou e não pude evitar me arrepiar com amor que move os dois.

Mike afastou o rosto do de Naomi, ambos lacrimejando.

Meu amigo segurou o rosto de Nam e disse:

— Namora comigo?

— Mas e a Crystal? - ela murmurou apertando os braços do homem à sua frente.

— Não estamos juntos. - explicou - Terminamos depois do show no Brasil.

— Mas e as fotos entre vocês? - me meti.

—Marketing. - Cal respondeu.

— Eu... Eu... - só conseguia vê confusão no rosto da minha melhor amiga.

Então, seus olhos encontraram o do seu amado e ela sorriu dizendo bem baixinho:

— Sim. É tudo o que eu quero, Michael Gordon Clifford.

Então eles iniciaram um beijo mais lento e eu vibrei emocionada.

Naomi de repente se afasta de Mike e por um momento acho que eles vão voltar para aquela frescura, mas tudo o que ela diz é:

— MEU DEUS. EU TENHO QUE LIGAR PARA A LYDIA. - ela sorri e continua - E PARA A MAMÃE.

Meu amigo ri, a puxa para um abraço e entrega o próprio celular para ela fazer isso.

***

— Que tipo de coincidência foi essa? - Lyd gargalha sentada no colo do meu irmão - Eu vindo de surpresa visitar vocês e meu otp finalmente acontecendo.

Naomi ri de olhos fechados encostada no ombro de Mike.

Os dois estão em uma bolha própria.

— Quando eu soube, sai da casa dos meus pais e vim correndo para cá. - Luke riu mexendo no cabelo - Tinha que vê com meus próprios olhos.

— Então estamos nos reunindo como sempre? - Calum perguntou sentado no sofá.

— Negativo. - alertei brincando com a aliança na mão dele - Agora temos três bebês na casa e não podemos fazer barulho.

— A foto deles com os padrinhos ficou linda. - Lyd me mostrou novamente.

Sorrio.

— Pena que o Caleb parece me odiar! Como assim ele vomitou na camisa do melhor padrinho do mundo? - Mike reclama.

— Nem começa! - Luke retruca - Eu sou o melhor.

— Eu sou, lembrando que além de padrinho, sou tio! - Ashton ri.

— Shiiiiii. - peço colocando o dedo entre os lábios.

Depois de muita confusão, Calum e eu decidimos que os padrinhos são: Luke e a Mali-Koa, que infelizmente está fora da cidade, para a Summer; Ashton e Lydia para a Cayse e Mike e Naomi para o Caleb.

Já tínhamos decidido quem seriam, óbvio, mas não completamente quais casais seriam os padrinhos para cada um.

— Bom, se não podemos falar, o que nos resta, é beijar. - Ash disse puxando Lydia para um beijo.

Michael e Nam viram aquilo e sorriram, começando a fazer o mesmo.

— Ótimo, a casa dos meus pais virou motel. - Cal murmurou segurando minha mão e a tirando de cima da sua própria perna.

Ele se levantou e foi em direção ao banheiro social.

Luke olhou na direção que o amigo tinha ido e disse:

— Lay, ele não aguenta mais a seca.

Corei completamente envergonhada.

— Ele só deve está se sentindo mal. - murmurei tentando diminuir a vergonha.

Meu melhor amigo revirou os olhos e maneou a cabeça como se dissesse "Vá atrás dele".

Levantei sem jeito e fiz o mesmo trajeto que Calum.

— Cal? - bati na porta ouvindo a torneira ligada - Cal, você pode abrir?

No mesmo instante, ele destranca a porta e puxa me corpo para dentro.

Sequer tive tempo de pensar, porque meu marido simplesmente me puxou contra si juntando nossas bocas de maneira bruta e voraz.

As minhas unhas arranhavam sua nuca e a língua dele, mal dava chance para a minha e em meio aos beijos ele tentava conter alguns grunhidos.

— Calum. - falei tentando afastar meu rosto do dele enquanto suas mãos passeavam por meu corpo - Calum, por favor.

Seus lábios atacaram meu pescoço e fechei os olhos enquanto ele plantava algumas mordidas pelo local.

— Calum, é sério. - minha voz falhou - Cal...

Ele parou o ofegante, mas não sem antes prender meu corpo contra a porta.

— Lay... - ele se apoiou na parede - Eu não aguento mais, preciso de você.

Ofegando, concordei:

— Eu sei, eu também preciso.

Ele balançou a cabeça de um lado para o outro.

— Mas... - me incentivou.

— Mas temos visita. - completei - Sem contar que você está em um estado que faz parecer que nem usamos aqueles outros métodos...

Calum segurou meu rosto e abriu um sorriso que para muitos seria amável, mas eu sei que na verdade, é um sorriso completamente safado.

— Eu adoro aqueles métodos. - usou meu termo em uma voz engraçada - E quero repeti-los, você sabe disso, mas eu preciso de você... Ahn...

— Completamente? - sugiro.

Ele sorri e concorda me beijando rapidamente.

— Se eles demorarem muito existem duas opções: 1) Eu os expulso; 2) Eu te agarro na frente deles.

Reviro os olhos fechando meus braços ao redor dos seus ombros.

— Eu te amo, Calum.

Ele me observa profundamente.

— Eu também te amo, Lay. Te amo muito.

Desvio de seus olhos e vejo minha imagem no espelho.

— Meu Deus! Olha o que você fez no meu pescoço! - reclamo - E meu cabelo está uma bagunça!

Cal gargalha e me solta para que eu meu ajeite.

— Estou impressionada porque você não falou nenhuma das bobagens que sempre diz nesses momentos.

Meu marido sorri de canto.

— Você fala que são bobagens, mas adora quando eu digo.

Ele chega bem perto e me abraça por trás.

— Ou estou mentindo? - ele sussurra próximo ao meu ouvido.

Fecho os olhos, tentando controlar a respiração.

— Ah, você fica arrepiada. Não é? - ele pergunta me apertando contra a pia.

— Você vai pagar por isso, Calum Hood. - digo abrindo os olhos e tirando suas mãos de mim.

Abro a porta, mas antes que eu saísse pude o ouvir dizendo:

— Espero que pague na cama.

***

— As crianças ficaram comportadas hoje. - comentei fechando os olhos.

— Muita oração para isso acontecer. - Cal murmura.

Rio seca brincando com o lençol em cima do meu corpo.

— O que foi? - ele questiona.

— Não sei se é uma boa... Não vamos estragar o clima.

— Nada pode estragar isso... Ainda mais depois de tudo o que fizemos. Você sabe que merecemos um prêmio. Não é?

— Seu exagerado. - viro de lado abrindo os olhos e vendo Calum com uma feição mais leve e liberta - Se os meninos tivesse demorado mais cinco minutos, você ia entrar em combustão. Ainda bem que seus pais ainda estão viajando e a Naomi saiu com o Mike, senão...

— Todos ouviram o enorme prazer que lhe proporciono.

Bato na minha testa.

— E eu já estava em combustão, Layse. - ele continua - Ainda mais com suas mãos bobas.

Sorrio.

— Todo mundo acha que o tarado da relação sou eu, quando na verdade é você. - alega.

— Nem começa. Tem a marca da sua mão na minha coxa.

— E tem vários arranhões na minha costa.

— Nós somos compatíveis. - decido por fim.

— Sim. - ele me puxa contra si - Nos encaixamos perfeitamente.

Reviro os olhos diante do duplo sentido.

— Ei... - ele me olha estranho - O que você tem? Por que riu triste naquela hora?

Suspiro não querendo falar.

— Lay, me diga...

Me sento balançando a cabeça.

— Se for aquele lance com seu corpo ter mudado, eu não me importo, você continua gostosa.

— Gostosa e com uma cicatriz enorme. - murmuro - Mas não é esse o problema, depois vou fazer uma tatuagem para cobrir.

Cal também se senta e começa a massagear minha costa.

— Então o que é, loirinha?

— Nossas brigas sempre envolviam você me esconder do mundo e no fim, nós voltamos, mas nada mudou. - solto de uma vez.

Ele para o que está fazendo.

— Calum, imagine você acordando super feliz disposto a resolver seus problemas comigo... Você arruma seu cabelo do jeito que eu gosto, faz café da manhã, mas de repente eu estou lá na sala pedindo divórcio porque tenho medo do que o mundo pode fazer com você se descobrir que a famosa Layse Hood tem um marido. - falo em um tom neutro - Sei que é uma comparação ridícula, mas se coloque no meu lugar... O que mudou de lá pra cá?

— Não brigamos mais. - ele falou acariciando minha costa.

Virei a cabeça e vi algumas lágrimas escorrendo por seu rosto.

— Porque decidimos ignorar tudo, Calum. - justifico - Mas não podemos fazer isso para sempre. Hoje, os meninos são bebês, mas depois crescerão e numa perspectiva próxima, eles precisarão de você indo na escola, na clínica pediátrica, no parque e em todos os lugares do mundo com eles. Mas você vai poder? Porque agora não somos mais só dois, somos cinco pessoas! O motivo não é mais eu não poder ir em um encontro com você, meu amor, os motivos são as crianças, as nossas crianças.

Como se estivessem ouvindo tudo, eles começaram a chorar juntos.

Levanto e visto a camisa de Calum no chão, o vendo desligar a babá eletrônica diminuindo o barulho que os gêmeos fazem.

Abro a porta do quarto e vou até o deles.

Calum aparece só de cueca logo depois e enquanto ele me ajuda a colocar Cayse e Caleb nos meus braços para mamarem, ele me encara e diz:

— Amanhã tudo isso vai acabar.

Não pergunto como, apenas sorrio me sentindo completamente feliz.

[...]


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