Kero me pediu para eu segui-lo, ele me explicou que eu tinha de fazer um teste para saber em qual guarda iria ficar, eu tentei explicar que não queria isso, mas ele me deu duas opções: Cela ou guarda, Obvio, eu escolhi a guarda, nos chegamos a sala cheia de portas, ele me pediu para espera-lo e saiu, Alguém me tocou o ombro, eu me virei depressa, era o Nevra.

— então, já fez o teste?

— ainda não.

— se quiser, eu posso te ajudar a ir para minha guarda.

— e por quê eu iria querer ir para sua guarda?

— por que você é bonita e seus lábios....

Ele piscou para mim e saiu.

— ele... não, eu devo tá ficando maluca.

— falando  sozinha?

Eu me virei, era o Valkyon, ele parecia se diverti ao me ver pensado alto.

— Oi Valkyon.

— e então já fez o teste?

— ainda não.

— boa sorte.

— Obrigada.

Ele saiu, parecia está preocupado com algo, eu fiquei olhando ele ir embora e vi Ezarel vindo em minha direção.

— já fez o teste?

— Você é o terceiro a me perguntar isso.

— estamos curiosos, precisamos de uma escrava.

— isso é uma piada?

— o que você acha?

— que não.

— menina inteligente.

Ele sorriu ao perceber meu desespero e entrou em uma das salas, Kero estava demorando muito e eu já estava suando, eu me sentei o chão, não queria que ninguem visse que estava nervosa.

— Você está bem?

Kero estava em minha frente, parecia preocupado.

— estou, só estou cansada.

— tem certeza?

— sim.

— então vamos.

— claro.

Eu seguir Kero até a biblioteca, ele pegou um livro que parecia bem antigo e começou a ler.

— então, pronta?

— não, mas isso faz diferença?

— desculpe, eu não queria...

— eu sei, me desculpe, eu só quero voltar para casa.

— a Mikko vai dar um jeito.

—espero.

— vamos começar?

— sim.

— eu vou ler para você, as perguntas são complicadas para você, elas são do nosso mundo, então se quiser pular alguma...

— tá.

— Primeira questão, qual momento do dia você prefere? O Crepúsculo, a aurora ou zênite?

—zênite.

— outra pergunta, qual objeto você levaria para a floresta do sono?

— floresta do sono?

— é um lugar bastante conhecido aqui, você pode escolher pular se quiser.

— eu respondo.

— um travesseiro, um melão apimentado ou sua coragem e uma faca.

— esse mundo é bem estranho sabia?

— ha ha ha ok, o que você levaria?

— minha coragem e uma faca.

— terceira questão, o que você faz durante seu tempo livre?  você visita  a biblioteca de Alexandria, explora uma mina ou vai para casa?

— Biblioteca de Alexandria não existe há séculos.

— temos uma bem parecida aqui.

— legal.

— e então?

— a mina.

— se você desse de cara com um black dog, o que você faria?

— Black dog?

— é complicado..

— hum, quais minhas opções?

— Eu pego minha coragem e minha faca, eu tento fugir ou eu tento doma-lo.

— faca e coragem de novo?

— digamos que seja uma resposta padrão.

— ok, eu escolho minha coragem e minha faca.

— anotado, qual dessas especies de faeries você escolheria?

— tô com a impressão de  as respostas vão me deixar confusa.

— é uma pergunta destinada para os habitantes de Eldarya... as respostas são: Boia vermelha, um afundador de navios ou blêmia.

— um blêmia.

— qual objeto tem mais maana: cachos de grãos de café, água purificada ou madeira bruta?

— cachos de grão de café.

—o que você prefere: pão, leite ou mel?

— sem mais opções?

— sem mais.

— eu escolho leite.

 Ele me fez mais algumas perguntas, eu estava entediada e respondi aleatoriamente, eu queria sair dali o mais rápido possível e esse teste me impedia de fazer isso.

— bom! o resultado indica que você tem um tendencia para a guarda da sombra.

— eu respondi o chute.

— Eu sei, agora que você faz parte da guarda, você pode ter um mascote.

— mascote?

— sim, são criaturas que habitam em Eldarya, se consegui doma-los, ele pode ser seu melhor amigo, quase todos em Eldarya tem seu mascote.

— você tem um?

— sim.

— - posso vê-lo?

— claro.

Ele assobiou e em segundos um animalzinho muito fofo apareceu do lado dele, era uma mistura de coruja, com um mini canguru.

— é um Seryphon.

— eu também vou ganhar um fofinho desses?

— não, só temos um mascote disponível, mas ele ainda está no ovo.

— hum, pena.

Eu fiquei desanimada com essa noticia, eu não sei chocar um ovo e em pretendo aprender.

— mas eu posso cuidar dele para você, até que ele nasça.

— você faria isso?

— claro, eu só vou no mercado comprar uma encubadora, se importa em ficar sozinha?

— Não.

— então eu vou ido.

Eu estava tão feliz que dei um beijo no rosto de Kero, ele ficou vermelho e saiu sem dizer nada, eu comecei a andar pelo corredor e dei de cara com o Valkyon.

— o que faz sozinha?

— procurando algo para fazer?!

— não parece.

— o que parece então?

— que você está fugindo.

— e eu conseguiria?

— não.

— hum, você pode me ajudar?

— a fugir?

— eu não estava fugindo.

— você diz.

— vai me ajudar?

— o que você quer?

— ajudar vocês, assim eu vou para casa o mais rápido possível, só que eu não sei exatamente o que fazer.

— não sei como te  ajudar, me desculpe.

— ah, obrigada mesmo assim.

— ah proposito, em qual guarda você está?

— guarda da sombra.

— boa sorte, tenho que ir.

Ele saiu apressado e eu fui para a sala das portas, o Nevra estava ali, ele parecia inquieto, confesso que ele era em bonitinho, mas não fazia meu tipo, se é que eu tenho um, eu namorava o Edward, mais por insistência da minha mãe que dizia que já estava na hora  de namorar, mas como a Rose vivia me dizer, eu não o amava, eu cheguei perto de Nevra na ponta dos pés, mas ele me viu e fez um gesto rápido que quase me derrubou, mas ele me segurou a tempo, eu estava nos braços dele.

— tentado me assustar linda?

— tentativa frustrada.

— não fique triste, ninguém consegue.

— então eu vou ser a primeira?

— se você acha.

Ele me olhou nos olhos, eu fiquei vermelha e sair de seus braços.

— já fez o teste?

— sim.

—qual guarda felizarda te tem?

— eu não sou objeto.

— se fosse, seria bem valioso.

— eu tô na sua guarda.

— então você tá na minha guarda? tenho um servicinho pra você.

— qual?

— em meu quarto, eu posso te ajudar.

Ele deu seu sorriso malicioso, não é possível que ele esteja falando sério.

— você é sempre assim?

— só com você.

— você tem algum serviço de verdade para eu fazer?

— só esse.

— eu dispenso.

— uma pena, seria inesquecível.

Eu dei as costas para o Nevra e entrei na cozinha, o Ezarel estava lá.

— oi.

— humana.

— me chamo Alice, se é que isso importa.

— Não, não importa, daqui a alguns dias você vai voltar para seu mundo e ninguém vai se lembrar de você.

— obrigada pela parte que me toca.

— não tem de quer.

Eu me virei para sair, mas ele me pegou pelo braço.

— e então, qual guarda você vai ficar?

— guarda da sombra.

— Coitado do Nevra.

— preferia que eu ficasse na sua?

— Nunca.

Ele me soltou e eu sair, fui andar um pouco em um lugar que parecia ser um jardim, era muito bonito, eu me sentei o chão, curtindo a sombra de uma arvore, fechei meus olhos e comecei a chorar, eu sentia muita falta dos meus pais, da Rose, da escola, de tudo. 

— Você está chorando? está sentido alguma coisa? eu posso te ajudar?

Eu abrir meus olhos e vi aquele par de olhos negros aflitos me olhando com muita preocupação.