Five Nights at Freddy's: Sister Location escrita por Melehad


Capítulo 21
Capítulo Vinte: Desmontado


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capítulo! O próximo será o epílogo.
Quero deixar um agradecimento aqui para o "Doli" por ter me ajudado na construção desse capítulo. Sem ele essa Fanfic ficaria sem um final.
Quero pedir desculpas pelo enorme capítulo, é que meus finais são sempre meio... exagerados.
Boa leitura!



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Com tamanha força que lhe foi desferida em um único soco que acertou perfeitamente a lateral de sua testa, Dilan ficou inconsciente e assim lentamente foi caindo no chão frígido observando aquele que o atacou sair das sombras. Ele chocou com sua cabeça no concreto e até tentou sustentar seus braços fazendo força para levantar novamente, mas foi em vão.

O homem, então, foi dando passos para frente andando calmamente com as mãos soltas sendo balançadas pela movimentação de seu corpo. Ele tinha um olhar sério que realçava seus olhos pretos fúnebres, era como se ele não tivesse ideia do que estava fazendo, era como se ele não tivesse nada além de uma única coisa que definisse sua vida nesse mundo...

Ao chegar perto de Dilan caído e tentando desesperadamente levantar, esse homem agachou-se com sua cabeça baixa deixando a pouca iluminação atingir seus cabelos marrom-escuros e com isso usar a escuridão para tapar seus rosto impedido o jovem de descobrir sua identidade e soltou uma saudação irônica com uma voz grave que tinha um pouco de sotaque britânico, igual a uma única pessoa que Dilan conhecia...

— Olá, meu velho amigo — Ele fala e retira sua face das sombras revelando seu rosto à Dilan, era seu velho conhecido, seu rival, o sócio maníaco e estranho que trajava o animatronic SpringBonnie na velha Fredbear’s Family Diner e posteriores.

O jovem encara William com sua visão turva que o causava tonturas por que ainda estava desnorteado e com aquele sangue nos olhos tentou gritar e levantar-se para agredi-lo só que ainda estava debilitado e acabou não sustentando os braços outra vez chocando-se com a cabeça no chão.

— O que você fez com aquelas crianças, maldito? — Dilan fala com o máximo tom alto de voz que tinha, mas ainda era considerado bem baixo.

Afton largou o sorriso de lado fazendo em seguida uma face estranha de desgosto por ter sido pego tão repentinamente na fala do jovem Dilan.

— Você nunca vai me entender, nunca vai entender meus motivos para fazer isso. Eu queria meu filho de volta depois da mordida, ele não merecia essa maldade tão desumana que foi culpa do meu outro filho, olhe só que irônico, eu não pretendia fazer todo esse mal, mas foi necessário depois que minha querida e pequena filha foi pega por Baby... — Ele fica paralisado viajando por suas memórias perdidas de sua família destroçada e destruída por suas próprias atitudes tirânicas. — Eu só queria colocar ele de volta novamente, eu só queria que eles voltassem para mim. Meu maior tesouro, meus filhos, você não entende... — Ele volta a sorrir com um olhar sombrio. — Você... não... sabe... a dor... — Afton estava muito diferente do normal, ele era conhecido por ser meio estranho no seu dia-a-dia, mas desta vez ele chegou ao patamar mais alto que existia, a insanidade.

— Eu sei o que você passou, mas isto não se compara a sequestrar crianças, ouça bem, crianças, e o filho de Henry para satisfazer sua tristeza em trazer seus filhos de volta. Você é um maldito assassino sádico e cruel, Afton! — Dilan já conseguia gritar por estar recobrando sua consciência lentamente. Afton continuava parado encarando o jovem com aquele olhar de que ele planejava realizar algo muito cruel com ele.

— Era necessário, eu precisava testar minha tese de que os animatronics poderiam receber a mente das crianças e eu estava certo! Eu criei a Baby especialmente para minha filha, ela é tão incrível, não é? Ela é maravilhosa... — Se você conseguiu porque ela não te reconhece? É porque ela está morta, o que está dentro daquele animatronic é só um desejo de vingança por alguém ter a destroçado e a colocado em um corpo amaldiçoado. Você matou sua filha duas vezes! — Afton grita e puxa Dilan pela gola da camisa assim como fez quando eles se encontraram na no centro da cidade.

— Se vai me matar faça logo. Não aguento mais olhar para sua cara e se lembrar das atrocidades que você fez... — Comenta o jovem.

Afton sorriu sem mostrar os dentes e olhou para Dilan de forma tão estranha que era possível acreditar que ele estava olhando diretamente para a raiva dele e debochando dela.

— Eu não quero te matar, Dilan, bem... não queria porque eu adoro ver a sua raiva por mim. Ela me diverte. Faz-me sentir que fiz um bom trabalho nesses anos desde que a Fredbear’s fechou... — Afton larga Dilan, mas desta vez o jovem já estava bem melhor da pancada e não caiu novamente ao chão. — Gosto de pensar que minha missão funcionou, pois meu filho não morreu, apenas está em coma até hoje trancafiado em meu porão sobre uma maca e ligado ao soro. Já minha pequenina, como você disse, ela não se lembra de mim. E acho até que não deveria mesmo por razão das coisas que ela não iria aceitar depois de descobrir o que fiz por ela — William saiu de seu olhar sombrio e entrou rapidamente em uma expressão de tristeza profunda. Ele nunca aceitou que a morte tenha visitado sua família tão cedo, mas ele também nunca aceitou que a culpa de todo esse mal fosse sua.

— E Henry? Ele era seu amigo, sempre confiou em você, o ajudou nas piores horas e o que você o presenteia? Matando seu filho, algo que ele tanto amava — Você não faz ideia... — Afton interrompe. — E minha esposa? O que ela fez de mal para você? — Dilan começa a se emocionar. — Por que você tinha que acabar com a alegria de todos nós? Por quê? — Porque, meu caro, era necessário. Henry era um irmão só que estava em meu caminho. Ele me ajudou sim, assim como eu o ajudei, mas ele estava em meu caminho e agora, Dilan, você... está... em... meu caminho — Afton ergue sua perna direita pronto para dar um grande chute que graças ao seu sapato social bicolor com ponta fina, iria dar um bom estrago na cabeça do jovem se um barulho de ferro arrastando no chão não surgisse indicando que algo estava se aproximando lentamente da sala e de suas atuais posições.

— O que é isto? — Afton pergunta olhando para a parede da Sala de Desmonte. — Isto é são suas criações, Sr. Afton, eles vieram te dar um saudação breve — Dilan ri e fala pensando que se o animatronic viesse iria visar capturar o seu criador primeiro por ele ter feito maldades com todos eles.

O barulho começou a ficar cada vez mais perto deles, algo enorme e pesado estava se aproximando calmamente deles ao mesmo tempo em que esta coisa com uma vontade inabalável desejava capturar Dilan a qualquer custo. Era uma questão de menos de um minuto para ele chegar até a sala em que estavam. Esta coisa esgueirava-se pelas passagens dos dutos de ar – que ligava toda a instalação – em busca de encontrar aquele que os traiu, aquele que era sua vítima e sua chance única de ser livre...

Ao sentir a aflição quando o jovem Dilan balbuciou as simples palavras o avisando que suas criações estavam por vir, Afton tremeu-se inteiramente demonstrando para Dilan que acreditou que isto era o medo que ele sentia. O jovem, então, abriu um enorme sorriso acreditando que o sócio estava com medo do que viria a seguir caso fosse pego, mas na verdade, ele voltou seu olhar sombrio e vazio à Dilan e simplesmente falou: — Isso é incrível — E após chuta a cabeça do jovem funcionário com a ponta do sapato, fazendo-o cair numa profunda agonia que como consequência, ouviam-se gritos de dor por todo local. Na parte onde foi o choque do chute, onde fica o osso temporal do crânio, a pele pálida de Dilan transformou-se rapidamente em um círculo mal formado vermelho e logo depois, bem rápido pela gravura da ferida, roxo.

— Dói, não é? Não morra em agonia agora, guarde para depois que eu tiver amassando seu crânio com um traje de springlock — Fala Afton ainda em pé e mostrando quem realmente ele era.

Agora era o fim. Com a pancada que recebera antes e agora esse chute imensamente doloroso em sua face, ele não poderia mais levantar-se sem a ajuda de outra pessoa. Os gritos de dor eram a sinfonia de morte que tocava no fundo dessa história macabra que lhes conto, tudo estava perdido para o jovem que tanto lutou para encontrar a verdade por trás do homem de negócios que comandava com punhos de ferro a empresa de Henry. William Afton era realmente o vilão por trás de toda a desconfiança que ele tinha desde o começo, ele estava certo. A promessa de Henry foi cumprida, o mistério dos desaparecimentos solucionado e agora o jovem estava sorrindo por dentro por deixar essa terra com todas suas missões completas.

— Vamos agora ir até o traj... Ah! — Afton é interrompido com uma pancada forte desferida atrás de sua cabeça, que o fez cair instantaneamente no chão pelo susto repentino. Quando este desaba próximo ao jovem, ele olha para cima, para o rosto de quem desacordou o maníaco, e sorri ao ver que este era seu amigo, Mike Schmidt, que segurava um pedaço de ferro e respirava ofegantemente por ter acertado Afton, algo que ele não queria fazer.

— Mike... — Balbucia Dilan. — Guarde suas forças para correr — Fala o amigo que largou a arma branca e foi tentar levantar o jovem na esperança dele andar.

Mike agarrou os braços de Dilan e com muita pressa forçou seu corpo para cima dando a sustentação para as pernas ficarem de pé. Ao olhar para a parte escura da sala era possível se ver um brilho fraco saindo de dentro da grade da ventilação, isto era o pesadelo chegando até eles. — Vamos logo! — O amigo grita no momento de tensão que com esta fala despertou o assassino adormecido ao chão.

— Como sairemos daqui? — Dilan pergunta ainda se recompondo. — Eu conheço uma passagem por dentre essas paredes que nos levará até a sala de observação. É por aqui... — Ambos seguem até uma parte da parede que estava coberta de canos metálicos e caixas encostadas e ao tirar essas caixas se revelou mais uma passagem com uma comporta de metal forte, igual ao do módulo central.

O amigo o mandou ir na frente e com cautela para não chamar a atenção da criatura que estava chegando. Mike – que esperava Dilan passar - não parava de olhar Afton espatifado e desmaiado no chão, ele tinha um olhar de alguém que queria ajudá-lo mesmo com todo o mal que fez. Mas ao ver que este estava a levantar-se, ele adentrou rapidamente no duto de ar para não ser visto pelo assassino.

— Michael! — Afton solta um grito estrondoso de raiva que era possível jurar que abalou totalmente o prédio com sua fúria incandescente. Já desperto retomou sua consciência e ficou de pé. Ele olhou para o breu onde ficava a passagem de ar da Sala Privada e viu que Ennard já estava entrando na sala, mas quando o animatronic viu seu criador recuou seu corpo para dentro das sombras com medo. Aproveitando o ensejo, Afton seguiu e entrou por onde os dois saíram da sala ainda com os olhos na criatura que agora já havia percebido que seu criador estava indefeso e podia ser pego. Com isso, a vontade de matar Dilan foi reduzida e uma nova tomou seu lugar, pois com o controle de William Afton eles não só poderiam sair daquele lugar amaldiçoado, como também tomar o controle de uma grande empresa que fabrica outros animatronics.

 

Mike e Dilan há essa hora já tinham saído do duto de ar e chegado a uma pequena sala parecida com as que se tinha no escritório, onde o jovem passou o pesadelo com Ennard nessa noite. Uma parede suja e manchada com tubulações e fios presos, o piso ladrilhado estilo xadrez dos anos cinquenta, esta sala além de ser uma réplica da sala privada, agora, Dilan havia percebido que isto era perfeitamente igual às antigas franquias de Henry, as pizzarias Freddy Fazbear. Mas por que isto aqui, em baixo da terra? No subsolo da empresa de Afton. O jovem estava confuso.

— Como me encontrou? — Pergunta Dilan, encarando o amigo que estava parado com as costas na parede e respirando muito. Mike, então, olhou de volta para a face cansada do jovem enquanto passava sua mão no cabelo castanho-escuro sem o gel e depois em seu rosto.

— Jones me ligou. Ele disse que sentiu uma sensação ruim quando te viu saindo para trabalhar... — Ele sempre sente — Dilan interrompe sem grosseria. — Desta vez foi diferente, ele nunca sentiu algo tão... imenso. Se ele não tivesse ligado, você não teria saído vivo do Afton... — Mike diz.

— Obrigado, Mike, você me salvou duas vezes, vou te dever em dobro. Depois eu agradeço ao Jones — Não precisa agradecer, só peço para você que saia logo desse lugar e fuja para outra cidade, Afton nunca vai parar de te perseguir, eu conheço essa história... — Eles terminam a conversa rápida ao ouvir um barulho na ventilação que vieram.

Os dois correram pela pequena sala até uma porta de ferro. Eles puxaram a maçaneta que estava um pouco enferrujada e assim dificultou um pouco a entrada, e quando fecharam a porta no interior da sala, Afton saiu da ventilação e correu até eles. Dilan e Mike forçaram a porta – que abria para dentro – para que o maníaco não a abrisse, mas ele era muito forte e foi um grande desafio.

— Segure Dilan! — Mike grita muito assustado. — Você deveria ter ficado em casa, Mike, você sabe que eu só faço isso por causa deles... — Afton grita.

— Se eles soubessem o que você fez o que eles pensariam? Que seu pai é um vilão cruel que matou outras crianças para tentar salvá-los — Mike grita ao mesmo tempo em que segura fortemente a porta com as costas. — Eles iriam preferir estar mortos a você matar para revivê-los. Eles nunca iriam te perdoar... — Dilan estava confuso enquanto os dois debatiam. — Você me perdoaria como eu te perdoei quando você fez aquela coisa com ele? Era só uma criança inocente e medrosa, eu te perdoei! — Afton fala.

— Eu te perdoei... Eu fugi, arrumei uma casa longe para não olhar para você porque mesmo te perdoando eu não conseguia aguentar tanta crueldade — Mike estava emocionado.

— Se você me perdoou eles também podem... — Os barulhos cessam.

Dilan estava tremendo. Seu queixo debatia e suas mãos tremulavam extremamente, como ele havia chegado a esse ponto de se perder em suas próprias memórias? Ele entendia agora, sua história nunca fora tão completa, agora tudo estava conectado.

— Você... — Ele gagueja estupefato.

Dilan estava morto por dentro neste momento, sua mente havia perecido e o que restava agora era apenas um enorme vazio de dor e sofrimento.

— Você é o filho mais velho do Afton... Agora faz sentido... — Dilan fala.

Afton retorna a tentar entrar na sala acertando ferozmente a porta com seu braço no intuito de arrombá-la, mas novamente Michael, volta a escorá-la.

— Como nunca percebi isso? Você é mesmo bem jovem comparado a idade de seu pai, mas o que me derruba é ter visto você pequeno... — Mike presta atenção ao amigo que estava ficando tenso.

— Eu estou mesmo muito mal, estou perdido em minhas próprias memórias. Eu vi o garotinho na frente da Afton Robotics quando fui resgatado da quarta noite, era você, mas em outro tempo. Por isso você não entendeu direito minha fala, era você! — Mike estava perplexo ao ver que o amigo estava completamente fora de si.

De repente o barulho cessa outra vez. Afton para de tentar forçar a porta quando escuta um barulho de metal arrastando vindo da ventilação que passara ali outrora. Ele se aproxima cuidadosamente do pequeno espaçamento no chão, agacha ficando de joelhos e abaixa a cabeça olhando para dentro... O que ele vê na escuridão era Ennard se arrastando para a sala em que estava e como esta passagem não tinha uma comporta de proteção, Afton sente a aflição de ser pego surgir lentamente. Ele corre até a porta e começa a bater desesperadamente nela pedindo para que os dois abrissem para ele entrar, mas nada acontecia.

Ambos entreolharam-se e Mike falou que era um blefe de seu pai por ele realmente não ter escrúpulos, esta era a ideia, mas depois que Dilan lembrou-se da criatura que o perseguia cogitou de Afton estar falando a verdade.

— Abram isso! — Afton tentava gritar só que já era tarde demais... O animatronic amaldiçoado, o mestiço, a prole vingativa, já estava levantando-se calmamente e olhava com todos os seus seis olhos para o seu criador indefeso que depois de perceber que não havia mais caminho, parou te tentar abrir a porta e apenas falou: — Maldição — E depois das luzes de teto da sala piscarem três vezes a coisa o agarra pelas pernas, o jogando no chão e o arrastando pela ventilação de volta para o Funtime Auditorium junto de gritos de ajuda.

 

Quando Mike fez a força necessária para abrir a porta presa pela ferrugem causada pelo ambiente úmido e frio do subsolo, seu pai já estava do outro lado do prédio, sendo carregado por Ennard até a Sala de Desmonte. Ele ajoelhou-se no chão, sentindo a pancada em seus joelhos e caiu-se a gritar em raiva e tristeza por causa de Afton, que mesmo um malfeitor, um assassino de crianças, este era seu pai e com isso ele sentia que deveria salvá-lo. Ele o amava por ainda ter esperanças de encontrar o velho William Afton dentro daquela carcaça antagônica.

— Me faça um favor Dilan, saia daqui o mais rápido possível. Aproveite esse tempo para ir embora — Fala o amigo se aproximando de Dilan, pondo suas mãos em seus ombros e encarando o olhar vazio de agora. Dilan parecia ter perdido totalmente a razão, ele apenas ficava de cabeça baixa e não falava nada, às vezes ele olhava o seu redor e parecia tentar reconhecer o local. Depois de levar essa tapa da realidade ele surtou. Sua mente, ele, neste momento, não conseguia diferenciar o que era suas memórias e o que era da vida real, era um conflito eterno que começou quando sua esposa morreu. A tristeza foi tão dolorida que Dilan, para tentar se recuperar, criou um intermédio desse mundo com suas memórias pouco ruins que tinha guardadas. Por isso ele viu o garotinho na porta da Afton, era esse conflito acontecendo.

— Eu não vou sair daqui... — Dilan fala.

— Você tem que ir, isto por agora não é mais sua responsabilidade — Mike responde abrindo a porta e saindo. Então, o jovem sai também e segura o amigo pelo ombro e responde: — É minha responsabilidade desde que aceitei esse emprego. Esta coisa que você viu, eu já a venci uma vez e vou vencer de novo. Então não me obrigue a fugir, eu vou contigo — Dilan passa na frente de Mike e entra na ventilação sem olhar para trás.

Os dois voltaram ao Funtime Auditorium pela ventilação e quando ficaram de pé dentro da sala espaçosa procuraram em volta por onde o animatronic havia passado para a Sala de Desmonte. Eles olharam e aproveitando a pouca luz que iluminava a porta da Part and Services, tentaram ver no chão empeirado alguma marca de arrastamento. A marca levava até a Parts and Service.

— Tem uma passagem por dentro da Parts and Service que leva a essa sala de desmonte, acredito que esta seja a única passagem pela área — Mike comenta.

— Vamos verificar — Ambos correm até lá.

Mike correu até a porta da sala de serviço e manutenção e entrou primeiro sem ao menos ver se o lugar estava seguro. Dilan chegou perto da porta, olhou para o cartaz do Funtime Freddy colado, pôs sua cabeça para dentro da escuridão que o único foco de luz era umas faíscas e flashes da luz de teto e entrou cautelosamente.

— O animatronic trancou a porta por dentro, droga! — Mike acerta um soco na parede.

Neste momento não tinha o que se fazer, a porta era muito dura e não poderia ser quebrada. Foi então que Dilan lembrou-se do que Baby o mandava ir quando começou a quinta noite, uma passagem na parede.

— Há uma passagem... — Dilan comenta. — Onde fica? — O amigo pergunta. — Na parede da sala em que estávamos, é a sala aonde Baby iria me mandar para ser morto, mas eu percebi bem na hora e fugi — Então vamos logo! — Mike interrompe e volta caminhando rapidamente para o Funtime Auditorium.

A passagem mencionada por Dilan estava lá, na parede e selada. Era apenas necessário pressionar o botão pequeno e verde para abrir a comporta de aço que – assim como todas as outras – impedia o acesso dos animatronics nas áreas de movimentação dos funcionários. Mike pressionou o botão e rapidamente aquela barreira abriu-se mostrando o interior do pequeno corredor metálico. Ele foi indo na frente agachando-se e engatinhado na procura de seu pai que fora capturado.

— Dilan, venha! — Michael fala completamente tenso.

Ele percorreu a ventilação longa com seu peito inteiramente preocupado com William. Uma das verdades por toda essa dor por seu pai deve-se a ele ainda sentir um grande remorso por ter a maior culpa no confinamento de seu irmão mais novo, a vítima da mordida causada pelo animatronic Fredbear, e além dessa culpa o pesar e ele sentir-se confortável ao lado do último membro de sua família vivo, ele sente que se William se arrepender ele teria feito, pelo menos, uma coisa boa em sua vida.

 Ele pôs as mãos para fora do duto e direcionando toda sua força nos músculos dos braços, conseguiu sair e erguer-se de pé observando o interior da sala de tamanho normal e vazia. As paredes eram cobertas por ladrilhos cinza-claros, nela também havia duas grandes janelas foscas. O piso era brilhante, tinha um liso incrível que refletia tudo que estava sobre ele. O mais interessante estava no chão, havia as peças das fantasias de todos os animatronics criados por Afton, a cabeça de Funtime Freddy com seu peitoral, braços, partes e a cabeça de Ballora e também Funtime Foxy. Mas não Baby... Onde ela está?

Aviso: você entrou na escotilha 1B, uma área de perigo extremo, reservada para limpeza e manutenção da Sala de Desmonte. Entrar nesse local é estritamente proib... — HandUnity avisa, mas rapidamente é interrompido por uma falha na caixa de som.

Quando Mike ficou de pé ele recuou temendo o estranho maquinário à sua frente, era um tipo de colher mecânica com juntas iguais a um grande braço humano. Aquilo era o temor dos animatronics...

— Pai? — Ele olhou em volta, mas William não estava lá. Quem estava na sala com ele era apenas o animatronic que lentamente apareceu atrás do vidro da janela.

— Dilan, volte agora! — Ele tentou avisar o amigo para não continuar a seguir pelo caminho e voltar, mas já era tarde demais... Quando ele tentou agachar-se para voltar, a outra comporta, do seu lado da sala, fechou-se trancafiando-o no local com a máquina mortífera.

Dilan tentou bater na porta para, quem sabe, ela abrir só que nada aconteceu. Dentro da escotilha ele ouvia a voz de Baby conversar com seu amigo algo sobre sua aparência e a dele e até não deu importância, ele só queria entrar lá e salvar seu amigo do que viria a seguir...

— Mike! — Dilan tenta engatinhar para trás na cogitação da ideia de sair e voltar para a sala de serviços na busca da outra porta. Era um ótimo raciocínio se a outra comporta, atrás dele, não descesse e fosse selada por fora. Quem a fechou? A sombra da pessoa que trancafiou o jovem estava lá, ele gargalhou e foi saindo cantarolando como nada estivesse acontecido. Dilan estava preso e a única coisa que poderia fazer era observar pelas frestas afiadas da comporta a colher mecânica se mover ao movimentar da alavanca controlada por Ennard e seu amigo completamente assustado por saber o que viria em seguida.

A colher subiu e quando desceu, tomando a velocidade em seu favor, acertou perfeitamente a cabeça de Mike deixando-o desnorteado enquanto o mar rubro escorria e depois o fazendo-o cair no chão com seu rosto virado na direção do jovem... Ele ainda estava vivo, a pancada que recebera o deixou inconsciente, podemos acreditar que era uma anestesia para ele não morrer de dor. Em movimentos perfeitamente sincronizados como um de uma bailarina a dançar em um palco, a colher começou a cortar sua barriga deixando o sangue espirrar e pintar totalmente o seu redor. Dilan tentava fechar os olhos para não ver, porém, estava paralisado ao ver tamanha crueldade dada a uma pessoa inocente que só queria se redimir de seu erro infantil. Michael Afton não era um vilão...

 

Depois que o local já estava completamente rubro, Ennard saiu da sala de controle da colher de desmonte e ainda andando cambaleando segurou com força os braços de Mike olhando para seus olhos implorando pela morte. O animatronic, então, começou a soltar suas vigas metálicas e entrar no corte cirúrgico na barriga do amigo de Dilan. Este gemia por estar completamente anestesiado de sentir dor para o resto da vida e também de controlar seu corpo. Um por um, os ossos de Mike eram quebrados e triturados a cada vez que mais partes de Ennard entrava em seu corpo. Depois de tanta dor, apenas havia sobrado a máscara de palhaço no chão frio da empresa amaldiçoada, que logo foi pega por Ennard no corpo de Mike que a arremessou na janela.

Agora eles conseguiram o que queriam, eles conseguiram a aparência necessária para fugir daquele lugar e continuar o que sempre quiseram fazer... A Criatura ergue as mãos trêmulas e começa a movimentar os dedos olhando para elas. Seus olhos abrem e deles era apenas um grande vazio negro com um pequeno ponto branco em seu centro. Ele sorri e sai andando para fora da sala como um verdadeiro humano...

 

Do lado de fora do prédio, em um carro preto estacionado, um homem olhava-se no espelho retrovisor enquanto uma voz insana conversava consigo. Ele estava sentindo em seu coração algo que não sentia há muito tempo, a dor de perder um filho, ele havia perdido mais um, o último. Mas mesmo revivendo naquele momento o velho William Afton ao deixar escorrer uma lágrima de suas vistas, ele não iria conseguir ressuscitá-lo porque este já estava morto. Ele apenas ligou a ignição, olhou uma última vez para a empresa de fachada que criou para fazer suas experiências e saiu estrada afora visando uma nova vida... Alguns diziam que ele iria para Hurricane terminar o que começou, mas são apenas boatos...


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Notas finais do capítulo

Mistério no final: O que aconteceu com Dilan?
Até...