Five Nights at Freddy's: Sister Location escrita por Melehad


Capítulo 20
Capítulo Dezenove: A “Sexta Noite”


Notas iniciais do capítulo

A continuação da quinta noite está aqui.
Boa leitura e fiquem com o capítulo...



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Noite 5 – 1 AM

Ao passar para dentro do local escuro como o vazio e gélido como a noite mais fria, Dilan pressionou a escotilha para que o ser que o perseguia não a empurrar e com isso adentrar na sala.

Tudo ficou quieto de repente como se não houvesse acontecido aquilo. O silêncio era o que reinava no canto escondido da Afton Robotics. Por um momento o jovem sentiu o peso da consciência sumir o aliviando do medo de acabar sendo morto pelas máquinas assassinas do sócio maníaco.

Um jato de luz surge por todo o lugar o incapacitando de ver por mais ou menos uns três segundos e com essa iluminação precipitada, a sala privada ficou visível seu interior... Havia uma mesa, uma pequena mesa de ferro encostada na parede ladrilhada e suja, também havia canos metálicos, vigas com válvulas em um ambiente bem computadorizado. Colado na parede estava um pôster de Circus Baby com sua mão levantada dando um olá e seus companheiros, os Bidybabs, ao chão dançando com a escrita: Celebrar, sobre eles. Mas o que mais chamava a atenção naquele antro era o que ficava sobre a mesa. Três monitores ligados e chuviscados que iluminavam a sala, um ventilador de ferro em funcionamento, papéis amassados e uma pelúcia...

— Fredbear? — Dilan levanta do chão de piso xadrez e encara a pelúcia de urso dourada com cartola e gravata borboleta púrpuras e olhos negros apenas com suas íris brancas e brilhantes. Era tenebroso aquele brinquedo. Dilan o reconhecia por vê-lo sendo apalpado por William Afton no final de sua quarta noite. Encostado no boneco estava um tipo de controle remoto de câmeras bem antiquado que absolutamente dava o poder para mudar as telas ao lado que estavam paralisadas.

Parece que você entrou em uma área restrita. Por conta dos materiais que aqui estão expostos você não será autorizado a sair até que os técnicos de limpeza cheguem para seu turno às seis da manhã... — O guia anuncia que o jovem estaria preso naquela sala até a manhã.

Então aguarde e aproveite o tempo para descansar porque com certeza, você será resgatado, despedido e mandado de volta para casa apropriadamente. Obrigado por trabalhar em nossa companhia. Esperamos que sua experiência não tenha sido desagradável — A mensagem de voz termina e essa era a última vez que Dilan ouviria a voz artificial e estranha de HandUnity.

Dilan encosta sua mão na cadeira giratória acolchoada olhando atentamente para o painel fixado na parede com botões em branco ao lado do pôster de Baby. Ele sentia que aquilo fazia algo, mas não tinha a senha e com certeza não seria a mesma do cofre...

Ele se joga na cadeira olhando para a esquerda e direita, as portas reforçadas de ferro laterais e seus respectivos botões. Depois, olha para frente e a ventilação acima da mesa e também com seu botão em cor vermelha.

— Por que você não acredita em mim? — A voz de Baby sai da caixa de áudio na parede assustando Dilan que na hora encolheu-se no assento fazendo uma face assustada. Enquanto voltava para a posição normal ele sentiu que tinha algo preso nos braços da cadeira e ao pegá-lo com um pouco de dificuldade por estar preso percebe-se que era um monitor igual ao que ele havia visto na Sala de Reparos com Funtime Freddy, porém este era de câmeras de segurança.

Ao ligar o aparelho via-se a câmera da sala intitulada “CAM01” que era o corredor esquerdo e as demais salas em um pequeno mapa digital no canto inferior direito.

As vezes não entendo porquê as pessoas fazem o que fazem — A voz continua e assim que Dilan abre a câmera de número cinco, a ventilação, é visto que algo estava se esgueirando pela passagem e por conta do breu só se via a máscara do palhaço que havia desaparecido do módulo central.

— Oh meu Deus! — Dilan se assusta e cada segundo a criatura se aproximava mais e mais. O jovem levanta da cadeira correndo e pressiona o botão verde na busca da criatura ser embarreirada, ele consegue, porém o alarme do monitor soa mostrando que há contagem de energia por toda a sala.

2 AM

Dilan começa a teclar todas as câmeras com seu dedo na procura do ser robótico. Passando pelo corredor esquerdo, corredor direito, bastidores de ambos os lados ele encontra o animatronic na câmera seis. Ele estava parado encarando o aparelho filmador com aquela máscara assustadora e era possível ver que parte de seu corpo era feito de vigas metálicas, que o jovem logo raciocinou as vigas que Afton tinha comprado no nome de Henry. Estas vigas eram diferentes dos esqueletos dos animatronics convencionais, elas foram feitas especialmente para a criação destes de controle de Afton.

A imagem é danificada pela estática e o animatronic ameaçador desaparece quando retoma a visão da câmera. — Onde você está?! — Dilan grita completamente nervoso. O suor da tensão escorria de sua testa e caia em seus olhos o dificultando, seus batimentos cardíacos estavam elevadíssimos e suas mãos trêmulas balançavam o aparelho o incapacitando de teclar corretamente.

— Achei! — O robô estava agora no corredor esquerdo, bem perto da porta da sala de segurança para o desespero completo do jovem que lançou a cadeira longe com seu braço e correu para fechar a porta. Ao fazer isso o monitor avisou que sua bateria restante era de 63% causando mais ainda medo em morrer.

De repente ele some de vista, alegrando Dilan por um momento que para poupar a energia abriu a porta, mas depois de vasculhar mais as câmeras ele volta à ala esquerda e encontra o ser já colocando sua cabeça para dentro da sala. Ele fecha a porta outra vez, mas a energia estava acabando e ele teria que pensar em algo rápido.

3 AM

Enquanto o animatronic não seguia para sua sala, Dilan pensava ferozmente na busca do código que encaixaria no teclado. Ele tinha como lógica ser um teclado numérico tradicional só que sem os números desenhados e assim as possibilidades eram gigantes.

— Essa com certeza é a sala de monitoramento de Afton, a pelúcia dele está aqui e é por aqui que ele deve monitorar todas as salas do prédio, inclusive... — Dilan é interrompido por ver que o animatronic estava se aproximando dele pelo corredor direito e com isso o seu desespero de fechar a porta aumenta. — Inclusive as salas... escondidas... nomeadas: Observação 1 e Observação 2 — Ele fala afigurando sua exaustão e respiração ofegante.

— Tem que ser algo óbvio, algo que ele pudesse lembrar sempre, algo quase irreversível... — O monstro aparece desta vez na câmera quatro, os bastidores direito, e a dificuldade só aumentava com ele correndo para atacar Dilan na sala e em conjunto com a bateria que decaia mais e mais a cada movimento estratégico dele.

— Meu Deus, eu preciso de ajuda! — Dilan grita desesperado.

Conforme os ponteiros do relógio passavam tudo decaia no escritório escondido. Primeiro era a bateria que já restava apenas 54% em seu armazenamento total e o segundo era a sanidade do jovem Dilan a qual já havia sido bem abalada em sua noite de trabalho anterior. O animatronic maldito estava não só colocando pressão ao querer entrar na sala de vigilância, mas também enfraquecer o funcionário causando uma enorme tensão para ele ceder e desistir.

Ao ambiente não ajudava nada a tranquilizar a quem residia em seu interior. A única fonte de iluminação eram os monitores chuviscados e estrídulos que ao combinar com as hélices giratórias do ventilador transformava a luz que saia em um tipo de pisca-pisca assustador, além de que mal iluminava o local. O barulho constante era sons de estalos dos canos de gás, água e canos condutores de fios elétricos, sem contar em gritos de ódio vindos dos corredores que podia-se perceber que era dessa coisa que caçava Dilan.

4 AM

Nos olhos mortais do animatronic não via-se nada além de um vazio na qual demostrava-se que aquilo era mesmo uma máquina, sem sentimentos e com apenas uma única missão nesse mundo... matar aqueles que entrarem em seu caminho. O emaranhado de fios, vigas e partes de outros robôs era uma máquina mortífera de dor e sofrimento que em sua mente pensava apenas em servir a sua própria natureza, servir seu instinto dado a ele por seu pai criador. Mas mesmo com todas as afirmações dizendo que aquilo não era humano - e nunca será - ele se sentia um. Ele queria ser. Ele podia ser... Esta criatura sentia-se estranha por sua aparência verdadeira, foi ele que pegou a máscara do palhaço no Módulo de Controle Primário e a vestiu. Esta criatura necessitava ser um humano para realizar o que sempre quis, fugir das mãos sangrentas e pútridas de seu pai que os feria, maltratava, os matava e os reativavam sadicamente. Esta entidade queria vingança com William Afton, esta entidade, Ennard, estava em busca de sangue, mas não qualquer sangue...

Dilan estava com medo, um medo que quase o fazia chorar. Ele via o que aconteceria com ele se essa entidade o capturasse, até por que, Baby estava o conduzindo até a Sala de Desmonte e só com isso o jovem já deduziu o que o mataria se o animatronic ganhasse este jogo doentio. 

Ao puxar o monitor outra vez e verificar cada uma das câmeras na procura de Ennard, Dilan o vê andando totalmente contorcido em direção à ventilação e entrando nela se esgueirando pela passagem de ar. Ele olha para os múltiplos olhos presos ao corpo artificial do ser robótico, olha suas mãos e pés com os fios perfeitamente alinhados nos lugares dos dedos, sua caixa torácica completamente perfeita assim como seus braços e pernas e se espanta. Como ele não havia percebido que aquela entidade era uma cópia similarmente a um corpo humano? Agora ele entendia mais do que nunca o que iria passar se ele fosse para aquela sala...

5 AM

Restava apenas uma hora para ele conseguir vencer essa batalha de vida e morte. Depois das seis da manhã, os funcionários normais irão chegar para mais um turno e com isso irão resgatá-lo da sala e possivelmente, dessa entidade. Ele poderia ser forte, mas não se compara com muitos funcionários que o prenderia novamente em sua sala anulando seu plano de fuga.

Enquanto vigiava as salas e na maior atenção com a energia restante que era de 20%, Dilan, o jovem funcionário assustado, mas confiante, rastreava o ser que corria entre as salas possíveis desesperado em arrumar um jeito para entrar no escritório do segurança. Este saia de um local e em um piscar de olhos já estava em sua porta para atacá-lo.

— Eu já sobrevivi o suficiente, se fosse para eu morrer eu já teria morrido na quarta noite. Eu não vou desistir! — Dilan grita e suas palavras de motivação ecoam dentre os corredores chegando aos ouvidos do animatronic.

A energia estava acabando ao mesmo tempo em que a vontade de Ennard o matá-lo aumentava. De algum modo ele sabia que em algum momento tudo seria desligado por conta da bateria que irá descarregar, e ele até utilizava isso ao seu favor, forçando Dilan a fechar as portas e usar seu aparelho de câmeras, mas ele tinha um contratempo que o atrapalharia, o amanhecer. Ele temia por que sabia que o Opala preto iria chegar, estacionar na vaga e dele iria descer o homem sorridente que trajava o animatronic coelho dourado. Seu maior medo não era a Sala de Desmonte, mas sim aquele quem a controla. A maldade de Afton era temorosa e horrível. Ele não tinha escrúpulos e fazia o que quisesse se isto fosse o necessário para terminar sua missão em trazer sua filha e seu filho de volta à vida.

— O tempo está acabando... — Dilan fala passando a manga da camisa social branca na testa enxugando o suor. — Eu... Eu não sei o que fazer agora, a energia está por um fio e essa... coisa... não está brincando comigo — Realmente apenas com um erro, mesmo que simples, tudo estaria perdido.

Dilan continuava a vasculhar as câmeras e trancar todas as passagens do recinto para parar Ennard só que ele não desistia, sua vontade de sair era tão exagerada que nada o podia parar, apenas uma única pessoa conseguiria e faltava pouco para ela chegar ao prédio. No mesmo momento em que lutava pela sua vida, quando a entidade robótica saiu perto da sala para passar para o outro corredor, o jovem abaixou o monitor sentindo uma dor leve no músculo do braço, repousou sua cabeça no encosto da cadeira giratória e exausto fechou os olhos sabendo que ele poderia morrer a qualquer momento. Em sua mente apenas uma única imagem, a de sua esposa Lilian quando eles estavam correndo por um parque verdejante e belo na adolescência. Esta era a época em que o jovem queria que voltasse, não havia problemas com Henry, sua vida era perfeita e até mesmo William parecia ser uma pessoa legal, sem seus traços assassinos.

— Henry eu consegui amigo, eu consegui... — Diz Dilan ainda com seus olhos fechados, mas com um enorme sorriso no rosto. Ao abrir ele deu de cara com o urso de pelúcia e assim sua mente abriu os ares o lembrando-se de uma data específica... Dilan levantou-se correndo e pressionou as teclas do teclado em uma data, 1983. Magicamente, as televisões ligaram fazendo a estática sumir e ali mostrava um sistema de câmeras de um quarto, um quarto infantil com uma cama e um armário, e o que parecia ser um corredor de uma casa que tinha quatro portas, duas em cada lado, e uma cadeira branca em seu centro.

— Esse lugar... Meu Deus, esse lugar parece muito com as salas de observação em que vi no mapa! — Dilan grita.

Com ele desatento, Ennard se aproximou lentamente do corredor direito sem efetuar nem um pequeno ruído na esperança de assim conseguir realizar sua última jogada. Faltavam poucos minutos para as seis da manhã e essa seria sua última chance. O animatronic com muito esforço por não conseguir andar direito ainda, chegou perto da porta colocando sua mão bizarra para dentro da sala agarrando a parede e depois deixado aparecer sua face mascarada.

Dilan não havia percebido que a ameaça estava bem próxima por causa de ver algo naquele monitor que o assustou completamente, enquanto observava o quarto pequeno e vazio um vulto passou no canto da tela bem rápido. O jovem não conseguiu ver o que era, mas pela silhueta parecia ser claramente um humano, não uma máquina. Ennard foi sorrateiro ao chegar perto da sala de vigilância sem demostrar sua presença e isso definiu de vez que aquele conjunto era mais que mais um mecanismo para servir os outros, ele tinha a plena consciência de seus atos e a inteligência necessária para fazê-los.

Quando Dilan olhou para o lado direito ao ouvir um barulho ele se espantou por completo ao ver que a criatura já estava entrando no recinto. Ele já estava com o busto envolto de vigas entrelaçadas com apenas um botão vermelho grande no centro do peito à vista e seu único olho em funcionamento já cantando sua vitória sem ao menos pensar duas vezes. Dilan olhou em volta pensando no que fazer, mas nada era possível além de fechar as portas e aguardar o restante da energia perecer, só que não iria ser possível se trancar lá dentro se o animatronic já estava entrando.

— Esse não será meu fim, guarde minhas palavras Baby, mesmo se acontecer algo comigo eu nunca descansarei em paz até ver que tudo isto, toda essa história estar em chamas! — Grita Dilan para o ser robótico que já estava dentro da sala e andando calmamente na direção do jovem que recuava com sangue nos olhos. Seu medo de morrer agora fora substituído pela raiva em morrer para esta entidade que tanto o enganou este tempo todo.

Ennard então seguiu se contorcendo com a maior paciência para tentar intimidar o humano á sua frente, mas há esta hora todo seu temor já havia se dissipado de sua alma. De repente tudo se escureceu. Os monitores das câmeras desligaram, o ventilador parou e o aparelho de toque também. A bateria restante havia acabado assim como a vida do jovem funcionário se um som não ecoasse em todo o prédio, ligando automaticamente os geradores reservas e assim abrindo a passagem atrás dele.

Eu consegui...”.

O relógio tocou indicando que o amanhecer de um novo dia estava alcançado com um certo toque de maestria, pois assim que o relógio digital tocou o animatronic sentiu um nervosismo complexo ao lembrar-se de seu criador e isso possibilitou a Dilan tempo de conseguir esgueirar-se pela ventilação e chegar de volta ao Funtime Auditorium. Quando ele saiu da passagem, o ser percebeu que Dilan havia conseguido escapar e tentou passar pelo caminho estreito atrás dele, porém o jovem já estava adiantado o suficiente para alcançar o outro lado e apertar o botão selando a passagem com a comporta de ferro maciço.

— Eu consegui! — Dilan estava animado como uma criança ao receber um grande pirulito adocicado. Ele sentia em sua pele a tamanha tensão desta noite e com isso, saber que tinha vencido o deixava com muita alegria. Mas ele também entendia que teria que correr logo para fora, pois o animatronic iria dar a volta pela sala e chegar em breve à sua localidade. Então, Dilan vira-se rapidamente no intuito de correr para a porta de entrada da sala e é recebido com uma grande pancada em sua cabeça desferida por um vulto nas sombras. Ele cai no chão gelado com o sangue da ferida grave escorrendo e caindo em seus olhos desnorteados com a visão turva que só conseguia ver o homem sair das sombras falando algo, que ele não entendia porque o único som que ouvia era o zumbido proporcionado pelo ataque repentino...


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Notas finais do capítulo

Quem será esse homem que desferiu o ataque?
Até...