O cara da sala ao lado escrita por choosefeelpeace


Capítulo 25
Capítulo 24




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Aquele encontro de almas falantes durou pelo menos meia hora, mas meu relógio biológico cansado sentia que estávamos ali, esperando por eles, horas e horas.

Decidi entregar a situação para o acaso enquanto os assistia. Talvez esse trabalho não fosse mesmo para mim. Como trabalhar com um chefe que te detesta?

E o pior, como apressar essas primeiras vezes da Mary e transformar tudo em um trauma?

Eu não podia. Não apenas não podia, como decidi não fazer. Aquela ambição que Roger tinha, não era minha, então não a tomaria para mim.

Era estranho pensar que Kyle e eu tivemos uma proximidade, mas, então vejo que nada é por acaso e nada na minha vida desde que cruzei o olhar com o de Ryan foi. Era para ser e pronto. E que bom que aconteceu!

A professora e os maquiadores nos deixaram, mas Tommy acordou à todo vapor. O dia já não estava tão ensolarado, porque a noite se anunciava na cidade e com ela, nosso jantar.

 

— Vamos? — Ryan nos convidou enquanto vestia sua inseparável jaqueta.

— Ryan, você não acha que seria mais conveniente que eu jantasse com os seus pais em outra hora? — Perguntei ao passo em que Mary e Kyle se aproximavam de nós. — Vocês teriam assunto o suficiente essa noite e não faço parte disso.

— Como você não faz parte? Você foi quem encontrou essa garota! — Riu e tocou meu rosto com o polegar. — E você faz parte da família, agora. Você é minha.

— Você é dele? Real e oficial? — Kyle perguntou olhando nós dois, como se tivesse perdido algo.

 

A verdade é que eu também havia perdido, se fosse o caso. Minha relação com Ryan era baseada em suposições ou ocasiões, mas não em rótulos. E não posso contar com o fato dele ter me chamado de namorada no momento mais feliz da sua vida.

Quer dizer, não tivemos o nosso momento.

 

— Real... — Os olhos castanhos brilhantes me encaravam com doçura. — Oficial no tempo certo, agora vamos!

— Bem vinda à família, cunhada. — Mary riu e tocou meu braço.

 

Agradeci baixo, ainda corada, andando com Ryan e assistindo Kyle correndo atrás de Tommy à fim de pegá-lo no colo.

O andar estava quase vazio, mas não havia ninguém em nosso caminho. Todos dentro de suas salas, agarrando seus objetos pessoais e prontos para uma noite de folga. Minha mesa ainda estava repleta de papéis — a maioria anotações sobre pistas e mapas que a polícia usou para colher mais informações.

Tudo aquilo viera como um turbilhão de ações e emoções e a normalidade parecia surgir ao horizonte, mas não aquela noite e definitivamente não sobre a minha mesa. No dia seguinte estaria pior quando eu começasse a montar a entrevista caso tivesse tempo e conseguisse alguns minutos com a garota da capa — essa, que essa noite era nada mais do que uma aspirante ao cargo de minha cunhada. Digo isso porque estava, então, namorando Ryan realmente, mas não oficialmente.

Se é que isso possa ser compreensível para alguém que não consegue interpretar a mente de Ryan tão bem como sei que faço.

 

•••

 

Em um bairro mais afastado e conservador, observava aquela linda e ampla casa enquanto Ryan parava o carro. Suas paredes em um tom amarelo doce, de grandes janelas com dois andares e um sótão denunciavam que aquela casa sempre esteve disposta à receber os dois irmãos. Nas laterais da escadaria, uma grama verde cintilava ainda que o dia estivesse escurecendo.

Aquela era uma das maiores casas que vi desde que cheguei e, se me lembro de tudo o que me disseram os irmãos Wentz, o dinheiro fora uma das coisas que os deixaram contra a relação de Mary e Manny. Será que haviam mudado em algo? Porque dinheiro era uma das coisas que eu também não tinha, sem contar que poderia perder meu emprego em 19 horas.

 

— Não sei se posso fazer isso, Ry. — Disse ela, como se lesse minha mente. Sentia o mesmo.

— É claro que você pode! — Curvou o corpo para trás, agarrando sua mão no banco de trás. — Você não está encrencada, todos nós estamos felizes por ter você de volta. O que está feito, está feito, mas você continua sendo parte de nós, independente das suas ações.

— Sem contar que tudo o que você fez, foi por amor. — Kyle intercedeu, bagunçando o cabelo de Tommy, de leve, em seguida. — E por amor à esse garotão aqui. Quem pode ficar bravo com você por ser mãe?

 

Sorri quando o escutei. Esse era Kyle, ao ápice da sua inspiração. E eu concordava. Apesar de Mary não ter escolhido o melhor caminho e de que tudo pudesse ter dado errado, ela se salvou do julgamento alheio e protegeu seu filho, abdicando de sua vida fácil e sonhos, mas jamais de seus ideais. Só esperava que os pais dela reconhecessem a situação da mesma forma.

 

— Podemos? — Ryan ofereceu, abrindo a porta do carro.

— Podemos. — Respondeu depois de um longo suspiro.

 

Kyle a ajudou e a acompanhou com a bolsa e o bebê e Ryan acariciava meus braços enquanto atravessávamos a rua onde não havia ninguém do lado de fora de suas casas. A verdade é que Ryan tentava me tranquilizar com aquele gesto, mas também buscava o mesmo para si. Toquei sua mão e a apertei, trazendo-o para o presente e, nesse, estávamos todos bem.

Ele tocou a campainha, em sinal de respeito e o casal demorou alguns segundos para atender. O homem era tão alto e atlético como o filho, o cabelo penteado com gel e devidamente no lugar, precisamente da mesma cor que seus olhos. Já a senhora tinha o cabelo loiro como gema de ovo, um pouco cacheado e curto. Era dela que vinham os olhos de Mary, mas os da mãe de aproximavam mais ao verde.

As expressões passaram de dúvida ao olhar cada um de nós à choque quando os olhares caíram sobre Mary e a criança. Maus momentos pareciam ter desaparecido quando o som de surpresa ecoou da garganta da mãe ao abraçá-la. O pai riu, se dividindo entre nervosismo e contentamento. E restávamos Kyle, Ryan e eu, que assistíamos com adoração o momento mais esperado.

 

— Ryan! Kyle! Senhorita... — Disse o pai, acenando com a cabeça. — Queiram entrar! Que surpresa agradável!

— Pai, essa é Anna. — Ryan me introduziu à sua família. — Anna, esses são meus pais, Donald e Andrea.

— É um prazer. — Estendi a mão e eles a agarraram com dificuldade, pois não queriam se desprender da filha.

— Foi Anna quem me encontrou para vocês, sejam bons com ela. — Mary pediu, brincando.

— Foi a polícia! — Ri, surpresa.

— Nós queremos saber cada detalhe, especialmente sobre onde esteve e porque. — O senhor Wentz revelou. — Entrem!

 

E assim que a porta se fechou, uma chuva de perguntas caiu nos ombros da garota. Eles mal respiravam, se dividindo entre tocá-la, para atestar que ela, realmente, estava ali e disparando um par de palavras por minuto.

Mary respondeu o mesmo que para nós todos, desde o começo, porque era sua verdade e porque acreditava que estava certa. Apesar da angústia que os causou, ela optou por seguir seu caminho e tratava de explicar isso à eles. Tommy ainda era um choque para todos, mas, agora, Andrea o tinha no colo e o garotinho brincava, sem protestar.

 

— Não foi justo conosco o que você fez! Por acaso aquele seu namorado te obrigou à não dizer algo para nós ou sequer dizer que estava viva? — A mãe cobrou.

— Mãe, ninguém me obrigou à nada. Estava me defendendo! É a única coisa que quero que vocês entendam. Podemos partir desse ponto? — A garota pediu.

— E você vai se mudar para cá, certo? É impossível que você more há uma hora daqui em um local minusculo com uma criança! — O pai exclamou.

 

E Mary olhou Ryan como se pedisse por misericórdia. A morena enfrentava um bombardeio do qual ela ainda não tinha todas as respostas.

Assim como ela não teria se eu começasse à entrevistá-la antes do jantar.

 

— Certo, deveríamos lavar as mãos e nos preocupar com o jantar? — Interrompeu Ryan.

— Vou pedir à Julie que termine o jantar e o sirva. — Respondeu sua mãe, indo com o neto em direção à cozinha.

 

Minha entrevista...

A cada momento isso se tornava mais longe. Aquela família precisava de tempo e eu ainda não cabia ali. Era apenas Anna, a chave para encontrar Mary e uma vez que isso estava feito, deveria descansar e esperar.

Kyle era visto como um outro tipo de salvador, aquele que perdoaria os erros e voltaria ao posto de namorado. Talvez fosse o que ambos queriam, mas a família o declarou assim, tecendo elogios à ele quando possível. Isso se intensificou quando sentamos a mesa e ele, obviamente ao seu lado, a ajudava com o pequeno garoto, além de fazer alguma e outra piada interna.

A vida voltava à ser harmônica para eles e meu peito se emocionou com isso. Família sempre será família.

 

•••

 

17 horas antes da entrega da matéria... Eu comecei a ser entrevistada.

 

— Ryan disse que você encontrou Mary e ela confirmou... O que a senhorita faz para viver? — Perguntou Donald após limpar a boca.

— Trabalho em uma revista, a Glam Magazine. — Sorri, corada.

— De fofoca? — Levantou a sobrancelha.

— Não, senhor, é um editorial de moda e atualidades. Trabalho como editora, na mesma revista que seu filho.

— Interessante. — Ele juntou os dedos me fitando. — E o que uma revista como essa ia querer com o desaparecimento da minha filha?

— Essa foi a pergunta que me fiz por muito tempo, pai, mas Anna encontrou um meio comum. — Ryan disse, segurando minha mão sobre a mesa.

 

Agora estava duplamente nervosa. Seu pai encarou nossas mãos, como se não tivesse se dado conta da situação, ainda, mas isso não mudava o fato de que ele esperava por uma resposta minha.

 

— Realmente, no momento nenhuma das coisas tinham relação, mas o que a Glam tinha? Visibilidade. Acredito que plataformas que lidem com um grande público, uma massa, seja ela qual for, possui uma responsabilidade social. Todos têm, em algum momento, o pensamento de que o que acontece alheio à nós e ao nosso mundo, não é nosso problema, mas todos estamos ligados. E se o nosso público pudesse encontrar Mary? Uma revista sobre roupas e maquiagens não atende, em sua maioria, garotas na faixa etária da sua filha? Não haveria um sentimento de identidade dentro das nossas leitoras? Mary não poderia ser assinante ou cruzar com essa revista ou com um artigo na internet sem querer? Chamo isso da união do útil com o agradável... E funcionou!

 

Uau.

Respirei aliviada após argumentar. Poderia usar isso como abertura da matéria, segundo a expressão de satisfação no rosto daquele homem.

 

— Você é genial! E comunicativa, não é de graça que você escreve para algo tão grande. Meus parabéns e meu muito obrigado.

— Eu não disse que você é ótima? — Ryan sorriu. — É a sua capacidade que está te fazendo subir, meu amor. É graças à você que temos esse momento, me faltam palavras. Eu estava imerso em dor e submerso nisso demais para seguir tentando e você chegou, transformando tudo em luz. Obrigado. E à você também, Kyle, aquele site foi importante, você não desistiu da minha irmã.

— Eu soube... — Mary olhou pra ele com ternura. — Obrigada, mais uma vez.

— Que isso. Não sei falar tão bonito como Anna, mas fomos um bom time. — Bateu sua mão contra a minha.

— É isso! Fomos sim! — Correspondi ao toque, estalando nossas mãos no ar.

— Me desculpe, mas... Meu amor? — Andrea limpou a garganta, nos olhando séria.

— Mamãe... — Ryan fez uma pausa antes de abrir um sorriso. — Sei que os últimos tempos foram sombrios para nós e sei que vocês perderam as esperanças sobre eu conhecer alguém e deixar com que entrasse na minha vida. Não queríamos roubar o momento com Mary, mas queria comunicar que estou namorando... Se Anna quiser namorar comigo.

 

Não haviam vozes que eu pudesse captar naquele momento, pois meu coração bombeava tão forte e tão rápido que, esse, era todo o barulho que conseguia ouvir. Ryan estava finalmente pedindo?

 

— Eu...

— Anna, você quer ser minha namorada? Acabaram os impedimentos.

— Sempre! Digo... Sim! Sim! — Ri, nervosamente, com as mãos sobre a boca.

 

Houveram palmas para a minha surpresa e ele me roubou um selinho doce. Me sentia no céu, meus pés saíram do chão, mesmo que estivesse sentada.

Seus pais sorriam para nós, ainda com poucas palavras e concordando com a cabeça. Eles estavam gratos pelo que fiz e mesmo que jamais tenha feito isso como uma troca, isso pareceu ter ajudado em seu discernimento.

O assunto voltou para Mary e fiquei agradecida por ser tirada do centro das atenções. Precisava me acostumar ao modo dos seus pais e isso levaria um tempo. Os olhares penetrantes e um pouco julgadores ainda me deixava envergonhada, mas estava otimista que isso poderia mudar daqui um tempo.

Esse era meu único otimismo até então.

15 horas antes da entrega...

O jantar estava no fim. Confesso que estar ali me fez sentir especial e que os vi celebrar como ninguém havia feito antes. Mary se sentia segura, outra vez e eu ficava em paz.

Todos estavam imersos em suas próprias conversas, ao que Ryan me levou ao andar de cima, para conhecer a casa e seu quarto. A vista era impressionante, o mar nos banhava de longe, mas à essas horas em um escuro tom de azul. As ondas eram calmas, mas a brisa um pouco fria, típica daqui.

Abracei meus próprios braços enquanto caminhava rumo à sacada. Era um balcão, que ligava todos os quartos e havia uma mesa no canto. Um lugar definitivamente bonito.

 

— Queria pedir desculpas por não fazer o pedido com uma aliança, mas você sabe como foram os últimos dias... — Ryan me abordou por trás, abraçando minha cintura.

— O importante é você ter pedido com vontade, objetos ficam para depois. — Beijei seu rosto, enfrentando a barba.

— E vai ter. Assim como penso em te pedir em namoro até para as suas amigas. Tudo como deve ser.

— Elas vão te achar o cara mais especial do mundo... — Olhei para cima, sorrindo.

— E eu não sou? — Brincou, apertando minha cintura de leve uma vez.

— Você é o melhor homem que eu conheço... — Me virei para ele, tocando seu rosto. — É uma honra ser sua namorada, Ryan Wentz.

— O prazer é todo meu, Anna Pierce.

 

Nossas testas se encostaram e pude sentir o amor sendo transmitido de um para o outro, como uma conexão. Nosso sentimento falava o que as palavras não conseguiam.

Ryan segurou meu rosto entre seus polegares quando alguém coçou a garganta e chamou meu nome. Era Mary.

Eu estava acostumada à nunca conseguir beijá-lo, à essas alturas. 

 

— Anna, meus pais estão com Tommy e ele está brincando, então tenho um tempo para a entrevista se você não estiver, hum... Ocupada. — Riu, olhando nós dois.

— Não estou. Obrigada por considerar esse tempo. — Sorri e toquei o peito do seu irmão. — Te vejo daqui a pouco.

— Sem problemas. — Apontou Mary. — Responda tudo, é importante, mas seja autêntica e fiel à si mesma.

— Certo, papai

 

A menina brincou e logo me guiou ao seu quarto. Parecia intacto, de acordo com o seu olhar luminoso e nostálgico. Sua cama era grande e alta e foi onde ela decidiu que conversaríamos.

Liguei o gravador de voz do celular e respirei fundo. Finalmente aquela entrevista estava acontecendo.

Comecei na ordem, para que ela pudesse passar pela linha temporal certa e pensar em cada ponto por vez.

 

— Todos sabemos os motivos da sua ida e podemos resumir isso como um ato de amor, mas como foi o período de adaptação?

— Não foi fácil! Sentia falta de casa, do meu quarto, das minhas comodidades, mas como você disse, eu tive amor e fiz por amor, então esse acabou sendo meu único foco. Nem todos irão entender as minhas razões, vou enfrentar julgamentos por isso, eu sei, mas as mães vão se colocar em meu lugar e saber o tipo de amor ao que me refiro.

— Você guarda algo do que a antiga Mary foi ou a maternidade te mudou completamente?

— A maternidade me ensinou à ser mais paciente, à respeitar limites e à amar de verdade. Coisas como uma boa casa e uma boa roupa viraram projetos secundários, mas não posso dizer que não sejam importantes para mim! Ainda sonho com muitas coisas que costumava e uma oportunidade de ter uma entrevista dessas era uma delas. — Ela segurou minha mão, falando baixo. — Estou indo bem?

— Você é ótima e fala muito bem. — Só tem respostas longas e isso vai ser um problema, pensei, mas sorri. — Sua pele é incrível! Você tem alguma rotina de cuidados?

— Como eu não podia trabalhar em nada grande por não ter feito uma faculdade, não podia comprar produtos caros, mas tenho dicas eficientes: tomar sol todas as manhãs e lavar o rosto com água fria, três vezes ao dia, nem sempre com sabonete, mas lavar é essencial. 

 

Um choro alto veio do andar debaixo e não demorou para que Kyle subisse com Tommy para o andar de cima, nos encontrando.

 

— Mary, acho que ele fez o número dois...

— Droga. — Ela bateu a mão na testa, indo em direção à eles. — Então é hora dele dormir e vou demorar. Anna, podemos continuar pela manhã? Prometo que podemos acabar o mais rápido possível.

— Tudo bem. — Suspirei. — Amanhã, às 7?

— Perfeito! Ele vai estar dormindo, não teremos problemas. Te vejo amanhã!

 

Será que eu ainda tinha chances de entregar isso à tempo?

 

•••

 

Foi uma noite mal dormida, transcrevi as grandes respostas de Mary e programei outras perguntas para a manhã seguinte. Eu tinha um cronograma melhor, mesmo que olheiras tomassem conta do meu rosto.

Para a minha surpresa, a entrevista matinal correu bem. Mary se sentia culpada em me fazer esperar, mas me deu todo seu foco. As respostas seguiram longas e dissertativas, mas eu poderia lidar com isso. Pelo menos acho que poderia.

4 horas antes da entrega da matéria...

Todos sabiam meu motivo de chegar atrasada e minha mesa ainda estava uma bagunça, mas, por fim, consegui o material. Tudo o que precisava era escutar o áudio e transcrever o resto — que não era pouca coisa.

Seria possível? Sim. Eu conseguiria. Trabalhar na Glam era viver em uma grande pressão e aceitava o desafio.

Computador ligado, áudio em mãos, café sobre a mesa. Um longo suspiro. Estava pronta. Finalmente pronta.

Digitar, ler e imprimir. Isso não ia demorar.

 

— Anna?

— Jonathan?

 

Jonathan?

Meu ex?

O que ele está fazendo aqui?

 


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