Quarta-feira – 03:00 AM

         É tarde da noite e acordo com calafrios e suando frio. Sinto uma dor forte dentro de mim, como se os meus ossos tivessem rachando. Me contorço sob a cama, grito alto e meus pais adentram o meu quarto.

         Minha mãe sem entender nada, começa a chorar e a se desesperar. Meu pai tenta me segurar na cama, tenta fazer com que eu pare de me contorcer, mas não adianta a dor é mais forte do que a força do meu pai.

         Preocupada e desorientada minha mãe liga para o médico de nossa família e pede para que ele chegue o mais rápido possível. Mas dentro de mim eu sinto que não é algo normal, alguma coisa não está certa.   

         Aquela voz novamente volta a me assombrar. Volta a falar em minha cabeça, pede para me entregar. Não sei o que fazer, não sei o que está acontecendo comigo. Eu só quero gritar por ajuda.

03:45 AM

Ainda no mesmo dia

         O médico chegou e lembro-me bem da expressão dele ao me ver em uma situação deplorável em cima da cama. Eu não conseguia me mexer, estava completamente paralisada, a dor ainda estava me consumindo por dentro.

         Ele me examinou, ouviu os batimentos do meu coração e a minha pulsação e pela a sua expressão de indagação, tudo aprecia bem, porém meu corpo não mostrava isso. Ele apenas disse que seria estresse e que precisava descansar. Foi o que eu fiz.... Foi o que eu tentei.

04:30 AM

         Fiz o que o médico me pediu e tentei dormir na hora que ele me pediu, meus pais saíram do quarto e me deixaram com apenas uma luz indireta acesa. Porém, mas tarde acordei gritando novamente. Gritei com toda a força que eu conseguia.

         Nas minhas costas eu sentia algo queimar, como se tivesse rasgando minha pele de dentro para fora. Eu estava sentada no meio da minha cama sem conseguir fazer nada, apenas gritando e chorando com a imensa dor que sentia.

         Meus pais entraram novamente em meu quarto, mas dessa vez minha mãe já estava chorando quando me viu. Imagino que é difícil ver sua filha sofrendo e não conseguir fazer nada para ajudá-la.

         A dor passou e as minhas costas estavam apenas doloridas como se algo tivesse me acertado. Minha mãe gentilmente subiu a minha blusa para ver o que era. Porém ao ver ela se desesperou ainda mais e saiu do quarto chorando, eu fiquei sem entender e então meu pai, foi olhar também, mas diferente da minha mãe ele me pediu para que eu visse no espelho.

         Quando eu olhei, parecia que alguém tinha me arranhado e mordido em vários lugares, tudo estava roxo e sangrando. O que tinha acontecido? O que está acontecendo comigo?