O Diabo pede Passagem escrita por SaturnBoy


Capítulo 4
Quarto Contato — Antes




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Sempre fui o tipo de garota que não tinha muitas pessoas por perto. Amigos? Só alguns. Eu conseguia contar todos em uma única mão. Mas, eu era feliz mesmo assim.

Minha avó tinha o costume de me falar que as pessoas não precisam de tantas pessoas em sua vida, pois a maioria não iria ficar até você envelhecer, muitos também estariam apenas se beneficiando com a sua amizade. Então o melhor seria ter apenas aqueles que você mais confia próximo a você.

No colégio sempre fui uma aluna mediana. Não sei.... Não consigo entender álgebra. Já arrumei algumas brigas, mas nada físico. Não sei se conseguiria bater em alguém, mas tenho certeza que conseguiria apanhar. Na dúvida, é melhor ficar apenas no bate-boca.

 

Quinta-feira – 14:35 PM

Joana e eu estávamos saindo do colégio quando paramos em uma loja de antiguidades e ficamos deslumbradas com as coisas fascinantes que se pode achar em um local como aquele. Não era uma loja bonita visualmente, parecia abandonada, deixada para trás. Mas na verdade, um casal de velhos cuidava do local, logo isso explicava o porquê a fachada era tão suja e surrada pelo tempo.

Entramos na loja e ficamos com vontade de levar tudo – um telefone antigo; uma máquina de escrever; um abajur. Isso era uma pequena parcela da imensidão de coisas que existia dentro daquela loja. Mas, uma coisa que minha amiga e eu gostávamos mesmo era de tentar achar coisas “diferentes” do usual.

Tínhamos uma pequena coleção de coisas em nossos quartos de objetos antigos, referências a filmes de terror antigos. Sabemos que essa peculiaridade é extremamente estranha mas tínhamos – facas; bonecas; um tabuleiro de Ouija. A coleção não era tão grande, mas já possuía um valor sentimental.

Acabei comprando um pião de madeira extremamente antigo. De tudo daquela loja, esse peão foi a coisa que mais me chamou a atenção, pelo o acabamento, pela madeira envelhecida, ao certo eu não sei, só sei que me deixou encantada. Joana então ficou com um quadro não nomeado, onde uma mulher gritava em meio a borrões de tinta preta e vermelha.

Chegando em casa, deixei o peão na prateleira de coisas diferentes, costumávamos chamar de “Mundo Inverso”. Ninguém consegue imaginar que ela e eu temos esse hobbie. É algo que gostamos de deixar apenas entre nós.


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