Lembro-me daquela noite que aquele ser estava sobre mim, eu sabia que eu não estava ficando louca por ver aquela figura medonha. Os olhos fundos salientando os ossos do rosto, não parecia ter olho só apenas um buraco negro profundo. Os braços e os dedos esqueléticos se esticaram até ao meu rosto em uma tentativa de tocá-lo, eu conseguia ver aqueles dedos longos se aproximarem de mim.

     A minha voz perdida se encontra novamente em minha garganta e grito com todas as forças que uma pessoa consegue. As luzes da casa começam a se acender como um caminho até o meu quarto, vejo minha mãe adentra com uma feição de pânico e medo. Seus olhos fazem um 360 dentro do quarto, tentando encontrar algo fora do comum. Mas falharam.

     Achando que era apenas um pesadelo, recebo um beijo de boa noite, um abraço e ela se despede de mim, me deixando ali ainda com medo da própria noite. Um medo inconsciente de todos os barulhos, das sombras do objeto, tudo agora se torna suspeito. Estou louca?

Quarta-feira – 8:40AM

Um dia após os eventos ocorridos

É de manhã e pela primeira vez em algum tempo consegui ter uma boa noite de sono, por um momento eu paro para pensar se tudo o que aconteceu realmente não foi coisa da minha cabeça.

No espelho próximo a minha cama, começo a me despir. O espelho mostrava todo o meu corpo, era perfeito para observar como uma roupa ficava no corpo. Porém, olhando melhor, percebi manchas roxas em minhas coxas, barriga e ombros. Me aproximo mais e vejo arranhões em minhas costas, tudo está dolorido.

As lágrimas começam a rolar pelo o meu rosto, o desespero volta novamente e me sinto indefesa. Me sinto tão violada e a pior parte, é que não sei o que aconteceu, não tenho memória desses roxos e arranhões. Lembro perfeitamente bem que fui dormir... O que mais poderia ter acontecido?