M.M - Minha Magia. escrita por Tyke


Capítulo 8
R.S - Dar Um Tempo


Notas iniciais do capítulo

Parte 3



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Anteriormente nessa história: Scorpius foi chamado na mansão Malfoy e acabou discutindo com os avós. Tempos mais tarde Rose recebeu um cavalo alado de pelúcia... Mas ao toca-lo ela caiu no chão convulsionando. 

 

R.S

Rose piscou os olhos algumas vezes tentando situar onde estava. Mexeu com dificuldade sob um lençol fino. Olhou para a branqueza do teto antes de virar a cabeça para o lado e identificar dois homens conversando. Um era ruivo o outro louro. Pensando bem, eles não conversavam estava mais para uma leve discussão. De repente o homem pálido e louro abaixou a cabeça e Rose pode ver os lábios dele se movimentarem: "Sinto muito".

— Acordou, querida? - Uma enfermeira rechonchuda pairou entrando no seu campo de visão.

— Hum... - Rose sentiu a garganta seca e o braço esquerdo formigar.

— Que bom, já estava mesmo na hora. - A mulher virou para trás e chamou - Sr. Weasley!

Rony veio rápido e parou na frente de Rose sorrindo. Ele acariciou os cabelos dela antes de virar para a enfermeira e começar a conversar. A moça pode ver o Sr. Malfoy parado ao lado do leito assim que o pai se afastou. Ele estava inexpressível como sempre e a olhando. Depois de um tempo ele deu as costas e saiu do quarto.

Rose se remexeu na cama se sentindo meio grogue. Tentou sentar, mas a cabeça estava tão pesada que não conseguiu. Por fim adormeceu novamente. Em seus sonhos ouviu a voz da mãe, do irmão e de algum tio. Sem ter noção do tempo ela abriu os olhos se sentindo melhor dessa vez. Rose olhou para o lado e encontrou um Scorpius distraído observando o piso do chão.

— Scorp... - Ela sussurrou e no mesmo instante ele virou o rosto na direção dela.

— Oi. - Falou com carinho se movendo na cadeira para ficar de frente a ela.

— O que aconteceu? - Rose apertou o braço esquerdo que ainda formigava.

— Lembra do pégasos de pelúcia? - Ela confirmou com um gesto. - Estava amaldiçoado.

— Por quê? - A moça piscou algumas vezes tentando entender.

Scorpius coçou o rosto e pairou pensativo. Parecia triste, amargurado, talvez resentido.

— Achamos... que foi o meu avô.

— Por quê? - Ela perguntou confusa.

— Acho que você sabe porquê. - Ele abaixou os olhos triste.

Rose sentiu um frio percorrer a espinha. Piscou algumas vezes confusa e se perguntou se estavam tentando mata-la. Obvio que sim! Tudo porque iria se casar com Scorpius. Mais tarde quando recebeu alta do hospital ela pediu para dormir na casa dos pais. E deu um olhar ao noivo que deixou claro que não queria ser acompanhada por ele.

Um mês se passou e Rose se recuperou totalmente e já havia voltado para casa. Mas ainda estava fria e distante com noivo. Evitava os beijos dele e todas as noites negou qualquer relação dizendo que não sentia vontade. Era verdade. A moça estava deprimida e não conseguia sentir excitação.

Em uma calma manhã eles estavam caminhando lado a lado numa praça próxima a casa onde viviam. Rose suspirava hora ou outra soltando fumaça pela boca. Era inverno e em breve começaria as geadas. Socorpius sabia que havia um problema na relação deles e que aquela caminhada era apenas uma desculpa para conversarem.

— Vamos sentar. - Rose disse imperativa indo em direção a um banco de madeira gelado.

Ele obedeceu calado. Sentando no banco olhava para ela esperando que começasse.

— Eu... estive pensando. Não acho mais uma boa ideia nos casarmos.

O rapaz respirou fundo. Virou a atenção para as folhas secas caídas no chão. Não conseguia acreditar no que estava ouvindo. Esperava qualquer coisa menos aquilo. Ele estava disposto a abrir mão de qualquer herança por ela e agora tinha que escutar uma afronta como aquela.

— Rose, se você está dizendo isso por medo. Espero que tenha consciência que o Ministério está cuidando do meu avô.

— Eu sei...

— Então por que acha isso? - Ele virou na direção dela e encontrou olhos molhados de lágrimas.

— Não sei... Eu te amo, mas não tenho certeza se quero isso. - Uma lágrima escorreu pelo rosto de Rose quando ela piscou.

— Mas eu não estou te entendendo. Por quê, Rose? - Scorpius estendeu a mão para toca-la, mas ela se levantou afastando.

— Eu não sei... Me dê um tempo. - Ela soluçou. - Só um tempo para pensar.

O rapaz permaneceu imóvel a examinando com os olhos cinza. Algo em Rose estava muito estranho desde do dia que saiu do hospital. Não era o fato dela ter evitado seus toques no último mês, era outra coisa. Ele não sabia explicar o que, mas podia sentir a cada olhar triste e carinhoso que ela lhe lançava.

— Tudo bem. - Scorpius também levantou do banco. - O tempo que precisar.

Rose soltou um suspiro triste e saiu andando sem se importar se ele a seguia. E ele não seguia. Scorpius ficou onde estava e como ela saiu daquela forma decidiu não ir para casa. Estar na companhia dela estava ficando desagradável. Uma vez que a garota não lhe dirigia a palavra, não o tocava, não o olhava. Ele vinha se sentindo um fantasma na presença dela.

Scorpius foi se enfiando entre as árvores da praça. Desaparatou e foi parar de frente a uma conhecida casinha. Passou bastantes dias da sua infância naquela aconchegante casa de madeira. Foi em direção a porta e batel.

— Olá, Scorpius. - Gina quem atendeu. Ela o olhou um pouco surpresa não esperando a visita dele. - Entre. Como está Rose?

— Melhorando. - Ele suspirou entrando na casa. - Alvo está?

— Sim, vou chama-lo.

 Gentilmente a mulher o conduziu para a sala de estar e apontou para que se sentasse. James estava deitado no sofá oposto lendo um livro de História. E como sempre não cumprimentou o Malfoy fingindo que ele não existia. Scorpius também não se deu o trabalho de fazê-lo. Era melhor assim, não gostavam um do outro então se ignoravam educadamente. Depois de alguns minutos Gina desceu as escadas acompanhada pelo filho de cabelos escuros e olhos verdes.

— Oi! Vem cá. - Alvo parou no penúltimo degrau e chamou Scorpius.

 Seja o que for que iriam conversar, Alvo preferia fazer isso longe de James. Scorpius entendeu rapidamente, pois também não apreciava a presença daquele Potter, e subiu as escadas seguindo o melhor amigo. Quando chegaram no quarto de Alvo, Scorpius contou tudo que vinha acontecendo entre ele e Rose.

— Mas porque ela faria isso? - Alvo também ficou confuso com a situação. - Ela terminou com você?

— Eu não sei. O que um tempo pode significar? - O louro estava sentado na cadeira da escrivaninha.

— Eu não sei. Ela disse que te amo, não foi? Então pode significar só um tempo mesmo. - Alvo deu de ombros.

— Você não ajuda em nada, sabia? - Scorpius sorriu irônico.

— O quê você esperava? Não dá pra entender as mulheres. Muito menos a Rose que é mandona e cabeça quente. - Alvo ergueu as mãos se lembrando do humor instável e complicado da prima.

Scorpius suspirou triste não sabendo o que fazer. Não tinha certeza se aquilo foi um término ou apenas uma recusa do pedido de casamento. Entre as duas opções, preferia a última. Namorava Rose a tempo de mais para conseguir viver sem ela. Estava acostumado com a presença dela, com a voz, com cheiro. Sem a moça ele se sentiria completamente desorientado.

—  Talvez ela ainda está abalada pelo ocorrido. - Alvo deu de ombros percebendo que deveria confortar o amigo. - Tem notícias dos seus avós?

— Não e nem quero ter. - Scorpius falou com desdém.

— Acha que pode mesmo ter sido eles?

— Não têm provas ainda. Mas é claro, quem mais seria? Eles quase viraram do avesso quando souberam que iríamos nos casar.

— É... se foram eles tio Rony vai descobrir. Quando se trata da Rose ele não deixa nada quieto.

— Uhum. - Scorpius murmurou triste.

Ele queria mais que tudo que quem fez mal a sua Rose fosse pego. Mas lá no fundo não queria que esse alguém fossem seus avós. Pensar nessa possibilidade o deixava profundamente triste e magoado.


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