Anteriormente nessa história: Lily e Hugo começaram o trabalho de fazer um desenho animado bruxo, para passar no canal bruxo F.E.tv. Eles começaram a pensar em quem podia ser os dubladores dos personagens...

L.H

Louis concordou de primeira em fazer a dublagem do personagem Tommy. Até que o rapaz não era ruim. Mas achar alguém que dublasse os restantes personagens que foi o problema. Hugo era horrível, ele lia as falas parecendo um robô sem emoções e não era capaz de fazer melhor. Louis e Lilian não conseguiram mudar as vozes e não ficaria legal todos os personagens falando de apenas dois jeitos. Os primos quebraram a cabeça com isso por um bom tempo. Hugo só não pensou em desistir de tudo, porque Rony quem havia emprestado o dinheiro para comprarem os equipamentos de gravação e agora tinham que ir até o fim para, no mínimo, não irritar o pai.

Em uma tarde durante o jantar, Harry perguntou a filha como iam os trabalhos com o desenho. A moça desanimada contou o problema que estavam enfrentando com as vozes.

— Por que não falam com o Fred? - James se intrometeu no assunto. - Ele sabe fazer umas vozes bem legais e também sabe imitar.

A moça ficou tão animada que no dia seguinte arrastou Hugo para a Gemialidades Weasleys. Fred e Roxy trabalhavam com o pai ajudando na loja e a inventar novos produtos de travessuras. Quando Lily fez a proposta a Fred ele começou a rir dizendo que eles estavam ficando malucos.

— Desculpa, mas eu acho que ninguém vai perder tempo assistindo um desenho na F.E.tv. - Roxy ao lado do irmão comentou e recebeu um olhar assassino de Lilian. - É sério, quase ninguém perde tempo assistindo a F.E.tv.

— Posso ver isso ae? - Jorge estava no topo de uma escada arrumando as prateleiras. Ouviu toda a conversa dos jovens.

Lilian tirou os roteiros de uma pasta e os entregou ao tio quando ele desceu a escada. Jorge se acomodou em uma cadeira começando a ler. Enquanto isso Hugo voltava a tentar convencer Fred a ajudar voluntariamente.

— Eu não sei... trabalhar de graça não é comigo. - O rapaz de pele morena deu de ombros.

— Mas vamos ganhar dinheiro se der certo. - Lilian tentou argumentar.

— Tem certeza? Como? - Fred cruzou os braços duvidoso.

— Com patrocinadores é claro. - Hugo se apressou em responder. - Bem basicamente é assim que funciona televisão de verdade. Fazemos um programa que atraia publico e então lojas pagam para fazer propagandas durante a transmissão. Elas ganham clientes, nós dinheiro e credibilidade por fazer algo legal.

— Desculpa, mas pra mim parece um pouco utópico. - Fred descruzou os braços. Pela primeira vez parecia considerar a proposta.

— Eu gostei! - Jorge levantou sorrindo e fazendo rugas surgirem no cantos dos olhos. - Vocês são loucos! Nenhum bruxo fez algo assim antes, por isso é tão incrível! Não desistam. Na minha opinião tem grande chances de dar certo... Alias, Hugo, você quem escreveu essas histórias?

— Sim.

— Você é muito bom nisso. Qual o problema dos seus pais em ficarem tentando te enfiar atrás de uma mesa no Ministério?

Hugo não respondeu, apenas sorriu sem graça com o elogio. Sabia que os pais só queriam o melhor para ele. Eles não viam futuro no talento de inventar histórias do filho. Até porque isso não tinha utilidade no mundo bruxo. Mas o rapaz estava disposto, junto com a prima, de fazer ter.

No final Fred acabou aceitando. Lily ficou impressionada com a habilidade que desconhecia do primo. Ele conseguiu dublar quatro personagens diferentes, um deles feminino, e só prestando muita atenção dava para notar que era a mesma voz. Até Roxy e Jorge acabaram entrando na brincadeira ajudando com uns personagens secundários.

Com as vozes gravadas, Lilian levou três semanas para concluir o primeiro episódio. Isso porque tinha que fazer tudo sozinha.

[...]Parte final:

— Tommy, Cuidado! - Margot gritou para o garoto que corria feito louco de um basilisco

— Salazar! O que pensa que está fazendo? - Uma mulher em um vestido amarelo veio correndo. - Pare já com isso! Onde arrumou esse monstro?

— Não chame Tuty de monstro, Helga! - Ele brandiu.

— Mas o que significa isso? - Outra mulher de vestido azul surgiu.

— Esses malditos comeram meu pudim! - O homem ainda se dirigia a Helga.

— Quem? - Helga perguntou.

Olhando envolta não se encontrava ninguém além dos três adultos. Tommy e Margot haviam "dado no pé" assim que surgiu a oportunidade. Voltando para os seus futuros.

— Isso foi... loucura! - Margot pulou de alegria.

— A onde vocês foram? - Uma gatinha cor-de-rosa correu na direção dos garotos.

— Conhecemos os fundadores de Hogwarts, Fly! - A garota de cabelos violeta respondeu.

— E Salazar quase nos matou. - Acrescentou Tommy batendo a poeira da capa.

— Que divertido! - A gata chiou e saiu pelo jardim mágico rebolando.

— Sua gata tem demência? - Tommy colocou uma mão na frente da boca para falar com a amiga. Ela apenas riu.

— Hey garotos conseguiram minhas Ynas? - Um ansião diabrete da cornualia pousou no ombros de Tommy.

— Sim, aqui está. - Tommy as entregou ao animal que saiu voando animado.

— Obrigado, meus jovens! Snota vai ficar muito feliz.

— Para quê serve Ynas? - Margot perguntou quando caminhavam para fora do jardim secreto.

— Não faço ideia! - Tommy deu de ombros. - Quer apostar corrida de vassoura?

— Ta bom, perdedor!

Margot empurrou o amigo no chão e saiu correndo até sua vassoura encostada em uma árvores. Tommy a seguiu rindo, pegou sua vassoura, montou e voou atrás da garota de cabelos violeta. Enquanto tudo ocorria, a câmera se afastava ao som de um piano alegre. Por fim a tela escureceu dando créditos aos criadores.

— Então? - Hugo perguntou para a mãe quando o desenho acabou.

Hermione era a melhor pessoa que encontraram para julgar (Harry também, mas ele estava ocupado). Ela era bruxa e de origens trouxa. Exatamente como o desenho.

— Está ótimo. - Hermione sorriu para o filho e a sobrinha sentados no sofá. - Parabéns, crianças! Espero que consigam a transmissão.

Quando a mulher saiu da sala Hugo virou-se para prima. Lily não estava animada ou feliz, mas pensativa e séria.

— O que foi?

— Ficou muito amador. - Ela suspirou.

— Vamos melhorar com o tempo, Lih. Não dá para virar um Walt Disney de uma hora para outra. - Hugo sorriu agachando na frente dela. - E ficou muito bom, sabe por quê?

— Por quê? - Ela deu de ombros.

— Porque os produtores da F.E. tv responderam a correspondência que mandei com o piloto de The Garden. Eles querem marcar uma reunião.

A moça soltou um gritinho esganiçado e jogou os braços envolta dos ombros de Hugo. Deu-lhe um abraço apertado.

— Merlin! Merlin! Merlin! - Ela levantou dando pulos de felicidade.

— Por acaso está querendo invocá-lo? - Ele se divertiu com os pulos infantis se lembrando de quando eram crianças.

— Precisamos comemorar!

Lilian arrastou seu primo e melhor amigo para um bar no centro da cidade. Beberam e discutiram ideias para os próximos episódios. Beberam mais e Hugo começou a se sentir muito zonzo. Ele não estava acostumado a beber, uma vez que Hermione sempre foi muito rigorosa sobre o uso de qualquer droga.

Com a cabeça girando ele olhou para Lily. Ela falava algo... Linda! Os cabelos vermelhos presos em um rabo de cavalo, a franja caindo sobre os olhos castanhos, pintinhas espalhadas sobre o nariz, a boca bem delineada por um batom magenta...

— Eu te amo! - Ele falou em um sussurro a interrompendo no meio de uma sentença.

Lily piscou algumas vezes sentindo a intensidade do olhar e percebendo que a declaração não era fraternal. Hugo segurou o rosto dela e aproximou do seu não conseguindo se controlar.