J.V

James Potter estava na biblioteca de Londres lendo alguns livros de História. Nos últimos tempos ele decidiu ser um historiador e estudar a origem da magia no mundo. Frequentava a biblioteca trouxa sempre que precisava expandir seus conhecimentos e procurar um pouco sobre as fontes dos não bruxos.

— Oi. - Uma garota loura de cabelos brilhantes sentou ao seu lado.

— Oi, Jessie

Ele via aquela garota trouxa sempre que ia a biblioteca. Eles não se falavam muito. Mas James sabia que ela estudava História em Cambrige. Era o que eles tinham em comum.

— Tudo bem? - Ela perguntou abrindo um livro.

— Sim. E você? - Ele respondeu sem tirar os olhos das páginas.

— Vou indo. - Respondeu com casualidade. - Gosta de beber?

— Depende. - Ele virou o rosto para ela intrigado pela pergunta.

— Vai fazer algo hoje a noite? - Ela respondeu sem tirar os olhos do livro, pois se tirasse iria corar.

— Está me chamando para sair? - James sorriu divertido e ela ficou vermelha.

— Bem... Não exatamente. É com uns amigos meus. Apenas pensei em te convidar. - Jessie enfiou ainda mais a cara nos livros.

— Hum... Eu só vou se você confessar que é um encontro. - Ele continuava sorrindo.

— Ora essa! - Ela virou o rosto para ele indignada. - Não tenho que confessar nada. Se não quiser ir não vá.

— Só estou implicando com você. - James voltou a atenção para os livros.

— Mas então, você vai ou não? - Ela insistiu.

— Dependeu, seus amigos são otários?

— Um pouco. - Ela confessou dando de ombros.

— Então que tal sairmos só nos dois? - Ele abaixou o livro e apoiou os dois cotovelos na mesa olhando ela.

— Está me chamando para um encontro? - Jessie forçou imitar a voz dele sorrindo.

— Estou.

Ela parou de sorrir e encarou ele sem graça. Abriu a boca algumas vezes e não disse nada. Por fim achou as palavras.

— Eu não quero nada sério.

— Quem falou em coisa séria, moça?

Ele sorriu galante. Fazia muito tempo que não se envolvia com uma mulher. Tanto sentimentalmente quanto sexualmente.

— Onde você mora? Te pego as nove. - Ele disse.

— Nos finais de semana fico aqui em Londres com meu pais.

Jessie disse o endereço e depois levantou da mesa o deixando sozinho. James pensou por uns instantes no que fazia. Nem conhecia aquela garota direito. Mas quem se importa! Eles poderiam se conhecer.

Assim que chegou em casa foi direto para o banheiro se arrumar. James morava com os pais, de novo. Ele havia saído de casa alguns anos atrás para dividir um apartamento com a moça que pretendia se casar. Mas então ela se foi e ele ficou com a despesas nas costas. Para piorar fracassou completamente na carreira de apanhador. Perdendo o emprego não pode mais pagar o apartamento e  voltou para a casa de Harry e Gina.

Estando pronto, ele vestia roupas trouxas simples e novas. E nem tentou pentear os cabelos acobreados e rebeldes. Em seguida pegou seus documentos trouxas. Carteira de motorista e outros. Foi até a gaveta e procurou por um preservativo. Encontrou um bem lá no fundo. Deveria estar ali a anos. Suspirou pois não dava tempo de passar em algum lugar e comprar outro, era quase nove horas. Então saiu do quarto e passou apresado pela sala.

— Aonde vai? - Harry estava sentado no sofá e sentiu o vulto do filho passar.

— Sair. - James estava com pressa para dar longas explicações, mas Harry fez uma cara de quem não gostou da resposta. - Com uma garota.

— Ah! Não volte tarde. - O homem de óculos voltou a atenção para a televisão ligada na F.E.tv.

— Esse canal é uma merda, sabia? - James fez uma careta para o jornalista que tinha pouca dicção e falava sobre espécies de gramas malditas que puxam os pés das pessoas.

— É... - Harry concordou sem tirar os olhos da tela.

James retomou sua pressa e saiu correndo. Colocou o capacete e pulou na moto. Desaparatou com ela. Era complicado fazer isso com o objeto grande, mas não era impossível. Ele surgiu no meio de um estacionamento em Londres onde não havia movimentação. Ligou a moto e saiu a procura do endereço de Jessie. Quando finalmente achou, a moça já estava na porta aguardando.

— Está atrasado. - Ela disse e veio se aproximando.

James a olhou através da viseira do capacete. Ela estava linda em um vestido branco com estampa azul.

— Desculpe. Sou meio irresponsável. - Ele brincou.

— Podia ter me avisado que vinha de moto. - Ela olhou desanimada o banco de couro e seu vestido na altura do joelho.

— Desculpe... de novo. - Estendeu para ela um capacete. - Dá para ir?

— Acho que sim. - Jessie pegou o capacete e subiu na moto ajustando o vestido para não voar.

James acelerou e eles foram parar em pub. Ideia da moça. Lá beberam bastante e conversaram um monte de coisas sobre História. Porque sempre que tentavam falar de coisas diferente entravam em discordância e pensamentos completamente opostos. Quando era quase meia noite ela pediu para ir embora. James julgou que talvez as coisas não foram tão bem.

A levou para casa. Assim  que Jessie desceu da moto ela ficou parada olhando para ele.

— Você quer entrar? - Ela perguntou vidrada nele, talvez fosse o excesso de álcool no cérebro. 

— Para conhecer seus pais? Não, vamos de vagar. - Ele riu brincalhão.

— Eles saíram... - Ela sorriu maliciosa. Não agiria assim sem as bebidas.

— Ah! Ok - James empurrou a moto para a frente da garagem e tirou o capacete.

Eles entraram na casa e a moça o conduziu até um quarto cor-de-rosa. Tinha um ursinho sobre a cama. Assim que pisou no quarto, James sentiu seus lábios serem atacados. Correspondeu com a mesma urgência. Em minutos estavam nus na cama do ursinho.

— Eu não tenho preservativo. - Ele falou interrompendo um beijo ao se lembrar de súbito.

— Não tem problema. É só tirar. - Jessie ondulou o corpo contra o dele.

Algo lá no fundo gritou para James que era uma má ideia. Mas estava excitado de mais para dar atenção. Concordou com a propostas e continuaram o ato. No momento do orgasmo, saiu dela e ejaculou na barriga macia da moça. Ela sorriu para ele relaxando o corpo. James deitou por um tempo ao lado de Jessie, mas parecia que eles não tinham mais nada para tratar. Ambos sentindo que tudo acabava ali, o rapaz pegou as roupas no chão e foi embora.

Semanas depois encontrou a garota no biblioteca. Ela parecia muito séria e desconfortável quando veio até ele.

— James. - Ela chamou parecendo insegura.

— Sim. - Ele observou a estranheza dela.

— Eu estou grávida. - Aquilo saiu tão certinho que fez o rapaz imaginar quanto tempo ela ficou ensaiando na frente do espelho.

— Caramba. - Ele passou as mãos pelo cabelo. Não sabia o que pensar sobre aquilo, apenas uma coisa: Agora ela tinha que saber. - Vem comigo.

Ele a arrastou até a parte de trás e deserta da biblioteca.

— Eu tenho que te contar uma coisa muito importante sobre mim que pode afetar a criança.- James segurava as mãos dela e falava de vagar.

— Você tem Aids? - Ela se assustou levando as mãos na boca. Pensava na criança nascendo soro positivo.

— Não, Jessie. - Ele suspirou e tirou a varinha do bolso interno do casaco. - Eu sou um bruxo.

Ela olhava para a madeira comprida e depois para ele. Começou a rir descontrolada.

— Boa! Muito engraçado.

— Expecto patronum — Ele murmurou.

Uma luz azulada saiu da varinha. Ela rodopiou, tomou o formato de um lince e em seguida desapareceu. Jessie ficou paralisada no local onde a luz estava.

— Acredita agora? - Ela não respondeu. - Eu tinha que te contar porque provavelmente essa criança também vai ser bruxa.

Ela continuou paralisada.

— Jessica! - James levantou a mão para chacoalhá-la e ela reagiu se afastando.

— Fica longe de mim! - E saiu correndo.

O rapaz pensou em ir atrás dela, mas decidiu que não resolveria nada no momento. Nos finais de semana seguintes não encontrou a garota na biblioteca. Não tinha um numero para poder ligar. Então ele foi até a casa dos pais da moça e pediu o numero dela. Mentiu ser um amigo da faculdade para o homem de bigode. E não disse nada da gravidez, porque aparentemente eles ainda não sabiam.

James tentou ligar, ela atendeu da primeira vez e depois nunca mais atendeu.