M.M - Minha Magia. escrita por Tyke


Capítulo 15
L.H - Ok! Vamos esquecer


Notas iniciais do capítulo

Parte 4



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Anteriormente nessa história: Hugo e Lilian conseguiram concluir o primeiro episódio do The Garden e os produtores da F.E. tv se inteiriçaram pelo desenho. Por isso os primos decidiram comemorar, Hugo ficou bêbado e movido pela emoções beijou Lily.

 

L.H

Hugo acordou com o céu ainda escuro. Ele estava na Toca, na noite anterior havia sido a festa de Natal. Piscando os olhos sonolentos, ele virou o corpo na cama e avistou Louis deitado na cama ao lado. O primo dormia como um anjo de porcelana. Hugo invejou o sono sereno do amigo, pois não era capaz do mesmo.

Os olhos castanhos, os cabelos ruivos e os lábios macios de Lilian não saiam da cabeça dele desde o dia que se beijaram... ou melhor, que ele a beijou e não foi exatamente por efeito do álcool. Aquele não foi o primeiro beijo dos dois, mas foi o primeiro em muitos anos.

Após ter feito o que fez, Hugo esperava que a prima o batesse, ficasse brava, gritasse...qualquer coisa! Ele esperava que algo aconteceria, mas assim que os lábios de ambos se afastaram Lily agiu casualmente ignorando o ocorrido e dessa maneira ela vinha agindo. Hugo entrou na onda dela, mas para ele não estava fácil ignorar.

Suspirando e desistindo de tentar dormir, o rapaz levantou da cama e desceu para sala. Sentou no sofá em frente a lareira quentinha e tentou manter os pensamentos longe de Lily. A algum tempo atrás ele conseguia fazer isso muito bem, ignorar o que sentia por ela. Se acostumara com o "amor impossível" desde muito novo... Mas as coisas não pareciam querer voltar a serem assim.

— Oi

Hugo se sobressaltou, sendo tirado de seus devaneios pela pessoa que os causavam. Lily estava parada ao lado do sofá com os cabelos bagunçados e abraçando o próprio corpo de frio.

— Oi — Ele respondeu sorrindo. Era sempre bom estar com ela.

— Perdeu o sono? — A moça também sorriu e em seguida tilintou de frio.

— Perdi e você? — Hugo estendeu a mão para ela se aconchegar ao lado dele.

— Eu ia beber água — Lily segurou a mão dele e sentou no sofá o abraçando.

— Não vai mais?

— Minha prioridade agora é esquentar — Ela se aconchegou mais ao corpo dele.

Permaneceram em um longo silêncio observando o crepitar da lareira e sentindo o calor um do outro na noite fria de inverno.

— Lily... — O rapaz chamou em um sussurro.

— Hum?

— Vamos mesmo ignorar o que aconteceu? — Ele não se aguentou. Precisava perguntar, precisava saber.

Não houve resposta, Lilian simplesmente ignorou. E após alguns segundos ela começou a falar desviando:

— Os produtores não entraram em contado. Acha que eles desistiram da transmissão?

Hugo suspirou frustrado. Ela estava fazendo de novo! Fingir que nada aconteceu. Mas dessa vez ele não iria deixar, já havia chegado no limite de fingimentos.

— Por favor...eu só preciso conversar — Ele falou e logo acrescentou em um tom quase inaudível — Não consigo parar de pensar em você.

Lily afastou do abraço aconchegante e quentinho, ajeitou o corpo no sofá e sentou de frente para o primo. Sustentou o olhar dele por alguns instantes e depois desviou para a lareira. Parecia pensativa, como se escolhesse o que deveria dizer.

— Eu sei que você fez sem querer... nunca foi muito tolerante a álcool — Ela sorriu divertida dizendo a última parte e esperou que ele também sorrisse, mas ele não fez.

— Não foi sem querer, acredite.

Não havia o que responder a isso. Lily sentiu-se confusa como costumava sentir-se na adolescência e não conseguiu encara-lo. Por isso ela fugiu todo esse tempo do assunto. Ela se apegou a ilusão de que Hugo não sabia o que estava fazendo. E confirmar que não era bem assim trouxe todos sentimentos sufocados a tona.

Os dois já haviam trocado um misero beijo quando estavam no quarto-ano em Hogwarts. Fingiram depois que nada aconteceu, afinal eram adolescentes confusos. No ano seguinte Hugo começou a se envolver com uma garota da Lufa-lufa. Lilian ficou muito enciumada e por isso começou a dar trela para um grifinório que vivia atrás dela, Sean Boterfild. O relacionamento de Hugo com a lufana terminou no sexto-ano e logo em seguida ele conheceu Luany e daí para frente já se sabe...

Na época eles viviam entre rancor, ciúmes, carinho e amor um com o outro. E apenas quando ficaram mais velhos conseguiram enterrar vivo o sentimento e se verem apenas como amigos... primos. E em nenhum momento eles cogitavam tentar algo. Nunca! Bastava pensar na situação familiar para saber que a melhor opção era "deixar quieto".

Lilian suspirou cansada. Podia ter sido assim por anos, mas o beijo que trocaram no pub foi avassalador não somente para Hugo... Também estava pensando muito no primo, mas ela já tinha um compromisso.

— Eu acho melhor esquecermos, Hugo — Ela respondeu, mesmo não sendo isso que gostaria de dizer — Você sabe... eu tenho o Sean.

— Sim, é claro — O rapaz sorriu triste. Ele tinha se esquecido completamente do namorado da prima.

— Eu acho que vou tentar dormir mais um pouco — Lily olhou pela janela e viu que começava amanhecer.

— Fique comigo... por favor — Hugo sussurrou o pedido e esticou o braço para voltarem para a posição aconchegante — Se você quer esquecer, então vamos esquecer. Eu entendo.

A moça esboçou um sorriso e o abraçou apoiando o pescoço no ombro dele.

Não precisou de mais para eles voltarem a agir como antes. Mas algo, um monstro gigante, havia sido perturbado em ambos com o beijo. E esse monstro se agitava a cada dia e momento que passavam juntos. Ele não os deixavam "esquecer".

~~~

O inverno estava quase chegando ao fim.

Hugo chegou em casa, vindo do Chalé das Conchas onde passara a tarde com Louis e Max. Os pais ainda estavam no Ministério e ele foi direto para o quarto no andar de cima. Então se deparou com algo quase saído de um filme de terror. Deu um pulo de susto e quando reconheceu a pessoa enlameada no meio do quarto, o coração dele começou a desacelerar.

— O que aconteceu, Rose? — Hugo perguntou se aproximando da irmã e preocupado que estivesse ferida.

— Nada. Apenas me meti em uma confusão com a Lucy — Rose parecia distante ao falar.

— Você está bem?

— Claro, por que não? — Ela sorriu ainda distante.

— Hum, ok — Hugo estranhou o jeito dela — Acho melhor você tomar um banho, pode deixar que limpo o chão — Ele olhou para a lama que sujava todo seu quarto e tirou a varinha do bolso.

— Ta bom — Ela sorriu maliciosa e puxou a blusa que usava a tirando... não usava nada por baixo.

— O que está fazendo?! — Hugo desviou o olhar da irmã e perguntou indignado enquanto se afastava dela.

— Não espera que tome banho de roupas, não é? — De repente a velha e irritante Rose parecia estar ali, mas não totalmente. Algo estava errado.

— Não precisa tirá-las na minha frente!

— Por que se incomoda? Somos irmãos e pelo que sei você tem tendências incestuosas.

Hugo virou-se para ela indignado e surpreso. Focou no rosto evitando de qualquer maneira abaixar o olhar.

— O que você disse?

— Eu sei que você gosta dela — Ela sorriu maldosa e depois acrescentou — Isso é nojento!

— É, pode ser

Hugo jogou as palavras ao vendo percebendo que ela tentava provoca-lo. Rose vinha fazendo isso com várias pessoas nos últimos meses, todos tomaram conhecimento do que ela fez com Angelina. Jorge ficou furioso e disse que nunca mais queria ver a sobrinha novamente.

Uma capa escura do rapaz estava jogada sobre a cama. Hugo a pegou, caminhou em direção a irmã e a vestiu com a capa cobrindo a nudez. Em seguida a abraçou com carinho.

— O que você tem, Rosie? — E afastou a mirando nos olhos — Você não é assim.

— Eu sei... — Não foi dito com ironia, raiva, malicia, vergonha ou arrependimento. Ela apenas pronunciou friamente, depois saiu dos braços do irmão e foi para o corredor de onde desaparatou.

O rapaz limpou o quarto com a varinha tirando toda a lama deixada pela irmã. A blusa dela estava jogada no chão, ele a pegou e a colocou para lavar. Quando Rony e Hermione chegaram, Hugo não disse nada sobre o ocorrido. Até porque seria constrangedor falar para os pais sobre o que Rose fez e além do mais, não queria que eles sentissem nojo dela. Hugo sabia que algo estava errado com Rose e iria descobrir o que era.


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Notas finais do capítulo

Rose malévola.
Espero que tenham entendido que o final é um salto no tempo. Nos próximos cap vamos regressar um pouco, ok?
Obrigada por lerem. Comentem ai o que acharam :)



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