(Un)Lost escrita por Nightmare


Capítulo 2
#01. Santos e Pecadores




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Região de Kalos, 3 de Julho de 2024.

Querido amante das sombras,

Saiba que tudo em Hoenn corre perfeitamente – é uma região maravilhosa, extremamente calma e bela, de ar puro e sem trânsito; bem diferente de Kalos. Gostaria que você estivesse aqui para trazer um pouco dessa sua escuridão para cá, pois, esses dias, o sol tem estado realmente forte. Contudo, sei que você tem suas obrigações aí.

Para sua informação, continuo a aprender muito com os Rangers. Quase todo dia saímos para ajudar pessoas e pokémons, ao mesmo tempo em que aproveitamos para ficar constantemente em contato com nossos companheiros e a natureza. É uma experiência revigorante; tenho certeza de que você iria enlouquecer. Sério, queria muito ver a sua reação ao fim do dia após vinte e quatro horas de trabalho como guarda florestal. Conheci também uma nova amiga em um de meus dias de patrulha, ela é um amor. Apesar de vocês dois terem personalidades divergentes, acho que se dariam muito bem – você pode aprender umas coisas com ela (ou, quem sabe, você possa compartilhar com ela um pouco de seu conhecimento?). Talvez consiga levá-la até Kalos dentro de algumas semanas, quando for visitar minha mãe, para vocês se conhecerem; tenho certeza de que ela adoraria passar um tempo em Lumiose, e você não se importaria de mostrar o melhor da cidade à ela, certo? Embora eu esteja sempre rodeada de amigos incríveis, você sempre faz falta. Até mesmo Romeo parece bem cabisbaixo agora que não pode brincar com Dark todo dia, mas acho que isso é um alívio para ele, não? Mal posso esperar para te ver de novo e dividir todas as minhas maravilhosas aventuras com você.

Ah, e, por favor, conte-me um pouco sobre você e seus pokémons também. Você geralmente só responde as minhas cartas pedindo por mais novidades. Quero ouvir as suas também!

Até a próxima carta, Yang

Dakota Steele

Caesar já perdera a conta de quantas vezes havia relido aquela carta nas últimas duas semanas, quando suas suspeitas sobre o desaparecimento de sua melhor amiga tiveram início, após um período de silêncio surpreendentemente longo da mesma. Entre as linhas da folha enfeitada por diversos rabiscos da loira, buscava qualquer tipo de pista; apenas um sinal de que a garota não estava em perigo, mas sim ocupada demais com aqueles adolescentes infantis vestindo roupas de escoteiro, ou que havia enlouquecido após passar tanto tempo com eles e tinha fugido desesperadamente para o interior da mata.

Não encontrou nada.

Sua cabeça doía com o turbilhão de pensamentos que a cruzavam simultaneamente. Seu peito ardia devido à mistura de sentimentos: tristeza, ansiedade, preocupação, saudade, raiva. Esse último tinha origem em diversos motivos – ou, possivelmente, uma combinação entre todos eles. Primeiramente, enfurecia-se com o fato da jovem tê-lo deixado, mesmo após suas inúmeras súplicas suas para não fazê-lo. O rapaz tentou até mesmo oferecer-lhe dinheiro, afirmando que, herdeiro de uma família bem afortunada como era, não seria problema. Essa proposta, contudo, havia sido imediatamente recusada por Dakota, cuja ética e ideologia impediam de ser bancada por outro. Sempre altruísta, a menina afirmou que preferia tentar a Liga de outra região para conseguir enviar dinheiro a sua mãe desempregada e seu irmão mais novo – apesar de ter crescido em condições financeiras extremamente diferentes das do garoto, a loira jamais deixou de esboçar um sorriso, auxiliando sua família ao máximo sempre que podia.

Além disso, odiava profundamente a decisão da garota de desistir da Liga de Hoenn e se juntar aos Rangers, após descobrir que a família de todo integrante do grupo recebia suporte vitalício, alimentício e financeiro, para todos que completassem a carga horária de vinte anos de trabalho. E detestava mais ainda a ideia desta de desfazer-se de seu celular um mês após iniciar seu trabalho, sob a desculpa de querer “desvencilhar-se de eletrônicos para melhorar sua comunicação com a natureza”, sendo as cartas o único meio de comunicação possível entre eles.

Em uma tentativa de clarear sua mente, fechou seus olhos e permitiu que seu corpo esguio caísse sobre a cama. O movimento brusco arrancou um rosnado de surpresa da pequena raposa de pelos negros que repousava a seu lado. Fitando seu treinador, levemente aborrecido, o Zorua balançou sua cabeça e remexeu-se, subindo no colo do garoto e tornando a se deitar. Caesar ergueu uma de suas mãos até o vulpino, acariciando seu colar de pelos azulados e suspirando de leve. Precisava manter seu foco.

Ao reabrir seus olhos, o moreno tornou sua atenção para o relógio digital apoiado sobre uma mesa de cabeceira ao lado de sua cama – passava das seis da manhã. Ainda tinha tempo o suficiente para tomar um banho e finalizar a arrumação de sua mochila; ás nove, seu voo para Hoenn decolava. Cuidadosamente tirando o Zorua de seu colo, deixou-o sobre o tapete cinza felpudo no chão de seu quarto e dirigiu-se ao banheiro de sua suíte.

Sua primeira ação foi a de observar seu reflexo no enorme espelho situado sobre a pia e avaliar seu estado físico – espantou-se. Os cabelos curtos, negros como uma noite sem estrelas, encontravam-se extremamente embaraçados. Seus olhos, naturalmente de um tom azul acinzentado, aparentavam ter desbotado um pouco mais. O detalhe mais chamativo de seu stress e fadiga eram, no entanto, as olheiras profundas decorrentes de terríveis noites de sono, em contraste com sua pele pálida como mármore. Arriscaria dizer que essa estaria ainda mais alva do que o normal mas, provavelmente, aquilo seria apenas impressão sua.

Sem muito demorar, retirou seu pijama, lançando-o ao cesto de roupa suja e, enfim, encaminhou-se ao chuveiro. Permitiu que a água gélida percorresse seu corpo, esperando que essa fosse capaz de levar consigo parte de sua indisposição, tornando-o mais alerta e preparado para a viagem difícil que teria de enfrentar – não gostava de banhos quentes, uma vez que estes causavam o efeito oposto. Preferiu não gastar muito de seu tempo, uma vez que o banheiro por si só tinha uma atmosfera perfeita para fazê-lo pensar, e Caesar certamente não queria mergulhar novamente em seus devaneios, dúvidas e assombrações – pelo menos, não naquele momento.

Ao finalizar sua higiene matinal, o garoto caminhou até o seu armário e, sem cerimônias, puxou algumas vestes de sua gaveta; calças jeans negras e uma blusa de manga comprida, por cima da qual vestiu um suéter xadrez azul marinho e preto – o clima de Hoenn era mais quente, mas o frio de inverno em Kalos era impiedoso. Em seguida, penteou os cabelos ainda levemente molhados, deixando-os um pouco bagunçados, como de costume. Por fim, calçou seu inseparável par de tênis da marca vans de tom cinza escuro.

Checando o horário mais uma vez, para certificar-se de que não estava atrasado, Caesar dirigiu-se até sua escrivaninha, onde encontrava-se a mochila de costas mostarda que levaria consigo em sua viagem, certificando-se de que estava levando tudo do que precisaria ter à mão – aquilo que lhe era menos importante estava guardado em uma mala desnecessariamente grande –, lembrando-se de apanhar também todas as cartas que haviam sido escritas por Dakota desde sua chegada à Hoenn, para que pudesse revisitar os passos da menina na região e tentar juntar o máximo de informação possível sobre seu desaparecimento. Guardou também as quatro esferas metálicas bicolores que encontravam-se cuidadosamente guardadas em uma caixa dentro de uma gaveta, posicionando-as em seu cinto; havia contado a seus pokémons sobre seu plano de resgate anteriormente, ideia que fora rapidamente aceita por todos, uma vez que adoravam incondicionalmente Dakota. Após conferir tudo, colocou a mochila em suas costas e seguiu até a porta de madeira de seu quarto.

— Hora de ir, Dark. — murmurou o rapaz à raposa negra, que ainda repousava preguiçosamente sobre o tapete. Com um resmungo, o Zorua levantou-se, seguindo seu treinador.

Caesar desceu as escadas o mais silenciosamente que conseguiu, esforçando-se ao máximo para não acordar seus pais, uma vez que estes provavelmente tentariam convencê-lo novamente a permanecer em casa e ir para a faculdade, e certamente o perturbariam para tentar arrancar do jovem respostas para sua decisão inusitada, como haviam feito incessantemente nas últimas semanas. Por esse motivo, ultimamente, evitava ao máximo os adultos – tarefa não muito difícil, visto que ambos passavam a maior parte de seu dia trabalhando. “Tempo é dinheiro”, afirmava Robert Magnus King, seu pai, quase diariamente, espelhando-se no pensamento de Benjamin Franklin. Talvez sua ausência durante o crescimento do rapaz fosse um dos fatores responsáveis por torná-lo tão frio.

Para sua surpresa, contudo, deparou-se com ambos sentados na enorme mesa de refeições da sala, degustando um café da manhã requintado.

— Filho! — exclamou a mulher de cabelos cacheados castanhos e olhos cor de mel; Caesar havia, de fato, adquirido as características físicas de seu pai. — Acordamos mais cedo para tomar um café com você antes que saia para, uh... se tornar um Ranger.

— Já disse, é um trabalho voluntário temporário. — o jovem revirou os olhos, deixando escapar um suspiro desapontado. — E agradeço a oferta, mas preciso ir. O que vocês estão fazendo em casa hoje, de qualquer jeito?

— É domingo. — respondeu, prontamente, seu pai, um homem sério de cabelos curtos e escuros, como os de seu filho. — Por favor, sente-se. Não pretendia sair de casa sem se despedir de seus velhos, certo?

— De forma alguma. — murmurou o garoto, ironicamente, revirando os olhos.

Ao perceber que o jeito mais rápido de acabar com a discussão que estava por vir e sair de casa – pelo que mal podia esperar –, decidiu-se por fazer como seus pais o haviam pedido. Puxou a cadeira mais distante dos adultos, repousando sua mochila no chão por um momento e apanhando uma tigela dourada, enfeitada por diversos rubis, a qual continha a mais cara ração pokémon, que havia sido especialmente preparada para Dark, entregando-a ao Zorua. Em seguida, separou um prato de lichias para si mesmo e pôs-se a saboreá-las.

— Está mesmo certo sobre isso, Caesar? — indagou Georgia, sua mãe, enquanto passava geleia de damasco em uma fatia de torrada francesa. — Digo, essa sua decisão fora tão... Espontânea. Ainda mais de viajar para Hoenn, com tantos trabalhos voluntários para se fazer por aqui.

— Já disse, os Rangers de Hoenn são os mais famosos. Se for para eu fazer isso, que seja da melhor forma possível. Além disso, queria fazer algum bem comunitário antes de pensar em meu próprio futuro. — o rapaz nunca antes dissera palavras tão falsas.

Seu pai engasgou-se com o café que tomava ao ouvir as palavras do filho. Certamente desconfiava da veracidade de suas palavras; conhecia bem o garoto – afinal, apesar de ausente, era seu pai – e, egoísta como esse era, sabia que nunca seria capaz de pensar em qualquer indivíduo antes de si mesmo.

— Há alguma coisa que você não está nos contando? — perguntou, sério, o homem, seus olhos negros fixos nos de seu filho.

— Não. — fora tudo o que respondeu, curto e seco.

Caesar nunca fizera o tipo mentiroso, porém, não podia relatar à seus pais o sumiço de Dakota – se o fizesse, explicitando todos os misteriosos perigos que rondavam Hoenn naquele momento, certamente não o deixariam partir. Diriam que aquele era um trabalho para a polícia, e que o melhor jeito de ajudar seria manter-se longe e causar menos problemas.

Não sabiam, contudo, que os oficiais de Hoenn já haviam sido acionados, pela própria senhora Steele, mãe de Dakota, assim que a mulher recebeu um relato oficial dos Rangers sobre seu desaparecimento – Caesar a havia visitado poucas semanas antes, para perguntar se esta havia recebido notícias da filha. Mas, com todos os crimes que ocorriam na região, bem como todos os desaparecimentos, os policiais pouco tinha tempo para dedicar à menina, tratando-a apenas como mais uma vítima – provavelmente, haviam até mesmo assumido que esta já estava morta, mas Caesar recusava-se a acreditar em tal fato. Não acreditaria até que encontrasse seu corpo.

— Se me dão licença, — pediu o garoto ao finalizar sua refeição, afastando a cadeira para levantar-se. — tenho um voo a pegar. Ligo quando pousar em Mauville. — apanhou novamente sua mochila, chamando o Zorua que, agora mais desperto, prontamente pulou em seu ombro.

O rapaz saiu pela porta da frente, batendo-a sem mais nada dizer.

***

— Voo 1-7-9-7-8. Para. Mauville. Hoenn. Embarque portão cinco. — se a frase fosse repetida mais uma única vez pela voz feminina robótica que ecoava por entre as amplas paredes do aeroporto, Caesar mataria alguém. Ele tinha certeza de que o faria.

As filas quilométricas de check-in e raio-X que o garoto tivera de enfrentar para chegar até a cadeira onde estava sentado naquele momento – combinadas a um pequeno conflito com uma das atendentes da companhia FlyGon Hoenn, que parecia incapaz de pronunciar seu nome corretamente – haviam sido o suficiente para deixá-lo enfurecido, mal-humorado e rabugento. Ele sabia que enfrentaria transtornos durante sua viagem, mas desejar uma embarcação tranquila – e funcionários mais inteligentes – não era pedir demais.

Após aguardar o amontoado de pessoas em frente ao portão de embarque se dissipar, traumatizado com as filas anteriores, Caesar se levantou, com o passaporte e cartão de embarque em mãos, para que pudesse entrar no avião e acabar com seu sofrimento o mais rápido possível. Sem nada dizer, entregou os documentos para a simpática loira encarregada de fiscalizar o embarque de eu voo.

— Bom dia, senhor Cai... Caé... Cia...

— Caesar. Caesar, como em “Caesar o Grande”, líder militar e político que desempenhou papel fundamental na transformação da República Romana em Império Romano. — rosnou o rapaz, cerrando os dentes. — Não é tão difícil.

— Ah, uh, de-desculpe senhor. — e, instantaneamente, o sorriso da pobre mulher se apagara com a grosseria do jovem. — Te-tenha um ótimo voo. — gaguejou, ainda surpresa, devolvendo ao garoto seus pertences.

— Gente incompetente. — resmungou ao deixar o balcão, sem se importar se a atendente o ouviria ou não.

Encontrar seu assento na sessão VIP da aeronave fora, provavelmente, a tarefa mais fácil de seu dia. Após retirar a mochila mostarda de suas costas e guardá-la cuidadosamente no compartimento sobre a sua poltrona, finalmente pôde se sentar. Em seguida, chamou a primeira funcionária de bordo que avistou, pedindo-lhe um copo de água para que pudesse tomar seu remédio – um único comprimido seria suficiente para mantê-lo apagado até a sua chegada. O garoto nunca se sentia bem em espaços apertados e o enjoo era frequente, especialmente em voos longos, fato que o levou a automedicar-se para evitar o mal-estar.

Na cadeira ao lado, seu Zorua parecia se divertir examinando seu reflexo na pequena tela de entretenimento à sua frente. Tinha orgulho do azul turquesa que adornava seu pescoço e a ponta de seu topete, mais um detalhe que o tornava especial, diferenciando-o de outros comuns de sua espécie. Até mesmo a cicatriz que percorria seu olho esquerdo – lembrança de sua batalha contra um Salamence Mega Evoluído, anos atrás – fazia parte de seu charme, relembrando-o sempre do quão poderoso e superior era. O destino certamente o havia escolhido para ser um campeão, e Dark reconhecia que não havia melhor treinador para ele do que Caesar. Os dois formavam uma dupla infalível.

— Será um voo longo, Dark. — mencionou o rapaz, chamando a atenção da raposa. — Eu vou dormir durante o trajeto todo. Se precisar de alguma coisa, sabe se virar, certo?

Um breve aceno de cabeça do Zorua respondeu à pergunta do garoto e, apenas para comprovar tal fato, tocou o botão central na tela de televisão à frente de sua poltrona com seu focinho, ligando-a e rapidamente selecionando um filme. Logo após, tornou sua atenção para os headphones sem fio que se encontravam ao seu lado e, em um movimento sutil de cabeça, posicionou-o de modo que conseguisse escutar alguma coisa – apenas um dos lados do fone alcançava sua longa e pontuda orelha, uma vez que o acessório era levemente desproporcional a seu tamanho.

— Ótimo. — a inteligência de seu companheiro não o surpreendia, mas fora suficiente para arrancar-lhe um sorriso; o primeiro do dia.

— Atenção, passageiros. Aqui quem fala é Ronald Grey, comandante desse voo. — a voz masculina soou através do microfone, chamando a atenção de todos os presentes. — A aeronave está prestes a decolar. Desejamos a todos um excelente voo, e agradecemos a preferência. — e, tão repentinamente como havia se iniciado, a mensagem fora finalizada.

Enquanto o avião ganhava velocidade e seu remédio começava a fazer efeito, Caesar não conseguiu evitar os pensamentos que invadiam sua mente; só conseguia pensar em Dakota, desejando encontrar essa o mais rápido possível, em segurança. Esperava que não fosse tarde demais.

E, ao pensar sobre a loira, o rapaz acabou por revisitar memórias antigas, momentos alegres que haviam vivido juntos: o dia em que se conheceram, ainda na escola, e como ele costumava detestá-la por seu jeito sorridente e altruísta; a vez em que ele se machucara e, apesar de implorar à garotinha para deixa-lo, ela o ajudara; o jeito inexplicável como haviam se tornado próximos. Eram tantas as lembranças – e elas apenas tornavam a dor e a saudade mais insuportáveis.

Uma recordação em especial percorreu sua mente; a primeira vez que batalharam um contra o outro, após o menininho metido e inabalável afirmar que era o melhor treinador do mundo, mesmo sem ao menos ter começado sua jornada. Nunca esqueceria o modo como o mundo desabara debaixo de seus pés, após ter seu poderoso Zorua derrotado por uma garotinha sorridente e seu Eevee desastrado. Tanto havia mudado daquele dia até a última vez em que haviam se enfrentado, na Liga de Kalos, apenas seis meses atrás, quando ele a derrotara com seu incompleto time de cinco integrantes, apenas. Romeo havia se tornado um magnífico Espeon, e cinco outros pokémons foram adicionados ao time; os mais sortudos monstrinhos de bolso, pois estavam sob os cuidados da jovem de maior coração do mundo. Dakota era bondosa com todos, mas possuía uma relação especial com seus companheiros de time; ela faria tudo por eles.

Por isso Caesar não entendia.

Coisas ruins não deveriam acontecer com pessoas boas. Aquele tipo de situação deveria ocorrer à ele, não à ela. Ele era egoísta, narcisista, não podia se importar menos com os outros à sua volta. Desde o momento em que nascera, fora extremamente mimado por seus pais, fato que apenas incentivou sua personalidade fria; nunca fizera nada para os outros sem que isso lhe fosse conveniente. Mas Dakota era diferente, completamente seu oposto; o Yin de seu Yang. Caesar já havia perdido a conta de quantas vezes a loira havia se prejudicado voluntariamente para que outro pudesse se beneficiar. Ela era inocente, pura, a melhor alma humana que já conhecera; ela não merecia o mal que lhe ocorrera.

A vida realmente não diferencia entre os santos e os pecadores, não é, pensou, antes de sentir os compostos do remédio preencherem cada célula de seu sistema nervoso, como se as desligassem uma por uma, obrigando seus olhos a se fecharem. Só acordaria novamente quando chegasse ao seu destino.


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Notas finais do capítulo

Life doesn’t discriminate between the sinners and the saints; it takes, and it takes, and it takes... /Cahem
Olá de novo, povo que está acompanhando a fic e leitores fantasmas~
Não há muitos acontecimentos relevantes, como eu havia dito; é mais uma apresentação das personagens e uma introdução à história, para melhor situar vocês em toda essa confusão aqui.
No próximo capítulo, Caesar irá finalmente se juntar aos Rangers e participar de sua primeira missão. Apenas mais coisas para aborrecer esse garoto mimado e revoltado lol
Enfim, espero que tenham gostado. Vejo vocês no próximo capítulo o/



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