Cosmos. escrita por Nienna Valois


Capítulo 2
O mistério do punhal de ouro de Athena.




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 2

 

 

Saga não sentia medo, e o seu semblante de mistério era característico de sua nobreza, não era indiferença ou soberba, era apenas um jovem honesto de seus intentos. Era exatamente essa a percepção que o cavaleiro que o interceptava intuíra na sua cosmo energia. Saga virou-se e ficou de frente para o cavaleiro o fitando incisivamente no seus olhos. Aquele cavaleiro de alta compleição, e de idade avançada, denotava o peso do tempo. Saga era demasiado jovem, e no rosto daquele homem havia marcas da sabedoria do tempo. Contudo, a sua força era perceptível e podia ser mensurada, ele deveria ser um profundo conhecedor das técnicas de luta, ou simplesmente um homem qualquer, mas não! Ponderou Saga, ele era muito mais, talvez um déja vu, aquele homem lhe trazia recordações que estavam no fundo de sua memória. O cavaleiro posicionou em ataque, e Saga retribuiu da mesma forma, era um jovem honrado jamais fugiria de um combate mesmo que o seu oponente fosse mais experiente do que ele. Kanon preocupou-se, mas disse a seus próprios pensamentos, aquele homem era apenas um homem velho num corpo que não era mais jovem, ser um cavaleiro estava apenas em sua mente, não poderia haver nada para temer.

— Você me parece um jovem determinado mesmo pela tenra idade, não me importo de maneira alguma se sigam em frente, por que adiante prevejo a morte para os dois— disse o cavaleiro o observando dos pés a cabeça, a simplicidade de suas vestes. E num rápido pestanejar, o velho cavaleiro avançou bruscamente desferindo um golpe doloroso em Saga e Kanon simultaneamente, com apenas um movimentar dos dedos, algo impossível dos olhos acompanharem; Kanon bateu-se contra o solo contorcendo de dor, Saga permaneceu em pé arfando, e com as pernas flexionadas, porém com o olhar firme e desafiador, próprio dos homens de Lakonia:

— Me chamo Gaios, meu nome é o último som que irão escutar em suas vidas!

E o cavaleiro mais uma vez avançou em ataque visando derrubar derrubar o imponente Saga, acertando seus pontos vitais. Entretanto, o jovem menino defende-se igualmente numa velocidade incalculável usando a mesma forma de ataque de seu oponente. Gaios sorriu, e em seguida movimentou os braços localizando os pontos de sua constelação, e enquanto o fazia, seu corpo ardia em uma cosmo energia dourada, da palma de sua mão surgia uma esfera de fogo, ao mesmo tempo em que seus olhos ficaram vermelhos em chamas, ele ia desferir este golpe contra Saga. Kanon exasperou-se alertando para os movimentos do cavaleiro, mas Saga incrivelmente continuava numa serenidade absurda.

Saga concentrou-se e despertou seu cosmo furioso, houve uma explosão de luz emitida pelo seu corpo, embora ainda não dominasse totalmente o seu grande poder, mesmo assim ele queria ser um oponente digno à altura daquele homem. Contudo, a força de Gaios era imensa, o chão começava a ceder, e estilhaços voavam para todos os lados com o calor da esfera de energia que ele apontava para o cavaleiro aspirante. Por um momento o jovem Saga hesitou-se, e Kanon levantou-se igualmente preparado para lutar, mas o raio de luta estava desmoronando, que até o Grande Mestre a uma distância considerável, no palácio de Athena, sentiu o choque de duas forças terríveis dentro do próprio santuário. Uma fenda cortão o chão e este se abre em dois, Gaios interrompe a luta para ajudar o seu oponente, já que o ato que acabara de cometer era o intuito de fazer desertar o cosmo daquele jovem, se ele era digno de estar entre os cavaleiros. Saga desequilibra e cai na fenda, porém rapidamente Gaios o segura pelo braço, num gesto terno.

Fui derrotado, não quero piedade. – sugeriu o jovem destemido.

Gaios riu.

— Você é tão jovem, e já com todos esses sentimentos de bravura, acredito se eu soltá-lo estará morrendo por pouco, e não tenho muita certeza se é a vontade de Athena – respondeu o cavaleiro com suavidade.

O que sabe sobre a vontade de Athena?— Indagou Saga perplexo.

Nesse instante Gaios puxa o braço com tanta força que lança Saga pelo ar, o fazendo cair contra o chão com firmeza, Saga franziu o cenho exibindo a dor do impacto.

Bem não acho uma boa ideia conversar tendo a morte como intermediária, além disso digam-me por que estão aqui? Qual é o objetivo de servir a deusa Athena adentrando furtivamente no santuário sagrado? – interrogou os jovens.

Kanon toma a palavra:

— Desde que nascemos nosso pai vislumbrava um destino glorioso para nós, ele e nossa terra natal. E não essa maldição de nossa semelhança. Fomos instruídos para lutar desde muito cedo, deixamos nossa família. Aliás que família? A morte já carregou muitos de nossos laços. Mas continuamos seguindo o desígnio de nosso pai. Crescemos olhando para a imagem do deus da guerra inflamando nossos corações para batalha. Saga mostre aquele objeto, que sempre esteve conosco. 

Saga de sua saca retira um objeto luminoso e joga em direção de Gaios, que lentamente desembrulhou o tecido, e naquele exato momento ficou paralisado, um frio gélido percorreu o corpo, o objeto era um punhal de ouro.

— Diz à lenda que este punhal foi feito pelo rei Midas à Athena. Esteve com nossa família há gerações e eu vim devolver para ela.

O punhal era belíssimo, reluzia em ouro com inscrições talhadas em grego, Gaios deslizava as mãos naquela lâmina, o brilho era quase que hipnótico:

Sinto muito, mas Athena não está no santuário. Contudo, você deveria devolver ao seu representante eu presumo.— informou o cavaleiro.

Dita tais palavras, Gaios ergueu-se com o punhal nas mãos, os irmãos estavam entre ele assustados sem compreender a reação daquele cavaleiro, algo mudou no semblante daquele homem o olhar permanecia fixo no punhal, e uma escuridão recai sobre o seu corpo, seus olhos fixos em chamas, seus cabelos acinzentados balançavam com o vento áspero que lhe tocava a fronte, sem dúvidas, aquele objeto era surreal, e tinha um propósito que estava além da compreensão de todos, não obstante Gaios ponderou que aquilo não era benéfico, gerava dentro de si uma sensação desconfortável e inexprimível, o brilho da lâmina tocava-lhe o corpo, os desejos mais obscuros de suas alma, o cavaleiro por um instante sentiu repulsa, queria livra-se daquilo, mas era maior do que ele, o brilho era forte demais, lhe ofuscava os olhos, e os pensamentos se tornavam desconexos, algo tomava conta da sua psique, uma força hostil e dominante, o que poderia ser aquilo? Como poderia estar nas mãos daqueles garotos tão jovens e obstinados, questionou aos seus próprios pensamentos. Sentia honestidade na palavra de ambos, porém sentiu que deveria soltar aquele punhal, que era intocável, apenas o mestre poderia decifrar este poder, afinal era o representante de Athena na terra. Subitamente o punhal brilhou intensamente, que chegou a queimar a mão do cavaleiro que soltou o punhal abruptamente, Saga e Kanon observavam juntos numa terrível incompreensão. Não havia dúvidas, aquele objeto deveria estar na posse de Athena, concluiu intuitivamente o cavaleiro. Gaios em ato desesperador soltou o punhal, e quando olhou para a palma de suas mãos ambas ardiam em dor, estavam queimadas. O velho cavaleiro ficou assombrado com toda aquela experiência. Como aqueles meninos podiam tocar naquela adaga, e ele não? Por quanto tempo carregavam consigo um objeto tão valioso; como poderia estar distante do santuário? Foram esses os questionamentos de Gaios, sem resposta, ele percebera que havia um mistério que estava muito além de sua compreensão. Depois deste dia, a relação com os meninos mudou para sempre.

 

 


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Notas finais do capítulo

@Nienna Valois.



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