Cosmos. escrita por Nienna Valois


Capítulo 1
Parte Um: o caminho para o santuário.


Notas iniciais do capítulo

*Adaptado da história original do Autor Masami Kurumada.
*Fan Fiction de fã para fã, sem fins lucrativos.
*Cosmos faz um spin-off com a sequência apresentada pelo anime SAINT SEIYA, há também alusões a personagens do mangá NEXT DIMENSION.
*Embora seje uma fanfiction narrada por um personagem, Cosmos ainda possui um segundo núcleo de personagens originais da série, com ênfase em AIOROS e AIORIA.
*Alguns personagens e locais inseridos na história são de minha autoria, @Nienna Valois.
*As imagens contidas na fanfic são meros componentes visuais do texto, pertencem aos seus respectivos artistas.

PERSONAGENS ORIGINAIS DA SÉRIE:

Saga de Gêmeos.
Kanon Dragão Marinho.
Shion de Áries.
Aioros de Sagitário.
Aioria de Leão
Shura de Capricórnio
Camus de Aquário,
Julian Solo/Poseidon
Sorento de Sirene.


₢Nienna Valois.


Storyline: Prestes a ruir o templo do deus marinho Poseidon, Kanon faz um retrospecto de sua existência, solitário relembra dos anos que vivera ao lado de seu irmão Saga no santuário, e pondera sobre como a escuridão apossou de suas vidas, até culminar com a sua prisão no cabo Sunion.



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 Prólogo 

A batalha no templo de Poseidon está próxima ao fim é possível ouvir explosões à distância, um grande cosmo pode ser sentido. O dragão marinho encontrava-se sozinho diante de seu pilar destruído. Ele fitara seu rosto no reflexo das águas turvas do atlântico, enquanto o céu azul mar desmoronava-se em um véu aquoso, aniquilando os seus desejos mais íntimos, e assim era a morte, como uma dança lenta diante da fronte do arrependido general: 

" E os meus sonhos se vão a cada fragmento que se desmorona, e se esvai com as águas do oceano, mas não é a derrota que me aflige, e sim é se compadecer diante o desfecho de meus atos. Como fui um homem absurdo, nada mais me faz sentido, somente aquele cálido cosmo que me poupou a vida em Sunion, e como pude eu ser capaz de levantar os punhos contra a minha salvadora? Eu era demasiado novo quando isso aconteceu, digo, quando a maldição acompanhava eu e meu irmão, foram tantos anos, ainda me é possível ter exatidão do tempo? Os saudosos momentos com meu mestre mal cabem mais no registro da memória, o espaço fora ocupado pela escuridão do meu egoísmo. Mas ainda sim, me lembro daquele dia quando eu e meu irmão chegamos ao santuário de Athena, o dia em que enterrei o meu coração."

 As águas gélidas tocavam lhe a armadura, a morte lhe fazia um aceno, mas a mente do general marinho estava serena; entregou-se ao seu destino: o julgamento dos deuses. Redimiu-se sob a influência dos pensamentos mais ternos. Fechou os olhos e voltou-se ao tempo, o passado ecoava na sua mente como um lampejo, de maneira onírica imagens e sons cambiantes se difundiam, como um som vocálico das canções de Athena.

 

 

 

 

"O homem é bom por natureza. É a sociedade que o corrompe"

—Jean-Jacques Rousseau

 

 

 

 1

 

 

O CAMINHO PARA O SANTUÁRIO

 

 

Lakonia situava-se ao sul da Grécia, conhecida por ser uma cidade portuária, naquela região abrigava a história dos homens mais valentes da Grécia. Em tempos atuais o templo do deus Ares ainda era reverenciado, e havia misteriosos homens cavaleiros que faziam a sua guarda. Mas chegar a essa patente era um mistério para o mundo comum. Mas não para os jovens irmãos gêmeos Saga e Kanon, que treinavam desde tenra idade, protegidos pela constelação Castor e Pólux.

A convicção de ser um cavaleiro resultou na partida dos irmãos de sua terra natal. Desde que vieram ao mundo foram treinados para lutar, e lutariam até a morte. Era este o treinamento que receberam desde os sete anos de idade, com o objetivo de se tornar o mais valoroso guerreiro. Porém Saga recebe a visão que deveria se tornar um cavaleiro de Athena, ao lado de seu irmão. E partiram sem olhar para trás, deixando as suas histórias incrustadas nos versos proferidos pelos guerreiros de sua terra natal. Tal conduta poderia parecer que fossem desertores, já que estavam abandonando as suas raízes. Mas para os irmãos guiados pela famosa constelação de Castor e Pólux, a justiça era a virtude máxima, e ela sim deveria ser seguida. Caminharam juntos passando fome e sede, rumo ao longínquo santuário de Athena e o único alimento da alma era o cosmo, a força inefável que erguia os cavaleiros para que sempre seguissem adiante honrosamente. O trajeto era assustador, e a morte os acompanhava como um eco no abismo a cada passo naquele território hostil, que mesmo colocando suas vidas em risco, tinham um propósito maior. Mas começar por onde? Nem ao menos sabiam onde situava o santuário, caminharam a esmo por vilarejos, estradas, e cidades vizinhas em Atenas, passando por todos os males para encontrar aquele lugar que estava além do tempo e do espaço, e lá modificariam suas vidas para sempre.

Kanon fala...

“Éramos guiados por uma voz interior que não podia ser ouvida, apenas sentida. Meu irmão Saga era um jovem tácito, exprimia sua consternação através do silêncio, e nessas vozes inaudíveis algo nos conduzia para uma região inóspita e montanhosa distante de nossos olhos, víamos templos clássicos erguidos sob as montanhas, era um lugar perigoso onde residiam os homens mais poderosos da terra que lutavam pela deusa da justiça. E Saga estava ao meu lado, absorto, sem exprimir uma palavra, apenas seguia em frente. Havia uma ponte que deveria ser atravessada em meio às brumas, sabíamos que no momento que fizéssemos essa travessia nunca mais poderíamos voltar para trás.”

O jovem Saga rompeu o silêncio, enquanto fixava o olhar muito além da compreensão de seu irmão:

— Ouvi dizer que é proibido aproximar das doze casas, lá reside os mais fortes guardiões do mundo, e que com suas vidas e almas protegem suas casas.

Kanon respondeu com um tom firme:

— Irmão, se colocarmos os nossos pés no santuário de Athena, é por que assim a deusa o permite. Não retrocederei, e não temo os seus guardiões.

Saga fez uma pausa e respondeu de forma branda apontando para as montanhas:

— Quero estar lá, protegendo esta terra com minha vida, serei o mais forte, e que destes punhos emanem o poder da justiça. Por isso seguirei adiante.

— Irmão, passamos nossa infância lendo as grandes epopeias dos heróis da Grécia, nascemos para belicosidade, deixamos nossa família para trás e estamos aqui a mercê da morte, e você sugere que vivemos sob o comando de um deus? Não, eu quero ser um deus! – disse Kanon num tom audacioso.

— Ser um deus para quê Kanon?

Kanon argumentou perplexo:

— Ora, que pergunta estúpida Saga! Quero ter poder! Quero que os outros sejam subjugados a mim. Deixamos nossa terra, mas a memória de nosso sofrimento não me abandona.

Você é um hybris, para se tornar um cavaleiro de verdade, tais memórias precisam ser queimadas.

Kanon assombrou ao ouvir hybris, devia ser algo sério, pois seu irmão enfatizou a palavra com desdém:

— Os que tentam contra os deuses, pagarão caro por sua insolência. - advertiu Saga enfático.

Bobagem! Você é muito supersticioso. - disse Kanon, enquanto ambos caminham em direção das doze casas.

Os irmãos estavam cometendo um erro grave ao andar erráticos pelo santuário, naquele momento soldados já o observavam a certa distância, no cume das montanhas. Estavam em uma região descampada, os irmãos conversavam, divagavam suas condições, a honradez e o divino. Havia uma intimidade entre eles, um laço de uma amizade harmoniosa, embora Saga fosse oposto de Kanon, e o reprovasse por suas condutas egocêntricas, contudo desde que nasceram eram inseparáveis, treinavam juntos e nos momentos mais difíceis da existência um amparava o outro psicologicamente. Era um laço sanguíneo muito forte, embora Saga fosse demasiado misterioso, era perceptível o desvelo daquele jovem menino de cabelos azuis, muito amado por sua família, o que despertava o rancor de Kanon e seu espírito competitivo. Porém naquele jovem irascível habitava também o mistério, sua sede de domínio remonta a todo o sofrimento que passaram em Lakonia, não conseguia livrar dos fantasmas do abandono e morte. Saga encarava tudo com aceitação, seu destino como cavaleiro já estava selado.

De súbito um corvo ruflou asas e subiu ao pico de uma montanha distante, observando o trajeto dos irmãos. Os olhos de Saga brilharam, alguém os seguiam furtivo, e ambos alinharam-se em posição de ataque. Repentinamente, uma lança desloca-se no ar, com muita força e rapidez, a lâmina da morte passa entre as costas de Saga e por um triz não atinge seu corpo, ao cair no chão, o tilintar da lança é quebrado por uma gargalhada sarcástica.

— Moleques intrusos! O que pensam que estão fazendo pelas doze casas! Não sabem que é proibido se aproximar desta área, os que fizerem pagarão com suas vidas! Aqui será o túmulo de vocês.- advertiu o soldado arrogante.

Um soldado, muito baixo saiu à frente de um grupo de soldados, emitindo um sorriso escarninho:

Tenho uma ideia melhor senhor, vamos leva-lo ao velho gigante Nicanor, ele adora crianças para treinar, duvido que esses dois moleques irão sobreviver.

Os soldados que ainda não revelaram a identidade começaram a discutir uns com os outros sobre qual a melhor pena a aplicar.

Sou contra tortura-los, devemos primeiro seguir as ordens do mestre!— ponderou um deles.

Kanon ouvindo todo aquele insulto ficava enfurecido.

Darei uma surra neles, para esses vagabundos aprenderem a parar de andar a esmo por aqui, é a primeira lição de cavaleiros!- disse outro soldado no meio da confusão.

Seus idiotas! Com quem pensam que estão falando, como ousam chamar a mim e meu irmão de vagabundos! Por que não fazemos ao contrário? Que todos me enfrentem! - sugeriu Kanon severamente.

Saga tenta contê-lo.

— Moleque metido! Farei engolir esses insultos! – disse um dos soldados enquanto avançava com uma lança afiada.

Kanon o contra-atacou com um soco na face, enquanto isso vários soldados o seguravam pelas costas, o suficiente para que o agredissem com violência. Saga no meio da luta levou um soco no rosto, mesmo assim continuou sereno, paralisando os soldados com o olhar distante. Kanon queria demonstrar o seu poder, mas Saga desprezou aqueles soldados com uma serenidade, a ponto de simplesmente dar de ombros, virar as costas e continuar o seu caminho como se nada tivesse ocorrido. Os soldados ficaram perplexos com a atitude do jovem, e também com a semelhança de ambos.

Em meio a luta houve um basta grave, que todos paralisaram, os soldados reconheciam aquela voz, imediatamente agruparam-se e foram rumo a voz severa, dizendo:

Por favor senhor nos perdoe! Jamais estaríamos infringindo as regras do mestre, mas estes dois meninos são forasteiros, e apenas estamos cumprindo nosso dever de defender o santuário.

Fez um silêncio, que fora apenas quebrado pelo som de uma lufada de vento áspera. O homem tinha uma alta estatura, os cabelos eram acinzentados, e o rosto estava encoberto pela sombra do entardecer, os soldados ali presentes lhe prestaram reverência, fizeram uma mesura e se retiraram em pânico. Sabiam que não podiam proferir nenhuma palavra contra aquele homem.

Saga que estava caminhando de costas parou por um instante enquanto, o vento tocavam-lhe suavemente suas melenas azuis, Kanon estava a uma distância, entre o irmão e o homem misterioso. Fez um longo silêncio.

Retirem-se do santuário é uma ordem. – ordenou o homem misterioso.

— Não, não irei retroceder, só sigo ordens de Athena- redarguiu Saga secamente. Nesse instante Kanon arqueava a sobrancelha observando a autoridade de Saga contra o homem que estava diante deles. O homem calou-se. Saga movimentou-se, e continuou caminhando.

Detenha-se! – disse o homem em um tom de advertência.

Saga o ignorou, o homem aborreceu e foi à direção dos intrépidos irmãos, e a fraca luz do entardecer iluminou o seu rosto, sua identidade era perceptível, mas o seus semblantes denotavam que com aquelas atitudes e palavras, usaria a força para conter aquele jovem impetuoso.

 

 


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Notas finais do capítulo

@Nienna Valois.



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