A Má Influência escrita por British


Capítulo 13
Face a face


Notas iniciais do capítulo

Oiiii! Capítulo novinho em folha! Espero que apreciem e comentem! Bjs



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Sarada ficou muito tempo pensando nas palavras de Chouchou. Em certa parte, concordava com o discurso da amiga. Afinal, ela nunca tinha sido mesmo o tipo de garota que fica sentada esperando o príncipe encantado. No entanto, não queria se envolver com Mitsuki. A Uchiha sabia que tinha sentimentos pelo garoto, mas ainda era muito confuso, pois o via como amigo, mas também se sentia atraída por ele. Talvez, fosse carência. Por isso, era precipitado demais ter qualquer coisa com Mitsuki.

Os pensamentos de Sarada foram interrompidos com a chegada de Sakura com os gêmeos em casa. Indra e Ashura chegaram gritando e saíram correndo pela casa. Aos gritos, Sakura pedia que os filhos fossem direto para o banheiro, pois estavam imundos de tanto brincar. Sarada riu da cena e Sakura se jogou ao sofá ao lado da filha mais velha.

— Eu sabia que ser mãe era padecer no paraíso, mas tenho que confessar que esses dois não são fáceis. – Admitiu Sakura.

— Ser mãe de gêmeos requer energia. – Comentou Sarada.

— Você era uma criança tão espoleta quanto eles? – Perguntou Sakura a filha.

— Não, mãe. Quando papai não conseguia me dar limite, vovô intervinha. – Disse Sarada.

—  Acho que vou pedir umas dicas pro seu avô então! Tem vezes que Indra e Ashura parecem nem me escutar.

— Mãe, você precisa ser firme com eles. Só isso.

— É que eu tento ser uma mãe legal. Com você sempre funcionou!

— Mãe, eu já tinha 12 anos então você ser a mãe legal funcionava porque eu já conhecia os limites. Indra e Ashura tem 4 anos! Eles precisam que você seja rígida.

— Mas você sempre reclamou do seu pai ser durão!

— É. Eu sei. Reclamava mesmo, mas tenho que confessar que era importante que ele fosse desse jeito.

— Queria que seu pai me ajudasse com os gêmeos. Está difícil...

— Bem, o papai começou a trabalhar mais quando os gêmeos nasceram para bancar eles fora que ele ficou mais babão ao ser pai de dois meninos. Ele faz mais as vontades dos meus irmãos do que fez as minhas... Enfim, o vovô também ajudava... então acho que isso contribuiu na minha época. E agora, com todos os problemas, papai anda sem cabeça para ficar tomando conta dos gêmeos. Ele só pensa em provar a inocência...

— Eu sei, Sarada. Vou fazer a minha parte e ser mais rígida com eles, mas agora você pode me ajudar com os dois? Eles precisam tomar banho e, pelo o que eu estou escutando, ainda nem entraram no banheiro.

— Eu vou ajudar! Vamos dar banho nos pestinhas! – Sarada sorriu.

Enquanto estava ajudando a mãe com os gêmeos, Sarada observava a interação entre os três. Ela sentia uma pontinha de inveja dos irmãos, pois ela não tinha vivido esses momentos com sua mãe. Sasuke sempre foi um pai presente, seus avós sempre foram uma grande referência e seus tios sempre foram adoráveis, mas fez falta uma mãe. Karin não foi uma boa mãe. Talvez, a Sakura de 18 anos também não tivesse sido uma mãe perfeita. Afinal, era uma mãe de primeira viagem. Vendo os erros que Sakura cometia com os pequenos, ela sabia que sua mãe agiria da mesma forma com ela se a tivesse criado. Então, de certa forma, agradecia pela educação que tinha recebido da família paterna.  Mesmo assim, parte de si queria muito ter tido esses momentos com sua mãe.

— No que está pensando Sarada? – Perguntou Sakura após deixar os gêmeos no quarto brincando até dar a hora do jantar.

— No privilégio que os meus irmãos estão tendo de poder passar a infância ao seu lado. – Disse Sarada e Sakura a abraçou com força.

— Querida, não importa quanto tempo passe você continuará sendo minha bebezinha. Eu te amo muito, Sarada.

— Eu sei, mãe. Eu sou muito grata por tudo que a senhora já fez por mim. Você lutou por mim! Voltou pra cá por mim! Pode ter demorado 12 anos, mas você voltou!

— Às vezes, eu fico me perguntando porque não voltei antes... – Confessou Sakura.

— A senhora voltou quando pode. Isso é o mais importante. Nossa família está passando por mais um momento difícil agora e tudo que eu desejo que é permaneçamos todos juntos. Como deveria ter sido sempre...

— Sarada, filha, essa tempestade vai passar. Seu pai vai provar a inocência dele.

[...]

Quando Sasuke chegou em casa, viu a família toda sentada à mesa, prestes a servir o jantar. Sasuke sorriu com aquela imagem. Era muito bonito ver a sua família reunida. Por isso, ele beijou o topo da cabeça de cada um deles, antes de se sentar na cabeceira da mesa.

— O que temos para o jantar, meus amores? – Perguntou Sasuke.

— Nada disso, querido. Vá lavar a mão antes e só depois você pode pensar em comida, entendeu? Tem que dar bom exemplo pros seus filhos. – Disse Sakura se fazendo de durona e piscando para Sarada, que ficou feliz de ver a mãe mudando um pouco a postura para mostrar quem mandava ali.

— Ok. Todo mundo aqui já lavou a mão? – Perguntou Sasuke antes de se levantar.

— Sim. – Responderam os três filhos.

Quando Sasuke voltou a mesa, o jantar começou. Indra e Ashura contaram animadamente ao pai como havia sido seu dia, sobre o passeio até a praça para brincarem. Depois disso, perguntou se Sasuke tinha alguma novidade.

— Negociei com a Universidade minha volta às aulas. – Anunciou Sasuke.

— Ebaaa! – Comemoraram Indra e Ashura

— Isso é bom, certo querido? – Perguntou Sakura ao notar que Sasuke não parecia satisfeito.

— Eles fizeram alguma exigência? – Perguntou Sarada.

— Bem, eles já me substituíram nas turmas, então ficou acertado que se for comprovada a minha inocência eu volto a lecionar no próximo período. – Informou Sasuke.

— E se for condenado? – Sakura levantou a hipótese.

— Aí, eu estou fora. – Disse Sasuke.

— Já imaginávamos que seria assim, não é mesmo pai? – Disse Sarada.

— Sim, mas é sempre duro ter essa constatação. Não quero ficar ocioso enquanto o julgamento não acontece, mas perdi meus dois empregos.

— Querido, por que você não investe em outra coisa? – Sugeriu Sakura.

— Não sei fazer outra coisa. – Disse Sasuke.

— Não precisa ser outra coisa... – Continuou Sakura.

— Acho que sei o que a mamãe quer dizer... – Disse Sarada.

— O que? – perguntou Indra.

— O que o papai pode fazer maninha? – Perguntou Ashura.

— Estou curioso! Digam logo! – Disse Sasuke.

— Por que você não dá aulas de reforço aqui em casa? – Sugeriu Sakura.

— Pra universitários? – Questionou Sasuke.

— Pra qualquer um! Querido, você é muito bom em matemática! Pode ajudar qualquer criança com essa matéria! E manda muito bem em física e química também! Eu lembro da época da escola que você sempre tirou notas altas e olha que você matava muita aula! – Lembrou Sakura.

— Além disso, papai, os alunos de Engenharia sempre têm problema com a sua disciplina que é Cálculo I. Você dando aula de reforço com certeza ajudaria muita gente! – Incentivou Sarada.

— E como eu vou divulgar isso? – Perguntou Sasuke já começando a gostar da ideia.

— Pode deixar que eu ajudo! Vou colocar no mural lá do andar de Engenharia e divulgar nas redes sociais. – Avisou Sarada.

— Obrigado pela ideia. Acho que vai me fazer bem lecionar, mesmo que aqui em casa, novamente. – Sorriu Sasuke.

[...]

Após o jantar, a família ficou reunida na sala. Depois, Sasuke levou os gêmeos para dormir e os contou uma história até que caíssem no sono. Então, passou pelo quarto de Sarada para dar um beijo de boa noite na primogênita e, em seguida, foi para o seu próprio quarto. Quando entrou, ouviu o barulho do chuveiro. Sakura estava no banho. Sasuke então apenas trocou de roupa e se deitou. Começou a ler um livro, que estava na cabeceira da cama há semanas e que não tinha cabeça para ler por causa dos problemas.

De repente, um barulho o desviou da leitura. Sasuke olhou o visor do celular de Sakura acender e se surpreendeu ao ver o nome de Neji. O que o médico queria com sua esposa? Aliás, Sasuke sequer sabia que a esposa mantinha contato o homem que constantemente o acusava de um crime que ele não havia cometido. Sasuke não atendeu a ligação. Com o passar do tempo, o visor apagou. Então, o Uchiha fechou a cara e aguardou Sakura sair do banheiro.

Trajando uma camisola de tecido fino, Sakura saiu do banheiro. Não demorou muito para ela perceber que Sasuke estava esquisito. Então, ela se deitou na cama ao seu lado e o encarou.

— Algum problema, meu amor? – Perguntou Sakura.

— Não sei. – Respondeu Sasuke ainda sério.

— Como não sabe? Ou você tem um problema ou não tem...

— Bem, eu não gosto de joguinhos Sakura. Por isso, vou ser bem direto.

— Ótimo! Assim, não ficamos discutindo por besteira!

— Desde quando Neji Hyuuga tem o número do seu celular? – Perguntou Sasuke visivelmente enciumado e Sakura riu.

— É esse o seu problema? Por favor, Sauske... Achei que fosse algo sério. – Disse ainda descontraída.

— É algo sério. Estou esperando uma resposta, Sakura.

— Tá. Lembra da minha viagem para Suna? Então, eu acabei indo no mesmo avião que o Neji. Sentamos lado a lado...

— E aí ficaram íntimos a ponto dele ter o seu número?

— Sasuke, não me julgue ok? Espera pelo menos eu falar?

— Ok. Prossiga.

— Durante o voo conversamos um pouco. Depois, por coincidência, também ficamos hospedados no mesmo hotel. Ele estava na cidade por causa de um congresso. Aquele mesmo que Yodo também foi. Aí, eles tiveram um dia de folga e eu os convidei para o meu evento. Para caso houvesse algum imprevisto e Neji quisesse me avisar, dei meu número a ele. Neji não é má pessoa, só está atravessando um período difícil de luto e acabou culpando a pessoa errada pela perda que sofreu. – Explicou Sakura.

— Só que no caso, a pessoa que ele está culpando é o SEU marido. No caso, EU!

— Meu amor, fique calmo!

— Como eu posso ficar calmo vendo a minha mulher ficando amiguinha de um cara que me detesta?

— Eu não estou ficando amiguinha dele, Sasuke. – Repreendeu Sakura.

—  E como me explica essa ligação dele?

— Sasuke, eu nem vi que ele tava me ligando. Sei lá a razão pela qual ele me procurou! O que eu posso te garantir é que eu não to lado dele, não apoio os absurdos que ele fala sobre você.

— Ok. Tudo bem. Pode me fazer um favor?

— O que meu amor?

— Pede pra esse cara não te ligar mais? Eu não quero te ver com ele.

— Ok. Eu posso dizer isso a ele, mas posso te pedir uma coisa também?

— O que quiser!

— Não seja tão duro com ele, Sasuke! Neji está passando por um momento tão difícil quanto você.

— Ele não corre o risco de perder tudo como eu!

— Sasuke, ele já perdeu. Tenten era tudo pra ele! Você não o viu da forma que eu vi, totalmente fragilizado!

— Está com pena dele?

— Sinceramente? Eu estou. Eu consigo me colocar no lugar dele. Então, por favor, seja mais compreensivo também. Tenho certeza que Neji te pedirá perdão quando for provada a sua inocência.

— Olha, eu vou dar um crédito pro Neji porque você está pedindo, mas repito que não te quero perto dele.

— Ok, amanhã eu ligo pra ele e peço para que ele não nos importune mais. Está melhor assim?

— Bem melhor.

Sasuke então desfez a cara emburrada e beijou a esposa apaixonadamente.

[...]

Na manhã seguinte, Sakura aproveitou que todos tinham saído de casa para procurar Neji. Ela preferia que a conversa deles fosse face a face. Então, após deixar os gêmeos na escolinha, Sarada na pós-graduação e Sasuke na sala de Itachi. Ela resolveu que daria um pulinho na sala onde Neji estava atendendo.  Sakura mandou uma mensagem para ele, que confirmou que após o próximo paciente, ela poderia entrar, mas que deveria ser breve.

— Olá, Neji. – Disse Sakura ao entrar na sala.

— Estou surpreso com a sua visita.

— Não deveria, Neji. Afinal, foi você quem me ligou ontem.

— Ah, é por isso que está aqui? Te deixei preocupada?

— Preocupada não, mas curiosa pode ser.

— Quer saber por que eu te liguei?

— Gostaria muito de saber.

— Na verdade, não era nada.

— Ninguém liga para outra pessoa por nada. Todos têm um objetivo. Qual era o seu?

— Na hora que eu te liguei, estava sozinho na minha casa. A minha cama estava vazia, a presença de Tenten por todo lado. Não conseguia dormir. Então, eu lembrei das suas palavras pra mim no hotel. Lembrei da sua voz dizendo que minha esposa estava olhando por mim. Aquilo me deu um pouco de tranquilidade, então quis conversar com você. Lembrei que tinha o seu número e liguei. Uma pena que você não atendeu nem retornou. Devia já estar dormindo, certo?

— Eu estava no banho naquela hora.

— E por que não retornou?

— Estava tarde. Além disso, Sasuke ficou incomodado com a sua ligação.

— Ah, claro. O seu marido. Óbvio que ele não gosta de mim.

— Você o acusa de algo que ele não fez.

— A perícia provou que ele é o culpado Sakura! Quando o julgamento acontecer e ele for preso, verá a verdade!

— Neji, estão armando pro Sasuke.

— E que provas ele tem?

— Ele ainda não tem, mas terá. Ele e o advogado estão na busca.

— Só você acredita nisso, mas eu não a culpo. Está cega pelo seu marido. O amor faz isso com as pessoas.

— Neji, eu não defendo o Sasuke só porque ele é meu marido. Eu o defendo porque acredito que ele está falando a verdade. Sasuke sempre foi um engenheiro brilhante! Ele nunca cometeria um erro desses, jamais colocaria a vida de ninguém em risco!

— Nem o maior dos gênios está livre de cometer um erro. Olha,  o que mais me irrita na postura do seu marido não é ter cometido o erro que matou a minha mulher, mas não ser homem o suficiente para assumir isso! Se ele tivesse a decência de pedir perdão e admitir o erro, eu o perdoaria. Mas os Uchiha sempre preferem pisar nos outros. Fizeram isso com você no passado também não? – Provocou Neji.

— É passado. – Sakura abaixou a cabeça.

— Eles te machucaram, Sakura! Ou melhor, Sasuke te machucou! Ele te engravidou, não te assumiu. E, não satisfeito com tudo isso, roubou a sua filha de você, deu uma nova mãe a ela e por anos a impediu de participar da vida dela. Você acha que uma pessoa como essa não seria capaz de errar um cálculo? – Insistiu Neji e cada palavra que ele proferia atingia Sakura.

Sakura se sentou na cadeira e começou a chorar. Então, Neji entendeu que tinha ido longe demais com as acusações e ofereceu um lenço para ela.

— Desculpe. A verdade dói, mas é necessária. Você precisava de um choque de realidade. Seu marido não é perfeito, Sakura. – Disse Neji, enquanto via Sakura secando as lágrimas.

— Sasuke não é mais o mesmo garoto que me engravidou e abandonou, Neji. Ele é um bom homem, que aprendeu com seus erros.

— Não parece, Sakura. Enquanto ele não assumir o que fez, não vou mudar a visão que tenho de seu marido. A grande verdade é que ele não te merece. Você é muito melhor que essa família toda.

— Por que diz isso?

— Eu admiro você. Desgraçaram a sua vida e você soube reconstruir tudo do zero. Gostaria de ter a mesma capacidade.

— No dia que você aprender a perdoar, vai conseguir seguir em frente. Foi só assim que eu consegui. Bem, eu já vou...

— Faltam três pacientes para eu atender... Gostaria de tomar um café com você.

— Não posso. Além disso, eu não vim aqui só pra saber o motivo da sua ligação.

— Pra que veio então?

— Para pedir que você não ligue mais pra mim. Meu marido não quer e agora, depois de tudo que ouvi, percebi que eu também não quero mais ouvir uma palavra do que você tenha a me dizer.

— Eu a ofendi?

— Toda vez que você aponta seu dedo para o meu marido, é de mim que você está falando também. O Sasuke que você criou na sua cabeça é cruel. Meu marido não é assim. O Sasuke que me engravidou era um idiota. É verdade. Mas o Sasuke com quem me casei é um homem incrível.

— Eles são a mesma pessoa, Sakura.

— Sim, eles são. No entanto, o tempo fez dele alguém melhor, a paternidade fez dele outra pessoa. Não fui eu que mudei o Sasuke. Foi a Sarada. Ela foi o milagre.

— É uma pena que nossa amizade acabe assim.

— Digo o mesmo, Neji. – Disse Sakura ao sair da sala.

Em seguida, Neji deletou o número da digital influencer de sua agenda.

— Foi melhor assim. – Disse Neji em voz baixa.  


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